Arco 2 - País da Geada

Em algum lugar no País da Geada…

Duas figuras correm lado a lado, decididos a se afastar o quanto antes dos territórios frios do País da Geada. São eles Musashi Benkei e Kojirou Hashiguchi. Usando sua mão direita, o homem retira a peruca sobre sua cabeça, revelando então os seus cabelos azuis um pouco mais curtos do que as falsas madeixas ruivas. Com um rápido movimento, a atira para longe em direção a um arbusto quase que todo coberto por neve.

— Essa coisa não serviu para nada! – exclama ele.

— Não culpe a mim porque minha sugestão foi perfeita em estratégia e senso de moda! Nosso azar foi encontrar um Jonin – argumenta a mulher, mantendo o olhar fixo no caminho que se abre diante deles. – Quem iria adivinhar que um moleque daqueles seria o tal líder do clã Yuki!?

— Isso é… Mas seja como for, temos que sair daqui o quanto antes – diz ele, dando de ombros.

Por um breve instante, os olhares dos Nukenins se cruzam. Ambos pensam o mesmo a respeito do que pode estar para acontecer no País da Geada. Suspirando, Musashi se manifesta instantes depois:

— Com certeza. Pode ser que este país se torne um cenário de guerra dentro dos próximos dias… E ai de quem for pego no meio do furacão.

…/–/–/…

No cair da noite, em uma modesta pensão na região nordeste do País da Geada…

— Fico feliz por poder contar com a sua equipe nesta missão, Silvanna Senju – articula o jovem adulto líder do clã Yuki, sorrindo.

Cerca de duas horas atrás, Toushirou chegou a este local acompanhado dos Gennins Rei, Amaterasu e Tadashi. Todos realizaram os devidos procedimentos para se hospedarem nesta pensão que fica próxima dos limites territoriais entre o País da Geada e o País do Relâmpago. O Espadachim da Névoa aproveitou para complementar os agasalhos dos mais jovens entregando-lhes luvas e toucas, visto que estavam se protegendo apenas com casacos.

Mais tarde, minutos atrás, a equipe da Aldeia da Folha designada para colaborar com o time de Toushirou chegou. Comandados pela atual líder do clã Senju, os enviados da Folha também realizaram os devidos procedimentos para a hospedagem e encontraram os seus parceiros posteriormente: algo que está se desenrolando até este exato momento. Agora, no modesto saguão da pensão, os Gennins trocam olhares curiosos entre si.

— Posso dizer o mesmo, prodígio do clã Yuki – afirma a sorridente mulher, consideravelmente mais alta do que o Jonin da Névoa.

Silvanna Senju veste trajes típicos da família principal do clã Senju: um longo robe azul celeste, uma camisa vermelha de bordas brancas abaixo dele, um grande cinturão dourado com uma pedra esmeralda e tecidos vermelhos anexados, uma calça azul escura e botas em tom vinho com joelheiras douradas. Seu traje é ornamentado por ombreiras e braceletes de ouro, assim como uma presilha de mesmo material mantendo firme o rabo de cavalo dos seus cabelos loiros que atingem suas costas. Os acessórios para o frio são um casaco, touca e luvas todos de um azul bem escuro. Em sua mão direita, ela carrega a lendária Lança Cometa do clã Senju.

— É uma honra ouvir isso de uma das Sannins da Aliança Shinobi – Toushirou acrescenta, estendendo sua mão direita para um aperto de mão.

O Jonin chama bastante a atenção por ser o único no ambiente a não usar nenhum acessório para o frio e, mesmo assim, não demonstrar qualquer incômodo com o clima. Diante da atitude dele, a loira de olhos azuis mantém o sorriso e corresponde ao cumprimento com uma de suas mãos. Logo, as demais apresentações ocorrem.

Os Gennins são Haruki Senju, Zaku Mikazuchi e Akaemi Yuuhi. Haruki é o menor dos três, de pele parda, olhos castanhos bem escuros, sorriso caloroso, feição gentil e cabelos negros crespos e curtos. De Zaku somente seus olhos azuis são visíveis, pois ele está usando uma espécie de touca branca que cobre sua cabeça quase que completamente, luvas brancas e roupas longas brancas com padrões vermelhos e dourados. Por fim, Akaemi é uma garota de cabelos negros levemente ondulados até um pouco abaixo do pescoço, pele clara, sorriso doce e incomuns olhos vermelhos que instigam a curiosidade de Amaterasu Terumi.

— Você poderia nos atualizar? – Silvanna pede para Toushirou, tornando-se bem séria segundos após todas as apresentações.

A amistosa feição do Espadachim da Névoa também é substituída por uma seriedade demarcada pelo senso do dever. Nos minutos que se seguem, ele explica à equipe da Folha sobre o encontro com Musashi e Kojirou, além das informações extraídas de ambos. Silenciosamente, enquanto escuta, a líder do clã Senju da Aldeia da Folha pensa sobre quantos outros Nukenins estão agindo no País da Geada inspirados ou motivados pelos atos recentes de Kamui Yato Uzumaki.

— Acredito que a decisão ideal é iniciar a investigação nessas redondezas. Afinal, foi aqui que Caius Lao Bistail e Luna Shihoin enfrentaram Kamui – opina o Jonin de cabelos brancos, em contato visual com Silvanna.

— De fato – a loira concorda. – Em seguida, uma equipe precisa focar no contato com criminosos pequenos para confirmar as informações de Musashi e Kojirou. Pelo que sei, a região central do País da Geada é a que mais concentra atividades ilegais.

— Sim. Quando nos dividirmos, posso ir com a minha equipe até lá. Vocês ficam com o mapeamento de informações gerais nas regiões adjacentes ao redor deste lugar? – sugere o Espadachim da Névoa.

— Claro – ela concorda. – No entanto, a Aliança Shinobi não previu a atuação de tantos Nukenins no País da Geada em tão pouco tempo como resposta às ações de Kamui. Talvez precisemos de reforços.

Toushirou compreende bem o tom de insegurança da colega da Folha diante de seus olhos. Afinal de contas, essa missão é destinada à obtenção de informações e não a confrontos. Contudo, se o que Musashi e Kojirou disseram estiver correto, será difícil escapar de batalhas com uma concentração elevada de Nukenins no território do País da Geada. Em silêncio, o Espadachim da Névoa imagina que a situação possa vir a se agravar e colocar a integridade dos Gennins em risco.

Ao mesmo tempo, ele se lembra do pedido de Tier Halibel quanto aos cuidados especiais com Rei Hoshigaki e Amaterasu Terumi. O ataque de Gurdo Javelin a eles na Floresta da Eternidade pode ter sido meramente um prelúdio para eventuais ataques ainda mais hostis. O que aconteceria se esses eventos se cruzassem logo agora? Somente duas equipes, totalizando dois Jonins e seis Gennins, não serão suficientes no pior dos cenários.

— Geograficamente, estamos próximos da Aldeia da Nuvem. Quando sua equipe partir para a região central do País da Geada, me certificarei de ir até o País do Relâmpago em busca de reforços – garante Silvanna.

A Jonin da Folha dá as costas para Toushirou na intenção de falar diretamente para seus Gennins. Haruki, Zaku e Akaemi permanecem de pé a alguns metros dela e do Espadachim da Névoa, mas atentos à conversa, assim como Rei, Amaterasu e Tadashi. É quando Silvanna se manifesta mais uma vez:

— Amanhã, nossas duas equipes se dedicarão à coleta de informações nos arredores desta pensão. No próximo dia, a equipe Toushirou se deslocará para o centro do País da Geada. Vocês deverão permanecer nas redondezas e seguirem com a sonda de informações enquanto eu irei sozinha à Aldeia da Nuvem. Estamos entendidos?

— Sim, senhora! – exclamam, juntos, Haruki e Akaemi.

Dessa maneira, os Jonins trocam outras poucas palavras, mas logo se despedem para que cada equipe possa descansar adequadamente para o dia de amanhã. Em seguida, todos se dirigem aos seus respectivos quartos, divididos da seguinte maneira: Toushirou e Tadashi; Rei e Amaterasu; Silvanna e Akaemi; Haruki e Zaku. Rumo aos seus quartos, cada um deles pensa com certa inquietação sobre as possibilidades ao redor do que está por vir amanhã…

…/–/–/…

Algum tempo depois, no quarto de Rei Hoshigaki e Amaterasu Terumi…

— Tudo isso está mexendo bastante com você, não é? – questiona a garota, sentada em uma das duas camas do local.

O quarto não é tão espaçoso, mas é suficiente para acomodar os dois. Entraram há alguns minutos e Amaterasu percebeu o silêncio reflexivo do colega de equipe. Diante da pergunta dela, mantendo o rosto baixo enquanto é observado, Rei a responde:

— Sim. E você deve imaginar o porquê.

Amaterasu não responde porque trata-se do óbvio. Ele é filho de uma Kage, a idealizadora e principal responsável pela criação da Aliança Shinobi. Qualquer um que se oponha à Aliança, acima de tudo, se opõe aos Kages: e principalmente a ela, Tier Halibel Hoshigaki. Pensar sobre isso faz a garota abaixar o seu rosto também. Ela está tentando se colocar no lugar de Rei, imaginando como reagiria se o seu pai, Valir Terumi, estivesse na mesma situação.

— A equipe da Aldeia da Folha me lembrou de uma história que o meu pai me contou uma vez… – diz ela, quebrando o silêncio de quase um minuto.

Por sua curiosidade, Rei ergue o seu rosto. Os olhares dos dois se cruzam e, logo, a Gennin retoma as palavras:

— Muito tempo atrás, na época da fundação das aldeias ninjas, o País do Fogo era comandado pelo clã Uchiha. O líder deles acreditava na força como a melhor maneira para alcançar a justiça e prevalecer. O choque com o clã Senju, uma linhagem que priorizava a paz, era inevitável. O momento do conflito chegou…

Amaterasu se lembra com riqueza de detalhes dessa história por tê-la ouvido muitas vezes do seu pai. Como um homem que acredita no mesmo senso de justiça defendido por Halibel, ele sempre tentou inspirar em sua filha as crenças sobre a paz e a esperança. Para isso, contextualizar a época da fundação das aldeias tornou-se inevitável. Como consequência, a antiga rixa dos Senju contra os Uchiha seria uma peça indispensável para apresentar esse quebra-cabeça.

— Albafica Senju, que futuramente viria a ser o Primeiro Hokage da Aldeia da Folha, entendeu que a guerra contra os Uchihas era uma guerra contra as guerras – ela prossegue. – A paz nunca poderia ser alcançada se eles continuassem espalhando o ódio. Com o apoio de alguns aliados importantes, como o clã Uzumaki, os Senju derrotaram os Uchihas. Um sacrifício que, para os ninjas daquela época, teria sido necessário…

— Um sacrifício… Necessário? – questiona o loiro, visivelmente incomodado com os termos.

— Quando os Senju agiram daquela maneira, fizeram uma escolha. Uma decisão que considerou as possíveis consequências que viriam depois. Mas hoje eu fico pensando… Existia outro caminho? E se existisse, temos o direito de condenar escolhas difíceis dos nossos antepassados que moldaram tudo para que estivéssemos aqui hoje? – argumenta a jovem.

É quando ela se levanta, caminhando em direção à janela na parede à esquerda. Andando por entre as duas camas, Amaterasu é observada por Rei. Ao parar bem diante da janela, a Gennin da Névoa abraça os próprios braços e observa a luz do luar no céu, assim como a neve no chão e nas árvores da região.

— Vivemos em um mundo no qual o simples fato da humanidade existir gera conflitos. Talvez isso seja uma regra constante em todo o Multiverso – ela considera, permanecendo com o olhar fixo para o ambiente externo. – As inquietações de quem não concorda com a Aliança Shinobi são válidas, mas é graças a esse sistema, proposto por sua mãe, que os sacrifícios foram minimizados. Incontáveis vidas foram salvas e inspiradas para que eventos como o genocídio Uchiha nunca mais ocorram. Porém, não importa o quão nobre sejam as intenções de pessoas como a sua mãe, sempre existirão opositores. E o que devemos fazer diante disso…?

Amaterasu olha em direção a Rei novamente. Com seus olhos impactados por suas palavras, ele não consegue manter o contato visual por muito tempo. Abaixando o seu rosto, o filho de Halibel cerra seus punhos sobre suas pernas enquanto busca uma resposta em sua própria mente. A questão é: existe uma resposta…?

— Sua mãe sempre soube das consequências, assim como os Senju do passado sabiam dos reflexos de suas escolhas. Toda ação gera uma reação e até mesmo o simples fato de estar vivo não é diferente – garante a filha de Valir Terumi, redirecionando o seu rosto para a janela. – Aqueles que realizam sacrifícios pela paz estão dispostos a continuar se sacrificando pelo melhor daqueles ao seu redor. A senhora Mizukage, os demais Kages… Toda a Aliança Shinobi… Todos se esforçam para tornar esse mundo melhor, dia após dia… Todos lutam para que o futuro seja cada vez mais promissor e com o mínimo possível de derramamento de sangue. Para isso, é preciso saber quando estender a mão e quando erguer o punho. Tier Halibel Hoshigaki sabe. Não importa o que aconteça, pessoas como ela não vão cair enquanto tiverem forças para sonhar com um mundo longe da escuridão…

Ao refletir por mais alguns instantes, o filho da Mizukage sente o seu coração aquecido. Reerguendo o rosto, Rei observa os ondulados cabelos da garota adotada por Valir Terumi anos atrás. Sem conseguir se conter, ele sorri e pensa na sorte que teve ao ser colocado em uma equipe junto de Amaterasu. Quem mais o entenderia tão bem além de quem também foi escolhida para ser a família de alguém?

— Amaterasu… – articula o Gennin, chamando para si o olhar dela. – Obrigado…

…/–/–/…

Enquanto isso, no quarto dividido entre Haruki Senju e Zaku Mikazuchi…

Ambos os Gennins já estão deitados em suas respectivas camas, mas algo importuna o sono de Haruki Senju. Há minutos, ele vira de um lado para o outro, incapaz de fechar os olhos por tempo suficiente. Seu sono parece lhe escapar como água que escorre entre os dedos, mas Haruki já está acostumado com isso.

Sua mente diagnosticada como neurodivergente anos atrás por sua falecida mãe, Jeanne D’arc Senju, costuma lhe atordoar com ideias e pensamentos demais em certas noites. Por isso, muitas vezes, o menor dos três jovens da Equipe Silvanna enfrentou dificuldades para ser produtivo em seus dias como estudante da Academia Ninja da Aldeia da Folha.

— Não consegue dormir? – pergunta o seu colega de quarto.

Ouvir isso faz o garoto desviar o rosto para a direita. Seus olhos escuros eventualmente se cruzam com os claros de Zaku. Deitado de lado em direção a Haruki, o garoto do clã Mikazuchi parece “interessado na insônia” do seu companheiro de time. Por algum motivo, Haruki se desconcerta por manter o contato visual tempo demais e acaba desviando o rosto para o teto. Deitado de costas, o Gennin do clã Senju observa a madeira acima, mas eventualmente responde:

— Acontece de vez em quando.

— Você tem TDAH? – indaga o sujeito encapuzado, atraindo para si o olhar abismado de Haruki. – Não precisa se assustar, eu conheço um pouco do assunto porque a minha irmã mais nova tem. Você tem alguns comportamentos parecidos com os dela.

Ele se refere ao Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, uma condição neurodivergente de algumas pessoas no mundo. Como Haruki, os indivíduos que possuem essa condição têm algumas dificuldades principalmente no que se refere à motivação a longo prazo, administração da atenção, excesso de pensamentos e hiperatividade. Apesar da convivência entre eles ainda ser recente, o integrante do clã Mikazuchi identificou algumas dessas questões em seu colega.

— É… – admite o menor da dupla, dando de ombros, suspirando e retomando: – Tenho. Às vezes, a minha cabeça simplesmente não quer sossegar. Me atordoa com ideias e culpa.

— Culpa…?

— Sim – confirma, desviando novamente o olhar para o teto. – Quando a sua cabeça é assim, você tende a remoer coisas do passado mais do que as outras pessoas. Considera possibilidades, muitas possibilidades. E pelo menos no meu caso, essas possibilidades tendem a ser negativas… Meu irmão sempre me diz para enfrentar a culpa, mas na prática é mais difícil do que na teoria…

Por seu colega ser filho da Segunda Hokage, Zaku conhece razoavelmente bem a história pessoal de Haruki. Afinal, quem na Aldeia da Folha ou na Aliança Shinobi não sabe sobre o ato de sacrifício de Jeanne D’arc Senju, a mãe do pequeno Gennin de olhos escuros? Por associar uma coisa à outra enquanto escuta, Zaku imagina que a culpa mencionada por seu companheiro de equipe se refere à perda da mãe.

É quando ele se levanta, chamando a atenção de Haruki. Com poucos passos, Zaku contorna a cama dele e se deita do outro lado do menor, de costas para o mesmo. Confuso e um pouco constrangido pela aproximação física tão inesperada, o Gennin do clã Senju tenta entender:

— Por que voc…

— Quero ficar aqui um pouco – afirma Zaku, permanecendo deitado de costas para o mesmo. – Apenas para você saber que estou aqui. Que tem alguém aqui. Posso te dar a mão se precisar e se for te ajudar a dormir. Ou posso simplesmente ficar aqui…

Os olhos castanhos de Haruki se arregalam. Ele jamais esperaria isso de alguém que, pela aparência, parece tão frio e distante dos outros. Teria julgado Zaku Mikazuchi mal? Teria se precipitado a esse ponto…?

— Quando a culpa pesar demais sobre os seus ombros, divida – propõe o encapuzado. – Agora, os seus problemas são os nossos problemas. Meus, da Akaemi e da professora Silvanna. Não precisa lidar com tudo sozinho, se quiser…

Ainda surpreso, Haruki continua observando o garoto ao seu lado por algum tempo. Em seguida, um sorriso emocionado preenche seu rosto. O irmão mais jovem do Chuunin Aiden Flynn Senju não sabe o que dizer ou como se posicionar depois disso. Tudo o que é capaz de fazer… É erguer o rosto e olhar em direção ao teto… Silenciosamente agradecido.

…/–/–/…

Relativamente longe dali, na região central do País da Geada…

Um homem de olhos azuis e pele clara caminha pelas ruas noturnas da pequena região residencial em que está. A neve do local, mais escassa do que nas redondezas da pensão onde a equipe Toushirou e Silvanna estão, não é empecilho algum para o seu determinado avanço. Usando uma capa preta com capuz e luvas vermelhas em conjunto com suas vestes acinzentadas tradicionais, Adoniz Cavillare está coletando informações de porta em porta sobre Toushirou Hitsugaya Yuki.

Por quê? Horas mais cedo, o ninja independente foi surpreendido por boatos de que o Espadachim da Névoa em questão havia derrotado dois famigerados Nukenins da Aldeia da Grama dentro dos territórios do País da Geada. No início deste dia, Adoniz foi contratado para a missão de roubar a Espada Lendária da Névoa pertencente ao líder do clã Yuki. Ele não esperava, no entanto, que poderia iniciar a sua missão por aqui sem precisar se deslocar até o País da Água.

— Entendo – articula ele, de lábios ocultos por parte de sua capa. – Obrigado.

A velha senhora da casa diante dele sorri, acena e fecha a porta com certa pressa. Dando as costas para a residência, Adoniz considera que possui informação o suficiente para ir até onde, segundo as fontes, Toushirou pode estar. Desse modo, o ninja independente segue caminhando em direção à região nordeste desta nação.

— Espero que o nosso encontro possa ser divertido e sem derramamento desnecessário de sangue… – diz para si mesmo, seguindo o seu trajeto com um sutil sorriso oculto por sua capa. – Toushirou Hitsugaya Yuki…