Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 20
Capítulo 20 - Final


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, o último capítulo! Dependendo da situação, posso fazer uma continuação, mas pode demorar um pouco. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808218/chapter/20

Depois de entrarmos no carro, Tony começou a dirigir para a delegacia. Michele ia no banco do carona e eu ia com Effy no banco de trás. Após alguns minutos, finalmente chegamos e ele parou o carro.

 

Antes de sair, olhou para sua mulher:

— Cuida da Effy pra mim amor - pediu ele.

 

— Cuido sim amor - garantiu ela.

Então ele me olhou, mostrando que queria que eu saísse do carro, assim o fiz e caminhamos para a delegacia. Confesso que estava meio nervoso por estar indo de encontro à um policial, mas a curiosidade em descobrir como ele sabia que eu era inocente falou mais alto. 

 

Quando chegamos na sala do delegado, fomos conduzidos a sentar nas duas cadeiras em frente à mesa dele. Um pouco nervoso, sentei e Tony sentou na outra ao meu lado.

 

— Quer um copo de água, garoto? - perguntou o delegado.

 

Eu não queria, mas estava tão nervoso que achei melhor aceitar, não ia conseguir raciocinar direito se não tomasse água. Então, o delegado fez um sinal para um segurança que logo encheu um copo com água e se aproximou me entregando. Peguei o copo e o tomei com calma, mesmo com as mãos trêmulas.

 

— Aonde você estava quando o carro capotou? - perguntou ele.

 

— Eu.. eu não sei direito, só lembro do carro em que estávamos ser atingido por alguma coisa e capotar. Quando eu acordei, estava escuro, pois já era de noite. E eu pude ver mato à minha volta, acho que fui arremessado para fora do carro enquanto ele capotava - respondi, tendo alguns flashbacks do momento da capotagem.

 

— Certo, é porque estava precisando esclarecer o motivo de você simplesmente ter sumido. Achávamos que tinha fugido ou saído para buscar ajuda - respondeu ele.

 

— Eu não estava em condições de fazer nenhum movimento, de tanta dor no corpo.

 

— Imagino, apesar de tudo, foi sorte você ter caído pra fora do carro, poderia ter sido bem pior.

 

— Como vocês encontraram eles tão depressa? - perguntou Tony.

 

O delegado inclinou o corpo para frente.

 

— Quando acertaram aquele segurança da loja, antes de morrer, ele conseguiu abrir um chamado para a polícia. Uma viatura que estava parada naquela região, vigiando, acabou localizando o carro de vocês e os perseguiu de forma furtiva. Sem faróis e sem sirene, por isso que todos pensaram ser um carro normal. A única parte errada foi que eles fizeram vocês capotarem. E depois disso, esperaram o carro descer barranco abaixo para, enfim, capturar vocês. Mas, quando chegaram lá, viram que eram só três corpos, sendo que no chamado havia relatado quatro, então percebemos que um corpo havia sumido. Logo constatamos que era o seu - explicou ele, me deixando atordoado.

 

— E cadê os outros três que estavam no carro comigo? - perguntei, tremendo a resposta.

 

— Infelizmente o motorista morreu - respondeu ele e meu corpo congelou - Bateu diversas vezes fortemente a cabeça no teto e na última capotada, quebrou o pescoço. Era impossível sobreviver. Já os outros dois sobreviveram, mas um teve uma fratura na perna direita, pois foi atingida pelo pára-lama da viatura que os perseguiu. Foi tão grave que pode ter dado hemorragia interna, talvez… E o terceiro teve ferimentos graves também, mas já está fora de perigo. Ambos foram levados para o hospital, mas assim que saírem vão direto para a carceragem.

 

Olhei para Tony, atônito.

 

— E… eles falaram algo sobre mim? - perguntei, tomando mais um gole de água.

 

— Sim, eles inicialmente se recusaram a falar sobre algo. Mas quando contratamos dois policiais para se passarem por advogados, eles falaram tudo e contaram sobre o tal plano do mandante de todo o crime - respondeu ele, me deixando aliviado.

 

Impressionado com a engenhosidade do plano bolado por eles para convencê-los a falar a verdade, comecei a me sentir mais à vontade.

 

— E onde está ele agora? - Tony finalmente se pronunciou.

 

— Ainda está foragido, mas não por muito tempo, fechamos todos os acessos para as saídas da cidade, ele não escapará dessa vez. Aconselho-vos a tomarem cuidado ao sair para a rua. E caso encontrem ele, não hesitem em chamar a gente, ok?

 

— Pode deixar senhor, faremos isso - assentiu Tony.

 

— Obrigado mesmo, senhor - respondi, me levantando.

 

— Por nada garoto, só tome cuidado.

 

Nos despedimos com um aperto de mão e saí com Tony de lá. Ao voltarmos para o carro, ele começou a dirigir rapidamente para o apartamento. Demorou alguns minutos e finalmente estávamos em casa de novo. A felicidade de estar de volta depois de tudo o que passei era tanta que não dava para explicar.

 

— Leve a Effy para tomar um banho, vocês estão precisando - disse Tony, indo com Michele para o antigo quarto deles.

 

Assenti e fui até o quarto de Effy, peguei uma roupa confortável para ela e a conduzi para o banheiro. Quando ia fechar a porta, senti ela segurar meu braço.

 

— Toma banho comigo, por favor - pediu ela.

 

Eu hesitei um pouco, mas depois de toda a situação traumática que ela passou, achei que se recusasse, pioraria a situação dela. Então concordei e entrei no banheiro, tirando a roupa na frente dela, já que agora não tinha mais vergonha embora ela tenha me visto nu apenas uma vez; entrei no box e liguei o chuveiro. 

 

Inesperadamente, senti seus braços envolverem minha cintura e seu rosto se afundar no meu peito, sua respiração estava descompassada, seus soluços eram perceptíveis, ela estava chorando. Então, retribuí o abraço, envolvendo meus braços nela e apertei-a.

 

— Me desculpa… - sussurrou ela, entre lágrimas.

 

— Pelo quê? - perguntei, já sabendo a resposta.

 

— Por te envolver nessa.

 

— Sem problema, não tinha como você saber.

 

Ela continuou chorando copiosamente e eu acariciava seus cabelos. Confesso que, daquela vez, era diferente. Desde que cheguei no apartamento, Effy já estava mal por um motivo ou outro e sempre me evitava, mas confesso que vê-la daquele jeito, uma mulher tão forte, decidida e esperta, agora estava tão frágil, sensível, como uma criança indefesa. Ter visto ela ficar daquele jeito era horrível, mas prometi para mim mesmo que a ajudaria e a protegeria de tudo 

 

                                               ***

 

Um mês depois, as coisas ainda estavam lentamente retornando ao normal. Eu ia para a faculdade de manhã e sempre que chegava, ia com Effy para o psicólogo. Sim, eu sei que vocês estão pensando que isso é um exagero, mas realmente para mim era algo bastante novo, então Tony e Michele concordaram que era mesmo eu tentar uma terapia para esquecer os problemas. 

 

E eles estavam certos, tanto para mim quanto para Effy, estava funcionando.

 

Tony havia comprado para mim após eu contar o que havia acontecido com o meu, tratou de encomendar um novo para mim, muito melhor do que o anterior. 

 

Certa vez, quando estava saindo da terapia com Effy, decidi levá-la até um lugar que eu não sabia se ela ia gostar, mas gostaria de levar mesmo assim. Chegando na Tower Bridge, sorri ao nos aproximarmos da beirada, podendo ter uma linda vista que dava para ver o pôr do sol, completamente lindo uma paisagem de tirar o fôlego.

 

Enquanto admiramos a paisagem, decidi que era a hora.

 

— Gostou da paisagem? - perguntei.

 

— Adorei - sorriu ela.

 

— Finalmente parece que nossas vidas terão paz por um tempo, temos que tomar todo cuidado.

 

— Sim, temos.

 

Respirando fundo, tomei coragem.

 

— Effy, desde que começamos o tratamento na psicóloga, tô querendo te contar algo - comecei.

Ela me olhou.

 

— Eu também, mas pode falar primeiro. Que coisa? 

 

Mordendo os lábios, soltei outro suspiro.

 

— Quer namorar comigo? - perguntei, tremendo a resposta.

 

Ela me olhou, surpresa, o que me fez ficar frustrado por um instante, com medo do que ela iria dizer.

 

— O que foi?

 

— Ãnhm…  Só estou surpresa!  Não esperava que fosse isso… Mas sim, eu quero… 

 

Sorri largo e demos um abraço forte, era uma ótima notícia de se ouvir, depois de tanto tempo, finalmente estávamos juntos. Feliz, selei nossos lábios com um rápido beijo, antes de olhar nos olhos dela:

— Agora é sua vez, o que queria me falar?  -perguntei, sorrindo.

Ela me olhou, um pouco preocupada.

— Eu tô grávida.

 

Senti meu coração errar uma batida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso gente, gostaram desse final? Eu adorei. Obrigado a todos, especialmente ao Matheus, que leu e comentou, acompanhou toda a história desse casal novo até o fim. Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Skins - Recomeço" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.