Deslumbrante escrita por Pinkie Bye


Capítulo 2
Tragédia em Hollywood


Notas iniciais do capítulo

Olá!
E como prometido, hoje tem capítulo novo.
Esse capítulo serve de transição - que saiu maior do que eu esperava -, por isso não tem nenhuma citação de música.
Quero agradecer a MaryDuda2000 e a Polaris pelos comentários maravilhosos no capítulos anterior ♥
É isso, boa leitura!



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The Gotham Times

Março de 2001

TARA MARKOV MORRE AOS 22 ANOS

 

A atriz em ascensão, de descendência russa, Tara Markov, faleceu, aos 22 anos, vítima de um acidente de carro. O ocorrido aconteceu na Sunset Boulevard, na madrugada desta quarta-feira (21). 

Segundo o relatório da perícia, o veículo dirigido por seu motorista, Garth Perez — que se encontra em estado grave no PIH Health Good Samaritan Hospital —, estava em alta velocidade e bateu contra uma das lojas. De acordo com o relatório médico, Perez tinha 0,32% de álcool no sangue.

Tara era neta da grande estrela de Hollywood dos anos 40, Elizabeth Markov. Elizabeth, ao auge dos seus 78 anos, é ganhadora de 3 Oscars e protagonizou clássicos como o remake de “E o Vento Levou” de 1953 e “La luna azul” de 1948. Apesar de não possuir um currículo muito extenso, Tara ganhou duas indicações ao Oscar por seus trabalhos em “Após o Tremor” e “O contrato de Judas”.

A família Markov ainda não se manifestou publicamente sobre o fato.

 

Fiquei boquiaberta ao ler a notícia. Nós conversávamos, tínhamos aliados em comum, mas nunca chegamos a nos considerarmos amigas. Apesar disso, era triste ver alguém partir na flor da idade. Ainda mais alguém que cresceu comigo, cheia de sonhos e ambições.

Com um vestido preto longo, um colar de pedras brilhantes e uma sombra preta, fui ao velório dela. Seria aberto para o público, por isso estava lotado.

Me aproximei e dei meus pêsames para a família, depois abracei minhas amigas. Kory chorava copiosamente, Karen olhava distante e Lucky claramente estava tentando evitar as lágrimas.

— Ela era tão jovem — Kory murmurava, limpando as lágrimas com um cervelt. — Como uma coisa dessas pôde acontecer, Rae?

— Também queria saber — disse, passando meu braço esquerdo por seus ombros.

Os repórteres fizeram alvoroço quando Elizabeth Markov pisou ali. Ela conseguia ser incrivelmente deslumbrante apesar da idade. Os olhos azuis pareciam combinar com a tonalidade embranquecida dos cachos. Seu vestido preto destacava suas curvas finas. 

Enquanto sua avó discursava aos prantos, sobre a glamurosa vida curta da neta. Notei um homem alto e musculoso perto do caixão, segurando as mãos gélidas de Tara. Seus olhos verdes eram marcantes, marcantes ao ponto de te causar arrepios, daqueles que parecem te analisar até a alma.

— Aquele é Damian Wayne. — Lucky sussurrou para mim. — Ele era o namorado da Tara.

— Era o que ele achava… — complementou Karen.

Franzi o cenho.

— Publicamente eram o casal perfeito — Karen explicou — Porém fazia uns bons meses que ela o traía com Garth Perez.

— Como ela conseguiu trair um deus desse? — Lucky comentou.

— Traição não é questão de beleza e sim caráter. — Eu disse.

— Que Deus a coloque em um bom lugar! — Karen fez o sinal da cruz. — Mas seu caráter não era um dos seus traços mais admiráveis.

O enterro aconteceu no dia seguinte. Fomos juntos com seus parentes em cima do caminhão de bombeiros. Demos tantas voltas pelas ruas de Los Angeles que estava começando a me sentir enjoada. A multidão nos acompanhava fielmente. Tara era amada e não se dava conta disso. Eu também era assim. 

Me abanei, estava torrando no sol quente e meu cabelo estava molhado. Não queria nem ver minhas fotos nas próximas edições. Mas não era apenas aquele detalhe que me incomodava. Damian estava vidrado em mim, parecia nem piscar.

Depois de uma hora, adentramos o Hollywood Forever Cemetery. Ela seria enterrada no jazigo da família, que se localizava numa parte afastada, próxima a árvores de cerejeiras. Guardei a imagem na mente, para poder me localizar caso quisesse visitá-la algum dia.

O funeral foi privado e não demorou muito. Só quando desceram o caixão que me vi chorando.

Os coveiros começaram a tapar o burraco e as primeiras pessoas foram embora. Kory me abraçou e se despediu. Karen falou para eu me cuidar e que Tara estava em um lugar melhor. Lucky me deu um meio sorriso e pediu para que eu a visitasse algum dia. Fiquei mais um pouco e novamente notei a presença de Damian, algo me dizia que ele queria vir ao meu encontro, mas tinha receio.

Iria me aproximar, porém Elizabeth me alcançou primeiro.

— Você deve ser a Rachel, certo? — perguntou, seus olhos encontravam-se vermelhos.

— Sou sim. Eu era colega de trabalho da Tara. Lamento muito a sua perda.

— Sabe, a minha Tara gostava muito de você. Ela te via como a irmã que nunca teve. Era uma das poucas pessoas que ela podia contar.

Por um momento, me questionei se aquilo era mesmo verdade ou se Elizabeth havia inventado para ser gentil.

— Nossa, eu… nem imaginei que fosse tão importante assim pra ela.

— Uma amiga de Tara, é uma amiga minha também. — Sorriu. — Posso te abraçar?

Assenti e ela me envolveu em seus braços. Seu perfume era adocicado. Queria ter conhecido minha vó. Era possível sentir saudade de quem nunca conheceu?

Nos separamos.

— Te desejo todo o sucesso e felicidade do mundo, querida. Tenha uma boa vida e lembre-se: Viva um dia de cada vez e se priorize em primeiro lugar.

— Obrigada.

Outra vez sozinha, escutei uma voz atrás de mim:

— Lizzie também me pareceu mais gentil do que imaginava quando conversamos pela primeira vez.

Me virei e encontrei duas orbes esmeraldinas.

— Quero envelhecer em bom estado que nem ela. — disse, me aproximando. — Meus sentimentos, Damian. — Estendi a mão.

— Meus sentimentos pra você também. Ela falava muito de você.

— Acredite, não é o primeiro que me fala isso hoje. — declarei, encarando o chão.

— Não é o melhor momento… mas gostaria de ir beber um café? — Me olhou com expectativa.

— Pode ser cappuccino?

Fomos à minha cafeteria favorita, que coincidentemente era de sua propriedade. Wayne’s CoffeeShop. Fiquei atônita comigo mesma por não ter feito a ligação antes.

Ficamos minutos em silêncio, até ele o quebrar falando de sua trajetória artística, sobre seus pets e de seu pai que vivia o pressionando para ser perfeito.

— Mas chega de falar de mim, como está se sentindo? — disse deixando sua torta de morango de lado.

Suspirei fundo, encarei meu cappuccino.

— Para ser sincera, nem sei…

— Tudo bem, não quero te forçar.

— Não é isso, é que… Tara me via como amiga e nem me dei conta…

Ouvi Damian suspirar.

— Sinto falta dela. Todos dizem que era de fachada, talvez fosse pra ela, mas não pra mim. Começou como uma estratégia, “O contrato de Judas” havia acabado de ser lançado e seria bom para a divulgação. E, a família dela ficaria nada contente em saber que ela namorava o motorista. Mas… realmente a amei, e amei mesmo quando soube de seu caso com Garth. Poderíamos não ser compatíveis, mas sempre terei um respeito especial por ela.

— Posso ser sincera? Tara não era de demonstrar, mas… tenho certeza que ela também te amava, talvez não do jeito que esperava, mas amava. Assim como me considerava sua amiga.

— Ela era única e nunca será esquecida. Um brinde à Tara! — Ele levantou o seu copo de café.

— Um brinde à Tara! — Brindamos.

Depois daquele dia começamos a passar mais tempo juntos. Caminhávamos, íamos a jantares, discutíamos sobre o futuro no telefone. Não me lembro quando comecei a amá-lo, simplesmente aconteceu. No final de 2001, anunciamos o namoro.


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Notas finais do capítulo

E a Tara foi de arrasta pra cima, pobrezinha.
E assim descobrimos como foi o pontapé inicial desse relacionamento entre a Rachel e o Damian, agora se isso vai dar certo, só saberemos nos próximos capítulos, apesar da sinopse já ter dado um spoilerzinho kkkkk
Espero que tenham gostados, nos vemos nos comentários e até sexta-feira que vem! ♥



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