Incidentes escrita por Bê s2


Capítulo 9
Epílogo - Um ano depois.


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao final!
Agradeço a todos que acompanharam e comentaram.
Nos vemos na próxima fic ♥



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—Querido, você tem certeza que vai dar conta de tudo? -Sara perguntou apreensiva.

—Sim, honey. -Grissom respondeu com firmeza. -Tenho tudo sob controle! Arthur ficará bem e eu também!

Arthur nasceu saudável e estava com pouco mais de seis meses. Já sustentava-se sentado, começava a provar frutas e papinhas e tinha um temperamento muito tranquilo. Dormia a noite toda e mostrava mais seu sorriso banguela do que chorava. Seus olhos eram azuis como os do pai e ele tinha cachinhos castanhos e delicados como a mãe. Era um bebê adorável!

—Querida, estamos conversando sobre isso há dias… -Ele reforçou. -Já decorei todas as suas instruções.

Sara continuou apreensiva. Havia retornado ao trabalho há poucas semanas e era a primeira vez que passaria o dia todo fora e sem comunicação. Havia sido chamada para depois em um caso muito complexo e a previsão é que passaria muitas horas no tribunal com Russel e Catherine.

Desde os incidentes que fizeram Grissom retornar a Vegas, ele nunca mais saiu da cidade. Resolveu tudo por telefone e permaneceu com Sara em tempo integral. Fez algumas palestras na UNLV e era consultor entomológico no laboratório, mas seu trabalho em tempo integral agora era ser pai. 

—Anne não estará aqui, querido. E eu não poderei falar com você, caso precise.

O casal contava com a ajuda de Anne, contratada para organizar a casa, de modo que Gil podia se dedicar aos cuidados do bebê. Mas mesmo assim, nunca havia passado mais de três horas com o pequeno Arthur acordado - já que Sara havia voltado há pouco ao trabalho e no turno da noite, quando o bebê dormia.

Grissom a abraçou com carinho.

—Acho que está mais nervosa do que eu, honey. -Ele plantou um beijo em sua testa. -Fique tranquila, eu cuidarei do Arthur e ele estará alimentado, limpo e dormindo quando você chegar. 

—Confio em você. -Ela disse por fim. -Se precisar, ligue para o pediatra. Deixei leite o suficiente na geladeira, e…

—Sara, vamos ficar bem. Agora vá, senão vai se atrasar. -Ela mordeu o lábio e o encarou. -Convença o júri a manter aquele cara atrás das grades.

Ela assentiu e lhe deu um beijo. Em seguida, se abaixou e plantou um beijo na testa do filho, que ressonava no berço. Com um suspiro resignado, saiu.

Pouco depois que Sara saiu, o bebê acordou. 

—Hey, Arthur! -Gil pegou o embrulho do berço. -Está com fome, bebê?

Arthur brindou o pai com um largo sorriso sem dentes. Com o filho no colo, o entomologista foi até a cozinha e preparou uma mamadeira, que o bebê tomou com vontade.

Pai e filho passaram uma manhã tranquila. Brincaram, tomaram banho e brincaram mais. Grissom colocou o filho em sua cadeira de alimentação com alguns brinquedos enquanto preparava o almoço quando o telefone tocou. Atendeu no viva voz.

—Grissom.

Oi, Gil. Aqui é o Ecklie.

—Oi, Conrad. Está tudo bem?

Na verdade sim. Mas preciso de você em um caso urgente. 

Grissom omitiu um suspiro enquanto mexia a panela.

Hoje não posso, Conrad. Sara está na corte e eu estou com Arthur. 

O entomologista ouviu uma movimentação que supôs ser da cena do crime em que Conrad estava.

Gil, preciso de você aqui agora. Encontramos uma cova coletiva com tantos insetos que nem posso contar. -Explicou rapidamente. -Sei que Sara está na corte, então pedi que Nick coletasse tudo e levasse para o lab, mas estamos sendo pressionados e ele não vai dar conta sozinho.

—Compreendo, Conrad. Mas eu não posso simplesmente deixar Arthur sozinho em casa e ir para o laboratório.

Sua mãe não pode ficar com ele? —O tom de Ecklie era desesperado e Grissom percebeu.

—Minha mãe está no Arizona fazendo uma palestra pela fundação Gilbert. -Explicou. -A babá está em um velório em Henderson. Os padrinhos do bebê estão trabalhando… com você, inclusive. -Ele se referia à Catherine e Greg.

Gil, preciso que dê um jeito de vir aqui o mais rápido possível. Olhe seu email, enviei fotos e arquivos do caso. Vai compreender.

—Sem chances, Conrad. Amanhã eu irei, ou depois que a Sara for liberada do tribunal. -Grissom foi firme. -Até mais.

Grissom desligou a chamada e a panela cheia de legumes. 

—Acho que podemos dar uma olhadinha no caso enquanto seu papá esfria, não é Arthur?

O bebê emitiu barulhinhos para o pai. Gil o pegou no colo e se acomodou com o filho no escritório. Abriu o arquivo do caso e quase ficou arrepiado quando viu as fotos. Seu espírito entomologista fez o coração bater mais forte.

—Arthur, acho que vamos passear um pouco depois do seu almoço!

 

OoOo

 

Grissom adentrou no laboratório com Arthur cochilando preso ao seu próprio corpo em um canguru. Os movimentos leves do carro somados à uma mamadeira quentinha foram a combinação perfeita para que o bebê cedesse ao cochilo da tarde. Devagar, o entomologista seguiu até a sala de análises onde encontrou Ecklie, Nick e Greg.

—Precisam de uma mãozinha? -Perguntou à guisa de cumprimento.

Os peritos voltaram-se para ele com um sorriso no rosto e Ecklie arqueou uma sobrancelha.

—Você pediu para que eu desse um jeito… -Grissom disse na defensiva.

—Crianças não podem entrar aqui, Gil.

Grissom deu de ombros e fez menção de se retirar.

—Ok, então…

—Espera! -Ecklie o chamou. -Somente dessa vez! Por sua conta e risco e não tire os olhos dele. 

Grissom reprimiu um sorriso e adentrou na sala. Colocou a mala com os pertences do bebê sobre uma cadeira e se aproximou para olhar os insetos.

—Cara, a Sara vai te matar quando souber que você veio trabalhar com o bebê.

O mais velho arqueou uma sobrancelha.

—Se tudo der certo, termino antes do Arthur despertar do cochilo. Falando nisso, abra a mala e monte o bercinho portátil sobre a mesa, Greg.

O perito se adiantou e seguiu as instruções do antigo chefe e ajeitou algumas almofadas que estavam na mala, montando um aconchegante lugar para o afilhado dormir. Grissom acomodou o filho com sua chupeta e paninho e se virou para as provas.

—Vocês conseguiram uma colônia incrível aqui! - disse eufórico. -Como foi a coleta?

Nick relatou os procedimentos de coleta dos insetos, mostrou as fotografias e conquistou um sorriso orgulhoso do mais velho.

—Ótimo, vamos começar!

Conrad saiu da sala flutuando de alívio e deixou os CSIs trabalhando. Os três ficaram quase duas horas concentrados no trabalho, até que o som de um choro leve chamou a atenção deles. 

—Oi, Arthur. O papai está aqui! -Grissom disse o pegando no colo. -Estamos no trabalho da mamãe.

O bebê parou de chorar quando foi acolhido pelo pai. Seus olhos logo se viraram para os dois homens na sala.

—Greg, aqueça a mamadeira do Arthur, por favor. Aproximadamente quarenta graus.

—Ok! -Greg mexeu nas mala e retirou uma mamadeira. Observou o líquido com uma cara estranha e perguntou. -Isso é leite… da Sara?

—De quem mais seria, Greg? -Grissom revirou os olhos. 

Com uma careta, Greg saiu da sala e foi cuidar do lanche do bebê. Poucos minutos depois ele estava de volta com Sofia a tiracolo.

—Oi, pessoal. -Ela deixou uma caixa com donuts sobre a mesa. -Soube que estavam trabalhando duro e pensei que estivessem com fome.

Grissom agradeceu, estava faminto. Greg entregou a mamadeira quente e ficou observando Grissom provar uma gota do leite para testar a temperatura. Nick partilhou o olhar incrédulo de Greg para com o mais velho, mas este pareceu nem perceber. Deu o bico para o bebê e foi se servir de café com certa dificuldade.

—Me dê o Arthur aqui, assim você pode comer tranquilo. -Sofia ofereceu.

Grissom agradeceu e passou a mamadeira e o bebê para Sofia, que o acomodou com cuidado para alimentá-lo. O entomologista aproveitou para se servir de uma rosquinha açucarada.

—Brass e eu acabamos de interrogar os donos do terreno. Estão aparentemente limpos… -Sofia explicou. -Pensei que poderia ajudar por aqui já que Catherine, Russel e Sara estão no tribunal. 

—Ecklie precisa contratar com urgência. -Nick disse. -É a terceira vez que dobramos só essa semana.

—Acho que podemos contratar você, não é Arthur? -Sofia brincou com o bebê que acabara de terminar sua mamadeira. -Tenho certeza que vai ser um ótimo CSI como o seu papai…

O bebê a encarou com curiosidade e puxou uma mecha de seu cabeço com força. Greg reprimiu uma risada quando viu a careta de Sofia e comentou:

—Como a mamãe também… Não é, Arthur?

A detetive arqueou uma sobrancelha para Greg, mas não conseguiu dizer nada, pois a risada gostosa de Arthur preencheu o ambiente. O bebê esticava os bracinhos em direção à porta e se mexia agitado no colo da loira.

—Arthur? -A voz de Sara veio da porta. -Mas o que o bebê está fazendo aqui, Gilbert?

Sara encarava o marido com a sobrancelha arqueada e as mãos na cintura. Catherine estava ao lado de sua amiga com uma expressão divertida no rosto. O entomologista engoliu em seco e a morena se aproximou de Sofia para pegar o filho que se jogava no colo dela.

—Oi, meu amor. -Ela fez uma cosquinha no pescoço do bebê, arrancando mais uma gargalhada. -Papai trouxe você para o trabalho hoje, Arthur?

O bebê balbuciou alguma coisa e Sara continuou a conversar com ele:

—Não adianta defendê-lo, Arthur, seu papai está muito encrencado. Vai se ver com a mamãe mais tarde. 

Os colegas caíram na gargalhada, enquanto Grissom apenas observava a interação de mãe e filho. 

—Sara, dê meu afilhado aqui. -Catherine pediu. -Estamos trabalhando tanto que mal consigo parar para curtir esse bebê delicioso!

Sara entregou o bebê para a amiga, que saiu para passear com ele. Os demais CSIs e a detetive Curtis foram com ela, deixando o casal sozinho. Com um sorriso de lado, Grissom se aproximou da esposa e lhe deu um beijo curto.

—Deu tudo certo na corte?

—Sim! -Ela respondeu. -Conseguimos prisão perpétua para ele. Russel ficou para cuidar da burocracia e nos liberou. Acho que ele percebeu  como eu estava com saudades dos dois homens da minha vida!

Grissom a enlaçou pela cintura e murmurou:

—Quer dizer que não estou mais encrencado, honey?

—Ah, você está muito encrencado, senhor Grissom. E não vai escapar de mim mais tarde! -Ela sorriu com malícia e plantou outro beijo nele. 

—Você fica linda quando se arruma toda para o tribunal. -Ele elogiou.

Sara sorriu para o elogio e perguntou:

—Vai demorar aqui?

Ele olhou ao redor e respondeu:

—Me dê umas duas horas… 

—Ok, querido, vou…

O choro de Arthur chegou aos ouvidos da mãe, que se virou preocupada. Catherine vinha com ele no colo.

—O pequeno Grissom aqui precisa de fraldas limpas, Sara. -Willows disse. -Ele quer a mamãe.

Sara o pegou e fez uma careta. Grissom organizou a mala do filho e colocou-a com cuidado no ombro da esposa, que se despediu com um sorriso de lado:

—Não vou te esperar acordada. -Fez seu característico biquinho ao ver o marido envergonhado. -Vê se não demora.

Ele assentiu com a cabeça e permitiu que um largo sorriso preenchesse seus lábios enquanto observava os amores de sua vida seguindo pelo corredor do laboratório.


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