A Fada e o Caçador escrita por Sorima


Capítulo 8
Cumprindo a promessa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Olhando em volta, fora da caverna, Kael se dava conta de que as árvores pareciam tristes, como uma sensação que o envolvia.

— Podem abrir caminho até ela?

O caçador colocou uma das mãos no tronco da mais próxima e começou a cantarolar uma melodia antiga, uma melodia que pertencia às suas lembranças de outra vida, a sua guia o acompanhou com pios suaves. Sentiu um leve tremor sob a sua mão.

Ouvindo barulhos de estalos, Kael observou as árvores e plantas deslizando pela terra para lhe abrir passagem. Olhou em torno melancólico antes de seguir caminhando pela trilha que foi se fechando com a sua passagem, a coruja seguia voando ao seu redor.

A cada passo o caçador começou a notar que a melodia começava a repercutir, como se a própria floresta começasse a canta-la. Aquilo o consolava, trazia memórias de belíssimos campos floridos e criaturas esvoaçantes rindo e cantando suas baladas em noites de luar, árvores cheias de saúde e vitalidade que vibravam e dançavam junto as melodias.  

Até que o rosto de um amigo lhe veio a mente fazendo-o apertar o cabo do arco com mais força. O amigo, que fora estupido o suficiente para amaldiçoar a amada e a si próprio e lhe tirar a vida. O amigo que, chegando ao centro da floresta, onde se erguia o majestoso salgueiro de Áine, a rainha das fadas, lhe encarava pelos olhos de Ryan segurando o maldito machado.

— Olá, Gael. – a voz de Ryan soou duplicada.

— Há quanto tempo, Ciaran. – cumprimentou encaixando a flecha.

— Não está feliz de me ver. – acusou Ciaran.

— Você devia estar queimando nas chamas do purgatório pelo que fez. Ao invés disso está aqui, teimoso e possuindo o meu amigo.

— É verdade, preciso de um corpo, e também de destruir a maldita árvore que Áine teima em proteger. – Ciaran contou sorrindo.

— O que fez com ela? – Kael perguntou temeroso.

— A deixei vagando por essa floresta sem rumo até que conseguisse concluir minha ambição e então tirá-la daqui, casar e ter filhos. – disse deliciado.

Lembrou-se da luz de lamparina que viu logo quando acordou, os olhos arregalados. Estivera tão perto...

— Como pôde? – Ciaran amaldiçoara toda a floresta.

— Como eu pude? Você poderia ter acabado com isso duzentos anos atrás, me matando, mas você era muito puro para isso. Talvez continue sendo. – falou tocado. – Agora é sua chance de provar, me mate, Gael, e liberte sua mulher da maldição.

Kael puxou a corda do arco mirando o coração do amigo que caminhava na direção do salgueiro. A respiração entrecortada. O que deveria fazer? Se matasse Ciaran mataria Ryan também, se não fizesse isso... Ele estava há poucos metros da árvore.

— Que decepçã...

Ciaran pareceu engasgar, sentindo dor, o machado caiu no chão.

— Me mate... Kael, me mate. – A voz suplicante de Ryan soou, lágrimas escorriam de seu rosto. –Nos liberte disso!

Foi como soltar um suspiro, a flecha penetrou o peito do amigo que caiu para trás, a face aliviada. Cambaleando, Kael sentiu um cheiro adocicado envolve-lo. Áine estava ali, ouviu-a:

— Meu amor, eu sinto muito.

— Não sinta. Fiz o que tinha que fazer.

— Obrigada. - ela sussurrou recolhendo suas lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Gratidão a todos que acompanharam essa estória!
A todos que comentaram e aqueles que favoritaram também!

Foi muito bom escrever esta estória e poder interagir com vocês.
Se ainda não respondi seus comentários, o farei até o fim do mês, e o mesmo vale para as trocas de leitura! Esse mês está bem movimentado, por isso, ficaria muito feliz se me perdoassem pelo atraso.
Estou aceitando críticas sobre a estória, pois talvez eu pegue ela para reescrever depois. Para mim vai ser muito importante ter um feedback de vocês!

Enfim, é isso. Gratidão! Desejo uma ótima conclusão de desafio para todos e até o próximo!