Stay with me escrita por Kayomii


Capítulo 1
Cap. 1: Let's keep this moment just ours.


Notas iniciais do capítulo

Queria depositar as minhas referências por aqui, começando pela musica de mesmo nome chamado Stay With Me - Miki Matsubara, com base nessa tradução: https://www.youtube.com/watch?v=8fs1A94BWPw
Hidratem-se e boa leitura ♥ ~



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“A partir de hoje, estarei esperando você bater em minha porta à meia noite.”

 

O

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Dezembro, época de inverno. Era normal nessa estação do ano nevar, mas não tanto quanto transcorreu naquela noite. Hinowa havia preparado uma ceia de natal para que todos comemorassem juntos, chamando todos os conhecidos (incluindo o Yorozuya) onde se reuniram em um bar no segundo andar de um estabelecimento junto com as outras cortesãs. Todos estavam se divertindo principalmente Kagura que comia enlouquecidamente enquanto Shinpachi tentava conte-la com o propósito de ela não acabasse com a refeição antes da hora, Hinowa discursava totalmente dispersa com as outras cortesãs e Seita brincava com seus colegas da escola que estavam presentes no evento.

Tsukuyo estava dando falta de uma pessoa em especial, uma que talvez a ajudasse a babosear, e esse sujeito era Gintoki. Questionou alguns dos convidados a sua procura, porém ninguém o tinha visto desde que chegou. Ela pegou um prato com alguns aperitivos e saiu a procura dele em outros cômodos que havia no andar, até encontra-lo em uma varanda isolada.

“Vim aqui para fumar e encontrei um antissocial.” — A mulher com seu Kiseru zombou dele.

“Me sinto confortável em locais que não há muita gente.” — Ao se virar para ela, segurava um copo de saquê ao lado de uma garrafa. Foi uma das poucas vezes que ela o viu usando o seu yukata corretamente e com o cachecol vermelho simples.

“Imaginei.” — Ela sorriu. – “Eu trouxe algo para você.” — Colocou o prato sob a grade da sacada. A vista era bonita, não é à toa que ele contemplava a cidade dali de cima enquanto bebia.

“Obrigado.” — Ele se serviu. “Por que não pega um pouco?”

“Estou sem fome.”

“Ah pare com isso, aqui pegue.” — Ele pegou um dos aperitivos e a ofereceu colocando em suas mãos. Ela demorou para processar, mas em seguida acabou aceitando.

“É bom.”

“Nem me fale.”

“...Você vai ficar aqui fora mesmo?”

“Creio que sim.”

“Então irei ser a sua companhia por hora.”

“Eu ficaria lisonjeado.” — Sorriu enquanto virava a garrafa de saquê no copo. Começaram a conversar sobre diversas coisas: desde trabalhos esquisitos e engraçados até coisas pessoais sobre o passado. Pequenas rajadas de vento batiam em seus rostos em união da temperatura que parecia diminuir a cada minuto. Gintoki distinguiu que Tsukuyo estava ficando com frio, mesmo que ela tentasse disfarçar. – “Coloque isso.” — Ele a entregou o seu cachecol, envolvendo em seu pescoço.

“Mas você não vai ficar com frio?”

“Não se preocupe, o saquê me aquece.” — Ele riu.

“Então, obrigada.” — Ela assoprou as mãos para aquece-las. Era possível ver a fumaça saindo de sua boca por conta do tempo álgido.

Faltavam alguns minutos até os fogos de artifícios iniciarem, mas isso era o suficiente para o pessoal começar a se reunir na varanda unindo-se com eles para assistirem, a varanda era de tamanho suficiente para suportar todos as pessoas presentes naquele momento. Quando o relógio despertou meia noite, iniciou-se uma linda chuva de fogos de artifícios junto com a frase ‘feliz natal’ vindo de cada pessoa ali.

Conversa vai e conversa vem até a hora de ir embora. Gintoki deixou o seu cachecol com ela e retornou para sua casa por volta das duas da manhã carregando a Kagura em suas costas, pois ela havia adormecido no chão depois de comer muito. Shinpachi também seguiu seu caminho e retornou para sua casa.

Assim que chegou, Gintoki abriu o armário e a colocou cuidadosamente para não a acordar, jogando a coberta sob ela e encostando a porta. ‘Que sensação vazia.’ — Era uma das raras vezes que ele chegava em casa sem estar completamente bêbado ou cansado de ficar atoa por aí. Bebeu um pouco de leite com morango antes de ir tomar um banho para descontrair, ele estava muito entediado. Tsukuyo não estava diferente dele. A kunoichi tirou seus acessórios e guardou o seu cachecol no seu guarda-roupas para entrega-lo mais tarde, indo também tomar um banho para ir dormir. Era quase 5 da manhã então não demorou muito para pegar no sono, já que estava cansada.

—X-

A semana pós-natal foi corrida, pois era a época que o movimento de Yoshiwara ampliava por conta dos bares com cortesãs e com isso os crimes também aumentavam, tanto que ela só conseguiu ir devolver na manhã do dia 31. Saiu de casa antes que Hinowa a pegasse em flagrante e caçoasse por ter ficado com o cachecol do permanente natural (Ela tinha certeza que Hinowa estava tão distraída durante a noite natalina que não havia notado em seu pescoço, mas por via das dúvidas, ela não hesitou), escondendo-o em uma sacola. Ela passou pelo centro da superfície, no qual encontrava-se algumas lojas abertas, em busca de algo para presentear Hinowa no qual fazia aniversário logo no começo do ano, todavia foi sem sucesso. Mais tardar ela chegou no Yorozuya recepcionada com um forte cheiro de frango bem temperado que dava água na boca. Tocou a campainha e foi atendida por uma garota chinesa.

“Tsukii!” — Ela estava sorridente.

“Olá Kagura-chan, o Gintoki está?”

“Estou aqui, entre!” — Gintoki gritava da porta da cozinha misturando uma massa de bolo. Ambas entraram e foram direto para cozinha. – ‘Que aroma bom.’ — Ela julgou mentalmente.

“Tsuki, você tem que provar a comida do Gin-chan!”

“É mesmo? Não sabia que você cozinhava.”

“É que eu não cozinho com frequência e quanto eu preparo algo é geralmente coisas básicas.” — Untou a forma e logo seguida colocou a massa do bolo para assar. – “Quer provar o frango?”

“Adoraria.” — Ele cortou alguns pedaços e colocou em dois pratos a servindo-as.

“Cuidado que está quente, acabou de sair do forno.” — Não era só aroma que era bom. O frango em si era bem recheado, feito na temperatura correta que ao pôr na boca, era notável que não era um frango qualquer. O gosto do tempero dominava e a quantidade de sal era exatamente correta, não havia resquícios de queimado ou sensação de estar seco. Era algo que poucos conseguiriam chegar, até mesmo sendo um profissional. A cada garfada, o frango derretia em sua boca atiçando a querer mais e mais, foi questão de tempo para perceber que havia comido tudo em poucas garfadas.

“Isso é muito bom.”

“Eu disse Tsuki, o Gin-chan cozinha bem!”

“Eu realmente estou surpresa com suas habilidades na cozinha.” — Ele ficou sem graça, pois era a primeira vez que ele recebia um elogio de alguém de fora.

“O-Obrigado. Se você quiser, pode pegar mais.” — Começou a preparar a cobertura do bolo, cortando uns pedaços de morango.

“Obrigada, mas irei recusar por hora.” — Ela sorriu. – “A propósito, onde vocês irão passar a virada do ano?”

“Aqui mesmo.” — Ele respondeu enquanto observava a Kagura cantarolando enquanto comia o pedaço de frango.

“Só vocês dois?”

“Sim, Shinpachi disse que iria passar com a irmã dele e as garotas do cabaré.” — A garota chinesa proferiu.

“Vocês podem ir para Yoshiwara.”

“Já passamos o natal lá, não queremos mais incomodar.” — O samurai contradisse.

“Tsuki, por que você não passa com a gente?”

“Não posso, o pessoal está a minha espera.”

“Por favor...” — A garota chinesa a encarava com um rosto fofo tentando convence-la. – “O Gin-chan não pode passar mais uma virada do ano solteiro!”

“Que diabos você está dizendo?!” — Disse bravo.

“Acho que posso cogitar a possibilidade.”

“Para de frescura, porra! vai lá e pegue o telefone para avisar a Hinowa.” — Gintoki resmungou.

“Quer tanto assim a minha presença?” — Ela riu.

“É claro. Aproveite a oportunidade que nenhuma outra pessoa terá.”

“Desse jeito não terei como recusar.” — Levantou-se e foi até o telefone. Em uma conversa rápida, ela já deixou esclarecido que iria passar a virada do ano fora de casa sem dizer onde, porém Hinowa percebeu que ela estava em um lugar familiar e não tentou convence-la, apenas disse para se prevenir, deixando-a constrangida ao ponto de bater o telefone em sua cara. ‘Humph.’ — Suspirou. Caminhou em direção a cozinha, atraída pelo cheiro do bolo assando.

“Aqui, prove.” — Ela foi pega desprevenida com uma colher em frente de sua boca. Era uma mistura que ele havia feito para ser usado como recheio do bolo. Ela provou sem hesitar, seus olhos brilhavam demonstrando o quão bom estava. “Acho que ficou meio doce demais-”

“Eu gostei.”

“Sério?”

“Uhum.”

“Fico feliz então!”

“Tem algo que eu possa ajudá-lo? Adoraria ter aulas com o chef!” — Ironizou.

“Você pode ser minha provadora oficial de comida.”

“Seria uma honra.” — Ambos flertaram inconscientemente. Embora olhos dele fossem considerados de ‘peixe-morto’, ela conseguia enxergar algo vivido em seu olhar, enquanto os olhos violetas brilhantes em conjunto com leve sorriso dela o atraíra a querer observar mais... De perto. Foi questão de segundo para que ambos reassumissem a consciência.

“Bom, por hora só tem o bolo para terminar de assar.” — O samurai disse de forma atrapalhada.

“O que vai fazer por agora?”

“Uma boa pergunta.”

“A propósito Gintoki, obrigada por isso! Eu já estava me esquecendo.” — Entregou a sacola com o cachecol para ele.

“Ah, eu já tinha me esquecido.” — Ele riu. - “Quer dar uma volta depois?” — Ela corou.

“H-hum, Aceito.”

O trio se reuniu na sala, ficaram papeando sobre coisas aleatórias e vendo filmes genéricos que passavam na TV até o bolo acabasse de assar. Não demorou muito para terminar, o cheiro de bolinho caseiro empestava a casa junto do chazinho verde que ele preparou minutos antes. Tsukuyo, que não era tão fã de doces, acabou se apaixonando pelo gosto, tanto que ela repetiu mais de duas vezes antes de ficar cheia.

—X-

Sem mais delongas eles foram dar uma volta no centro de Kabukicho. Kagura carregava a sua sombrinha totalmente disposta a observar as lojas ao ponto de sair correndo na frente, e os dois? Eles batiam um papo caminhando lentamente que só acabou quando Tsukuyo parou no momento que viu um kanzashi na vitrine de uma loja de bijuterias.

“Algum problema?” — Gintoki a questionou.

“Nenhum.”

“Você gostou desse kanzashi?”

“Não... Quer dizer sim, mas não para mim.”

“Então, para quem?”

“Para a Hinowa... Eu queria comprar um presente para ela, mas não faço ideia do que dar de presente de aniversário.”

“Olha, eu não entendo muito dos detalhes, mas eu acho que ela iria gostar!”

“Será?”

“Veja bem... As pedras são da cor dos olhos dela e esse tom de rosa-salmão lembra um pouco a pele dela sem maquiagem...” — Ele colocou a mão sob o queixo.

“É, você tem razão.”

“Que tal uma terceira opinião?” — sorriu.

“Adoraria.”

“Ei Kagura, vem cá!” — Ele Gritou. “O que você acha desse kanzashi para Hinowa?”

“Ooh! É bem a cara dela!” — A Garota chinesa exclamou.

“Tá vendo?”

“Estou sim.” — Tsukuyo riu. – “Então irei levar.” — Ela entrou rapidamente antes da loja fechar e comprou o acessório em conjunto de uma caixa de camurça na cor verde. Olhando com outros olhos, era muito mais bonito: No cabo, possuía desenhos dourados com azul em um fundo de salmão, nos detalhes á cima, havia desenhos que lembrava uma folha na cor verde azulado e pétalas que assemelhavam com borboletas também no tom de salmão com branco, e por último existia duas correntes douradas segurando uma ‘lagrima’ no tom de perola.

Antes de regressar para casa, passaram em um parque com o intuito de Kagura brincasse um pouco com as outras crianças enquanto os dois tomavam sorvete juntos. Em seguida foram no bar da Otose para desejar um ‘feliz ano novo adiantado’ e tomar alguns drinks para então finalmente irem para casa. Por mais que o passeio fosse simples, Tsukuyo se divertiu bastante com eles, se pudesse, daria tudo para que esse dia entrasse em um loop temporal para continuar junto deles.

Naquela noite, iniciou-se o show dos fogos. Eles se uniram na sacada do apartamento para poder assistir unidos como no natal. Gintoki se pegou distraído quando sentiu algo quente e macio tocar a ponta do seu dedo mindinho delicadamente, olhou discretamente e viu a mão da loira tentando segurar-se na dele. Se fingiu de desentendido expondo um sorriso discreto e segurou em sua mão, fazendo-a corar.

“Aah tão belo~” — Kagura sorriu. – “Feliz ano novo!” — Ela olhou para trás e se deparou com a cena dos dois de mão dadas assistindo aos fogos de artifícios. Ela achou aquilo muito fofo e especial para ser registrado em sua memória.

“Feliz ano novo.” — A dupla disse em conjunto e logo cravaram um olhar dando uma leve risada.

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Notas finais do capítulo

Hey leitor, Obrigada por chegar até aqui!
Queria depositar o meu carinho e gratidão por ter lido até o fim, adoraria também ouvir um pouco sobre a sua opinião! ♥
Eu sei que é estranho, mas aqui em São Paulo (ou pelo menos no meu bairro) algumas lojas funcionam no ano novo, porém fecham mais cedo que o normal (por exemplo os mercados fecham as 18hrs) e eu quis incluir isso na fanfic, não estanhem por favor.
Estou pretendendo tornar essa fanfic mais longa, então sinta-se à vontade para depositar ideias e se caso algo ficou meio vago ou em aberto me questione que irei estar explicando e/ou arrumando. Ah e por fim, talvez a classificação indicativa possa ser alterada com o decorrer da história, ainda não cheguei em um consentimento comigo mesma sobre o fato. Enfim é isso e até o próximo capítulo o//



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