Paradoxo escrita por Samazing


Capítulo 1
Fracasso acadêmico.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Faz tempo que não apareço por aqui com uma história nova, mas finalmente senti vontade de escrever sobre um dos meus casais favoritos novamente, então espero que apreciem!



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I have this thing where I get older, but just never wiser.

(Eu tenho essa coisa de ficar mais velha, mas nunca mais sábia.)

 

A menina encarou o pedaço de papel como se sua própria vida dependesse daquilo. Ela mantinha os olhos fechados, com medo do resultado que havia obtido. Com as mãos trêmulas, aos poucos desdobrou a folha e abriu os olhos, revelando a caneta vermelha que gravava a sua maior catástrofe acadêmica.

Sakura Haruno havia tirado um cinco. Cinco. Uma nota vermelha em uma universidade em que a média era sete, estava completamente arruinada, graças à sua maior inimiga mortal desde o ensino fundamental — a matemática. Naquele momento, ela quis chorar, gritar e espernear feito uma criancinha, mas não podia, precisava se portar como a adulta de vinte anos que era.

A verdade é que quando se escolhe um curso de humanas, não se espera encontrar matemática em sua grade curricular. Pelo menos, era assim que Sakura pensava até começar a cursar a faculdade de Relações Internacionais e ver economia como uma de suas disciplinas. Ela havia fugido pelo máximo de tempo possível, mas agora já não havia mais como adiar, caso contrário, nunca se formaria.

Para completar, fazia pouco mais de um mês que havia conseguido sua tão desejada bolsa de estudos para uma faculdade no exterior, a Universidade de São Francisco, onde futuramente se graduaria. No entanto, para isso, havia duas condições: não se meter em confusões, o que era fácil para ela; e não ficar abaixo da média, o que ela também achava que seria fácil, mas estava redondamente enganada.

— O que foi? Quanto você tirou? Está fazendo drama novamente, igual à quando tirou aquele oito e meio? — perguntou Ino, enquanto tomava a prova das mãos de Sakura, que nem sequer tivera uma reação. — Ouch, essa deve ter sido a menor nota que você já tirou na vida.

— Isso não está ajudando muito. — Ela suspirou profundamente, pesarosa. — Quanto você tirou?

— Três e meio. — A loira deu de ombros, como se já estivesse acostumada de estar naquela situação. — Tudo bem, eu esperava um três, acho até que ele foi bonzinho na correção.

— Bonzinho? — Sakura pegou sua prova novamente, sentindo-se envergonhada pelo seu próprio fracasso. — Eu vou ter que voltar para o Japão — resmungou, chorosa.

— Para de drama! — Ino lhe deu um soco fraco no braço. — Ainda tem a prova final.

— Prova final? Isso vai ficar manchado no meu histórico escolar para sempre — proferiu, ainda manhosa.

— Para com isso, você ainda pode tentar a monitoria, se bem que... — A garota suspirou, desanimada.

— Isso, a monitoria! — De repente, uma fagulha de esperança se acendeu no peito de Sakura. — Como assim “se bem que”? — questionou, curiosa.

— O monitor é o Sasuke — ela falou, mas Sakura não deu muita importância ao nome. — Sasuke Uchiha — repetiu.

— O amigo do Naruto? — indagou, desacreditada.

— Exatamente esse — respondeu a loira. — O insuportável do Sasuke Uchiha, que mal fala uma palavra e que é extremamente grosseiro quando resolve abrir a boca para dizer qualquer coisa.

Fazia pouco tempo que Sakura havia começado a estudar na Universidade de São Francisco e, apesar de rapidamente ter nutrido uma amizade incrível com Naruto, que era melhor amigo de Sasuke, mal conseguia se recordar da voz do moreno. Sasuke Uchiha não era a pessoa mais simpática do mundo, estava longe disso e, apesar de parecer mal educado na maioria das vezes, isso contribuía para a sua reputação de garoto bonito e bad boy, por mais ridículo — e adolescente — que isso soasse. Contudo, nem mesmo Sakura podia negar que ele era realmente muito bonito.

Dado o seu histórico antissocial e de extrema arrogância, ela não tinha ideia do porquê de ele ser monitor de economia. Não era como se ele gostasse de contato humano, afinal. Apesar disso, o que ela realmente não compreendia, era como ele conseguia fazer parte da Shippuden, uma banda que era bem popular no campus e na cidade, composta por Sasuke, o guitarrista; Naruto, o vocalista; Neji, o baterista e Shikamaru, o baixista.

De repente, foi como se uma pequena lâmpada se acendesse em sua mente, como se a ideia mais genial de todos os tempos tivesse brotado em seu interior.

— E se você fizer a monitoria comigo? Você também precisa aumentar a sua nota! — Os olhos de Sakura encheram-se de expectativa, mas não durou muito para o brilho no seu olhar desaparecer.

— Nem morta — falou, sem pestanejar. — Escuta, Sakura, eu já tive a minha queda pelo Sasuke, até perceber que ele é um cretino arrogante. Eu finalmente consegui a cura para essa paixonite idiota e não quero me rebaixar ao ponto de fazer monitoria com ele, mas você deveria ir, você precisa disso, sua bolsa está em risco, e eu odiaria ter que cursar qualquer outro período sem você.

— Que motivador — Sakura ironizou e respirou profundamente. — Não pode ser tão ruim assim, não é? Ele mal fala.

— Vamos encontrar as meninas para o almoço, lá você pode tirar as suas dúvidas sobre o cretino. — A loira deu de ombros, completamente desanimada. — Mais uma prova final para a conta — disse, enquanto guardava a folha tranquilamente em sua mochila.

— Ótimo — Sakura revirou os olhos, irritada. — Mas eu não vou fazer essa prova final nem morta.

 

(✎)

 

— Sasuke Uchiha? — Karin gargalhou, de forma totalmente exagerada, como o de costume. — Ele é simplesmente o ser mais desprezível que eu tive o desprazer de conhecer.

— Mas por que ele é tão odiado assim? — perguntou Sakura, quase incrédula. O que aquele homem havia feito afinal? Havia cometido um crime? — Quer dizer, ele não pode ser tão ruim assim. Ele já foi preso, por acaso?

Todas as meninas gargalharam em volta da mesa, e a Haruno sentiu-se envergonhada por aquela sugestão que subitamente pareceu um tanto quanto descabida.

— Ele não matou ninguém, se é o que está querendo saber — explicou Tenten. — Mas digamos que ele é uma pessoa difícil. Acho que Karin e Hinata vão saber explicar melhor, já que elas o conhecem há mais tempo.

— Bom, vamos ver, ele é um arrogante, um cara frio do caralho, que só olha para o próprio nariz, porque é um baita de um sanguessuga egoísta — Karin praticamente rosnou, com plena convicção de cada palavra que deixava os seus lábios. — Eu já falei para o meu primo parar de fazer tudo pelo Sasuke, a amizade deles é completamente doentia, se querem saber. Eu não sei muito sobre a vida ou o passado do Sasuke, mas sei o suficiente para saber que ele não é companhia para o Naruto.

— Hinata? — Sakura virou-se para a menina, como se suplicasse por uma opinião diferente.

— Bem, eu acho que a Karin pode estar exagerando um pouco. — A ruiva quase a fuzilou com os olhos. — Eu conheço o Naruto desde pequena, e ele é muito bom de coração, mas não troquei muitas palavras com o Sasuke, mesmo depois de todos esses anos.

— Você fala assim, porque sempre vê bondade nos outros — reclamou Karin, sem paciência. Era sempre assim quando falavam do Sasuke, o pavio dela era curto demais. — O Sasuke se aproveita da bondade do Naruto, da tia Kushina e do tio Minato, ele nunca fez absolutamente nada pelo meu primo, e eu não consigo entender o que deu na cabeça do Naruto para ajudá-lo.

— Bom, tudo o que eu sei é que o Sasuke era herdeiro de uma fortuna milionária de uma empresa de tecnologia e que abriu mão de tudo — proferiu Temari, com total naturalidade. — Isso já parece suspeito o suficiente para mim.

— Empresa de tecnologia? — Sakura sentia-se cada vez mais perdida naquela história.

— Sim, a Sharingan Tech é da família dele.

A menina de cabelos rosados quase engasgou. A Sharingan Tech era uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e precisava concordar que era, no mínimo, estranho, o fato de Sasuke ter aberto mão daquela fortuna. Certamente, ele devia ter os seus motivos, mas não deixava de ser esquisito. Ainda assim, aquilo não tinha nada a ver com ela, afinal, tudo o que Sakura precisava era passar em economia, só isso. As questões pessoais do Uchiha pouco a importavam.

— Mas fica tranquila — disse Tenten, calma. — Se serve de consolo, ele é um grande nerd.

— Ótimo, então ele vai conseguir me ajudar a tirar um nove. Isso é tudo o que eu preciso.

 

(✎)

 

O horário de almoço já havia chegado ao fim, e as meninas se dispersaram. Com isso, lá estava Sakura, observando Sasuke através da porta que levava à sala da monitoria. Ela estava mais nervosa do que imaginava que estaria, primeiro, porque sua proximidade de Sasuke era nula, segundo, porque todas as coisas que suas amigas haviam lhe contado na hora do almoço rondavam a sua mente, trazendo mais questionamentos do que respostas. E ela detestava ter que lidar com pessoas mal educadas.

Depois de andar de um lado para o outro pelo que pareceu uma eternidade, ela finalmente reuniu toda a coragem que tinha e adentrou a sala, decidida e com o peito estufado, tentando manter o próprio ego inflado. No entanto, na verdade, era a primeira vez que ela precisava de ajuda com qualquer coisa ligada à escola ou universidade, então, de certa forma, aquilo realmente feria o seu orgulho. Por mais idiota que fosse, não era tão fácil quanto parecia.

Em passos lentos e inseguros, porém com uma feição decidida, ela caminhou em direção à Sasuke e parou de frente para ele, de modo que ficassem separados apenas por uma mesa.

— Olá — ela falou, levemente sem jeito, deixando toda a sua insegurança transparecer, mesmo que não fosse o seu desejo. — Você é monitor de economia?

— É o que o meu crachá diz. — Ele deu um leve peteleco no pequeno cartão pendurado no seu pescoço. — Monitor de economia — repetiu.

“Grosseiro sem a menor necessidade. Parece mesmo um cretino”, foi o que ela imediatamente pensou.

— Ótimo, porque eu preciso de ajuda. — Sorriu, tentando parecer simpática.

— Você não é aquela amiga do Naruto? — Ele parou por um momento, pensativo. — Sakura?

— Isso! — a menina assentiu, com um sorriso nos lábios. — Sakura Haruno — completou.

— Ah. — Ele deu de ombros, não tinha o menor interesse em saber o nome completo da menina. — Bom, se tiver vindo pelo mesmo motivo das outras garotas, eu realmente não estou interessado. — Suspirou, acompanhado de uma expressão de puro tédio.

Sakura foi pega desprevenida por aquele comentário infeliz e indelicado. Sasuke Uchiha estava sugerindo que ela estava a fim dele, mesmo sem eles nunca terem se falado direito antes? Ele era bonito, certamente, mas isso não o dava o direito de ser um babaca. Além disso, ela nunca seria tão superficial ao ponto de se deixar gostar de um homem tão frívolo quanto ele se demonstrava ser.

— Como? — perguntou, incrédula. — O que você está insinuando?

— Eu te vi andando de um lado para o outro pela porta — falou, impaciente. — O que eu deveria pensar?

— Você pode pensar o que você quiser, mas não precisa expor — disse, tentando parecer educada. — Vai conseguir me ajudar em economia ou não?

Sasuke colocou o cotovelo sobre a mesa, apoiou o queixo na mão direita e reclinou-se na direção de Sakura, como se estivesse analisando-a. A menina permaneceu quieta, apesar de achar a situação desconfortável.

— O Naruto tinha me dito que você tirava as melhores notas da turma.

A Haruno suspirou, tentando manter-se paciente. Não se rebaixaria ao nível dele, precisava se manter educada como sempre fora. Seus pais a ensinaram a ser assim, sempre gentil, e ela orgulhava-se disso.

— Sim, mas eu tenho dificuldade em matemática. Não sei se ele mencionou, mas eu curso relações internacionais — começou a se explicar, mesmo que não fosse nenhum dever seu. — Eu sou realmente muito boa em humanas, mas detesto matemática. Essa explicação está boa ou preciso detalhar mais?

— Sei... — Sasuke não deu muita credibilidade à explicação de Sakura, que pouco o interessava.

— Bom, você pode me ajudar em economia ou eu posso fazer uma reclamação sua na diretoria, a escolha é sua. — Ela sorriu, tentando parecer simpática, apesar do nada discreto tom de ameaça na sua voz.

— Certo — finalmente concordou, dando-se por vencido. — A monitoria acontece todas as terças e quintas, após o almoço.

— Ótimo — respondeu, sorrindo. — Começamos na semana que vem, então? — sugeriu.

  Sasuke não disse mais nada, apenas suspirou e assentiu, em concordância. Após finalmente conseguir a ajuda que precisava, ela marchou para fora da sala, pensando em como a descrição do rapaz batia perfeitamente com a relatada pelas amigas. Distraída e perdida em seus próprios pensamentos, Sakura não reparou quando o seu corpo se chocou contra o de um garoto loiro que vinha na direção oposta.

— Naruto! — Um sorriso que ia de orelha a orelha surgiu em seu rosto. — O que está fazendo por aqui?

— O que você está fazendo por aqui? — ele repetiu a pergunta. — Na área de exatas. Não era você que era alérgica a números?

— Sim. — Sakura maneou a cabeça, concordando. — Tão alérgica que fracassei na prova de economia.

— Ah, o monitor de economia é o Sasuke — relatou Naruto, como se aquela fosse a solução perfeita. — Ele pode te ajudar.

— Sim, eu acabei de ter uma conversa com o seu melhor amigo, e ele achou que eu estava dando em cima dele.

— O Sasuke? — Ele riu baixinho, um pouco desajeitado. — Bem, é que muitas garotas o procuram na monitoria simplesmente para isso. Ele deve ter se confundido.

— Definitivamente se confundiu — Sakura fez questão de deixar a situação clara. — Eu não tenho nenhum interesse em caras que se acham o centro do mundo. Ele é sempre assim?

— A Karin já enfiou isso aí na sua cabeça, é? Ela é minha prima, e eu a amo, mas ela gosta de exagerar nas coisas! — Ele revirou os olhos. — A Karin adora fazer a caveira do Sasuke por aí. Bom, não vou mentir, em alguns momentos ele é difícil, mas é uma boa pessoa.

— Sei. — Sakura não confiou muito nas palavras do Uzumaki, mas Sasuke devia mesmo ser um bom amigo para o garoto, considerando o quanto ele costumava defende-lo. — Bem, eu vou nessa, a Ino está me esperando.

— Ei, espera! —  ele chamou sua atenção, antes que Sakura de fato partisse. — Nós vamos tocar em um bar aqui perto amanhã, o Whiskey on Ice. As meninas sabem onde fica, aparece lá com elas, já que da última vez chegou atrasada.

— Pode deixar, estarei lá. No horário, dessa vez! — garantiu. — Até amanhã, então. — Despediu-se, sorridente.

 

(✎)

 

— Ele achou que você estava dando em cima dele? — repetiu Ino, sem sequer conseguir acreditar.

Sakura não conseguiu prender o riso quando viu a feição de espanto da amiga.

— Pois é, e eu realmente fui com a melhor das intenções. — Suspirou. — Será que ele faz isso com todas as garotas? Se sim, tenho até pena das que realmente são a fim dele.

— Eu te avisei, ele acha que é o centro do mundo. — Ela fez uma careta. — Insuportável.

De repente, a campainha do apartamento que as duas dividiam tocou, e Ino e Sakura se entreolharam, surpresas. Nenhuma delas estava aguardando visita. A loira olhou pelo olho mágico e sorriu, o que fez Sakura respirar aliviada. Provavelmente era alguma das meninas que havia parado para fazer alguma visita, fofocar ou matar o tédio, que era o que elas geralmente costumavam fazer. Quando a porta finalmente foi aberta, Karin, Hinata, Tenten e Temari entraram no local, rapidamente se espalhando pelo sofá.

— Ei, não vão tirar nada do lugar, nós acabamos de arrumar! — reclamou Sakura, e logo sentiu uma almofada sendo arremessada na sua barriga. — Qual foi a necessidade disso?

— Nenhuma, mas foi divertido — disse Tenten, enquanto gargalhava.

— Sua maturidade me espanta — repreendeu Sakura, feito uma velha.

— Ok, agora mate a nossa curiosidade, querida — disse Karin, com os olhos brilhando em expectativa. — Falou com o Sasuke?

— Vocês vieram aqui só para isso? — perguntou a rosada, quase furiosa.

— Lógico que não — rebateu Temari. — Viemos porque temos fofocas. Mas também queremos saber um pouco sobre o seu primeiro “encontro” com o Sasuke — falou, enquanto fazia aspas com as mãos.

— Deus me livre um encontro com esse ser. — Sakura fez uma careta de nojo. — Foi terrível. Na verdade, não sei se teria como ser pior. Ele é um convencido!

— O que ele fez? — perguntou Hinata, espantada.

— Ele achou que eu estava a fim dele, dando em cima dele — esbravejou, ultrajada. — Eu, Sakura Haruno? — Apontou para si mesma. — Nem morta.

— Mas do nada? — questionou Tenten.

— Sim, do nada — respondeu, frustrada. — Dá para acreditar?

— O Naruto me disse uma vez que muitas garotas se aproveitam do fato do Sasuke ser monitor para dar em cima dele, e que ele detesta isso — explicou Hinata. — Claro que isso não justifica a atitude dele com você, mas...

— Mas nada — Karin se pronunciou, irritada. — Ele é um ridículo.

— Por que será que ele abriu mão da Sharingan Tech? — perguntou Sakura, de repente. — Não que eu queira saber mais sobre ele, mas fiquei curiosa quanto a isso.

— Pelo pouco que eu sei, ele não abriu mão. Quer dizer, não exatamente — começou Hinata. — Na verdade, o Sasuke nunca teve interesse em dirigir a empresa e, pelo que sei, a relação dele com o pai nunca foi muito boa, então quando ele disse que não queria assumir a empresa, seu pai não aceitou muito bem. Isso é tudo o que eu sei.

— Mas por que ele não gostaria de assumir a empresa? — pensou alto. — Ele não cursa economia?

Temari negou, movendo a cabeça de um lado para o outro.

— Engenharia elétrica — corrigiu. — O cara é um gênio. — Para Temari, qualquer pessoa que optasse por um curso de exatas era simplesmente o ser mais inteligente do planeta. — Ele é monitor de economia, porque fez a prova e passou. A monitoria dele é destinada para todos os cursos que possuem a disciplina na grade curricular, exceto o curso de Economia, porque eles dão o conteúdo de forma mais aprofundada.

— Entendi — disse Sakura. — E engenharia elétrica não tem a ver com tecnologia? Por que ele não trabalha na empresa do pai, então? Poderia exercer outro cargo.

— Ninguém sabe ao certo — respondeu Karin. — Se tem alguém que sabe, essa pessoa é o Naruto. Talvez seja só rebeldia dele ou talvez o pai dele seja um tremendo babaca. Nesse caso, acho que ele teve a quem puxar. Agora chega de falar desse traste, vamos à fofoca!

— Que fofoca? — Os olhos de Ino encheram-se de expectativa.

— É sobre o Naruto — começou Karin, e todas as meninas a encaravam, atentas. — Mas vocês precisam jurar que não vão contar para ninguém.

— Ok, ok, mas fala logo! — falou Tenten, ansiosa.

— Bem, ele recebeu um convite de uma gravadora, eles ficaram muito interessados no Naruto, mas não na banda como um todo — explicou a ruiva.

— Cara, como você fica sabendo dessas coisas? — perguntou Temari, surpresa.

— Porque o Naruto é meu primo e eu sei arrancar as coisas dele, mas isso não vem ao caso. — Abanou as mãos de um lado para o outro, como se aquela informação não fosse importante. — Enfim, o fato é que o Naruto negou. Eu tentei convencê-lo a ligar para o agente, mas ele disse que nunca teve a intenção de seguir uma carreira solo e que não seria justo com os seus amigos. — Karin revirou os olhos, como se estivesse enojada. Ela era um pouco egoísta e não compreendia muito bem o sentimento de empatia. — Só que eu sei que é mentira e aposto que nenhum deles faria o mesmo, caso estivessem no lugar do Naruto.

— Sempre foi o sonho do Naruto — Hinata se pronunciou. — Ser um grande cantor, ele sempre quis. A faculdade sempre foi o plano B para ele, uma obrigação exigida pelos pais. O que o Naruto sempre quis de verdade foi cantar.

— Exatamente! — concordou Karin. — Eu tenho medo de que ele esteja cometendo a maior burrada da sua vida. Ele disse que pensava assim quando era novo, antes de ter uma banda e que agora se importa demais com seus companheiros para ser tão egoísta. Eu só tenho medo de que ele se arrependa.

Subitamente, todos os celulares à amostra, exceto o de Sakura, acenderam juntos e, rapidamente, cada uma pegou seu respectivo aparelho para olhar a notificação.

— E “A Garota da Universidade de São Francisco” ataca novamente — falou Tenten, com um sorriso divertido nos lábios.

Sakura encarava as meninas, perdida.

— Sakura, você ainda não ativou as notificações do instagram da @garotadaUSF? — perguntou Temari, incrédula. — É literalmente a maior fonte de informação do campus.

— Eu não ligo para essas besteiras — respondeu, completamente desinteressada.

— Talvez isso não fosse importante no fim de mundo de onde você veio — começou Karin, completamente insensível. — mas aqui é vital.

— É, Ino, parece que o barman gato está de volta ao campus.

Tenten, então, mostrou o celular para Sakura, com uma foto de qualidade duvidosa e tremida e a seguinte legenda:

“Vocês acharam mesmo que ele não voltaria? Pois bem, alguns realmente duvidaram. Para a felicidade de muitos e infelicidade de outros, depois de passar um semestre longe da faculdade, curtindo suas pseudo-férias ou sabe-se lá o que, Gaara está de volta à Universidade de São Francisco, um pouco atrasado após o início do semestre letivo.”

— Puta que pariu — foi tudo o que Ino conseguiu dizer, depois de levar a mão direita ao rosto e massagear as têmporas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do primeiro capítulo? Opiniões, sugestões, comentários? Espero ver vocês no próximo!



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