Justiça: O Pergaminho de Rei escrita por Wondernautas


Capítulo 11
10 - A batalha dos olhos entristecidos




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Arco 2 - País da Geada




No fim do entardecer, na região central do País da Geada…



Adoniz, em pleno ar, amassa o chakra em seu estômago e expele uma onda de fogo que se alarga como um lança-chamas na direção de Tadashi. O alcance do fluxo de chamas se expande progressivamente até a técnica entrar em contato com a nuvem de cinzas ao redor do Gennin. Quando isso acontece, uma tremenda e impressionante explosão ocorre em grande escala no campo de batalha, espalhando neve e cinzas por todos os lados… Enquanto Rei e Amaterasu observam a tudo incapazes de fazer qualquer coisa a respeito.

— Tadashi!! – Rei e Amaterasu, juntos, clamam por ele ainda correndo ao máximo para se aproximar.

Afetado pela explosão, Tadashi é atirado para longe enquanto as cinzas, neve e chamas se espalham para todos os lados. Apesar disso, Rei consegue se aproximar o suficiente em direção ao colega de equipe para segurá-lo nos braços. Porém, ambos acabam rodando no solo parcialmente coberto pela neve enquanto Amaterasu ativa selos manuais e mentaliza:

— Estilo Fogo: Torrente de Chamas!

Adoniz acaba de voltar para o solo, mas ela se aproxima enquanto libera uma grande onda de fogo ao colocar a mão direita em frente à boca. As chamas se aproximam do seu alvo, mas ele sorri parecendo não se preocupar com essa ameaça. É quando o mesmo ativa alguns selos manuais, abrindo a sua boca e inspirando. Um potente fluxo de energia para o interior do estômago de Adoniz lhe permite absorver e inalar completamente as chamas da técnica de Amaterasu, fazendo-a parar de se aproximar.

— Não pode ser… – diz ela, parada e completamente perplexa diante do que está presenciando.

Seu espanto se dá pelo fato de que conhece as lendas a respeito do Estilo Fogo: Consumo de Chamas, um movimento quase extinto nos dias de hoje. Trata-se de uma técnica secreta de origem incerta no mundo ninja, mas acredita-se que tenha surgido em algum clã já extinto do País do Fogo. Consiste em aplicar uma quantidade de chakra do Estilo Fogo no estômago para realizar o caminho oposto de uma técnica comum: ao invés de assoprar, o usuário deve inalar profundamente. Isso resulta no que a garota está vendo: uma capacidade instantânea de engolir técnicas do Estilo Fogo de longa distância. Em instantes, toda a técnica dela é completamente “devorada” pelo oponente.

— Surpresa! – exclama o mais velho, inclinando-se para a garota e abrindo a sua boca.

Instantaneamente, o sujeito devolve a técnica de Amaterasu, potencializando-a com o seu próprio chakra. Dessa forma, a jovem coloca os braços à frente do próprio corpo para se proteger enquanto tenta saltar para trás, mas não é capaz. Por isso, ela é pega pela Torrente de Chamas que lhe foi devolvida enquanto Rei e Tadashi se levantam do chão.

— Amaterasu! – Rei clama por ela enquanto o garoto ruivo ao seu lado, bastante queimado, se esforça para se manter de pé.

Ciente de que precisa fazer algo, o filho de Halibel ativa os selos manuais enquanto foca o olhar no inimigo. E pensa com convicção:

— Estilo Água: Técnica do Projétil de Água!

O fluxo constante de água disparado por sua boca avança em linha reta contra Adoniz, mas ele sequer se importa porque a grande distância lhe permite saltar para a direita enquanto Amaterasu ainda é vítima de chamas. Rei, apesar disso, não perde tempo: morde o polegar direito e usa o seu sangue na palma da mão esquerda, tocando o seu próprio fluxo de água

— Técnica de Invocação! – ele exclama.

A serpente marinha do garoto surge, impressionando o ninja independente ao longe. Afinal de contas, não é todo dia que é possível presenciar um Gennin invocando esse tipo de criatura. Rodopiando ao redor do fluxo de água da técnica do seu invocador, a criatura avança na direção de Adoniz. É quando, focado nela, o sujeito originário do País do Fogo se surpreende: mesmo cheia de queimaduras no corpo, Amaterasu ressurge das chamas, aproximando-se com relativa facilidade. Graças a isso, ela atinge Adoniz com um soco do punho direito.

Ele recua alguns passos pelo impacto, mas imediatamente também consegue atacá-la: Adoniz concentra toda a sua força muscular naturalmente elevada por sua condição física atlética na perna direita. Com rapidez, atinge a garota no rosto, fazendo-a gemer de dor e atirando-a para longe por alguns metros de distância. Por outro lado, a serpente marinha de Rei já está próxima demais e quase acerta sua cauda no seu alvo, mas Adoniz consegue saltar para longe.

— Posso não ser um ninja vinculado a uma aldeia, mas eu tive meus próprios métodos para ficar forte… – afirma ele, realizando saltos consecutivos para variadas direções enquanto a serpente marinha insiste em tentar acertá-lo com investidas de sua cauda. – Pessoas como eu precisam ser fortes para sobreviver. Vocês não entenderiam…

Enquanto Amaterasu cai ao chão, olhando na direção de Adoniz, Rei permanece parado onde está. As palavras do adversário lhe tocaram de alguma forma e o loiro percebe que o sujeito que estão enfrentando não é necessariamente ruim. Diante disso, a curiosidade lhe toma e ele questiona:

— O que você fez com o nosso professor?

— Coloquei ele para dormir embriagado – afirma Adoniz, seguindo com as esquivas perante a serpente marinha de Rei enquanto olha diretamente nos olhos do filho da Mizukage. – Meu contratante quer essa espada e eu preciso finalizar o meu trabalho. Mesmo assim, eu não mato ninguém. Nunca.

É quando os Gennins se lembram das palavras de Toushirou: “Neste mundo, enquanto algumas pessoas sorriem, outras choram de agonia. Enquanto algumas se fartam de comida, outras contam migalhas para tentar estancar a fome. Enquanto há nascimentos em alguns lugares, também há morte em outros. Todos nós, parte deste mundo, nos perguntamos em algum momento de nossa vida qual o sentido de tudo isso. Por que estamos aqui? Por que certas pessoas precisam sofrer tanto? Sinceramente… Eu não tenho a resposta para absolutamente nada disso… É por isso que o simples fato de existir pode se mostrar uma tarefa difícil, árdua… Temos de viver cada dia de nossas vidas sustentados pelos sacrifícios dos outros. Isso é ser humano”…

Suspirando com uma expressão sutilmente melancólica, Rei começa a correr na direção do seu adversário. Em dado momento, a serpente marinha atinge Adoniz no braço direito com sua cauda, fazendo-o gemer baixo de dor. Por outro lado, o ninja independente para de se esquivar, concentra a força muscular na perna esquerda e atinge o rosto da criatura alongada com um pontapé da perna direita. Desse modo, a serpente marinha é atirada para longe, mas logo se recupera ao girar no ar, cair no solo e começar a se arrastar pelo chão na direção do seu alvo. Afinal de contas, ainda que não recebam ordens expressas, os indivíduos dessa espécie são conhecidos por seu temperamento combativo.

— Estilo Água! – exclama Rei, ativando selos manuais cada vez mais próximo do seu alvo. – Shurikens de Água!

O loiro expele uma quantidade de água da boca e cria uma determinada quantidade de shurikens através disso. Seis projéteis são formados, girando ao seu redor, lançados em seguida em direção ao oponente de forma simultânea. Porém, executando três acrobacias com relativa facilidade, Adoniz escapa dos projéteis e de uma nova investida da cauda da serpente marinha, mas é acertado nas costas por um forte chute de uma ofegante Amaterasu.

Ao gemer de dor, um pouco impulsionado para a frente, Adoniz perde o controle do próprio corpo por algum tempo: em tempo suficiente para a serpente marinha de Rei conseguir se envolver por completo em seu musculoso braço direito. Ela o aperta com força, fazendo uso do Enrolamento Adjacente, prestes a mordê-lo no pescoço com suas presas bem visíveis para o ninja independente. Com uma das mãos contidas, ele em tese não conseguiria realizar um Ninjutsu para escapar, mas…

— Mãe… Por que desejo ser um ninja…? – pensa Rei, se aproximando do seu alvo com toda a velocidade que lhe é possível. – É para lutar contra pessoas como ele…? Contra pessoas que têm tanta tristeza e dor nos olhos…?

Se jogando contra o chão abaixo de si, parcialmente coberto por neve, Adoniz usa toda a sua força para chocar o seu braço envolvido no solo. A força é tamanha que tanto ele quanto a serpente marinha gemem de dor, cada um à sua maneira. Rei percebe sutis filetes de sangue escorrendo de alguns pontos do braço do inimigo, mas Amaterasu não lhe dá tempo algum e tenta acertar o rosto de Adoniz com um soco do punho direito. Dessa vez, no entanto, o mais velho desvia e se esforça em um grito ousado para bater o braço envolvido pela serpente marinha com tudo na garota.

— Por que, mãe? – o filho de Halibel continua pensando, relativamente relutante apesar de estar em pleno campo de batalha. — Por que os olhos dele não demonstram hostilidade…?

Amaterasu se protege com os braços à frente do próprio corpo, mas é impulsionada para pouco mais de um metro pela força do impacto do ataque de seu adversário. E Adoniz Cavillare segue realizando o mesmo movimento várias vezes seguidas contra a garota, parecendo dar tudo de si enquanto usa a serpente marinha contra ela mesma e contra Amaterasu. A cada novo ataque, a criatura se aperta ainda mais em seu braço, fazendo com que mais sangue escorra do mesmo.

— Por que ele tem esse olhar tão angustiado…? – o Gennin loiro se pergunta, em seus pensamentos mais íntimos.

Rei finalmente intervém, tentando acertar dois socos, um de cada punho, em Adoniz. No entanto, ele consegue desviar de ambas as investidas, aplicando ainda mais força em seu braço contido para acertar o rosto do filho da Mizukage com o corpo alongado da serpente marinho. Nesse momento, Rei é impulsionado para longe enquanto a criatura se desenrola e cai sobre a neve avermelhada pelo sangue de Adoniz.

Duas shurikens vem na direção do mais velho, atiradas por Tadashi ao longe, mas o ninja independente consegue saltar para a esquerda e escapar. Seu braço direito está bastante ferido devido à pressão exercida anteriormente pela serpente marinha, dona de escamas poderosas e cortantes, somada à própria força usada por Adoniz em seus golpes. No atual estado, seu braço está repleto de incontáveis cortes por toda a sua extensão, assim como considerável sangue escorre do mesmo.

— Ele deve ter utilizado algum Genjutsu para neutralizar o Toushirou Hitsugaya de forma discreta – imagina Tadashi, ao longe, ainda com dificuldades para se manter de pé devido ao dano severo que sofreu com o ataque combinado de Adoniz. – Deve ter gastado algum chakra com isso. Apesar de sermos Gennins, somos três e estamos dando trabalho pra ele. Se conseguirmos segurá-lo por mais algum tempo…

— Estilo Água: Técnica do Projétil de Água! – pensa Rei, razoavelmente próximo ao inimigo, ativando novos selos manuais.

Amaterasu, por sua vez, parte contra Adoniz outra vez, tentando acertá-lo com socos e chutes consecutivos. Rei, ao mesmo tempo, maneja seu projétil de água para tentar não atingir sua aliada enquanto isso. A serpente marinha, enfim, se manifesta outra vez e rasteja no solo em relativa velocidade para tentar abocanhar o seu alvo.

Mesmo com o braço ferido, Adoniz realiza selos manuais para combater a investida de dois oponentes e a técnica de longa distância de um terceiro. Em pensamentos, o mais velho dos presentes diz para si mesmo:

— Arte Ninja: Cortina de Fumaça!

Trata-se de uma técnica básica na qual o usuário concentra chakra em seu estômago e expele como uma fumaça. A densidade e quantidade da fumaça criada por Adoniz são suficientes para rapidamente envolver tanto Amaterasu quanto a serpente marinha de Rei em um campo de visão quase que ofuscado por completo. Graças a isso, o feixe de água do filho da Mizukage também não atinge nada além de fumaça.

— Estilo Fogo: Técnica da Grande Bola de Fogo! – mentaliza o ninja independente, saindo do fluxo de fumaça logo após ativar todos os selos manuais para uma nova técnica.

O fogo expelido pela boca dele toma a forma de uma esfera de fogo maciça ligada a um fluxo contínuo de chamas. A técnica atinge Amaterasu e a serpente marinha simultaneamente, ainda envolvidos pela cortina de fumaça. Rapidamente, as chamas os engolem e deixa uma cratera na superfície da terra. Logo, a fumaça é completamente dispersa pelo fluxo ardente de fogo.

— Amaterasu! – exclama Rei, correndo na direção da sua aliada.

A garota de longos cabelos castanhos está quase a fechar os olhos, caindo para trás muito ferida. Ela se esforça para manter a consciência, mas tudo o que consegue é pensar sobre o quanto tentou ajudar seus amigos contra o inimigo.

— Droga… Não consegui fazer muita coisa – pensa ela, desmaiando logo em seguida.

Antes de cair no chão, no entanto, Rei consegue acolhê-la, se jogando embaixo dela, agachado e em tempo para não deixá-la se chocar contra o solo. Adoniz, por outro lado, segue desviando de novas investidas da cauda da serpente marinha. O ninja independente, apesar da vantagem contra tantos inimigos simultâneos, está visivelmente ofegante pelo esforço contínuo nesta batalha.

— Por que não consigo sentir raiva…? – Rei, olhando para o rosto parcialmente queimado da aliada desacordada em seus braços, ainda que de maneira superficial. – O inimigo está diante de nós. Ele está empenhado para nos vencer. Mas eu não consigo… Por quê…?

Tadashi, ao longe, puxa a última kunai em sua bolsa de ferramentas, manejando-a com a mão direita. Relativamente mais lento por causa das queimaduras em seu corpo, o ruivo corre para se reaproximar de Adoniz. Enquanto isso, Rei permanece quieto observando sua colega de equipe inconsciente.

— Ah, espera… – articula o loiro, arregalando os olhos por se lembrar de algo. – Eu me lembro que…

Certa vez, sua mãe lhe disse algo que o marcou. Halibel afirmou que há dois tipos de batalha: lutas para proteger alguém e lutas para ferir alguém. No primeiro caso, a proteção pode ser simplesmente para si mesmo ou para uma pessoa querida. No segundo caso, segundo ela, as motivações tendem a envolver questões pessoais muito mais íntimas.

Se lembrando da ocasião em que foram atacados por Gurdo Javelin na Floresta da Eternidade, Rei consegue associar aquele evento ao segundo tipo. Afinal de contas, aquele estranho ser estava ali para atingir um objetivo pessoal, mas também demonstrava prazer ao confrontar três crianças. Agora, a situação é diferente… Os olhos de Adoniz são como os de Rei em sua infância: marcados pela dor de ter que lutar sozinho pela sobrevivência. Chegar a essa conclusão esclarece as ideias do garoto, fazendo-o finalmente entender tudo.

— Como você se chama…? – questiona o filho da Mizukage, repousando Amaterasu no chão com cuidado, colocando-se de pé em seguida.

Desviando das persistentes investidas da serpente marinha, cada vez mais cansado, o único adulto presente alterna o seu olhar entre o loiro que está parado e o ruivo que está se aproximando com uma kunai.

— Adoniz Cavillare – o sujeito responde à questão do filho da líder da Aldeia da Névoa.

— Adoniz, eu me chamo Rei Hoshigaki. Eu sou o filho da pessoa que propôs a Aliança Shinobi – afirma o garoto, fazendo Tadashi parar em determinado ponto imediatamente.

Surpreso, o inimigo dos Gennins salta para bem longe da serpente marinha, permitindo que o sangue do seu braço se espalhe pelo ar. A criatura invocada por Rei, de maneira instintiva, entende que seu mestre precisa de algum tempo antes que a batalha prossiga. Direcionando o seu olhar para o filho de Halibel, Adoniz tenta normalizar a própria respiração para perguntar:

— Isso é verdade…?

— Sim. Por isso, eu… – confirma o menor, abaixando o próprio rosto. – Gostaria de te pedir perdão em nome da Mizukage. Em nome da minha mãe…

As novas palavras dele assombram tanto Tadashi quanto Adoniz ainda mais. Por que Rei, de uma hora para outra, estaria pedindo perdão a um inimigo em pleno combate? Algo assim é difícil de ser compreendido por qualquer pessoa, mas Rei sabe que Amaterasu facilmente entenderia se estivesse consciente. Afinal de contas, eles são parecidos em alguns aspectos fundamentais…

— Eu não tinha ninguém, mas tive a sorte de ser acolhido por ela. Ganhei um lar, uma família e um propósito de vida. Eu pude crescer em segurança, confiante em meus sonhos… Em minha determinação. Mas nem todos têm essa oportunidade. Não posso dizer que a minha mãe acertou em tudo porque ainda existem alguns como você… Precisando de ajuda. E… Também não devo cobrar toda essa responsabilidade dela, não é certo. Mas…

Lágrimas sinceras caem dos olhos do garoto, cerrando os próprios punhos. A dor que está em seu coração é legítima. Ela vem de um passado doloroso, de lembranças tristes de uma primeira infância marcada pela violência. Rei não conhece quase nada sobre o seu inimigo, mas instintivamente sente que aqueles olhos denunciam o mesmo tipo de infância. Em seu âmago, Rei pensa: “Eu me tornaria como ele se não tivesse tido a sorte que tive…?”.

— Eu quero me tornar mais forte para ajudar outras pessoas como eu! Pessoas que precisam.. Que não têm alternativa… Talvez como você – ele acrescenta, fazendo seu ouvinte tremular por alguns instantes.

— Você… – Adoniz, incrédulo, tenta formar palavras de forma falha.

— Não me esforço todos os dias para ter que machucar pessoas que poderiam estar no meu lugar! Não… – reabrindo os seus olhos maculados por lágrimas, o jovem ergue seu rosto rumo a Adoniz, cruzando o olhar com o dele. – Pessoas quais eu poderia estar.. No lugar delas…

O braço direito do mais velho está levemente caído, pingando sangue sem parar. Ele permanece focado em Rei Hoshigaki, pois cada palavra do garoto é como uma prova legítima de tudo o que Adoniz ouviu falar sobre Tier Halibel Hoshigaki… Uma mulher que amou a todos, até os que nunca conheceu, por desejar um mundo melhor e sem sacrifícios. Em silêncio, ele se pergunta em seus pensamentos sobre a possibilidade de ter sido adotado por alguém como ela no lugar de Rei. Ou no lugar de qualquer outra pessoa. Como seria a sua vida hoje…?

— Eu… – diz para si mesmo, em pensamentos, abaixando o próprio rosto. – Seria feliz…? Eu… Seria feliz.

É quando os olhares de Adoniz Cavillare, Rei Hoshigaki, Tadashi Uzumaki e a serpente marinha Mizurados são atraídos por sons de palmas. Palmas incessantes ao longe, perfumadas por um tom sarcástico de uma figura já vista por Rei dias atrás. Os olhos do filho de Halibel se arregalam quando ele se depara com Gurdo Javelin, caminhando suavemente em sua direção.

— Esplêndido! Esplêndido! Espetáculo maravilhoso! – exclama a criatura verde, cada vez mais próxima. – Uma pena que terei que interrompê-los, habitantes do Universo Alfa-2. Temo que não lhes resta outra opção…

— Quem é você? Ou o que… É você…? – indaga Adoniz com uma feição intrigada.

Parando em determinado ponto, a alguns metros de todos eles, Gurdo Javelin sorri. Cessando as palmas, o pequeno ser leva ambos os braços para trás do corpo e suspira.

— Meu nome é Gurdo Javelin, sou um caçador de tesouros e recompensas multiversal – explica, sorrindo enquanto alterna o olhar entre Adoniz, Rei e Tadashi. – E estou aqui por dois motivos. O primeiro: por vingança. E o segundo… – enfim, foca o seu olhar no ponto onde estão Rei e a desacordada Amaterasu. – Pelo maior prêmio a ser obtido em todo o Multiverso: o Cristal da Alma. A questão é que, desta vez, eu não desistirei até arrancá-la de dentro de um de vocês… Com as minhas próprias mãos!


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Notas finais do capítulo

– Saudações, deuses e mortais! Como vão? Espero que bem! Meu criador anda tão atarefado que até eu estou ficando maluquinho. Se você está gostando desse wonderverso, considere apoiá-lo visitando o @wondernautas naquele tal de Instagram. Se quiser conteúdo fluido e interessante enquanto faz tarefas do dia-a-dia, procure o Wondernautas no Spotify. Fica a dica, hein? Agora é hora de voar!

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Estilo Fogo: Consumo de Chamas

Rank: A

Classificação: Ninjutsu/Kyuinjutsu

Requerimento: Afinidade em Estilo Fogo, conhecimento sobre a técnica secreta

Selos: 5

Descrição:

Trata-se de uma técnica secreta de origem incerta no mundo ninja. Acredita-se que tenha se originado em algum clã já extinto do País do Fogo. Consiste em aplicar uma quantidade de chakra do Estilo Fogo no estômago para realizar o caminho oposto de uma técnica comum: ao invés de assoprar, o usuário deve inalar profundamente. Isso resultará em uma capacidade instantânea de engolir técnicas do Estilo Fogo de longa distância direcionadas ao usuário. Ninjas com um excelente desempenho nessa técnica serão capazes de consumir ataques do Estilo Fogo de grandes proporções, mas ninjas pouco experientes terão a eficácia desse recurso reduzida. Uma vez absorvida, a técnica inimiga pode ser redirecionada a um inimigo com o acréscimo do próprio chakra usado para o Consumo de Chamas. Também é possível somente absorver a técnica e redistribuir o chakra absorvido para as próprias reservas de chakra em seu corpo.



Chute Explosivo

Rank: C

Classificação: Taijutsu

Requerimento: Força elevada nas pernas

Descrição:

Técnica de taijutsu focada em atingir o adversário com um único chute potente, geralmente no rosto, para afastá-lo. Ninjas que preferem lutar à distância, mas possuem força e habilidade em Taijutsu suficientes, costumam usar esse golpe para manter um estilo de batalha mais favorável.



Arte Ninja: Cortina de Fumaça

Rank: D

Classificação: Ninjutsu

Requerimento: Nenhum

Selos: 6

Descrição:

Técnica básica na qual o usuário concentra chakra em seu estômago e expele como uma fumaça. A densidade e quantidade da fumaça varia de acordo com a competência do ninja em execução de Ninjutsus e com a quantidade de chakra utilizado. Ninjas muito habilitados nessas categorias serão capazes de criar uma fumaça densa para ocupar todo um vasto campo de batalha. Embora os inimigos possam se asfixiar por inalar uma grande quantidade de fumaça com essa técnica, sua capacidade de dano é nula, sendo que sua verdadeira função é servir como distração ou método de fuga.



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— Hey, você gostou? Uma última coisa antes da minha despedida: este universo compartilhado é parte de um projeto maior chamado Wondernautas. Trata-se de um podcast de informação e entretenimento focado em cultura pop, sociedade e diversidade. Recentemente, um episódio sobre nosso universo compartilhado de histórias foi lançado e você pode ouvi-lo caso ainda lhe restem dúvidas sobre essa loucura. Visite o trabalho do meu criador no Spotify ou no Instagram para conhecê-lo melhor. Acenos virtuais a todos e que a glória de Gaia esteja com vocês!



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