A Fada e o Caçador escrita por Sorima
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Olhando em volta, fora da caverna, Kael se dava conta de que as árvores pareciam tristes, como uma sensação que o envolvia.
— Podem abrir caminho até ela?
O caçador colocou uma das mãos no tronco da mais próxima e começou a cantarolar uma melodia antiga, uma melodia que pertencia às suas lembranças de outra vida, a sua guia o acompanhou com pios suaves. Sentiu um leve tremor sob a sua mão.
Ouvindo barulhos de estalos, Kael observou as árvores e plantas deslizando pela terra para lhe abrir passagem. Olhou em torno melancólico antes de seguir caminhando pela trilha que foi se fechando com a sua passagem, a coruja seguia voando ao seu redor.
A cada passo o caçador começou a notar que a melodia começava a repercutir, como se a própria floresta começasse a canta-la. Aquilo o consolava, trazia memórias de belíssimos campos floridos e criaturas esvoaçantes rindo e cantando suas baladas em noites de luar, árvores cheias de saúde e vitalidade que vibravam e dançavam junto as melodias.
Até que o rosto de um amigo lhe veio a mente fazendo-o apertar o cabo do arco com mais força. O amigo, que fora estupido o suficiente para amaldiçoar a amada e a si próprio e lhe tirar a vida. O amigo que, chegando ao centro da floresta, onde se erguia o majestoso salgueiro de Áine, a rainha das fadas, lhe encarava pelos olhos de Ryan segurando o maldito machado.
— Olá, Gael. – a voz de Ryan soou duplicada.
— Há quanto tempo, Ciaran. – cumprimentou encaixando a flecha.
— Não está feliz de me ver. – acusou Ciaran.
— Você devia estar queimando nas chamas do purgatório pelo que fez. Ao invés disso está aqui, teimoso e possuindo o meu amigo.
— É verdade, preciso de um corpo, e também de destruir a maldita árvore que Áine teima em proteger. – Ciaran contou sorrindo.
— O que fez com ela? – Kael perguntou temeroso.
— A deixei vagando por essa floresta sem rumo até que conseguisse concluir minha ambição e então tirá-la daqui, casar e ter filhos. – disse deliciado.
Lembrou-se da luz de lamparina que viu logo quando acordou, os olhos arregalados. Estivera tão perto...
— Como pôde? – Ciaran amaldiçoara toda a floresta.
— Como eu pude? Você poderia ter acabado com isso duzentos anos atrás, me matando, mas você era muito puro para isso. Talvez continue sendo. – falou tocado. – Agora é sua chance de provar, me mate, Gael, e liberte sua mulher da maldição.
Kael puxou a corda do arco mirando o coração do amigo que caminhava na direção do salgueiro. A respiração entrecortada. O que deveria fazer? Se matasse Ciaran mataria Ryan também, se não fizesse isso... Ele estava há poucos metros da árvore.
— Que decepçã...
Ciaran pareceu engasgar, sentindo dor, o machado caiu no chão.
— Me mate... Kael, me mate. – A voz suplicante de Ryan soou, lágrimas escorriam de seu rosto. –Nos liberte disso!
Foi como soltar um suspiro, a flecha penetrou o peito do amigo que caiu para trás, a face aliviada. Cambaleando, Kael sentiu um cheiro adocicado envolve-lo. Áine estava ali, ouviu-a:
— Meu amor, eu sinto muito.
— Não sinta. Fiz o que tinha que fazer.
— Obrigada. - ela sussurrou recolhendo suas lágrimas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gratidão a todos que acompanharam essa estória!
A todos que comentaram e aqueles que favoritaram também!
Foi muito bom escrever esta estória e poder interagir com vocês.
Se ainda não respondi seus comentários, o farei até o fim do mês, e o mesmo vale para as trocas de leitura! Esse mês está bem movimentado, por isso, ficaria muito feliz se me perdoassem pelo atraso.
Estou aceitando críticas sobre a estória, pois talvez eu pegue ela para reescrever depois. Para mim vai ser muito importante ter um feedback de vocês!
Enfim, é isso. Gratidão! Desejo uma ótima conclusão de desafio para todos e até o próximo!