As Oneshots De Séries 1.0 escrita por Any Sciuto


Capítulo 145
5 times Abby Say Goodbye - NCIS




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A primeira vez que Abby teve que dizer adeus a alguém foi quando a gatinha favorita dela faleceu depois de ficar velha. Abby realmente adorava Snow e achava que a pequena seria eterna.

Infelizmente, isso não era um fato. Abby tinha apenas 8 anos quando encontrou a pequena gatinha de pelos escuros deitada, imóvel no chão da cozinha, em sua almofada favorita.

— Snow? – Abby chegou perto da pequena gatinha e a pegou nos braços, lágrimas caindo de seus olhos sem medo. – Snow...

— Abby, está tudo bem? – Lucca se ajoelhou na frente de sua irmã mais velha e a viu chorar. – Acho que Snow foi embora, mana.

A pequena começou a chorar, sem se importar se ela tivesse ou não idade para isso. O nome da felina foi colocado por uma brincadeira pelo avô da garota e acabou sendo maravilhoso.

A mãe de Abby veio junto com o pai dela e depois de conversarem em sua língua de sinais costumeira decidiram enterrar a pequena gatinha no pé de uma arvore que sempre floria.

Abby fez uma pequena placa de papel, que mais tarde foi substituída por uma de pedra feita pelo pai dela.

Aquele virou um dos muitos lugares favoritos de Abby, mesmo que a pequena não estivesse mais.

A segunda vez que Abby teve que dizer adeus foi a pior de todas. O funeral de seus pais foi de longe o pior momento na vida da cientista.

Seu corpo quase não aguentou ao funeral.

Abby ficou todo o funeral de pé ao lado dos caixões deles. Nem mesmo Lucca conseguiu fazer com que Abby deixasse o lugar.

Foi quando ela conheceu Pride, que trouxe para a garota um pouco de conforto. Pride entrou na capela acompanhado de sua esposa e filha, depois de receber um telefonema preocupado de um dos agentes do NIS na época.

Ele sabia que os pais de Abby não eram os pais biológicos, mas a jovem não sabia disso. O homem ao telefone quase implorou que o amigo fosse dar o conforto que ele não poderia dar.

— Abby? – Pride girou a jovem nos braços e a pegou assim que ela desmaiou, uma mistura de cansaço e desolação. – Lynda, me ajude com ela.

A mulher pegou a bolsa de Abby e ajudou Pride a colocar a jovem no carro. A pequena Elisa se sentou ao lado de sua mãe no carro, tentando não ficar com raiva do homem que matou os pais da jovem.

Quando Abby acordou, ela começou a chorar no travesseiro da casa de Pride. Ele abriu a porta e trouxe algo para que ela pudesse comer.

— Aqui, você precisa comer, Abigail. – Pride olhou para a jovem, que apenas suspirou. – Você talvez só me conheça de vista, mas eu e seu pai éramos amigos. E eu prometi a ele que eu cuidaria de você e de seu irmão se algo acontecesse.

— Obrigada. – Abby pegou o copo de suco e deu um pequeno suspiro. – Lucca está bem?

— Ele está sim, querida. – Lynda entrou e trouxe a ela uma tigela de cereal. – Vocês dois estão precisando descansar.

Abby deu um sorriso tímido e Lynda um beijo na testa de Abby.

A terceira vez que Abby precisou dar adeus foi quando ela perdeu Kate. E ela mal tinha conseguido superar a perda da amiga quando teve que se despedir de Jenny.

Ela considerou uma coisa só. Ambas mortas no cumprimento do dever. Parecia que a morte a seguia, quase como se fosse uma segunda pele, porém menos estilosa e totalmente pegajosa.

Na quarta vez a saída de Tony deixou um gosto amargo nela. Talvez por estar ligada a “morte” de Ziva. Outra garota que ela amava profundamente.

Tony estava saindo para cuidar da pequena que teve com Ziva e não fazia ideia. Pelo menos uma pausa bem-vinda, mas ainda deixou Abby triste. Especialmente quando viu a foto que Gibbs colocou no mural dos agentes caídos.

Gibbs ouviu o choro de Abby e foi em direção a ele. Abby estava encostada a uma das portas de seu laboratório. A ficha do que ela mais uma vez perdeu acabou caindo e Gibbs apenas se sentou com ela.

— Por que as pessoas se vão cedo, Gibbs? – Abby se encostou em Gibbs e começou a chorar. – Eu não quero mais perder ninguém.

O agente não fazia ideia do que responder. Era o que ele mais detestava nesse trabalho.

E talvez ele devesse ter dito algo porque a quinta vez que Abby disse adeus foi para ele.

Gibbs sabia que perder Clay fez Abby se sentir culpada. O agente morreu tentando proteger sua vida. E ela mesmo sabendo que ele faria qualquer coisa por seus amigos não deixou de pensar que estava na hora de ir embora.

Quando ele encontrou a carta de Abby na porta, ele não pode deixar de sentir uma pontada de tristeza. Gibbs não a deixaria partir sem um abraço.

A relação de pai e filha pode estar estremecida, mas nada o impediria de dar o abraço que ele tanto precisava depois de ver sua garotinha deitada em uma cama de hospital.

Mesmo que ele tenha tido que esconder que ele era o pai dela. Gibbs abriu a porta e percebeu que ela estava do outro lado da rua, pronta para ir embora.

— Abby, espera! – Gibbs atravessou a rua e a abraçou, pouco se importando com que todos os vizinhos diriam. – Por que você está indo embora assim, sem me dar um abraço?

— Você e eu não estamos em bons termos. – Abby foi franca. – E sinceramente, eu acho que deixar uma carta seria muito melhor. Você iria tentar me fazer ficar e eu não quero.

— Não faria você ficar se não é o que você quer. – Gibbs disse sincero. – Eu acho que depois de tudo, você tem o direito de ir embora. E eu não vou te impedir.

Ela foi puxada para mais um abraço e dessa vez o abraçou de volta, deixando suas lágrimas caírem.

— Me ligue quando chegar onde precisa, Abby. – Gibbs deu um sorriso para ela. – Não esqueça da gente.

Abby foi embora depois daquilo. Ela ainda teve que se despedir de seu colega novamente quando o enterrou em Londres e talvez ela devesse simplesmente ter chorado tudo o que tinha direito, mas ela levantou a cabeça e foi em direção a um prédio que ainda estava vazio, mas logo se tornaria algo melhor.

Gibbs abriu a correspondência que recebeu e teve que sorrir. Ele e Abby se comunicavam esporadicamente, mas não tanta frequência. A carta continha um envelope com um convite para o baile de inauguração do instituto que Abby criou.

Gibbs percebeu que Abby não estava radiante apenas pela realização do sonho de seu amigo falecido, mas sim por causa da barriga de grávida que ela ostentava com carinho.

E foi nesse momento que Abby sabia que havia algo mais no olhar de Gibbs.

Talvez ela finalmente pudesse parar de se despedir por causa de mortes.


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