Stay with me escrita por Kayomii


Capítulo 9
Cap. 9: Sometimes secrets are not a lack of trust.


Notas iniciais do capítulo

Oh, Olá! Parece que hoje não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo, apenas deixe a leitura fluir.
Boa leitura ~~



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‘Como você contaria a uma pessoa desleixada que ela vai ser pai?’

Essa era a pergunta que a loira se fazia enquanto andava em círculos na viela que ficara ao lado do bar de Otose. Ela não estava nem um pouco preparada para dar a notícia, o qual sua ansiedade a deixara perturbada e inquieta. Suas ações acabaram chamando atenção demais, fazendo o seu ‘palco’ desmoronar quando avistou uma senhora por volta dos seus 60 anos e cabelos marrons carregando um saco de lixo.

“Você precisa de ajuda?” — Otose a questionava. – “Parece estar aflita.”

“Ah, não é nada.”

Uma típica frase usada no sentido de “estou com problemas, mas não é algo em que possa contar por pura vergonha”, fazendo com que Otose percebesse e erguesse uma de suas sobrancelhas, não confiante de sua resposta.

“Se você diz...” — Disse segurando o cigarro com a ponta dos dedos. – “Você deve ser a garota de Yoshiwara, certo?”

“Sim...”

“A Kagura me disse sobre você.”

“A Kagura?”

“Ela sempre zoava o Gintoki por sua causa.” — Jogou o lixo na caçamba. – “Vivia dizendo que vocês iriam terminar juntos, irônico, não é?”

“É mesmo...”

“Então, o que lhe traz aqui?”

“Eu vim ver como ele está... Da última vez ele não estava nem um pouco bem.”

“Ele está bem melhor do que antes, mas não irei dizer que ele se recuperou completamente.” — Suspirou. – “Aquele idiota só sabe preocupar a gente.” — Deu uma tragada no cigarro. – “Você sabe de algo?”

“Eu? Bem...” Por que de repente eu me sinto tão frustrada? Ele não me disse nada até agora e aparentemente também não disse as crianças... Simplesmente ele apareceu doente e ferido, e com isso ele se manteve recluso das pessoas, que cara esquisito.

“Então...?”

“Não sei de nada, mas talvez eu consiga faze-lo falar.”

“Conto com você.”

Ela deixou a velha senhora de lado e começou a subir o lance de escadas até chegar em frente à porta do Yorozuya. Bateu de uma forma bruta algumas vezes até que finalmente foi atendida pelo Shinpachi. Tsukuyo não estava brava, mas sua vontade de querer entender o que estava acontecendo a deixava ansiosa. Isso era da gravidez? Ela não sabia. Só sabia que queria falar com ele.

“Eu preciso falar com o Gintoki.”

“Ele está meio ocupado agora.”

“Deixe-a entrar.” — Ele estava de pé apoiado na parede enquanto uma segunda figura aproximava da porta da sala. Cabelos negros, uniforme preto com detalhes em dourado, com um cigarro na boca e uma expressão totalmente séria, era Hijikata Toshirou.

— Minutos antes –

A campainha tocava por volta das 8 da manhã, onde era ignorada pelos dois membros presentes na casa, que depois de alguns resmungos voltavam a dormir como se nada tivesse acontecido, porém chegou a um ponto que ninguém aguentava mais, tanto que o albino levantou sonolento e irritado, atendendo a porta de pijama mesmo, dando de cara com o policial.

“O dia das boas ações é amanhã. Deixe-me dormir.”— O albino reclamava de forma lenta, fechando a porta em sua cara. Só não fechou completamente, pois o policial colocou o pé para travar a porta.

“Preciso falar com você.”

“Sobre?”

“Aquele dia. Você sabe qual.” — Não teve muito o que pensar, pelo seu rosto sério e seu tom de voz, foi o suficiente para perceber que era algo importante.

“Entre.”

O albino rapidamente pegou sua muda de roupas e foi ao banheiro para se trocar e fazer sua higiene básica. Tempo suficiente para a ruiva acordar e ir também se arrumar. Ela não perdeu a oportunidade de reclamar para o policial por ter chegado tão cedo em sua casa. Quando Gintoki saiu, usava apenas o seu Yukata corretamente, o que era estranho para Hijikata.

“Kagura-chan.” — O albino chamava-a em um canto. – “Vá ao mercado e compre leite com morango.”

“Não quero.”

“Você pode pegar sukonbu com o troco.”

“Aah, sério?”— Dizia empolgada.

“Sim, agora vá.”

“Sim senhor!” — Assim que ela saiu, bateu à porta e o silêncio começava a dominar o espaço.

“E então? O que você quer falar?”— Sentou-se no sofá.

“Você conhece um tal de Rey?”

“Nunca ouvi falar.” — Cutucava a orelha com o dedo mindinho olhando para o lado de forma relaxada.

“Estamos atrás desse cara, parece que ele está liderando alguma espécie de mercado negro.” — O policial acendeu um cigarro. – “Descobrimos através de um navio com porte ilegal de armas.”

“E o que eu tenho haver com isso?”

“Pois bem.” — Fitou sua expressão relaxada com seus olhos azuis. – “Rey é o nome de quem lidera o tráfico de Yohalo.” — As poucas palavras foram suficientes para chamar a atenção do albino que instantaneamente mudou sua posta para algo mais sério, erguendo suas sobrancelhas. – “Pelo jeito você sabe de algo, não é?”

O silêncio dominou o lugar por um tempo. Era possível sentir a tensão através dos olhares de ambos os rapazes, pois um era o pedaço dos quebra cabeças do outro e por mais que odiassem, eles tinham que trabalhar juntos no caso. O silêncio foi cortado com a chegada do garoto de óculos, que não sabia o que estava ocorrendo ali.

“Cheguei!” — O adolescente gritava indo em direção a sala. – “Gin-san, eu trouxe uns remédios para-” — Interrompeu a fala quando avistou o policial. “Oh, bom dia Hijikata-san, desculpe por ter interrompido a conversa de vocês. Irei deixá-los a sós, estarei na cozinha enquanto isso.” — E assim deixou o ambiente.

“Como eu ia dizendo...” — O policial ajustou a sua postura. – “Preciso que você me conte o que sabe sobre isso. Não se preocupe, você será recompensado por isso.”

“Eu realmente não sei de nada.”

“Você sabe. Naquele dia, os amantos que lhe perseguiam eram todos com aparência de animais, com exceção do líder deles. Algo me diz que você está envolvido nisso.”

“Me conte mais.”— O albino falava com um olhar rancoroso.

“Encontramos uma embarcação que traficava armas na costa leste, porém não havia supervisão alguma.” — Continuou a encara-lo. – “Deduzi que aquilo era para nos distrair para conseguir atuar pelas sombras enquanto estávamos ocupados.”

“Eles já fazem isso a mais tempo que possa imaginar.”

“Ah?!”

“Eles estão tentando expandir os negócios há mais de 10 anos aqui na terra, mas parece que a guerra Joui acabou interferindo nos seus planos.”

“Aquele dia eles lhe perseguiram por que você descobriu o plano?”

“Não, era por vingança.”

“Faz mais sentido agora.” — Relaxou-se.

Encostado na parede da cozinha, o garoto ouvia a conversa em sigilo, preocupado com o que estava acontecendo e o que estava por vir, pois para os dois estar cooperando um com o outro era algo realmente sério.

‘O que está acontecendo aqui?’

“Irei compartilhar algo com você e ficará entre nós.” — Novamente o policial retornava a fala.

“Diga.”

“Kondou-san me contou que esteve ontem em uma farmácia em Yoshiwara.”

“E daí?”

“E daí que ele estava fazendo seu papel de stalker perseguindo a Otae-san e acabou encontrando alguns amantos perseguindo uma mulher loira de olhos violetas.”

Ele percebeu que isso estava piorando. Sentiu um aperto no peito imaginando que alguém havia descoberto sobre seu relacionamento com a Tsukuyo, o qual cogitou a possibilidade de estarem atrás dela para captura-la ou pior, feri-la por sua causa. Uma angústia pesava em teu corpo.

“O-O que...?”

E assim a campainha tocou, que rapidamente foi atendida pelo adolescente. Ao ouvir sua voz, Suspirou levemente aliviado ao saber que ela estava bem, mas ainda um calafrio o incomodava.

— Voltando a realidade –

“Aconteceu algo?” — Tsukuyo Questionava-o.

“Por acaso você esteve em uma farmácia ontem?” — Gintoki a questionava.

“E-eh?!” — Ela congelou. - “Sim eu estive.”

“Havia mais alguém com você?”

“Bem... Eu encontrei com a Otae e a Kyuubei, pôr que?”

“Mantenha os olhos abertos.”

“... Por que?”

“É só um aviso.”— Desencostou-se da parede. – “Sente-se.”

“O que está havendo aqui, Gintoki?” — perguntava confusa sentando-se ao lado do albino. – “Por que há um policial aqui? Aconteceu algo?”

“Não exatamente.” — O policial a respondeu. – “Você deve ser a Tsukuyo, certo?”

“Sim.”

“Me chamo Hijikata Toshirou, sou o vice comandante da Shinsengumi.” — Proferiu. – “Estamos em uma missão atrás do responsável pela droga de Yohalo... E parece que você é um alvo deles.”

“Imaginei.”

“Como assim imaginou?!” — Gintoki questionou-a perplexo.

“Bom...” — Suspirou. – “Ultimamente Yoshiwara anda barulhenta por conta de uma droga que circula entre clientes e cortesãs.”

“Continue por favor.” — Hijikata falava atento as suas palavras.

“Conseguimos controlar um pouco a situação, porém...”

“...”

“... Infelizmente uma das cortesãs acabou tendo contato com a droga e com isso acabou adoecendo.”

A porta do apartamento era lentamente aberta em remanso pela garota chinesa que havia acabado de chegar. Teve como primeira vista o adolescente que ouvia a conversa através da porta, o qual chamou-lhe a atenção. Ele apenas sinalizou silêncio enquanto ouvia a discussão através de um vão da porta, não demorou muito para que ela se unisse a ele.

Não ouve diálogo ali, apenas olhares que atravessavam o vão sem serem percebidos em uma mistura de tensão que sentia naquela sala. A cada diálogo, as coisas ficavam mais estranhas.

“Então foram duas cobaias até o momento...” — O policial apagou o cigarro no cinzeiro.

“Duas?” — A loira questionava-o. – “Onde está a outra?”

“A primeira está em Yoshiwara e a segunda...” — Levantou-se parando em frente ao albino, encarando-o com um olhar frio e sombrio. – “... Está bem na minha frente.”

Isso foi chocante. É claro que seria. A tensão piorou e muito, deixando a sala em um ambiente monótono e chato. Não demorou muito para que o silêncio fosse cortado pela loira, que agora não se sentia aliviada por descobrir a verdade e sim mais preocupada do que antes. Ela se aproximou sem dizer nenhuma palavra, mas era notável que a mesma estava muito aflita. Começou a associar os pontos desde a fala da Kagura dizendo que ele tinha desejo de algo até os sintomas que a cortesã adoecida tinha. Ele apenas a observava com um olhar desesperado.

“Tsukuyo o que você está fazendo?” — Ela ignorou-o puxando a manga do seu yukata esquerdo, expondo a parte que havia sido inserida a droga, que agora estava arroxeado em volta assim como da cortesã.

“Gintoki...” — Disse em um tom sério. – “Espero estar muito errada... Você não está com uma droga em seu corpo, não é?” — Não obteve nenhuma resposta. – “Não está, não é?” — Sua voz aumentava gradualmente. – “GINTOKI POR FAVOR, ME DIGA QUE EU ESTOU ERRADA-!” — Ele desviava o olhar e abaixava a cabeça. — “Não foi um amanto com aparência humana que fez isso com você, não é?

“Você está certa.” — Sussurrou.

“O que...” — Abaixou seu tom de voz. – “Por que não disse isso antes...? Nós poderíamos ter feito algo-”

“Nada poderia ser feito.” — Disse em um tom seco. – “Se eu tivesse contado antes, só iria faze-los ficar preocupados mais cedo.”

“Você é um egoísta consigo mesmo. Pare de pensar assim, Gintoki.”  - Cantarolou. – “Como você acha que nós nos sentimos sempre que descobrimos de que você não nos contou algo? Você não confia na gente? É isso?”

“Não. Não é.”

“Então por quê...? Você mesmo disse para mim que quando precisasse de ajuda era só pedir..., Mas você não é assim, não é justo.” — Dizia em prantos. – “Ao mesmo tempo que sinto raiva de você eu entendo perfeitamente...” — Murmurava. – “Mas que droga!”

Ele não sabia como reagir, apenas deu um abraço genuíno em uma tentativa falha de tentar acalma-la diante da sua situação. Ela apenas correspondeu fincando as suas unhas em seu yukata para expressar a raiva que sentia e ele Murmurava palavras de conforto a ela.

“Tsukuyo...”

“...” — Relaxou-se em seus braços.

“Eu prometo mudar.”

“Mesmo sabendo que isso é mentira, irei fingir acreditar.”

Eles não se beijaram, não teve um abraço longo, pelo ao contrário, eles apenas se comportavam como se fossem apenas amigos próximos diante as crianças e do policial, embora a cena se tornava ‘melosa’. As crianças voltaram para a cozinha com finalidade de guardar as compras de Kagura e claro, deixá-los a sós.

Nenhum dos dois conseguia se expressar diante da situação, eles estavam realmente preocupados com a saúde do albino, com um pouco de raiva que dominava o coração por não terem percebido isso antes. Os seus ferimentos não haviam fechados completamente e sua febre diminuiu parcialmente, mas agora já estava mais disposto para se levantar e voltar aos poucos com a rotina.

Kagura sempre foi uma garota muito apegada ao seu pai de consideração, embora vivessem brigando entre si. Ela sempre odiou o fato de Gintoki a colocar em segundo plano durante certas ocasiões, principalmente nessa situação, na qual ouviu a kunoichi comentar sobre falta de confiança. E foi daí que as coisas começaram a desandar.

“Ei Patsuan... Gin-chan não confia na gente?”

“Por que disso agora?”

“Depois do que a Tsuki disse, eu fiquei pensando nisso...”

“Eu não sei mais...”— Sua mente rebobinava em vários acontecimentos passados que o fazia refletir. Era coisa da sua personalidade? Será que sempre foi assim? Ninguém sabia a resposta. Ele era uma pessoa difícil de se compreender, como um livro trancado as sete chaves, o moreno cogitou até mesmo a possibilidade de ter sido um trauma passado. Tudo sobre ele era suspeito e a dupla queria compreender o porquê desse comportamento.


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Notas finais do capítulo

Oh, você por aqui… Seja muito (Re)Bem-vindo!
Agradeço por chegar até aqui, logo, logo sairá um capítulo novo em breve, e até lá conto com a sua presença!
É isso, beijos e até a próxima.



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