Sara passou por ele e sentou na cama.

— Por que não fez nada? Por que só… aceitou o que ela fez?

— Eu não aceitei, eu… eu fui pego de surpresa. Eu não soube o que fazer na hora, a ficha não caiu. Mas eu conversei com ela depois.

— E o que disse exatamente?

— Que foi errado o que ela fez, que eu reprovava aquela atitude, independente de ter alguém ou não. Ela perguntou se eu tinha.

— E o que você respondeu?

— Que sim, né. Eu só não disse quem é porque não é da conta de ninguém.

Sara suspirou.

— Não aguentei as piadinhas, tive que vir embora.

— Eu vi como você ficou e me senti muito mal. Eu não queria que… tivesse passado por isso.

Sara sentiu os olhos arderem, mas segurou.

Gil então se aproximou dela e se ajoelhou em sua frente.

— Escuta… eu deixei claro que não existe chance com ela. Que aquilo não vai se repetir…- Sara não conseguia olhar pra ele, mas ele a fez olhar tocando seu rosto delicadamente. — Honey… eu sinto muito mesmo.

— Não foi culpa sua…

Ele se aproximou para beijá-la, mas Sara recuou fechando os olhos.

— Desculpa, eu… não consigo sabendo que ela…

Aquela cena se repetia em sua mente várias e várias vezes, torturando ela.

Sofia com a boca grudada na de Grissom lhe dava até um mal estar. Doía imaginar Grissom beijando qualquer boca que não fosse a dela, mas ver com os próprios olhos? Foi terrível!

— Eu não quero o gosto dela na minha boca, Sara. E acredite, eu peguei um enxaguante bucal da bolsa da Catherine.- ele a fez rir mesmo sem querer.

Mesmo estando chateada com a situação, como não sorrir pra ele? Aquele homem estava ali pra ela, não tinha olhos pra mais ninguém, nem mesmo uma loira de olhos azuis.

Gil deslizou a mão da bochecha pra nuca dela, acariciou ali e chegou perto de seu rosto.

— Eu nunca quis o dela.- Sara se arrepiou com o carinho na nuca até ele direcionar a mão de volta até seu rosto e passar o polegar pelo lábio inferior. — Eu quero o seu.

O arrepio foi da cabeça aos pés e Sara simplesmente se esqueceu que Sofia o beijou quase uma hora atrás. Venceu a curta distância deixando que ele a beijasse, retribuindo o beijo que ele não daria em mais ninguém.

Grissom subiu na cama sem desgrudar de sua boca e ficou sobre ela. Trocaram beijos por poucos minutos até a coisa esquentar mais ainda e as mãos bobas ganharem vida própria.

Ele começou a beijar o pescoço dela e sussurrou em seu ouvido.

— Ela nunca vai ter isso.

Voltou a beijar o pescoço, ombro, colo, enquanto sua mão esquerda segurava a cintura dela e a direita subia pela fenda do vestido até tocar seu local favorito.

Sara arfou e sua respiração começou a ficar acelerada enquanto sentia cada sensação que havia experimentado milhares de vezes e nunca se cansava.

Gil não demorou muito nas preliminares, logo já estava se encaixando. Cansava, mas nada era melhor do que estar nos braços dela, amando ela.

— Gil…

— Eu te amo…

Foi a primeira vez que ele disse aquelas palavras enquanto faziam amor. Eles geralmente não diziam nada, pelo menos não com palavras. Era sempre quieto e intenso, apenas os barulhos de suspiros, gemidos e estocadas, nada além.

De novo, ela sentiu os olhos arderem, mas dessa vez estava feliz. Sorriu e se agarrou mais a ele. Chegou primeiro e ele depois. Ela não quis soltá-lo então ele descansou em cima dela.

Ele aspirou seu cheiro, que mesmo suada, ainda tinha o aroma que ele gostava.

Eles não diziam "eu te amo" o tempo todo. As ações, os gestos, eram muito mais frequentes. O fato dele dizer que a ama enquanto a ama na cama deixou o coração de Sara quentinho.

Sofia de fato nunca ia ter isso. Pelo menos não vindo dele.