Na noite daquele mesmo dia, Sara e Nick se juntaram aos outros para mais horas extras.

O murmurinho sobre a festa tinha diminuído com a bronca de Grissom, mas Sara ainda ouviu algumas coisas. O fato de acharem que Gil namorava uma mulher que não era ela, doía em seu coração apaixonado, mas ela também não ia querer que seu nome ficasse na boca da galera. E provavelmente não iam ser coisas muito boas que iam falar dela. Claramente iam achar que ela era interesseira, julgar a diferença de idade deles, tudo de ruim que gente invejosa fala. De Sofia não estavam falando aquilo, mas ela sabia que dela iriam falar. Aquela sensação era muito ruim.

Enquanto Catherine trabalhava em um duplo homicídio com Warrick e Greg, a dupla de irmãos foi ajudar Grissom no dele. Um aparente suicídio um pouco afastado da cidade.

Uns bons minutos de carro e já estavam lá.

Infelizmente, havia um detetive com Grissom além de um oficial, e esse detetive não era Brass, era Sofia. Era para Jim estar ali, não ela.

O clima ficou estranho entre os três e, como um bom observador de questões amorosas, Nick não percebeu nada.

Algumas horas se passaram, pouco menos de duas, e Sara resolveu levar as evidencias que já tinham ao laboratório, enquanto Grissom e Nick terminavam o que faltava.

— Posso ir com você?- Sofia perguntou fazendo Gil e Sara arquearem a sobrancelha ao mesmo tempo. — Eu vim com o policial. Meu carro está no conserto.- ela explicou.

Sara pensou que ela ia dizer que veio com Grissom. Já ia responder "volta com ele então, vadia", mas se limitou a:

— Claro.

Metade do caminho foi num silêncio constrangedor, mas Sofia só estava escolhendo quais palavras usar, até porque Sara podia jogá-la pra fora do carro em movimento.

Viu a oportunidade perfeita quando Sara parou para abastecer. O posto estava completamente deserto, só havia o atendente na companhia dele mesmo.

Sara abasteceu, foi pagar dentro da lojinha de conveniência, e Sofia esperou por ela encostada no carro do lado da porta do motorista.

Quando Sara voltou, ela começou.

— Quantos excelentes o Grissom te dá por avaliação, Sara?- perguntou como quem não queria nada.

— Do que está falando?

— Qual a sensação?- provocou. — Deve ser ótimo não precisar se esforçar pra ser boa já que você transa com seu chefe!

Na mesma hora, Sara levantou a mão e esbofeteou o lado esquerdo do rosto de Sofia. A loira colocou a mão no local e olhou para Sara um tanto surpresa com o tapa repentino, mas no fundo sabia que ia levar.

— Não pense que vou pedir desculpas por isso. Eu sei o que está fazendo.

— E o que eu estou fazendo?- sua cara de sínica era palpável.

— Está descontando sua frustração em mim porque o Grissom nunca quis você. Qual a sensação?- devolveu a mesma pergunta em tom de provocação, como a mesma fez com ela.

Sofia fez cara amarrada querendo devolver o tapa que recebeu, mas Sara segurou seu pulso.

— Fica longe dele.

— Ou o que?

— Você não vai querer saber.

— Não tenho medo de você.- ela riu e puxou o pulso de volta. — Ele vai ser meu.

Sara respirou fundo tentando se controlar, mas não se conteve.

— Espero que tenha um lenço, porque vai sangrar.

— O qu…?

Ela mal conseguiu concluir a pergunta, Sara agarrou o cabelo dela pela nuca e bateu o nariz dela contra o carro.

Sofia deu dois passos pra trás cobrindo o nariz, e com dor exclamou:

— Porra!

— Me estressou. Se vira pra voltar agora.

Sara simplesmente entrou no carro e deu partida, largando Sofia no posto de gasolina no meio do nada.

Quem fala o que quer, tem o nariz quebrado.

Ok, talvez o ditado não seja esse.