Faça meu desejo se realizar escrita por Dorinda


Capítulo 3
Capítulo III - Tudo o que eu quero de Natal é você


Notas iniciais do capítulo

Olá! Este é o capítulo final da nossa aventura de Natal. Agradeço a todos que leram essa história e devo dizer que este é o meu capítulo favorito. Um beijo e boa leitura!



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Os corredores da Bridgerton House tornaram-se silenciosos com a partida da família para Aubrey Hall. Colin estava sozinho em casa, vasculhando a playlist que compartilhava com Pen, contendo suas músicas de Natal favoritas. Procurava a mais graciosa e a que mais se encaixasse com sua voz e com seus sentimentos pela ruiva. Ele riu com com a presença de “Driving Home for Christmas”, ironicamente fora ele quem a adicionou, mas esta não possuía a mensagem ideal para sua Pen, tampouco sua adorada “Last Christmas”, era um tanto triste, sobre um amor passado. Deslizando seu dedo, ele parou diante de “All I want for Christmas is you”, a favorita dela. Oh, era tão óbvio! A Featherington amava Mariah Carey! Colin sorriu e soltou um “fantástico”, seria aquela. A ideia de uma serenata o agradava, com músicos o acompanhando enquanto recitava os versos alegres de Mariah. Músicos! Colin pegou seu celular e procurou em suas redes sociais a banda que Anthony contratou para o aniversário de Kate. Desejou em seu íntimo que pudessem participar, eram talentosos e pagaria a quantia necessária para a serenata. Enquanto trocava mensagens com o líder da banda e empresário, Colin recebera uma mensagem enigmática de Eloise, que foi ao shopping comprar um traje adequado para a ocasião. Ela alegava que os ternos de Colin ficariam muito justos e de fato, estava certa. 

“ Você se importaria em passar um pouco de vergonha em seu traje?” “ Irmão! Isto é tão comédia romântica!" Colin sentiu um frio na espinha, Eloise tinha um fraco por ideias mirabolantes. Coçou sua nuca e pediu para que a irmã explicasse melhor sua ideia. 

 

 

 

Tudo o que Penélope desejava era seu sofá e uma taça de vinho antes de enfrentar o jantar em família. Ela adorava o Natal com os Bridgerton e sua mãe raramente se importava com a ausência de sua terceira filha nos jantares de véspera de Natal. Oh não, Portia era uma mulher ambiciosa e sonhava que uma de suas filhas conquistaria um Bridgerton. Sua grande aposta era Prudence, já que Penélope em todos estes anos de amizade com a família não despertou o interesse em nenhum deles, mas mesmo assim a matriarca não a descartava completamente. A ruiva riu amargamente ao lembrar das esperanças de sua mãe enquanto fechava a porta de seu apartamento. Não importava o quão bem sucedida sua terceira filha era em sua carreira como jornalista e nem que fora capaz de quitar todas as dívidas de seu pai. Oh não, um marido rico era essencial em pleno século XXI!

Penélope foi para o banheiro,  encheu a banheira e seguiu para a cozinha. Abriu uma garrafa de vinho branco e se deliciou, ela merecia ao menos uma taça pelo dia cansativo de trabalho e pelo jantar penoso que enfrentaria. Só de pensar nas perguntas e farpas que suas irmãs lançariam acerca de sua vida amorosa a fez beber todo o conteúdo que despejou na taça.  A fracassada Penélope Featherington, que não conseguia manter nenhum namorado e chamava a atenção de poucos homens. Oh céus, seria uma noite torturante! Ela gostaria de se teletransportar para Aubrey Hall, para as piadinhas que compartilharia com Eloise, o jantar delicioso servido por Violet e pelas histórias que Colin certamente contaria sobre sua última viagem. Colin. Colin. Colin. É sempre ele o dono de todos os seus pensamentos. Passara o dia inteiro lembrando-se da noite anterior, a sensação deliciosa de seus braços exuberaberantes enrolados em sua cintura, sua ternura na voz ao falar com ela e sua decepção ao descobrir que não iria para Aubrey Hall. Ela chegou a ponderar que era melhor não ir para o interior com eles e ficar em Londres, afinal  precisava superar Colin Bridgerton, mas era maior que ela. O desejo de ficar perto, de sentir o cheiro de sua loção pós-barba e de seu abraço era incontrolável. Mesmo que ele nunca a notasse como mulher, ainda teria seu carinho como amigo e isto deveria bastar para seu coração. 

Ela bebericou mais pouco do vinho e afastou tais pensamentos de sua cabeça, não ia se afundar em autopiedade nesta noite. Foi para o banheiro, tomou seu banho quente e levou o tempo que achara necessário para relaxar. Secou seus cabelos, escovando as mechas em longas ondas que traziam um ar elegante ao seu rosto, ao finalizar, pegou seu celular. Sem mensagens de Eloise ou de Colin, ela pediu para que eles a informassem se chegaram bem à casa ancestral. Mandou uma mensagem para Eloise e perguntou-lhe se estava tudo bem. Ela não estava online, Pen suspirou pensando em toda a diversão que os amigos estavam vivenciando. 

Jogou o celular em sua cama e abriu o guarda-roupa. Mordeu sua bochecha, imaginando qual  diva das comédias românticas inspiraria seu look de Natal. Olhou para o vestido vermelho, parecido com o de Emilia Clarke em “Como eu era antes de você”, ela guardou este  para um momento especial, contudo até o momento não chegou nem perto de poder usá-lo e se enfrentaria Portia Featherington e suas farpas, merecia estar em grande estilo. Fechou o zíper lateral do elegante vestido vermelho e colocou seus saltos pretos favoritos e fez sua maquiagem. Este vestido pedia um batom vermelho e ela se concentrou em desenhar sua boca, deslizando o batom suavemente pelos lábios carnudos. Ficou ótimo! Sorriu para o espelho e sentiu-se uma mistura de Emilia Clarke e Julia Roberts em “Uma linda mulher”. 

Penélope foi a sua sala e certificou-se que estava tudo certo e se olhou mais uma vez no espelho na porta de entrada do apartamento. Sentiu-se bonita e duvidava que sua mãe pudesse encontrar algum defeito em sua produção. Seu contato com o reflexo com o início de uma melodia enérgica. Ela reconheceu imediatamente sua música favorita de Natal de todos os tempos. Oh, Mariah era mesmo a rainha do Natal! Ela se perguntou qual o vizinho afortunado que se dedicou a tocar esta ao vivo. Certamente, só poderia ser alguém muito apaixonado! Sua teoria fora por água abaixo quando a voz aveludada e potente cantou o primeiro verso da canção: 

“ I don't want a lot for Christmas”

E continuou: 

“There is just one thing I need

I don't care about the presents

Underneath the Christmas tree” 

— Colin! - disse Penélope sorrindo ao reconhecer cada palavra. Ela precisava encontrá-lo. O que ele estava fazendo aqui em seu prédio? Oh, sua voz era tão linda! Respirou profundamente e seguiu a origem de sua voz. Percebeu que o som vinha do exterior e então correu para sua sacada. Nada poderia prepará-la para a cena que se desenrolava na rua. Colin estava cantando com uma banda ao seu lado e Pen percebeu sua roupas, uma camisa preta, jeans e por cima ele vestia uma caixa de papelão toda enfeitada com papel de presente. Colin estava vestido de presente de Natal! O sorriso da ruiva aumentou diante do traje ridículo e fofo. Ela continuou encantada com a melodia e esqueceu-se de encontrar os olhos verdes que a observavam com apreensão e carinho. Quando seus olhos se encontraram, sentiu um choque percorrer por seu corpo. Colin sorriu-lhe e continuou cantando: 

“ I just want you for my own

More than you could ever know

Make my wish come true

All I want for Christmas

Is you, yeah” 

Penélope sentiu sua respiração falhar quando ele apontou para ela. Era um sonho? Colin Bridgerton estava cantando a plenos pulmões embaixo de sua sacada e apontando para ela! Sentiu que seria capaz de voar. Ele estava se declarando para ela? O homem maravilhoso que ela amou a vida inteira correspondia seus sentimentos? Até parecia uma cena de filme! A mente da pobre ruiva estava em colapso. Quando? Por quê? Como ele se sentia? Tudo o que ela mais queria estava logo abaixo, não pode deixar de alargar ainda mais seu sorriso.  Colin a encarava enquanto cantava e não se importava com a pequena multidão que se juntava a ele e nem para os vizinhos que saíam na sacada de suas casas curiosos para saber o que estava acontecendo. Penélope quebrou o olhar pela primeira vez e olhou para os lados. Oh Deus, todos os seus vizinhos estavam assistindo e apontando para ela. Ela começou a corar violentamente e ergueu a mão chamando a atenção de seu amado, precisava de sua confirmação: 

—  Colin, isso é lindo e ridículo ao mesmo tempo! É tudo para mim?

O moreno a respondeu assim que acabara a próxima estrofe: 

—  É claro que é tudo para você! Quer que eu pare, meu amor? 

Ela achou que pudesse desmaiar. Meu amor! Ele a chamara de meu amor! Lágrimas começaram a se juntar aos seus olhos. 

—  Não! –  a ruiva conseguiu formular entre as lágrimas que rolavam por seu rosto. 

Penélope aproveitou cada momento de sua serenata e prometeu a si mesma que guardaria a imagem de Colin cantando vestido de presente em sua mente. Seu homem ricularosamente amoroso! 

Assim que a última nota tocara, Penélope saiu correndo de seu apartamento. Desceu as escadas em direção a rua, implorou para que a multidão a deixasse passar. 

—  Colin! 

—  Penélope! 

Eles correram um para o outro e Pen se chocou com a caixa de papelão que  Colin vestia. Ele praguejou e tirou o mais rápido possível, envolvendo em seus braços em sua cintura e a beijou como se sua vida dependesse disso. Em uma sexta-feira, véspera de Natal, no coração de Bloomsbury, Colin Bridgerton beijou Penélope Featherignton e foi glorioso. Fora a cena final de um filme de romance. Uma salva de palmas separou o casal e a ruiva enterrou sua cabeça no peito do moreno. 

—  Isso tudo foi demais para você ? – perguntou Colin beijando seus cabelos. 

—  Não! Foi a coisa mais linda que você já fez por mim! - Penélope o encarou. Sua boca estava manchada por conta de seu batom vermelho. Sua aparência era estupidamente linda e apaixonada. –  Eu te amo, Colin Bridgerton! 

—  Eu te amo, Penélope Featherington! E a propósito, você está linda! 

Ela sorriu e selou seus lábios novamente. Colin a apertou em seus braços e puxou-lhe em direção a banda, agradeceu imensamente a todos e disse que já poderiam regressar para suas casas, seu propósito foi cumprido. A multidão também começara a se dispersar e Penélope começou a arrastar Colin e sua caixa de papelão em direção ao prédio, ficou preocupada com ele e suas roupas finas para o inverno rigoroso de Londres.

— Você tinha planos para essa noite? – ele perguntou enquanto fechava a porta do apartamento e apontou para seu vestido.

—  Oh, apenas um jantar em família. Infelizmente, não consegui escapar da mamãe e nem do trabalho. –  ela disse e começou a se lembrar de sua mãe e procurou seu celular. Foi para seu quarto e voltou gritando em meio a sorrisos. –  Bem, estou extraordinariamente atrasada e encrencada! – apontou para o aparelho que mostrava as trinta e quatro ligações perdidas de Portia. 

Colin riu  e desculpou-se pela confusão que proporcionou. Penélope não parecia se importar com as explicações que devia à sua mãe. Ele sentiu seu peito estufar e lembrou-se do convite que gostaria de fazer.

— Você gostaria de jantar comigo esta noite? Ao invés de jantar com sua família? 

Penélope ficou na ponta dos pés e beijou-lhe os lábios em sinal de confirmação. Penélope sentiu seu celular vibrar e soltou-se dele.

— Pen, na verdade, seria um jantar comigo e Eloise. Eu gostaria de algo romântico somente para nós dois, mas… – lembrou-se o moreno enquanto ela lia uma mensagem em seu celular. – Sabe, ela gostaria de participar deste momento especial em nossas vidas e me ajudou com tudo, foi sua ideia de criar esta cena de declaração como um filme de comédia romântica. Eloise se preocupa muito com você e certificou-se que tudo estava bem. Eu não poderia deixá-la sozinha na véspera de Natal depois de tudo o que fez. 

Penélope corria os olhos pelo celular rindo, absorvendo as palavras na tela e a voz de Colin. 

— Oh, fico muito feliz em saber que Eloise ajudou. Certamente ela me conhece bem, mas receio decepcioná-lo. Seremos somente eu e você neste jantar… e talvez uma taça de champanhe?! – ela ergueu os olhos e sua voz estava manhosa. 

— Como assim? – Colin sentiu que estava perdendo algo ao passo que Penélope desligava seu celular e o jogava na bolsa. 

— Aparentemente o namorado secreto de Eloise está em Londres e ela decidiu se juntar a ele. – disse Pen com um tom divertido no rosto. 

— Eloise tem um namorado? – perguntou Colin atônito. 

— Bem, eu desconfio que sim. Ela passa horas por dia trocando mensagens com alguém desconhecido todos os dias no último mês e sei que ela recebeu um buquê de flores recentemente. Estava em sua casa e vi um arranjo lindo, tinha um cartão enroscado em uma das rosas. Eram de uma floricultura no interior, presumo que ele seja do interior porque não faz sentido alguém que more em Londres comprar rosas no interior. Infelizmente não pude ler a tempo quem era o responsável por enviá-las.  Eram as rosas mais lindas que já vi, Colin! – A ruiva tinha um ar pensativo no rosto, assimilando alguns pontos no grande mistério chamado Eloise Bridgerton.

— Minha namorada é uma exímia fofoqueira! – exclamou Colin.

— Namorada? – ela ficou em choque. 

— Namorada, amante, esposa e futura mãe dos meus filhos.– ele tocou em suas mãos gentilmente e entrelaçou seus dedos. – Eu não vou deixar você ir, Pen. Eu te amo com tudo o que sou, pelos anos que passamos juntos, pelo presente e futuro que pretendo construir ao seu lado, se você também o desejar. Te amo por cada um dos meus sorrisos e ainda mais pelos seus. 

Penélope se jogou em seus braços. Ela não poderia desejar nada além daquela sensação maravilhosa que tomava em seu coração. Tudo o que ela gostaria de ganhar era o coração de Colin Bridgerton, e de fato, ela o ganhou.  




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