A Bomba de São Valentin escrita por Bê s2


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de mais uma história!
Agradeço por todos que acompanharam. Até a próxima ♥



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Capítulo 4

 

Os peritos estavam na sala de análises organizando as evidências que foram coletadas mais cedo. Os ratos de laboratório também trabalhavam com as análises a todo vapor. Eles conversavam sobre o caso quando foram interrompidos por Ecklie, que parou na soleira com uma expressão furiosa:

—Grissom, Sidle… na minha sala agora!

E saiu sem esperar resposta. Sob desejos de boa sorte, o casal seguiu o diretor até a sala dele.

—Sentem-se. -Ecklie disse quando chegaram.

Os dois se acomodaram desconfortáveis e um silêncio constrangedor se estabeleceu. Aparentemente, Ecklie esperava que eles tomassem a iniciativa da conversa, mas como não o fizeram, explodiu de uma vez:

—Será que um de vocês dois têm alguma explicação para as notícias que estão rondando esse laboratório?

Os dois se entreolharam e Grissom retrucou:

—Essa é uma pergunta bem abrangente, não acha?

O entomologista quase se arrependeu ao ver a expressão ainda mais irritada de Ecklie.

—Vocês dois estavam jantando juntos?

—Sim. -Responderam em uníssono.

—Um jantar no dia dos namorados?

—Sim. -Responderam juntos novamente.

Conrad bufou alto e afrouxou a gravata exasperado.

—Há quanto tempo isso vem acontecendo?

O casal se entreolhou e Sara respondeu:

—Uns dois anos…

Grissom podia ver uma veia saltada no pescoço de Ecklie.

—Um relacionamento entre dois peritos da mesma equipe forense é proibido. E você, Grissom, como supervisor do turno da noite, deveria saber tudo o que colocariam em risco com isso!

Os dois se entreolharam e permaneceram em silêncio. Qualquer coisa só serviria como combustível para a explosão.

—E o pior é que isso não pode nem passar como um mal entendido, porque foi em um caso de atentado terrorista noticiado no mundo todo, e vocês não fizeram questão nenhuma de disfarçar!

Ao final da frase ele já gritava. Grissom achou que era hora de se manifestar:

—Escute, Conrad…

Mas ele foi interrompido por batidas fortes na porta.

—Agora não! -Ecklie gritou.

—Com licença, Conrad. -O sub xerife disse se insinuando para dentro da sala.

Atrás dele vinha a Xerife Reston e os dois carregavam um semblante satisfeito. Ecklie, por outro lado, endireitava a gravata e puxava mais duas cadeiras para que os recém chegados se acomodassem.

—Acredito que esteja parabenizando seus dois CSIs pelos feitos de ontem a noite. -Reston disse.

Os três olharam confusos para a mulher, que continuou:

—Grissom e Sidle prestaram primeiros socorros, chamaram socorro, protegeram vítimas e ainda preservaram a cena do crime. Com isso, já temos o suspeito sob custódia, apesar de muito ferido, e uma excelente repercussão da perícia na comunidade.

Grissom e Sara se olharam desconfortáveis e a perita tomou a palavra:

—Nós não fizemos nada por repercussão, apenas estávamos lá e seguimos os protocolos.

—Sim, exatamente por isso vocês dois receberão uma condecoração amanhã a noite.

—E quanto ao inquérito administrativo pelo relacionamento entre dois membros da mesma equipe? -Conrad indagou.

Reston pensou por alguns segundos e respondeu com praticidade:

—Faça uma advertência escrita para manter no registro. Sinto muito, mas isso precisa ser feito. -Disse olhando para o casal que concordou com a cabeça. -Willows pode fazer as avaliações de Sidle e Sanders, já está na hora dela assumir mais responsabilidades. Enviaremos as informações sobre o evento amanhã, mas acho bom preparar um novo smoking, Grissom.

E saíram sa sala deixando Ecklie, Grissom e Sara embasbacados para trás.

 

OoOo

 

—Credo, que noite horrível! Odeio essas formalidades. -Grissom exclamou arrancando gargalhadas.

Ele e os CSIs, juntamente com Brass, se encontravam na elegante sala da casa de Catherine para beberam alguma coisa depois da cerimônia de condecoração.

—Não foi tão ruim assim, amigo. -Brass tentou consolá-lo.

Grissom revirou os olhos e tirou seu smoking e a gravata borboleta. Sentia-se sufocado com tantas pessoas ao redor, apertando as mãos e parabenizando por ter feito apenas seu trabalho.

Sara colocou o smoking e a gravata do namorado com sua bolsa e seu próprio casaco no estilo terninho. Grissom dobrou as mangas de sua camisa branca de forma displicente para afastar a sensação e Sara percorreu um olhar indiscreto por seu estilo desalinhado e atraente. 

—Com calor, Sara? -Catherine brincou ao perceber. 

A morena riu e disfarçou se servindo de um whisky com gelo e levando uma dose para Grissom. Se acomodou no braço do sofá ao lado dele e os amigos se juntaram ao redor. Todos carregavam bebidas a tiracolo e semblantes cansados.

—Foram dias muito intensos! -Warrick bufou tirando sua gravata para ficar mais à vontade. 

—Sobre isso, a xerife deu três dias de folga para nossa equipe. -Grissom disse com um breve sorriso. -A partir de amanhã.

Os meninos comemoraram animados. 

—Eu também quero uma folga! -Brass reclamou.

—Sinto muito, Jim. Foi o melhor que consegui com a xerife Reston. O turno do dia não ficou contente.

Brass deu de ombros e virou sua bebida com uma careta.

—Nada que muito trabalho duro não faça esquecer… -Brincou.

—Sofia não foi na condecoração… E pelo visto não virá depois. Alguém sabe o motivo? -Nick perguntou.

—Ela sempre arrastou uma asa pro chefe… -Greg brincou.

Os olhares se voltaram para a morena que, por sua vez, encarou Grissom, bebeu um gole de eu copo e respondeu tentando conter o riso:

—Eu não a culpo. -E deu de ombros.

Os meninos gargalharam quando viram Grissom corar.

—E sobre vocês dois, o que ficou decidido? -Catherine perguntou.

—Levamos uma advertência… -Sara contou. -E agora você faz minhas avaliações.

A loira arqueou uma sobrancelha.

—Reston disse algo sobre você assumir mais responsabilidades e colocou as avaliações do Greg sob sua alçada também. -Grissom explicou. -É um bom sinal, Catherine.

A loira sorriu e concordou com a cabeça.

—Então vão continuar no mesmo turno? -Warrick perguntou.

—Sim. Será estranho para vocês? -A morena perguntou e mordeu o lábio inferior.

Grissom pousou a mão sobre a coxa da namorada em um gesto displicente, mas ficou apreensivo com a demora por uma resposta vinda dos amigos.

—É estranho, mas é legal. -Greg disse por fim, arrancando risadas. -Os dois parecem mais felizes há um tempo.

—Grissom fez a barba… -Nick completou. -Sara tira folgas…

—Ah, falando nisso…

Catherine remexeu em uma gaveta no aparador da sala e pegou um envelope.

—Gostamos muito da ideia de vocês dois juntos e ficamos tristes por terem passado o Valentine’s day assim. -Ela estendeu o envelope para Grissom, que abriu com um olhar incrédulo. -Reservamos dois dias no Eclipse para vocês dois, com jantar especial e uma série de coisas para vocês curtirem.

Grissom trocou um olhar animado com a namorada.

—Isso é muito bom, Cath… Mas não precisava… -A morena disse sem jeito.

—Escolhemos o Eclipse porque o Bellagio vai demorar para ser reaberto. -Catherine esclareceu.  -E foi ideia dos meninos!

—Mas a Cath mexeu uns pauzinhos e o Chef do restaurante vai passar uma temporada fazendo os melhores pratos vegetarianos no Eclipse. -Warrick completou.

—É um presente por Grissom ter levantado os olhos do microscópio… -Catherine esclareceu. -E por Sara ter conseguido esse feito.

Sara abraçou Grissom pelos ombros e agradeceu novamente os amigos. Após algumas horas de conversas amenas, o entomologista se levantou e puxou a namorada pela mão com carinho.

—Crianças, agradecemos imensamente pelo presente, mas agora precisamos de descanso!

—Aproveitem o presente e prometemos que não vamos ligar para vocês, nem se outra bomba explodir.

—Nem brinque com isso! -Sara disse. -Boa noite, pessoal.

—Boa noite, crianças!

Grissom jogou seu smoking sobre os ombros e entrelaçou os dedos de Sara nos seus. Juntos, seguiram para uma folga prolongada que finalmente seria aproveitada. Seguiram, enfim, para um futuro feliz e cheio de cumplicidade que os aguardava.


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