A Bomba de São Valentin escrita por Bê s2


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu juro que ia ser uma fic curtinha, mas acabei me empolgando...
Mas agora é reta final, mais um ou dois capítulos só.
Espero que estejam curtindo ♥



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Capítulo 3

 

—Honey! Você está bem? -Grissom perguntou um tempo depois da explosão.

—Sim! E você? 

Ele assentiu com a cabeça, mas sua atenção estava voltada para seu entorno. Conseguia ver o padrão de uma explosão, alguns corpos, pessoas desmaiadas e uma verdadeira bagunça pelo local. Após verificar o espaço, voltou sua atenção à Sara.

—Acho que foi um atentado. Como você está? Se machucou?

Ela negou com a cabeça, mas Grissom percebeu sangue em seu supercilho. 

—Você precisa de pontos. -Ele disse com rouquidão.

—O que vamos fazer, Gil? -Sara perguntou nervosa. 

Grissom respirou fundo e a abraçou com cuidado.

—O importante agora é ficarmos seguros.

Sara concordou e segurou firme a mão que o namorado lhe estendeu. Um pouco mais tranquilo, discou para a emergência e relatou o ocorrido com o máximo de detalhes.

—Vamos ficar aqui, querida. Não podemos deixar o local agora e nem trabalhar na cena. 

A morena se sentou ao lado dele e se deixou ser abraçada. O susto pela explosão finalmente fluía pelo seu corpo.

—E as outras pessoas? -Perguntou num sussurro.

Grissom esticou o pescoço e tentou visualizar o salão. 

—Os seguranças estão fazendo os primeiros socorros. Parece que tem um homem bem ferido e com apetrechos no corpo… Pode ser o suspeito. Eu vou até lá…

—Não pode trabalhar na cena, Gil!

Ele a olhou incerto.

—Só vou orientar para preservamos o local.

—Eu vou com você. -Sara disse com firmeza.

Sabendo que não venceria essa disputa, Grissom cedeu e seguiram lado a lado até os seguranças assustados.

—Gil Grissom e Sara Sidle da criminalística. -Ele se apresentou tirando a identificação da certeira. -Senhor, não mexa na cena até o CSI chegar.

O segurança se afastou assustado. Estava atordoado e Grissom percebeu.

—Já liguei para a emergência. Leve os feridos leves para o salão 7. Não mexa nos demais, esperem os paramédicos. 

O segurança assentiu e seguiu com seus colegas de acordo com as instruções.

Grissom passou seu olhar atento no local e percebeu que o maître que os recebera mais cedo estava encolhido contra um canto.

—Senhor, preciso que solicite que fechem as portas do salão até a polícia chegar. 

O homem assentiu assustado e enviou uma mensagem aos responsáveis com a voz trêmula.

—Ótimo, agora vá com os seguranças e beba uma água…

Grissom observou o homem seguir os colegas de trabalho com muito nervoso.

—Agora precisamos esperar sem mexer em nada. -Grissom constatou. -Qual é a sua primeira impressão?

Sara analisou o local por um instante antes de respondê-lo.

—Acredito que ali foi o ponto da explosão. -Ela apontou o centro do local. -Pelo padrão é visível que ocorreu algum erro com o explosivo. 

Grissom concordou com um gesto de cabeça e acrescentou:

—Aquele rapaz… -Indicou um jovem desacordado. -Acho que é o nosso suspeito. Foi atingido, mas dá para ver que carrega uma mochila… Não está com os trajes de funcionários ou clientes…

Antes que pudesse continuar, sua atenção foi atraída para o barulho das sirenes e a movimentação de pessoas do lado de fora. Rapidamente, alguns paramédicos entraram agitados carregando macas.

Grissom e Sara os guiaram para os feridos, de modo que não bagunçassem a cena. Depois, o Maître levou os profissionais para o salão sete, onde poderiam cuidar dos feridos leves, deixando Grissom e Sara para receberem a polícia que veio em seguida.

—Esse lugar está uma bagunça! -A voz de Warrick chegou aos ouvidos do casal.

Sara e Grissom trocaram um olhar assustado. Ficaram tão entretidos com a situação que não pensaram em uma justificativa plausível para estarem ali juntos.

—Esse salão sempre foi um dos meus preferidos em Vegas. Sam se inspirou aqui para fazer a decoração de alguns espaços do Rampart… -Catherine respondeu.

—Eu vou seguir para as… testemunhas…?

Brass parou de falar e estacou no lugar quando reconheceu Sara e Gil bem vestidos no meio do local. As expressões culpadas fizeram o detetive captar a situação no exato momento.

—Brass? 

Catherine, que estava distraída com a cena, acompanhou o olhar do amigo e não conseguiu esconder a surpresa. Warrick, que vinha em seguida, parou com eles e sorriu em divertimento.

—Oi. -Grissom disse simplesmente.

Como os três não disseram nada, ele continuou:

—Jim, os feridos leves e as testemunhas estão ali atrás no salão sete. O Maître está cuidando de tudo. -O silêncio ainda reinava. -Catherine, aquela mochila perto do ponto de origem é do suspeito. Ele estava bem no centro do salão quando houve a explo…

—Isso atrás do seu smoking é um pedaço de cérebro? -Catherine o interrompeu.

Grissom virou-se de costas para eles e Sara confirmou.

—Parece que sim…

Catherine pegou seu rádio.

—Nick, Greg… estão na escuta?

—Positivo, Cath. —A voz de Nick ecoou.

—Tragam dois macacões da perícia aqui no interior do restaurante, por favor.

Para que precisa disso?

—Ah, vocês precisam ver com seus próprios olhos!

Ela desligou o rádio e encarou o supervisor que estava visivelmente mal humorado. 

—Sério, Catherine?

A loira não aguentou e sorriu abertamente para responder:

—Eles são CSIs, coletam evidências… E agora você é uma evidência.

Nem Sara conseguiu abafar a risada ao ver o olhar incrédulo de Grissom para a amiga. 

O barulho de passos anunciou a chegada de Greg e Nick. O antigo rato de laboratório carregava os dois macacões à tiracolo.

—Hey, gente… -O texano cumprimentou. -Grissom?

O olhar de Nick se fixou em Sara e ele demorou um pouco para processar o que estava acontecendo.

—Sara?! -Ele quase gritou. -Mas o que…?

—Aparentemente o nosso supervisor não foi tãaao justo assim nas folgas. -Catherine alfinetou. -E a nossa amiga ali não é tão anti romântica quanto pensávamos.

—Nos dê esse macacão logo, Catherine. -Grissom bronqueou. -Temos muito o que processar.

—Inclusive você, senhor evidência. -Foi a vez de Brass fazer chacota. 

O entomologista revirou os olhos para os dois, pegou as roupas de perícia e se afastou puxando a namorada pela mão. Catherine os seguiu, deixando os amigos confabulando para trás.

—Vamos ali. -Catherine indicou uma saleta próxima. -Gil, preciso que vire de costas para que eu possa fotografá-lo.

O entomologista seguiu o direcionamento da amiga e foi fotografado. Em seguida, tirou seu smoking e colocou em um saco de evidências. 

—Espero vocês dois lá… -Disse antes de se retirar.

Finalmente o casal se viu sozinho. Grissom tirava sua roupa social e dobrava com cuidado, organizando em uma bancada. Sara tirava as sandálias de salto alto e o vestido longo quando Grissom parou para admirá-la. 

—U-a-u. -Murmurou pausadamente.

Sara enrubesceu com o olhar intenso que ele direcionava para seu corpo que agora estava coberto apenas por um conjunto mínimo no mesmo tom do vestido.

—Pois é. -Ela disse e bufou. -Vai ficar para outro dia.

—Se esse dia for amanhã, que começa em… -Ele olhou o relógio. -Quarenta e cinco minutos… Por mim está ótimo.

Ela riu e lhe deu um tapa no ombro. Seu semblante preocupado o alarmou.

—O que vamos falar para eles, querido? 

—A verdade. -Suspirou em resignação. -Vamos ter que abrir o jogo e aguardar as consequências. 

Ele tirou o cabelo dela que ficou preso dentro do macacão e acariciou seu rosto com cuidado. 

—Vamos resolver isso, ok? -Ela assentiu e mordeu o lábio. -Agora vem comigo, precisamos cuidar desse machucado no seu supercílio.

 

Assim como saíram, os dois retornaram de mãos dadas. Os peritos analisavam o local e lançavam alguns olhares furtivos aos dois, mas ainda sem perguntas. Grissom fez com que Sara se sentasse em uma cadeira do restaurante e foi cuidar de seu machucado. 

—Isso está feio, hein. -Warrick comentou se aproximando. -Não precisa de uns pontos? 

—Acho que consigo resolver com um ponto falso. -Grissom respondeu concentrado. -Além disso, Sara tem medo de agulhas.

Warrick riu ao ver a careta dela.

—Não é medo, apenas prefiro evitá-las. -Deu de ombros. -Gil, não precisa ser tão meticuloso… Temos muito o que fazer.

—Estou quase terminando. -Ele murmurou. -Pronto!

—Obrigada. Agora vamos…

 

Já passava das seis da manhã quando os CSIs finalmente despacharam as evidências para o laboratório. Estavam exaustos e empoeirados, mas visivelmente satisfeitos com o trabalho realizado.

—Precisamos parar para comer antes de processarmos isso tudo. -Nick disse tirando as luvas. -Hodges vai levar um tempo analisando as coisas….

—Vamos ao Fraaaaanks. -Greg disse num bocejo. -Preciso de café.

—Vamos fazer uma pausa, então. -Grissom disse olhando seu celular. -Ecklie ainda está a caminho.

—O que te dá algumas horas de vantagem… -Catherine leu seu pensamento. 

—Sofia vai nos encontrar lá. -Brass anunciou desligando seu telefone. -Vocês dois precisam de uma carona?

—Meu carro está no estacionamento. Vou buscá-lo e encontramos vocês lá.

Eles seguiram para seus carros e logo estavam confortavelmente acomodados no Franks, servindo-se de muito café e lanches reforçados.

—E então, vão começar a nos contar ou vamos precisar perguntar? -Jim disparou.

—Achei que já tivessem deduzido tudo. -Grissom respondeu mordendo um sanduíche.

—Ah, vamos, Gil! -Catherine bronqueou. -E você, Sara? Não vai dizer nada?

Sara abriu a boca para responder, mas foi interrompida pela chegada de Sofia. A detetive se acomodou ao lado de Nick e logo se apossou de uma xícara de café; parecia cansada.

—O suspeito morreu, doutor Robbins está cuidando dele. Estou exausta. -Ela observou o semblante estranho dos amigos e ergueu as sobrancelhas. -O que eu perdi?

—Sara ia nos contar porque encontramos com ela e o Grissom lá na cena do crime em trajes bem elegantes e com cara de culpados.

Sofia bebeu um pouco de café para desfarçar os sentimentos conflitantes que sentiu naquele instante. Sara percebeu e disse calmamente:

—Estávamos jantando no Bellagio. Servem um delicioso menu vegetariano…

Todos os encaravam em expectativa por mais informações, e foi Greg quem alfinetou:

—Juntos?

Grissom olhou tão constrangido para a namorada, que ela viu que teria que tomar o controle da situação.

—Sim, Greg. Afinal… -Ela pousou a mão na perna de Gil. -Hoje é dia dos namorados.

Que os peritos imaginavam isso era sabido, mas a verbalização vinda de Sara fez com que eles se inquietassem nos lugares. Catherine e Greg eram os mais animados, enquanto Warrick e Brass olhavam Grissom com certa admiração. Nick e Sofia, por sua vez, não conseguiam esconder o espanto.

—Então vocês armaram todo aquele trabalho burocrático pra cima da gente? -Greg perguntou.

—Bem, isso foi ideia do Gil… 

Grissom se endireitou para explicar:

—Tivemos um dia dos namorados horrível no ano passado. Queríamos aproveitar dessa vez.

—Como assim? Então não era o primeiro encontro? -Nick disparou assustado.

Sara riu de leve e respondeu:

—Não, Nick. Estamos juntos há mais de dois anos… -Ela sorriu de lado para o namorado, que retribuiu. -Foi num domingo. Eu estava suspensa por discutir com Ecklie e Catherine. Gil foi no meu apartamento, nós conversamos… E depois disso ele permaneceu ali… Ao meu lado.

Um momento de silêncio para digerir as novas informações.

—Você realmente ouviu o que o Ecklie disse para você, Gil… -Catherine disse depois de um tempo.

—O que era? -Sara questionou com curiosidade.

A loira relembrou:

—Ela é imprevisível e p…

—...E ela é toda sua. -Grissom completou, omitindo o restante da frase. Não queria que Sara ouvisse que Ecklie a achava perigosa. -Sim, ouvi o conselho do Ecklie. 

—Espero que ele lembre disso quando o assunto chegar nele. -Sara disse em voz baixa.

Grissom concordou com a cabeça e abraçou a namorada pelos ombros em um gesto corriqueiro e carinhoso.

—O que importa é que nosso amigo ali levantou os olhos do microscópio… -Warrick brincou.

—Eu sabia que era uma questão de tempo… -Greg disse atraindo a curiosidade deles. -Qual é, gente, era meio óbvio que a Sara tinha um interesse diferente pelo Grissom. Por que vocês acham que ela não caiu no meu charme?

Os peritos explodiram em gargalhadas e chacotas, e até Grissom brincou com o CSI. 

—Nosso café está ótimo, mas precisamos voltar para o laboratório. -Grissom chamou a atenção deles depois de olhar o relógio. -Ecklie já deve estar por lá.

Um a um eles foram se levantando para pagar a conta. Sara foi na frente com os amigos, que queriam saber mais detalhes da notícia bombástica, e por fim restaram apenas Sofia e Grissom para trás.

—Estou feliz por saber que tem alguém que se importa com você. -Ela usava um tom ameno, mas evitava olhá-lo nos olhos. -Espero que nosso jantar não tenha lhe causado problemas. 

Grissom sorriu sem graça.

—Sara sabia do nosso jantar.

—Por isso não subiu para um drink. -Ela constatou e ele concordou. -Tomara que Ecklie pegue leve com vocês.

O entomologista fez uma careta.

—Hey, Gil! -Sara o chamou da porta. -Vamos?

Grissom sorriu para ela e se despediu de sofia com um aceno de cabeça. A detetive deu um suspiro resignado e seguiu a equipe em direção ao laboratório.


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