A Fada e o Caçador escrita por Sorima


Capítulo 4
Laços


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Kael seguiu as luzes até que o cansaço o forçou a parar. Respirando com dificuldade o caçador se sentou no chão da floresta com as costas apoiada no tronco de alguma árvore. Fechou os olhos. Se sentia exausto, tinham sido muitas reviravoltas e a atmosfera ao seu redor não o deixava relaxar. Por outro lado, se não descansasse não conseguiria sair dali.

Seu estomago doía, a sede voltara e se sentia doente. Não parecia que aquela floresta se iluminaria mais do que as luzes que o guiavam. Luzes que se aproximavam dele pelo que percebia pelas pálpebras cerradas. Uma sensação de calor percorreu seu corpo fazendo-o se sentir mais leve, em segurança. Sua mente ficou vazia e um sentimento de genuína alegria pareceu crescer dentro de si.

Sentia a luz do sol lhe esquentar a face e um cheiro adocicado chegar as suas narinas. Ouviu um riso meigo daquela que agora estava envolvida em seus braços e o envolvendo também.

— Você vai me tirar daqui? Desta floresta encantada? – ela perguntou em um sussurro.

— Eu lhe prometi, não foi? – respondeu-lhe sorrindo.

— É verdade. Mas você demorou tanto a chegar... Achei que tinha se esquecido.

Ela falou se afastando. Kael abriu seus olhos, diante de si estava a mulher mais bela que já vira, que apagava inclusive a clareira florida em que se encontravam. Lábios cor de cereja e a pele tão clara que era estonteante, olhos amarelos o encaravam com tristeza e longos cabelos vermelhos desciam pelas suas costas das quais pareciam sair um par de asas transparentes que refletiam a luz como um arco-íris. Quis responder, mas o que responderia? Ficou olhando-a de boca entreaberta. A conhecia, constatou ao perceber a saudade que sentia pesar em seu coração. E qual era seu nome, e que promessa fizera a ela?

— Você não se lembra, não é? – Lágrimas surgiram em seus olhos. – Era de se imaginar, quantos anos já fazem?!

— Me perdoe. – o caçador se ouviu dizer.

— Não há o que perdoar. – falou colocando uma das mãos no rosto do homem a sua frente. – Não fez nada de errado. Deveria me deixar aqui.

— Não de novo. – rebateu novamente sem entender bem o que se passava.

Ela respirou fundo parecendo tomar uma decisão.

— Então confie nas luzes, nas corujas e nas árvores, elas lhe trarão até mim, se lhes disser meu nome. Só tome cuidado, meu carcereiro ainda quer me manter aqui.

Ela se adiantou e depositou um beijo na bochecha do caçador.

— Eu te amo, meu amor. E lembre-se, meu nome é...

— Áine! – quase berrou Kael acordando assustado de seu sonho.

Risos pareciam implodir de todos os lados da floresta fechada, agora iluminada por uma luz pálida. Kael olhou ao redor, tudo era muito verde e pequenos grupos de flores de diversas cores se encontravam em todos os lados. O caçador se levantou assustado, não era possível que estivesse na Floresta dos Ecos, mas onde mais poderia estar? Pensava enquanto se erguia. A coruja não o tinha carregado para tão longe... Estacou.

A coruja que agora o encarava entre as árvores, mas com um tamanho mais apropriado para a sua espécie.


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