Previamente Casados. escrita por Nyctophilia


Capítulo 1
Capítulo 1 - Talvez, e apenas talvez.




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Em algum lugar a anos atrás, eu me encontrava em uma circunstância ruim.
Desprovida de desejos reais, desprovida de emoções pessoais.
Tudo era branco e preto pra mim, era assim que eu via tudo.
Até o dourado aparecer. 

 

(...)

 

Agora isso era um sentimento velho e saudoso que ela podia sentir emergir lenta e seguramente dentro de si mesma. Como se tal emoção fosse uma companheira inseparável, porém inconstante tal como vinha e saia de si própria. Tal emoção não era visto com desgosto ou com receio, muito pelo contrário ela abraçava tal coisa de tal forma que podia mergulhar e nunca mais submergir para a realidade, não agora que a mente tinha tais visões maravilhosas.

 

Ela estava divagando, novamente. Não era como se fosse a primeira vez nos últimos tempos veja bem, desde certos acontecimentos, realizados por uma certa pessoa, ela se encontrava cada vez mais afastada dos seus deveres e mais felizarda em se afogar na imaginação do que ela queria que acontecesse. E como ela queria que acontecesse... Porém algumas coisas levam tempo e ainda mais, levam preparo e ela tudo senão uma mulher de controle e cuidado.

 

No melhor de seus dias, porém isso era irrelevante para aqueles que só podiam lhe observar e lhe servir em seu templo em Inazuma. Mesmo agora que haviam mais pessoas dispostas a lhe ajudar e acima de tudo, a encontrar um novo tipo de propósito agora que a opressão e o medo não eram mais o comum na vida do povo, Yae se encontrou surpresa com sua vida atarefada subitamente mais complicada.

 

Pelo menos ela ainda podia desejar, observando uma certa alma andar pelas ruas abaixo da escadaria, subindo lentamente pela encosta acompanhado de sua boa amiga Paimon e de... Raiden Ei, sua boa amiga que nas últimas semanas a estava despertando um certo sentimento que ela por desgosto, também estava familiarizada, pois todo o sentimento poderoso tem um contra ponto igualmente poderoso.

 

Ciúmes era algo que ela tinha, e pelos Arcontes ela podia se desfazer de muito sem nem piscar e ainda sobraria demais para uma única mulher. Porém com a vida secular veio a experiência de saber lidar com isso e acima de tudo, não demonstrar suas reais emoções era algo que ela aprendeu muito bem, o flerte e o casual eram armas poderosas, isso ela era uma mestra e, no entanto, tais coisas eram jogadas a tempestade cada vez que um olhar dourado refletia nela.

 

Ei ficou muito... Apegada ao viajante, quase grudenta demais para o gosto de Yae se lhe é permitido franqueza, embora a raposa pudesse compreender o fascínio, tendo ela mesma um igualmente pelo homem, ainda sim lhe fazia franzir a testa levemente e suas pequenas garras clamavam por algo para retalhar. O bom viajante provavelmente não tinha ideia no efeito que tinha nas pessoas, fazê-las segui-lo e confiar nele com tanta facilidade.

 

Um poder que todos os Reis sonhavam para ter, cativar seu povo e desarmar seus inimigos com palavras precisas e profundas, foi assim que boa parte das coisas se resolveu por aqui. Não seria um absurdo ela pensar que o homem tinha uma língua dourada por de trás dele para ajuda-lo com tudo.

 

— O que está fazendo mordendo os dedos, Miko? – uma certa fada humana perguntou com um pequeno sorriso e uma risadinha gentil, muito para a surpresa da raposa que não percebeu que os três já estavam no topo da montanha, o viajante e a Shogun a poucos passos atrás da fada, não que fosse uma surpresa dado ao quão energética era a pequenina.

 

Dando um sorriso benfeito e se deixando ficar contente por ver os rostos que ela presava, ela lhes saudou.

 

— Bem-vindos, admito que não estava esperando para vê-los tão cedo agora que há um certo festival em espera. – ela sorriu maliciosamente para eles, decidindo ao máximo não apreciar a chance de dar uma boa olhada no loiro que estava dando um sorriso benfeitor para ela, como se ela não tivesse dado um aviso para a pequena fada que haveria muita comida em breve, apenas para ela importunar o bom homem e lhe pedir tudo que visse pela frente, ela riu do olhar conhecedor dele, no entanto.

 

— Festival?! Quando? Por favor eu quero ir! – Paimon rapidamente se afastou da raposa e ficou voando ao redor de Ei e do viajante. – Me leva? Eu prometo não pedir muito! Só alguns doces, algumas sobremesas, alguns peixes cariariam bem também, talvez algumas sopas? Ei pode até mesmo me deixar ter alguns dangos antes de mais nada, seria bom se eu também pudesse...

 

O viajante apenas olhou para a pequena fada que ficou babando apenas pela expectativa do que o futuro lhe reservava, uma glutona de coração. – Não vejo problema, porém o festival é daqui alguns dias, então você deve esperar.

 

Paimon deu um leve resmungo, como se a ideia de ter que esperar por algo tão bom fosse uma ofensa grave. Ei ficou em silêncio até o momento em que o viajante decidiu se focar em animar a fada, deixando Miko e Ei num pequeno e agora comum impasse de olhares.  

 

— Ei. – saudou a raposa com um olhar levemente crítico pelo novo colar que adornava no pescoço da outra mulher, Raiden Shogun, póstumo Ei não usava colares, ponto.

 

— Miko. – a respondeu, cruzando os braços com um tom levemente condescendente, muito para o alarde de Miko. – Como têm passado? Já faz alguns dias desde que te vi.

 

Um pequeno fogo ascendeu dentro do corpo de Miko, pois em algum dado momento nas últimas semanas, ela tentou encontrar em contato com Ei em seu castelo, apenas para ouvir Kujou Sara lhe dizer que a mesma estava passeando com o viajante, o ciúmes sempre a alvejada como um trovão veloz.

 

— Não é uma surpresa, nos últimos tempos te encontrar tem sido um desafio, é como se você estivesse me evitando. – ela disse jocosa, porém ambas sabiam que havia algo nas entrelinhas, Ei estava deliberadamente evitando Miko para passar tempo com o viajante, isso era um fato porém ela também estava tentando manter o loiro longe de Miko, e isso a deixava incomodada além da razão.

 

— É verdade, tem sido bom passar um tempo perto do povo que eu não percebi ser maravilhoso, fazendo memórias positivas e tendo um aspecto mais suave da vida e de como devemos aproveitar mesmo o mais breve dos momentos. – um leve sorriso caloroso adornou as feições de Ei, e sua mão foi direto para o pequeno colar em seu pescoço, o olho de Yae Miko tremeu com a visão, será possível que isso era...

 

— Esse colar, eu não me lembro de você ter usado algo assim em todos os nossos anos juntas. – Miko soou desinteressada com um pequeno sorriso enquanto uma sombra energética passou por de trás do horizonte dos seus olhos, como se ela estivesse totalmente focada em sua amiga e em suas expressões.

 

Ei muito para sua surpresa, deu um sorriso arrogante e ergueu o rosto para lhe olhar enquanto respondia.

 

— O viajante me ofereceu esse pequeno presente, para me agradecer por ter deixado ele adentrar meu castelo. – um olhar contente passou por Ei enquanto ela respondia, tendo um pequeno porém verdadeiro tom de vitória nisso.

 

Isso causou um arrepio pelo corpo da raposa, ela viveu demais, não era preciso somar nada disso para chegar a uma resposta perigosa, ela precisava agir e precisava agir rápido. Ei era uma mulher linda, mesmo que distante e ainda desconexa, e o viajante era um belo pássaro, do tipo que você deveria observar as asas antes dele voar para o horizonte. Se de alguma forma houvesse mesmo o mais breve dos encontros noturnos, uma pequena passada na varanda para olhar a lua, um pequeno sorriso trocado e uma conversa breve, era o suficiente para tudo escalar.

 

— Eu vejo. – Miko fez um esforço considerável para sorrir, embora a alegria de tal não chegasse aos olhos, desviar as núncias de Ei sempre foi uma tarefa fácil. Ela estava aponto de tentar uma abordagem e ver no que dava, apenas para provocar a mulher quando ela sentiu o loiro de seus pensamentos lhe oferecer uma pequena caixa adornada.

 

— Eu vim aqui te entregar isso. – Aether respondeu para a perguntar silenciosa que o rosto da mulher lhe fazia enquanto o observava confusa, porém muito curiosa.

 

Miko não perderia uma chance tão boa como essa. – Quando um homem pede uma mulher em casamento, o correto é se ajoelhar enquanto esperava com um rosto nervoso e vermelho, mas já que você nos ajudou tanto, suponho que eu como sua esposa tenho o dever de lhe ensinar os nossos costumes.

 

A reação desejada não foi atendida, ela estava ansiosa para o homem ficar envergonhado e negar fervorosamente porém tudo o que ela recebeu foi um pequeno bufo e um sorriso que fazia a raposa dentro dela aclamar por algo que ela sabia bem o que era, porém o decoro era importante, ela era uma mulher com uma imagem impecável e ela era vaidosa disso.

 

— Então seria bom se minha esposa fosse comigo ao festival, não é? – o viajante lhe deu um olhar conhecedor, como se soubesse de algo que não deveria saber, e isso deixou Miko um pouco intimidada, ela não esperava ter seu jogo jogado contra ela própria.

 

— Devemos passar no clã Kamisato agora? – havia uma certa urgência na voz de Ei, como se ela quisesse tirar o viajante de perto de Miko o mais rápido possível, se o viajante percebeu tal coisa, nada fez.

 

— Devemos. – o loiro concordou enquanto olhava para Miko uma última vez, dando um leve aperto em sua mão enquanto entregava a pequena caixa, ele lhe disse: - Use isso quando nos encontrarmos, sim? Eu fiz pensando em você no final das contas.

 

Aether esticou o pescoço levemente e deu um beijo no canto dos lábios de Miko, o observador casual teria dito que foi no rosto, mas Miko sabia melhor, era um aviso de alguém que entendia muito mais do que era permitido entender, o coração de Miko saltou com tal coisa.

 

Isso foi o suficiente para as caudas de Miko se manifestarem por um momento, foi muito rápido, e o pequeno guincho sonoro de surpresa e vergonha deram um sorriso no rosto do homem antes dele acenar em despedida, tendo seu braço enlaçado pelo de Ei enquanto a mesma praticamente o arrastava dando um último olhar um pouco irritado com a raposa antes de sumirem pelas escadarias.

 

Miko nunca pensou que seu coração poderia bater de uma forma tão rápida e ainda sim maravilhosa depois de tanto tempo. Abrindo a pequena caixa após a vergonha de ter sido provocada de tal forma passar, ela encontrou um anel muito bem feito, com detalhes de ouro, e uma pequena figura de uma raposa pequena envolta de uma pedra dourada.

 

Colocando o anel em seu dedo com um sorriso agora muito satisfeito e uma compreensão súbita de que havia algo a ser buscado agora, ela não pode deixar de notar a ironia de sua própria brincadeira se tornando talvez realidade.

 

Afinal de contas, o homem não negou que a pediu em casamento.

 

E acima de tudo, ela não o negou.

 

— Talvez eu entenda Paimon um pouco melhor agora, esperar por algo maravilhoso não é tão divertido. – ela se arrastou de volta para seu pequeno tempo, se seu agora marido tinha expectativas para o festival, ela iria lhe dar um show e tirar todo o resto fora de cena, só haveriam os dois.

 


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