Andando pelo bunker, Dean Winchester estava de bom humor. Era um dos raros dias que eles não tinham caçadas e ele e Sam estariam talvez tomando uma cerveja enquanto Sam procurava alguma informação.

Eles tinham livros demais, mas não parecia ser um problema para Sam, que estava sempre mergulhado neles de qualquer forma.

Então havia Cas. Desde que o anjo recuperou suas assas, ele ia e vinha com um intervalo de tempo. Ele estava aqui na terra e também no céu, de onde Dean sentia medo sempre que ele demorava a voltar.

O medo de seu namorado nunca voltar de lá ou alguma coisa muito ruim acontecer deixava Dean acordado por algumas noites mesmo depois de Castiel voltar.

— Eu vou pegar alguma coisa para comer. – Dean pegou a chave de seu carro e olhou para Sam. – Algo de especial que você queira?

— Não. – Sam parou e olhou para o irmão. – Me traz uma porção de batatas fritas?

— Claro. – Dean sorriu e bagunçou o cabelo de seu irmão. – Finalmente comida de verdade.

Sam sorriu. O humor de seu irmão estava melhor e ele rezou para qualquer um que estivesse ouvindo que continuasse assim. Dean merecia uma pausa de todo aquele problema Michael/Lúcifer.

Saindo do bunker, ele desbloqueou o celular e enviou uma mensagem para Cas, com esperança de encontrar ele na volta. Faziam três dias e ele estava frustrado com a falta de noticiais.

Ele considerou ligar para seu cunhado, mas Gabriel estava ocupado com alguma garota e ele não queria que ele insinuasse algo.

Envolvendo seu casaco mais perto, ele entrou no Impala e depois de colocar uma música, dirigiu de ré até conseguir virar. Ele então foi até a cidade, em busca de comida.

Gabriel os ajudou, dando uma boa quantia para que os irmãos nunca ficassem sem comida.

Castiel entrou no mercadinho em busca de um de seus informantes. Ele se moveu para os fundos da loja, onde poucas pessoas poderiam ver dois anjos se encontrando, uma vez que esse tipo de informação era muito sensível.

— Inaias, o que você tem para mim? – Cas pegou um copo e serviu um pouco de raspadinha. – Eu sei que você sabe sobre aquele assunto.

— Sobre como livrar seu garoto brinquedo da posse de Michael? – O outro anjo respondeu com uma pergunta. – Posso ter algo, mas isso vai te custar um pouco.

— Quanto você quer? – Cas se afastou, sabendo da má índole de Inaias. – Você não sabe o valor que quer.

Enquanto isso, Gabriel ligou para Sam. O irmão mais novo dos Winchester ficou surpreso com a ligação do arcanjo.

— Gabriel, a que devo essa sua ligação? – Sam estava de cara em um dos livros sobre exorcismo. – Por favor, não diga que você encontrou a Madonna e ela te levou para casa.

— Eu nem gosto de Madonna. – Gabe brincou e ouviu um bufo de Sam. – Mas o motivo que eu estou ligando é por causa de Cas. Dean está com você?

— Não, ele foi comprar comida como todas as quartas. – Por que?

— Merda. – Gabriel desligou e logo apareceu no bunker. – Não temos tempo, Sam.

Gabriel segurou Sam e o levou direto para a porta do mercadinho, bem a tempo de ver Dean entrar e um grito ser ouvido.

Entrando correndo, Sam viu o olhar chocado de Castiel e o olhar de Presunçoso de Inaias.

Dean estava vermelho enquanto olhava para o anjo.

Entrando no mercadinho, Dean foi direto para a parte dos fundos onde as coisas boas ficavam, mas o que ele viu fez seu coração se despedaçar e ele deixou o vidro de ketchup cair no chão, se quebrando.

— QUE MERDA É ESSA, CASTIEL? – Dean olhou para o namorado, quase querendo arrancar as mãos do outro cara. – E você, como se atreve? Como se atreve a beijar meu namorado?

— Eu achei que você tivesse contado a ele, querido. – Inaias sorriu de um modo completamente afetado. – Mas talvez você goste de ter dois homens com você.

— Eu cuidaria com o que diz para meu irmão. – Gabriel pegou sua espada e puxou Cas para longe do anjo. – Sam, acalme Dean antes de qualquer coisa.

Sam levou Dean para fora por alguns momentos enquanto Gabriel confrontava Castiel e Inaias apenas para confirmar sua teoria.

Mas quando Dean voltou, ele não estava menos calmo. Ele tentou partir para cima de Inaias e Gabriel teve que pensar rápido.

— Dean, pare. – Gabriel se colocou na frente do winchester mais velho enquanto Sam o segurava. – Inaias é um anjo desonesto. Ele sabe que você e Cas se amam e então ele achou que provocando essa crise de ciúmes, faria você desejar ser a casca de Michael.

Dean sentiu seu corpo todo como se ele tivesse ganhado um choque. Ele olhou para Castiel, que parecia incrivelmente derrotado. Deixando seu olhar cair sobre o outro anjo, Dean viu o sorriso presunçoso e Gabriel incitou Inaias a falar sob um poderoso poder de sua graça.

— Eu literalmente armei essa emboscada para seu garoto. Sabia que ele estava desesperado para conseguir livrar a sua bunda de tudo isso então eu apenas me aproveitei. – Inaias deu uma risada afetada. – Ele beija realmente bem, apesar de ele resistir até o fim. Se Gabe não tivesse entrado...

Gabriel deu sua espada de anjo para Dean, que avançou sobre o anjo e o esfaqueou, liberando a graça toda e caindo no chão.

Cas olhou para Dean, que deu um passo para frente e deu um beijo em seu namorado. Ele sentiu que Castiel ainda estava com medo, mas logo se soltou e sorriu de volta.

— Bem, já que resolvemos esse mal entendido, que tal vocês fazerem as compras antes que a polícia chegue? – Eu posso transportar todos até em casa, inclusive baby.

— Certo. – Dean sorriu e viu Sam ficar ao lado de Gabriel. – Vocês dois são namorados agora?

— Com todo o respeito, mas eu prefiro mulheres. – Ele ouviu outro bufo de Sam. – Embora, se eu gostasse de rapazes, Sam seria minha primeira escolha.

— Sei não. – Sam olhou para o arcanjo. – Você é pequeno demais para mim.

Tanto Cas quanto Dean começaram a rir enquanto Sam sorria como uma criança.

Pegando uma barra de chocolate, Gabriel estalou os dedos e logo todos estavam no bunker. Baby confortavelmente estacionada na garagem e a geladeira repleta das compras.

Dean deixou Cas com Sam e Gabriel na sala enquanto queria ficar um pouco sozinho. Se ele fosse honesto, Dean sabia porque de ele ter agido daquele modo. Era mais que uma proteção, era ciúmes.

— Todo mundo pode ter ciúmes, sabia, Dean? – Gabriel sorriu para ele. – Acha que Cassie não sente ciúme de você?

— Cas é um anjo, mas até ele tem seus sentimentos humanos. – Dean estava se sentindo um pouco feliz. – Então, ele sabe que você o chama de Cassie?

— Não e você não pode contar. – Gabriel sorriu e os dois voltaram para a cozinha.

Dean se sentou perto de Cas e deu um beijo nele. É claro que ele não acabaria com ciúme, mas pelo menos tentaria não tirar conclusões precipitadas.