— Obrigada por me chamar para tomar café, Any. – Elisa sorriu enquanto tomava um gole de seu chá. – Embora tecnicamente seja chá.

— Bem, mais uns dois ou três meses e você poderá finalmente voltar a cafeína. – Any sorriu para a amiga. – Você parece incrivelmente grávida.

— Ter três crianças me mantem acordada a noite toda. – Elisa esfregou a barriga. – Mas estaria mentindo se eu dissesse que não estou ansiosa.

Enquanto isso, na OPS, Callen estava em trabalho de mesa. Ele havia pedido por esse trabalho, uma vez que faltavam apenas alguns dias para seus trigêmeos nascerem e ele não queria estar no meio do mundo quando finalmente acontecesse.

Por mais que adorasse detonar terroristas, Callen não se importava em não estar fazendo agora. Ele estava ansioso para finalmente poder segurar seus filhos.

Olhando para a amiga, Any notou como Elisa continuava a passar a mão pela barriga e estremecia. Ela estava monitorando nos últimos vinte minutos e estava ficando cada vez mais cedo.

— Amiga, eu acho que vou levar você para o hospital. – Any colocou dinheiro na comanda e deixou sobre a mesa, acenando para o garçom. – E eu não quero nenhuma reclamação.

— Eu acho melhor mesmo, Any. – Elisa se levantou com a ajuda da amiga, mas estremeceu e gritou quando água caiu de suas pernas. – Oh, merda.

— Vamos agora mesmo. – Any sinalizou e a mulher do caixa deixou um ajudante nela e veio correndo. – Meu carro.

Abrindo a porta, ela ajudou Elisa a sentar. Any tinha colocado plásticos desde o dia que Elisa fez seis meses de gravidez. Ela queria estar preparada para tudo e estava certa.

Sentindo o telefone vibrar, Callen estranhou que Any estivesse ligando para ele.

— Any, o que está acontecendo? – Callen se levantou e pegou o casaco. – O que?

— É isso mesmo, Callen. – Any estava usando o sistema multimidia de seu carro. – Estou levando Elisa para a maternidade e espero que você esteja lá. Ela está em trabalho de parto.

— Estou indo. – Callen saiu correndo, assustando Sam, que se juntou a ele. – Pode dirigir para mim?

— Com certeza. – Sam sorriu e Callen se sentou no banco do passageiro.

Sam pegou o carro e acelerando, ligou as sirenes do carro para que ele pudesse ir rápido.

— Não se preocupe, amigo. – Sam disse. – Estaremos lá em cinco minutos.

— EU PRECISO DE AJUDA! – Any gritou quando entrou no hospital com Elisa. – Ela está grávida de trigêmeos e está em trabalho de parto.

— Por aqui. – Uma enfermeira ajudou Elisa a se sentar em uma cadeira de rodas e a levou para a sala de parto enquanto a outra chamava a médica.

Sam deu um cavalo de pau na frente do hospital e Callen saiu meio tonto do carro. Aparentemente, Sam já sabia o esquema porque dirigia como se estivesse com uma bomba no porta malas.

Entrando na emergência, ele viu Any, que acenou para ele, indicando o caminho para onde ele deveria seguir. Ele conseguiu encontrar a sala seguindo os gritos de dor.

— Você precisa respirar fundo antes de entrar. – Any o segurou e o abraçou. – Manda ver, papai.

Callen colocou um avental, uma mascara e um par de luvas. Ele entrou e segurou a mão de sua esposa.

— Eu vejo que você é o pai. – A médica disse no meio de Elisa. – Sua esposa está toda dilatada. Os trigêmeos estão vindo.

Segurando sua esposa, Callen deu um beijo na testa dela.

— Você escolheu uma música para esse momento? – A médica pegou o dispositivo usb e o conectou no aparelho destinado a isso.

Lullaby das Dixie Chicks começou a tocar então tudo começou a acontecer.

— Estamos para o show. – A médica se arrumou e sorriu. – Elisa, quando eu disser para empurrar, você empurra com toda a força.

— Você será linda. – Callen segurou a mão dela novamente.

— Ow! – Elisa sentiu outra contração e uma vontade de empurrar.

— Certo. – A médica suspirou. – Empurre com toda sua força.

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Elisa gritou quando empurrou com força, apertando os dedos de Callen ao mesmo tempo. – AHHHHHHHHHHHH!

— Mais uma vez com toda força. – A médica sorriu ao ver a cabeça do primeiro bebê. – Empurre!

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Elisa se contorceu e apertou com vontade a mão de Callen.

Ela sentiu um puxão e uma sensação de uma melancia passando pelo corpo e logo a dor e exaustão foi substituída por um choro.

A pequena Sophie estava sendo enrolada e limpa.

Sam e Any estavam observando pela porta de vidro. Depois de colocar a roupa devida, Any entrou e pegou seu telefone. Elisa havia pedido a ela que tirasse as primeiras fotos.

A foto foi registrada quando Elisa levou a filha aos braços. O olhar de Callen era de total paixão. Sua primeira garotinha estava aqui e ele sabia que precisava proteger essa pequena princesa.

— Senhorita, acho que precisa dar à luz aos outros dois. – A médica se odiou por interromper a cena.

Entregando a filha para a enfermeira, Elisa gemeu quando uma contração a atingiu.

— Empurre, ok? – A médica viu Elisa se preparando e então se arrumou.

— AHHHHHHHHHHHH! – Elisa gritou quando fez e apertou a mão de Callen, que permaneceu sem reagir a dor. – AHHHHHHHHHHHHH!

— Mais uma vez. – A médica sorriu. – Mais um empurrão.

— AHHHHHHHHHHHHH! – Elisa gemeu e sentiu a sensação de dar à luz a uma melancia novamente, mas dessa vez, ela sentiu que o último bebê estava impaciente. – AHHHHHHHHHHHHH!

— Oh! – A médica tirou a menina dois e logo se preparou para o menino. – Mais um empurrão e isso acaba.

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Elisa apertou a mão de Callen, que gritou junto da esposa. – AHHHHHHHHHHH!

— AHHHHHHH! – Callen sentiu seu mundo ficar borrado e viu seu bebê nascer antes de cair no chão.

— GRISHAA! – Elisa olhou para o marido e depois para os bebes sobre a mesa sendo examinados. – Eles estão bem?

— Sim, seus filhos e seu marido estão bem. – A médica vestiu um par limpo de luvas e examinou Callen. – Coloque uma tala no pai. Acho que os dedos dele estão meio quebrados.

Elisa olhou para seu marido sendo atendido e depois para seus filhos e sentiu uma vontade de chorar. Felizmente Any estava com ela enquanto Sam ficava com Callen. Ele sem ninguém perceber tirou uma foto de seu amigo desmaiado.

Essa era uma foto que ele com certeza iria colocar em um álbum.

Duas horas se passaram. Elisa estava descansando em seu quarto, com seus bebês. O lugar todo estava cheio de flores, presentes e balões, a maioria vinda do tio de Callen, que estava a caminho.

— Eu estou apaixonado por esses bebês. – Callen segurava o pequeno Chris em seus braços. – Nem sei como agradecer, Any.

— Imagina, Grisha. – Ela sorriu, segurando Sophie. – Eu vou ser uma madrinha perfeita para essa princesa e os outros dois.

— Com licença. – Kensi entrou e sorriu ao ver a pequena Antonella. – Meu Deus, Callen, você tem três filhos de uma vez.

— Cara, você merece. – Deeks o abraçou.

Hetty entrou e sorriu ao ver a alegria de Callen. Ele agora tinha uma família, a que ele sempre mereceu ter.

Olhando para sua esposa, Callen sabia que ela era a mulher mais perfeita no mundo.

Ele iria até o fim do mundo para proteger sua família.