– CHEEGAA!! NÃO AGUENTO MAIS ISSO! QUAL É O PROBLEMA DE VOCÊS? –o ente capturado por Arme parecia não estar gostando de ser arrastado a força até a Fortaleza.

– Ah, cala a boca! Ninguém mandou você tentar nos atacar novamente – Sieghart era o primeiro da fila e segurava a corda que prendia o ente. Graças a Arme, ficaram sabendo o que realmente aconteceu.

– Pena que você não sabe de mais nada. Ou já o teríamos soltado – Lass chutava o ente de vez em quando, mesmo sabendo que Arme censurava o que ele fazia.

Quando chegaram à Fortaleza, uma hora mais tarde, viram Amy, Mari e Ryan aguardando-os na entrada; estavam parados próximos a uma árvore enorme. A tecnomaga não parecia nada bem, pois estava encostada em Ryan.

– AMY! – Arme correu até a prima e a abraçou – você está ferida? Se precisar de alguma poção, pode pegar da minha mochila. Ronan! Onde ele está? – a feiticeira se lembrou do namorado e começou a chacoalhar a prima.

– E-ele foi para a sa-sala do Víctor! – a dançarina parecia prestes a desmaiar.

– Onde estão os outros? – Sieghart soltou o ente aos pés da árvore.

– Também estão na sala do Víctor. Pediram-nos para ficar aqui e esperar por vocês – Ryan fez Mari se sentar no chão– Arme, pode fazer duas coisas?

– O que é?

– Curar a Mari e tentar ajudar o Ente Antigo.

– Ente Antigo? Onde ele está? – Lass desencostou-se da velha árvore.

– VOCÊ NÃO OUVIU NADA DO QUE EU FALEI, NÃO É MESMO? ALÉM DO MAIS, VOCÊ ESTAVA ENCOSTADO NO ENTE ANTIGO!!! – o ente ficou furioso com Lass, e tentou se soltar.

– Ente, acalme-se. Lass, preciso de espaço – Arme ficou em pé na frente do Ente Antigo, que parecia dormir. Esticou os braços na frente do corpo, segurando o cetro e começou a recitar um feitiço, usando uma língua antiga; segundos depois, uma aura azulada surgiu a sua volta e se dividiu em três: uma parte continuou a envolver a maga, outra envolveu o Ente Antigo e uma terceira, envolveu Mari.

Ela continuou recitando o feitiço, enquanto os outros observavam tudo se desenrolar, em silêncio. Quando Arme parou, Mari parecia muito melhor. A cor voltou ao seu rosto. Sieghart a abraçou, deixando a garota vermelha. Todos se viraram para o Ente Antigo, mas nada havia mudado. Ele continuava de olhos fechados e não parecia haver vida.

– Eu não... não entendo! Era para ele ter voltado ao normal! Esse encantamento arcano é a prova de falhas! – Arme soltou o cetro no chão e abaixou a cabeça.

Ruídos vindos da floresta fizeram o grupo entrar em formação de ataque; porém, os entes que saíram da floresta eram os mesmos que ajudaram Amy.

– O ENTE ANTIGO! COMO ELE ESTÁ?

– O feitiço não funcionou – Sieghart foi bastante direto, não se importava com a reação dos entes.

Eles começaram a se enfurecer e tentaram atacar Arme e Sieghart. Amy ficou no caminho, com os braços abertos.

– E O NOSSO ACORDO?! PENSEI QUE VOCÊS FARIAM DE TUDO PARA PROTEGER O ENTE ANTIGO! – Amy perdeu as estribeiras e começou a gritar, para tentar por alguma racionalidade na cabeça dos entes.

Um deles ia falar algo, mas foi interrompido por alguns estalos. Pareciam troncos sendo arrancados e quebrados.

– OLHEM... – o ente capturado não piscava, apenas encarava a velha árvore sem vida.

O Ente Antigo começou a se libertar de sua prisão. Seus olhos se abriram, começou a se mover de onde estava e conseguiu soltar suas pernas da terra. Ninguém conseguia acreditar no que via.

– F-funcionou... – Arme começou a dar pulos, e abraçou Amy.

– O ENTE ANTIGO ESTÁ VIVO! – os entes se ajoelharam e aclamaram o nome de seu líder.

Ryan soltou o ente amarrado, pouco ligando para o que Lass dizia.

– VAMOS LUTAR CONTRA VÍCTOR. DESTA VEZ, LUTAREMOS COM NOVO ÍMPETO! – o Ente Antigo começou a andar em direção a Fortaleza, seguido por todos os entes.

– É uma boa idéia se formos juntos – Sieghart deu a ordem e todos o seguiram, empunhando suas armas. Arme deu a Amy uma poção vermelha, que a dançarina tomou de um só gole.

Invadiam a Fortaleza novamente, dessa vez, porém, com dois grupos unidos contra um inimigo que poderia aniquilar todos os continentes.

– Não é que aquele ditado está mesmo certo? – Lass deu um sorriso e girou a adaga entre as mãos.

– Que ditado? – Mari estava abraçada com um Sieghart todo sorrisos.

– “A guerra forma estranhas alianças...”

– Como tantos da Grand chase chegaram aqui tão rápido? – Víctor estava de pé, lutando contra Elesis.

– Fácil – a garota usou a lâmina da espada para se proteger de um golpe certeiro – a gente ficou sabendo de uma certa profecia!

– Insolente! – Víctor chutou a garota e tentou fugir por uma porta escondida atrás de uma tapeçaria. Mas foi impedido por Lire, que apontava várias flechas para ele.

– SEGURA ELE, LIRE! EU MESMO MATO ESSE DESGRAÇADO!! – Jin estava lutando contra os lanceiros novamente. Ronan protegia a retaguarda do rapaz.

Víctor fez com que um martelo aparecesse em suas mãos, e tentou golpear Lire. Ela deu um salto mortal e atirou suas flechas. Infelizmente, bateram em sua armadura e ricochetearam, indo para todos os lados da sala.

– Chega de brincadeiras – Víctor Levantou o martelo o mais alto que pôde e o levou ao chão, causando uma grande onde de impacto, e que derrubou não só os lanceiros, como também Jin, que não estava prestando atenção, e Elesis, que tinha acabado de se levantar. Ronan e Lire foram mais ágeis e saltaram antes da onde de impacto.

– MELHOR TOMAR CUIDADO COM OS INIMIGOS QUE ARRUMA, VÍCTOR, POIS ELES PODEM QUERER SE VINGAR – o Ente Antigo entrou na sala, surpreendendo Víctor.

– O que... como pode estar aqui? O veneno já deveria ter te matado! – Víctor cuspia as palavras enquanto empunhava o martelo novamente.

– MAS NEM PENSAR! – Arme usou uma bola de fogo que acertou a mão de Víctor.

Elesis, Jin, Ronan e Lire se juntaram ao grupo de entes e guerreiros. Víctor e seus lanceiros estavam do lado oposto da sala.

A batalha chegou ao seu ápice nesse momento...