Dualitas escrita por EsterNW


Capítulo 8
Capítulo VIII




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Quanto mais desciam para o subterrâneo, mais a impressão de que o ar gelado penetrava pelas roupas parecia não querer deixá-los. A sensação era causada pelas pedras frias e úmidas que ladeavam o labirinto de corredores do enorme mausoléu utilizado pelos bruxos de Tantris, e no qual Matias e Meredith somente não se perderam porque a garota ainda se lembrava com detalhes dos caminhos percorrido durante o funeral ocorrido quase três meses antes.

Algumas gavetas encontravam-se mais bem cuidadas do que outras, tendo alguns símbolos frescos desenhados contra o metal, pedindo à Mãe Terra que velasse pelo espírito devolvido para seus braços. 

Nas duas fileiras pertencentes à família Salazarte, as gavetas ocupadas continham somente os nomes e datas de nascimento e falecimento de cada um dos corpos ali enterrados. 

Após serem abraçados pelo frio e pelo silêncio mórbido e de terem alcançado as gavetas da família graças à Meredith, Matias e a irmã contemplaram respeitosamente os nomes de Brigite e Bernardo Salazarte, iluminados pela tocha que o bruxo segurava nas mãos, prestando a despedida solene que não pudera ter. 

Matias pediu para que a garota segurasse a tocha por alguns instantes e, ao receber o objeto em mãos, ela entregou-lhe uma pequena bolsinha que trouxera no bolso do vestido. O bruxo tirou de lá um frasco contendo uma mistura líquida de pó de obsidiana e outras ervas, usando-a para marcar nas gavetas de Bernardo e Brigite os mesmos símbolos pedindo para que seus espíritos descansassem nos braços da Mãe Terra. 

Matias guardou o frasco de volta na bolsa e limpou a mão em um lenço, encarando outra vez os nomes de seus familiares. Murmurou as habituais preces em latim ditas em funerais bruxos e ficou em silêncio. Meredith respeitou o momento do irmão. 

Após alguns minutos, tomaram o caminho de volta, não trocando mais do que uma ou outra palavra sobre direções durante a subida.

Aquele mausoléu fora uma das primeiras construções erguidas pelos primeiros bruxos a virem para Tantris e fazerem parte do Submundo da cidade. O clã preferia não misturar os seus mortos com os dos mundanos, conservando-os em um terreno onde a terra fosse consagrada à Mãe Terra e rodeada de símbolos de reverência à Ela.

Os irmãos alcançaram o primeiro andar, na altura do chão, onde havia nada além de uma antessala às escuras, as paredes e o chão revestidos de obsidiana. As duas enormes portas de ferro preto estavam logo ali e Matias teve que fazer força para abrir um dos lados. Ele conseguiu o que queria, junto de um gemido do metal, e deixou que a irmã passasse na frente. Ao sair, a porta foi fechada com um baque que ecoou do lado de dentro. 

Do lado de fora, os irmãos piscaram os olhos algumas vezes para tentar se acostumarem novamente à claridade do dia. 

A construção às costas de ambos assemelhava-se ao que os mundanos chamavam de arquitetura gótica. Para os bruxos, era o estilo que gostavam de usar. As portas de ferro preto eram carregadas dos mesmos símbolos que Matias desenhara nas gavetas da mãe e do irmão e ladeadas por duas colunas, também de obsidiana. As paredes foram erguidas com pedras cinzentas, mas tomadas por limo nas beiradas pela ação do tempo. 

Matias apagou a chama da tocha e colocou-a onde pertencia, em um gancho a alguns centímetros do lado esquerdo da porta. No lado oposto havia outra igual, para que fosse acendida por quem desejasse entrar.

Os irmãos desceram os poucos degraus cobertos por folhas mortas, ainda conservando o silêncio. As árvores ao redor balançavam com o vento, derrubando ainda mais folhas ao chão. Eles continuaram sem dizer uma única palavra por alguns minutos, até que a construção foi diminuindo cada vez mais às costas de ambos.

Ao chegarem nos limites do terreno, Matias abriu o portão gradeado e deixou que a irmã passasse. Fechou-o com uma batida e ouviu o barulho da tranca fechar sozinha. Meredith soltou um suspiro aliviado e ambos podiam dizer que a sensação de peso diminuía conforme afastavam-se mais e mais do mausoléu. 

― Eu sinto muito por você não ter podido participar do funeral ― a jovem bruxa finalmente quebrou o silêncio, mesmo que quase aos sussurros. 

― Não havia como eu retornar mais rápido. Não havia o que pudéssemos fazer ― ele também murmurou, um pouco mais para si mesmo do que para ela.

Aos poucos, saíam da proteção das árvores e algumas construções mais recentes se tornavam visíveis à frente: era a borda norte da cidade. Aquele tipo de construção bruxa sempre deveria ser feita no norte.

― Havia o que eles pudessem fazer, sim! ― Meredith soltou resoluta, apertando uma mão contra a outra e aumentando o tom da própria voz aos poucos. ― Tudo isso aconteceu por culpa do nosso avô.

― Ele não tem culpa por um ataque de lobisomem ― Matias retorquiu, soando cansado. Mesmo após um longo descanso, sentia-se exausto.

Era o quarto dia desde que retornara e Meredith fizera questão de contar a versão que ela enxergava dos fatos. 

Segundo o relato da garota, o ataque à propriedade dos Salazarte fora arquitetado por um dos tantos inimigos de Tibério, querendo afetar a família do líder do Conselho. Eles sabiam qual seria a reação dele e acertaram quando o líder moveu tudo o que podia para que o lobisomem fosse condenado o mais rápido possível. O que soava um tanto confuso, afinal, o lobisomem havia quebrado uma das primeiras leis dos Acordos e seria condenado de qualquer forma. 

Mas o relato de Meredith não parava ali e o que ninguém esperava era que Bernardo fosse armado para tentar se vingar do sujeito. Aquilo alterava um pouco a sentença que viria simples, pois o bruxo fora por vontade própria tentar atacar o membro de um outro clã. Terminara morto, contudo, o lobisomem poderia usar a legítima defesa como argumento. Tibério dera um jeito para condená-lo mesmo assim, pois ainda havia a primeira acusação sobre os ombros do réu.

O julgamento e sentença ocorreram relativamente rápido e, nos bastidores, as coisas definitivamente estavam mais inflamadas do que o que acontecia às vistas de todos. Logo após o funeral da nora e do neto, Tibério deixou o cargo e saiu da cidade, enquanto o escândalo sobre os seus segredos políticos explodiam. 

E aquilo Meredith não conseguia explicar. Por que Tibério fora afastado do cargo por uma condenação que viria de qualquer forma? Seus oponentes resolveram utilizar de um momento de fragilidade do líder do Conselho para expôr provas que acumularam por muito tempo? Era plausível.

A versão dos fatos contada pela jovem bruxa possuía inúmeros buracos e algumas falhas lógicas, porém,  se aquilo fora realmente planejado, era algo que teria de buscar para saber. E Matias não estava assim tão disposto, porque sabia que teria de enfrentar gente com tanto poder quanto seu avô possuía. E que poderia oferecer um risco a ele e ao que sobrou de sua família. 

Era melhor deixar aqueles segredos enterrados.

― Mas nosso pai tem culpa pela morte de Bernardo! ― a garota insistiu no ponto. ― Ele não te contou nas cartas que mandava e não deixava que eu ou Tina falássemos sobre isso com você, mas os dois tiveram uma briga terrível alguns meses antes e Bernardo saiu de casa. Ele não aguentava mais a pressão que nosso pai colocava nele. 

Durante o evento na casa de Cornélio Melquiades, Matias não pôde deixar de ouvir cochichos aqui e ali sobre sua própria família, fosse sobre ele, seu pai, o avô ou sobre o irmão. Bergoy contou-lhe o pouco que sabia sobre a vida de Bernardo nos últimos meses em que este ainda era vivo. Ao que parecia, ele vivia em bordéis e até mesmo meteu-se em algumas brigas após noites de bebedeira. Fora o aluguel de inquilinos que o irmão não cobrou por meses e agora estava em suas mãos para fazer os cálculos e ir atrás dos que deviam.

Bernardo sempre fora um libertino e se meteu em uma ou outra confusão ao longo da vida, porém, nos últimos anos estava se obrigando a andar um pouco mais na linha. O que o fez mudar de postura era um mistério.

― Bernardo acabava perdendo o controle do próprio temperamento vez ou outra. Em uma dessas ocasiões ele pode ter decidido ir atrás do lobisomem. Fora o choque emocional. ― Matias tentou ir pelo lado mais lógico e Meredith olhou para o chão, preferindo não discutir. Ele era uma das únicas pessoas com quem ela evitava brigar.

No fundo, ele sabia que a irmã não estava totalmente errada no que se referia ao irmão mais velho de ambos. Bernardo sempre estivera sob uma pressão enorme do pai por ser o herdeiro dos Salazarte e obrigou-se a minorar suas confusões nos últimos anos principalmente pela mãe, contudo, ainda poderia ser um tanto explosivo quando tinha um acesso de raiva. 

Talvez Bernardo tivesse cansado de refrear a si mesmo o tempo inteiro e foi ali que tudo começou. E Matias foi mantido na ignorância dos conflitos que aconteciam dentro da própria família. Perguntava-se o que tanto perdeu naqueles cinco anos longe.

E por quê? O que o pai ganhava mantendo-o no escuro?

Os irmãos chegaram a uma calçada atrás de uma estalagem, onde era visível um homem consertando uma carruagem. Haviam retornado para a parte habitada da área norte e mal se deram conta.

― Ele veio até a nossa casa na mesma noite, procurando saber o que aconteceu, e saiu transtornado, eu me lembro bem. ― Meredith tinha os olhos escuros parecendo perdidos e seu braço agora enlaçado no do irmão, para tentar voltar a mostrar um gesto de normalidade entre os mundanos. ― Nosso pai pediu para que eu ficasse com Matilda no quarto, ele a fez beber uma poção para dormir e mesmo assim queria que eu ficasse lá, caso ela acordasse agitada. Mas eu fui até a escada quando ouvi a voz do nosso irmão, ele estava gritando. Não faço ideia se ele estava bêbado ou abalado demais, mas ignorou o pedido de nosso pai para ficar e tentar se acalmar e saiu. No dia seguinte, ficamos sabendo o que aconteceu.

Ao redor dos dois, uma ou outra passava indo sabe-se lá para onde. Era quase final de tarde e poderiam estar voltando do trabalho, do centro ou indo para um dos bairros sombrios da cidade. Estavam bem perto dos limites que garotas como Meredith eram aconselhadas a não cruzar. Lugares como aquele circundavam todas as áreas da cidade.

― Eu sinto muito mesmo por não ter podido estar com vocês ― Matias emendou em mais um pedido de desculpas. Desde que voltara, fora uma sucessão de “sinto muito” por diversos motivos. Sabia que não poderia mudar o passado, porém, o que mais poderia dizer? No máximo usar palavras vazias de consolo, que certamente não funcionariam com Meredith. ― Eu poderia ter tentado pará-lo...

― Você poderia ter tentado, se o nosso pai não estivesse escondendo a verdade de você. Matilda diz que ele não queria preocupá-lo, mas é óbvio que ela sempre vai estar do lado dele, ele sempre faz tudo o que ela quer ― a garota soltou com um franzir de cenho, coisa que não passou despercebida pelo irmão.

A imagem que Matias tinha de Meredith na memória era da garota que adorava se meter em brincadeiras um tanto perigosas na infância e que dizia com veemência que um dia dominaria a magia elementar e por isso não queria aprender poções, a aptidão natural da família Salazarte. Vê-la tão amarga daquela forma era uma novidade.

― Ele sempre te ignorou a vida inteira, deve ser difícil perder o hábito.

― Isso não é verdade! ― ele tentou defender em um tom de voz que soava um tanto ríspido.

― É verdade e eu me lembro muito bem. E não diga que eu era muito nova para me lembrar disso, porque na época que você partiu eu tinha quase a idade da Matilda hoje.

― Era natural que Bernardo tivesse a maior parte da atenção, assim como era natural que Betina tivesse mais atenção do que vocês duas. Eles são os mais velhos e estavam na sociedade há mais tempo do que nós. ― Viu a irmã revirar os olhos, sabendo que sua fraca tentativa de defender o pai não surtira efeito nenhum. Nem ele acreditava naquela mentira. ― Você não percebeu isso quando Tina se casou­? Agora você é a Srta. Salazarte...

― E ninguém veio pedir a minha mão, se é isso que quer saber ― Meredith riu. ― Matilda pode ter uma fila de pretendentes aos pés dela, mas eu ainda faço parte do time à moda antiga que prefere se casar bem depois. ― Ela deu uma piscadela travessa para o irmão, que ficou ligeiramente aliviado pela mudança do assunto tenso, que tomou bons minutos de conversa.

Permitiu-se até mesmo esboçar um ligeiro sorriso, conseguindo reconhecer um pouco da Meredith que se recordava.

― Srta. Salazarte! Srta. Salazarte! ― Os dois se viraram no exato instante, vendo uma mulher loira em um vestido amarelo farfalhante. Ela vestia um sorriso e agitava um leque conforme falava. Meredith fez uma careta. ― Há quanto tempo eu não a vejo. ― Em resposta, a Srta. Salazarte deu um sorriso amarelo, sendo assistida pelo irmão o tempo inteiro. ― Fico feliz de vê-la mais corada, estava tão abatida da última vez que a vi. Pudera, era uma ocasião terrível!

Matias percebeu a irmã dirigir uma olhadela para ele, como se pedisse para irem embora logo. Ao lado da mulher parou uma jovem um tanto alta para os padrões, os traços deixando claro que eram mãe e filha. Ele olhou de uma para outra, vendo os mesmos olhos cinzentos, o rosto fino e o nariz aristocrático. As semelhanças acabavam ali, porque enquanto a senhora era expansiva e suas mãos mal paravam quietas, a filha segurava uma encomenda que talvez tivesse saído da padaria alguns passos atrás, enquanto parecia encarar com pesar a carruagem que ia se afastando. Recordava-se de tê-la visto no evento de Cornélio Melquiades, ao lado do bruxo que conseguiu tirar a paciência de Bergoy por alguns minutos.

― Não é a melhor ocasião para nos encontrarmos, Sra. Gutiérrez. ― Meredith finalmente articulou uma resposta. ― Eu e meu irmão precisamos ir... ― Ela olhou para o lado, vendo que a compreensão entre eles funcionou mais devagar do que gostaria. Ou o problema era a mulher à frente que pensava rápido demais.

― O senhor é Matias Salazarte? Seu pai falou sobre o senhor na última visita que fez ao meu filho. Ele falou muito sobre os dois ― a Sra. Gutiérrez retomou, olhando de um para o outro em busca de reações. A filha continuava ao seu lado, agora assistindo à conversa.

― Ele falou sobre mim? ― Meredith perguntou e um leve brilho nos olhos não passou despercebido pelo irmão. O desespero para ir embora ficou esquecido por alguns instantes.

― Oh sim, Srta. Salazarte, seu pai estava ansioso para retornar para casa e reencontrar os filhos ― a bruxa mais velha continuou, batendo seu leque contra uma das mãos, praticamente ignorando o balançar de cabeça que a filha deu. Ou demais reações dela. ― Era o dia que o senhor havia retornado, se bem me lembro.

― Essa é a Sra. Gutiérrez e sua filha. ― Meredith finalmente recobrou os modos e apresentou os lados envolvidos na conversa. ― Esse é o meu irmão, Matias.

O próximo movimento foi o clássico da troca de “prazer em conhecer”, dito em uma cordialidade mecânica e finalizado por um menear educado com a cabeça do lado de Matias.

― Esta é minha filha, Irina, creio que as duas não tenham se conhecido ainda. ― A bruxa mais velha fez um gesto para apresentá-la aos irmãos Salazarte, sendo seguido novamente por mais uma leva de saudações de praxe.

As pessoas na calçada desviavam deles como água passando ao redor de pedras em um rio. Alguns davam olhares incomodados por ver um grupo de pessoas bem no meio do caminho, enquanto outros simplesmente ignoravam e uma fez questão de esbarrar nas costas da jovem Salazarte e quase derrubá-la.

― Acredito não ser uma boa ocasião para pararmos em uma conversa ― Beatriz comentou, observando Matias passar o braço pelo ombro da irmã e trazê-la para mais perto dele. Ela moldou os lábios em um sorriso. ― Se eu puder, gostaria de convidá-los para tomar um chá em minha casa, amanhã à tarde. Seria as nossas boas-vindas ao senhor. E tenho certeza que Irina adoraria ter uma nova amiga com quem conversar, não é mesmo, querida?

― Certamente. ― Irina finalmente articulou uma palavra na conversa, dirigindo um sorriso para a outra bruxa à sua frente. A forma como o gesto pareceu um pouco tenso no canto dos lábios não passou despercebido pelos irmãos.

Matias e Meredith se encararam, enquanto a garota novamente implorava com os olhos para irem embora de uma vez.

― Nós iremos com prazer, Sra. Gutiérrez. ― Salazarte voltou ao diálogo junto da única resposta que a irmã não queria ouvir. E a indignação não passou disfarçada pelos olhos castanhos fuzilando-o.

Acertado o horário para o encontro no dia seguinte, os quatro se despediram e o tráfego de pessoas na calçada finalmente pôde voltar ao normal. Mãe e filha atravessaram para o outro lado — enquanto a senhora comentava sobre levarem a encomenda para alguém que os irmãos não puderam ouvir — e os dois Salazarte seguiram o caminho em linha reta, Meredith cruzando os braços sobre o peito e ainda encarando-o com raiva, qualquer preocupação em ser discreta ficando para trás.

― Você que vá sozinho, essa mulher é insuportável.

― Nós dois confirmamos presença.

― Você confirmou presença por educação, não me inclua nisso!

― O convite foi estendido para nós dois.

Meredith soltou um grunhido, desistindo de continuar argumentando. Pararam para que um carro de bois passasse, a algumas ruas de onde a propriedade dos Salazarte tinha início. Chegariam antes que o céu fosse totalmente colorido para azul escuro.

― Você devia aprender a ser menos cordial às vezes, Matias. Não apenas pelo seu próprio bem, mas pelo meu também.

A garota enlaçou o braço novamente no do irmão, que riu pela primeira vez naquela tarde melancólica.

 


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