— Diga-me novamente porque eu aceitei que você me trouxesse para esse lugar. – Juliet olhou para Thomas. – Eu gosto de aventuras, mas não correndo o risco de ser picada pelas cobras.

— Não se preocupe, querida. – Thomas sorriu enquanto a liderava. – Eu quero mostrar para você um lugar que eu encontrei.

— Espero que não tenha uma cópia desse filme por lá. – Juliet disse. – Eu te amo, mas meu amor diminuiu quando você me levou para ver esse filme.

— Eu estava errado. – Thomas admitiu. – Mas não estou sobre esse lugar.

Juliet apenas deu o braço a torcer e acompanhou Thomas através das arvores e pelos arbustos. Eles logo deram lugar a uma estrada recém feita.

Juliet sorriu enquanto ouvia o que parecia ser água corrente.

Aquele dia havia começado estranho. O bufe do casamento cancelou quase um mês antes da cerimônia, Thomas acordou doente e como se não fosse o suficiente, um dos gerentes do banco ligou para Thomas perguntando sobre um depósito recente.

Mas quando Thomas ficou melhor, ele pegou a cesta de piquenique, a carregou com coisas que não precisariam de geladeira. Uma bela garrafa de vinho descansava segura e as taças também.

— Estamos saindo, Kumu. – Thomas anunciou. – Se alguém ligar diga que estamos de férias e dê um número na lista de detetives.

— Claro. – A mulher sorriu. – Se divirtam.

Juliet sequer sabia onde Thomas a estava levando. Poderia muito bem ser em uma de suas perseguições, uma parada no meio do oceano com o barco do casal ou até mesmo um lugar afastado.

O carro parou na entrada de uma trilha logo atrás da mansão de Robin, apesar de ser mais afastada.

— Precisávamos ter vindo com o carro? – Juliet perguntou.

— Bem, podemos tecnicamente estar na parte de trás da propriedade, mas a trilha só é acessada por essa entrada afastada. – Thomas explicou. – E vamos ter que caminhar um pouco.

— Defina “um pouco”. – Ela apenas queria provocar um pouco seu namorado.

— Cerca de uma hora ou duas. – Ele mostrou um telefone por satélite. – Temos sinal todo momento.

— Legal. – Juliet trocou os saltos por tênis de caminhada. – O que você não tem nessa sua mochila?

— Uma mulher nua. – Ele lambeu os lábios olhando para ela. – Mas quem sabe quando chegarmos lá....

— Vai ter sorte se eu te deixar vivo. – Juliet brincou e os dois entraram floresta a dentro, trancando o carro.

Uma hora e meia depois, Thomas entrou na estrada recém construída e ajudou Juliet a não afundar na lama. Eles finalmente chegaram ao lugar que Thomas queria mostrar a sua garota.

— Eu achei que valeria muito a pena. – Thomas viu Juliet sorrindo ao ver a cachoeira. – TC e eu a encontramos alguns dias atrás. Aquele dinheiro que entrou na minha conta vou usar para comprar esse anexo.

— Você não vai destruir a cachoeira, não é? – Juliet estava preocupada.

— Na verdade, eu vou transformar em um parque para que as famílias venham. – Thomas a levou. – Sabe, havia uma construtora querendo destruir e construir apartamentos aqui. Então pedi um favor ao meu tio e ele comprou para mim.

Juliet sorriu e o beijou, sabendo que Thomas era preocupado assim como ela.

— Mas antes de abrir a todo mundo, eu pensei de curtir um pouco apenas nós dois. – Ele tirou as comidas e a garrafa de vinho. – E que sabe a gente fazer algo sacana aqui.

— Sua mente pensa em mim pelada o tempo todo? – Ela estava o provocando. – Ou eu não sou a única coisa nessa cabecinha linda.

— Na verdade, eu penso em você debaixo de mim, gritando de prazer. – Thomas a beijou e foi em direção a cachoeira, tirando a camisa e o resto da roupa. – Quer vir?

Juliet deixou a comida segura e foi com seu namorado para dentro da água.

Depois de quase uma hora, eles deixaram a água e voltaram, pegando a comida na sombra que Juliet havia deixado.

— Eu nem posso começar a dizer o quanto você me deixa feliz, Thomas. – Ela sorriu enquanto mordia um biscoito em formato de coração. – Isso tudo. O piquenique, a cachoeira e você ter comprado esse lugar apenas porque não queria que fosse destruído.

— Sim, eu sei. – Thomas suspirou. – Sabe, quando minha mãe morreu, meu tio intensificou a busca por mim e meus amigos. Hannah os mandava na direção errada toda vez.

— Thomas? – Ela o viu olhar para ele. – Você está feliz agora?

— Se eu estou feliz? – Ele suspirou. – Eu tenho uma namorada que tem belos olhos e um cabelo lindo, tenho dois cachorros que me adoram, amigos que me fazem feliz e acabei de fazer amor em uma cachoeira com a referida garota. – Ele olhou para ela. – Claro que estou feliz.

— Quer dar mais uma volta? – Ela sorriu, estendendo a mão. – Vamos dar uma olhada em tudo o que temos aqui.

— Você quer saber se tem um campo de flores ou de folhas fofas? – Ele sorriu romanticamente. – Porque tem e eu quero você deitada nele.

— Acho que vou voltar grávida. – Ela sorriu. – Vamos.

Eles encontraram o campo de margaridas que era grande o suficiente para que eles deitassem. Logo um vento começou e ambos começaram a correr de volta para a cachoeira.

Felizmente, eles chegaram a pequena gruta antes de começar a chover.

— Eu nem sabia que iria começar a chover. – Thomas se desculpou. – Que bom que temos comida aqui.

— Thomas Magnum. – Juliet foi interrompida quando ele a puxou para um beijo. – Amor de tempestade?

— Mais ou menos. – Thomas sorriu para ela.

Os dois fizeram mais amor até que a tempestade acabasse. Felizmente ainda eram apenas quatro da tarde e Thomas levou Juliet em seus braços até o carro.

Chegando na mansão, ambos correram para dentro, molhados e com lama da trilha.

— Vocês dois nos deixaram preocupados. – Kumu balançou a cabeça. – Vão tomar um banho antes que Thomas fique doente de novo.

Como se por uma indicação, Thomas espirrou, cobrindo o nariz e a boca.

— Tarde demais. – Ele foi tomar banho na casa de hospedes enquanto Juliet foi no quarto principal.

Saindo do banho, Juliet notou que Thomas já estava limpo e deitado na cama, roncando. Ela pegou um cobertor e o cobertou, pegando também remédio para gripe e um termômetro.

Alguns dias, Thomas finalmente terminou os documentos necessários para transformar o lugar em um parque protegido por lei.

Ele deu o nome de Parque nacional Juliet Higgins, em homenagem a sua futura esposa.

Eles tinham vindo até a cachoeira novamente e Thomas a pediu em casamento.

Colocando a pedra inicial na entrada, Juliet se virou e beijou seu futuro marido sem notar que alguém estava olhando para eles. Mais especificamente para Thomas.

E não era de uma maneira boa.