Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 8
Capítulo 8




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Acordei no dia seguinte ainda confuso confuso com o que havia de fato acontecido. Aquele homem que saíra da casa não era um conhecido e também não parecia ser um homem bem-intencionado, na minha cabeça, as coisas estavam tomando um rumo bastante perigoso, já que eu desconfiava que ele havia invadido a casa e feito algo com Effy ou ele poderia ter entrado na casa e Effy atendeu de boa, mas aconteceu alguma coisa entre os dois que deixou ela assim. 

De um jeito ou de outro, o fato é que Effy aparentava conhecer aquele homem, não havia outro motivo para ele entrar na casa daquele jeito se não a conhecesse, principalmente pelo fato de que, ao olhar a porta, vi que a mesma não possuía nenhum sinal de arrombamento. Ou seja, ele entrou porque Effy o deixou entrar ou então ele tinha a cópia da chave. 

Será?

Eu ainda havia tentado, algum tempo depois, descobrir algo, mas toda vez que perguntava para Effy o que aquele homem estava fazendo aqui, ela desconversava ou simplesmente me dava as costas e se trancava no quarto. Até que, por fim, desisti.

Eu precisava ir à faculdade, mas eu ainda tinha que desvendar aquele mistério que perturbava minha cabeça, então, assim que me arrumei e tomei meu café, me certifiquei que Effy estava dormindo em seu quarto. A porta não estava trancada, então abri lentamente, pude ver que seus olhos estavam fechados, mas o seu rosto continha lágrimas secas, o que indicava que ela havia chorado. Realmente algo muito grave havia acontecido ali.

Rapidamente, peguei a mochila e desci até a porta, um homem de meia-idade, que era nosso vizinho, morava no apartamento debaixo, varria a calçada e, mesmo não tendo muita intimidade com ele, decidi arriscar:

— Bom dia - cumprimentei.

— Bom dia meu jovem - ele respondeu, parando de varrer e se virando pra mim.

— Escuta, por acaso o senhor viu um homem estranho entrar no apartamento ontem?

— Homem estranho? Como assim?

— É que... Bom, o senhor já deve saber que sou um inquilino que divide o apartamento com uma "amiga" - falei, fazendo aspas com as mãos e ele assentiu - E ontem, quando voltei da faculdade, eu encontrei um homem de terno e gravata, saindo de lá, sendo que eu nunca o vi antes. E quando perguntei à Effy quem ele era, ela desconversou, fugia do assunto. Isso tá me deixando preocupado.

— Como era esse homem?

Antes de responder, olhei para cima, em direção á janela do quarto de Effy, para ter certeza que ela não me ouviria.

— Era um homem um pouco alto, devia ter um metro e oitenta, uma leve barriga pra frente, tinha pouco cabelo e pele branca. Além de um ar de carrancudo que meu deus, dá até arrepio.

O homem pensou um pouco, mas depois assentiu:

— Bem, eu não vi nada, mas se você acha que tem alguma coisa acontecendo ou aconteceu, eu acho melhor você esperar até que ela se sinta à vontade para te contar. Como você mesmo disse, você divide o apartamento com ela há poucos dias, talvez ela ainda não se sinta confortável pra desabafar algumas coisas com você, basta continuar ganhando a confiança dela. Uma hora ou outra, ela vai te contar.

Aquelas palavras do homem me fizeram pensar por um instante, de fato, ele tinha razão, não podia simplesmente pressionar Effy a falar algo. Se realmente aquilo era tão grave, ela não me contaria, mesmo que a gente tenha feito um ótimo passeio dois dias antes e passado esse tempo se conhecendo melhor, talvez ela ainda não tivesse confiado em mim o bastante, era preciso esperar mais um pouco.

— Tá certo então, vou fazer isso, obrigado senhor - respondi, sorrindo, enquanto me afastava.

— De nada filho, bom dia para você! - retribuiu ele, acenando.

— Para o senhor também, um bom dia.

Enquanto caminhava, pensava nas diversas coisas que eu poderia fazer para que Effy pudesse confiar o bastante em mim, talvez realmente era melhor esperar um pouco, ela pode ter problemas em confiar nas pessoas depois daquilo que Tony havia me falado sobre o passado dela, no meu primeiro dia.

Espera aí, o Tony. É isso! Eu poderia ligar para o Tony e perguntar se ele sabia de alguma coisa, ele era a única pessoa no mundo que Effy confiava, sem dúvidas deve ter contado alguma coisa para ele. Por isso, assim que cheguei próximo ao portão da faculdade, parei e encostei no muro, pegando o celular no bolso, ainda faltavam cinco minutos para o portão abrir, então eu decidi aproveitar e ligar para ele.

No terceiro toque, ele atendeu:

Dean?

— E aí Tony?

Tá tudo bem? Gostando do apartamento?

— Sim, tô adorando ficar lá.

Ah que bom, fico feliz que eu tenha um inquilino como você!

— Obrigado, mas eu liguei mesmo pra falar sobre a Effy.

Sobre a Effy? - o tom de voz dele mudou na mesma hora - O que aconteceu com ela?

— É isso que eu estou querendo saber. Ontem, estava voltando da faculdade, quando subi as escadas do apartamento, um homem de meia idade tava saindo de lá, quando entrei e perguntei para ela que era aquele homem e o que ele queria lá, ela respondeu com evasivas e toda vez que eu perguntava sobre isso, ela desconversava, me dava as costas e se trancava no quarto. Eu tô preocupado com ela, cara! - desabafei.

Tony ficou calado por alguns instantes, mas logo ouvi a voz dele de novo:

Cara, isso tá muito estranho! Ela nunca levou homens desconhecidos e mais velhos para casa assim.

— Pensei que você, por ser irmão dela, sabia de alguma coisa. Achei que ela tinha te contado algo sobre isso.

Não, ela não me contou nada! - revelou ele.

— Vixi, então a situação é complicada mesmo - suspirei - Nem para você ela quis contar!

— Pois é, agora você me deixou preocupado!

— Relaxa, eu vou tentar dar um jeito de descobrir isso, sem que ela perceba! - disparei, sem pensar.

Cuidado cara, vai que o homem é perigoso! - alertou ele.

— Eu sei, mas não posso ficar de braços cruzados assim. Curte sua lua-de-mel e deixa que eu resolvo! 

 

Está bem, boa sorte

— Valeu, tchau!

Desliguei o celular e então, caminhei rumo ao portão da faculdade que acabou de abrir naquele mesmo instante. Eu estava determinado a tentar descobrir o que estava acontecendo com Effy, mesmo que aquilo fosse me colocar em perigo.


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