Deslumbrante escrita por Pinkie Bye


Capítulo 1
Eles dizem que sou uma garota de sorte


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Demorei, mas cheguei com mais um desafio. Queria ter dado as caras antes, mas só agora estou me sentindo melhor da gastrite.
Sobre a histórias, escolhi 3 músicas da Taylor Swift para participar desse desafio. A musica de hoje será "The lucky one".
Para ser sincera, eu tive outros plots antes, porém, todos iriam ultrapassar o limite de 5 mil (e normalmente eu escrevo bem mais que isso por capítulo), parece que agora consegui encontrar um plot que não vai ultrapassar - espero kkkkk. A short terá um total de 4 capítulos e talvez o fato de minha leitura atual se tratar de Evelyn Hugo tenha influenciado o formato dessa história kkkkk
É isso, boa leitura!



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“Outro nome brilha nos holofotes como diamantes no céu

e eles te dirão agora que você é a sortuda”

(The lucky one - Taylor Swift)

 

EU BATALHEI PARA CHEGAR ONDE CHEGUEI. Podem não acreditar, mas corri com todas as minhas forças atrás do meu sonho, o qual carrego comigo desde quando meu falecido pai me levou para ver uma apresentação de “O mágico de Oz”, quando tinha 7 anos de idade. Desde aquele momento que vi os atores interagindo diante de uma plateia, sabia que era da atuação que eu queria fazer a minha marca.

Me mudei com apenas 19 anos para Los Angeles, após sair de casa, levando comigo apenas meia dúzia de roupas, um cobertor velho e um sonho na bagagem.

Fui morar no velho casarão do meu avô Gerald. Ele estava debilitado devido a um AVC e precisava de ajuda para seus afazeres mais simples. Agarrei a oportunidade. Além de poder — finalmente — deixar de morar debaixo do mesmo teto que Angela, poderia ser a sorte batendo na minha porta.

O meu sonho californiano! A minha chance de ser uma atriz reconhecida!

A casa era velha e cheirava à naftalina. Os móveis estavam empoeirados, senti dó das enormes fileiras de coleções de livros cobertas de cupins nas estantes. Ajudei Jennifer, a governanta, revezavámos entre limpar e cuidar do vovô. Levou uma semana para tudo ficar em ordem.

A doença não retirou somente a habilidade de andar do vovô, retirou também seu sorriso. Ele passava a maior parte do tempo no quarto, assistindo a antiga TV, cheia de chuviscos e encarava o teto, sentado cabisbaixo. Era uma rotina incrivelmente solitária e monótona. Queria fazer algo por ele, mas estava fora do meu alcance.

Jennifer trabalhava ali há 15 anos, em 9 deles, vovô se encontrava naquela luta. Ela dizia que era triste ver um homem que viveu mais de 70 anos sendo tão ativo e saudável, cuidando de seu jardim, agora amoado e debilitado daquela maneira.

— Ele está cansado. — Ela disse, e eu soube decifrar suas palavras.

— É, ele está cansado. — concordei, terminando o bordado.

— Temo que esse será o seu último natal.

E como ela previu, ele nos deixou em uma madrugada daquela primavera.

Mesmo antes de sua partida, eu aproveitava as tardes livres para ir às aulas de teatro. A Sra. Anders, a minha professora, era rígida e estava longe de ser um poço de simpatia — na verdade, muito menos eu era —, mas sua filha era um doce e rapidamente se tornou minha melhor amiga.

Kory era talentosa, otimista e tinha a habilidade de ver sempre o lado bom das pessoas.

Além dela, fiz outras amizades. Karen, Lucky, até Tara, apesar de ser metida. Todas nós tínhamos um sonho, queríamos ser reconhecidas, que os holofotes focassem em nós. Isso nos aproximou.

Passávamos horas lendo os roteiros, nos divertindo testando roupas e improvisando brigas bobas.

Com as meninas as tardes eram melhores e divertidas. Era como se todos os meus problemas sumissem. Eu realmente estava feliz.

Angela sempre riu de mim quando lhe contava sobre ser atriz quando criança, afinal:

— Uma garota pobre nunca vai alcançar as estrelas, se contente com as esponjas, pois é só isso que você vai conhecer.

Doía, mas ignorava.

Angela era ignorante, nunca deve ter sentido a sensação de estar viva de verdade. Quando eu subia ao palco e me conectava com meus personagens, me sentia renovada, única. Como se só a peça importasse.

As cortinas se abaixavam e eu recebia a chuva de aplausos com todo prazer. Era pra isso que fui feita. No palco eu era uma estrela e, diferente da minha mãe, não aceitaria ter uma vida que não mereço.

Eu herdei a casa do vovô, ele deixou tudo para meu nome no testamento. Tive que dispensar Jennifer, tinha apenas 20 anos quando vovô partiu, conseguia mal me manter, imagina conseguir lhe pagar um salário.

Jennifer entendeu e me disse que mesmo não sendo mais minha governante, caso precisasse de uma amiga, estaria à disposição. Agradeci e na nossa despedida, rezamos por dias melhores.

No começo do verão, o sol brilhou para mim. Uma audição para um canal infanto-juvenil famoso. Seria uma série adolescente, a protagonista, Melody, era uma jovem de 16 anos que enfrentaria a monstruosa jornada do Ensino Médio. 

Tive uma crise existencial e recorri a ajuda de remédios para conseguir dormir na noite anterior à audição. Faria o teste para o papel de Melody. Iria competir, dentre tantas garotas lindas e talentosas. Estava confiante, porém tinha um pé no chão. Para ser uma atriz, 20 anos já era considerada uma idade avançada.

Madruguei na manhã seguinte, vesti meu vestido roxo com babados — que Jennifer me ajudou a comprar — e fui para o estúdio. Minhas mãos estavam gélidas e tremiam. Torci para que o batom vermelho que pesava meus lábios, junto com os brincos de ouro banhado, fossem o suficiente para disfarçar meu nervosismo.

Dei meu melhor no teste, só Deus sabe o quanto treinei para dar um toque de personalidade para uma protagonista tão genérica.

No final de semana veio o resultado. Não consegui o papel de Melody, mas consegui o de Melissa, a sua arqui-inimiga. Vibrei, liguei para Jennifer, chamei minhas colegas para comemorar. Fomos beber e comer pizza. Poderia não ser a estrela principal, mas apareceria na tv para milhões verem.

Rachel Roth. Meu nome começaria a brilhar! 

No ano seguinte, conquistei uma indicação como “melhor atriz coadjuvante” no Emmy. Não venci, nunca esperei que fosse, mas valeu a experiência. Graças a ela, consegui mais espaço. Estreei dois filmes de uma trilogia slasher teen e atuei em papéis pequenos em outras séries clichês.

Fui chamada também para ser modelo de uma marca famosa, aparecendo na primeira capa da Vogue na primavera de 2001.

Lembro que fui convidada para o Oscar daquele ano. Meu vestido era azul royal, comprido e tomara que caia, com um cinto igualmente azul na minha cintura fina. Meu cabelo preto estava solto e Gwen, minha maquiadora, caprichou na maquiagem, de um jeito que destacava meus olhos azuis claros.

Andei no tapete vermelho e posei para as fotos. Sabia que não era a estrela da noite, não era iludida, nem ao menos fui indicada, porém era boa aquela atenção. Quando terminei de cruzar o tapete, uma repórter me abordou. Pamela Isley. Era a mandachuva da “Poisonous Sweets”.

Que dor de cabeça!

Ela veio enfiando o microfone debaixo do meu nariz. Perguntou sobre o que eu esperava para o futuro da minha carreira, como ia minha vida amorosa, quem eu achava que venceria o prêmio da noite... Tudo parecia estar fluindo perfeitamente bem, até que…

— Mas a pergunta que não quer calar, Rach… posso te chamar assim?

Assenti, por educação.

— É verdade que você teve uma ajudinha da sua amiga Tara?

— Como assim?

— Bom, todos sabemos que ser amiga da neta de uma superestrela tem lá seus benefícios.

Forcei o sorriso para câmera diante de sua ousadia.

— Está enganada, querida.

— Estou? — riu debochada. — Tenho fontes confiáveis que dizem outra coisa.

— Se estivesse mesmo inteirada, saberia que Tara jamais faria algo para ajudar a concorrência. E mesmo se ajudasse, eu nunca aceitaria.

— Mas a sua contratação é muita coincidência, não acha? Eu acho que você teve muita sorte em ingressar num estúdio de renome logo no início da carreira.

Finquei minhas unhas na palma da mão.

— Você diz sorte, eu digo merecimento! Batalhei para chegar até aqui! 

— Desculpe, mas a cronologia dos fatos não me parece certa.

— Claro que não te parece. É normal que não entenda Pamela, você não sabe o que é esforço, afinal sempre teve tudo de mão beijada. Estaria exigindo demais de você. — Sorri cínica.

Dito isso, dei-lhe as costas e prossegui com a minha noite. Sem me preocupar com a versão alterada daquela conversa que rodaria na manhã seguinte.


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Notas finais do capítulo

Eita! Que por esse feche a Pamela não esperava kkkkk Rio imaginando a cara dela, Rachel ícone.
Espero que gostem e nos veremos de novo, se tudo ocorrer bem, sexta-feira que vem! ♥



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