Pokémon: Jardim Jirachi escrita por Maya


Capítulo 1
Introdução Parte I - Embarque




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— É isso. Eu vou ser o melhor.

A última tarde dos alunos do Jardim Jirachi passava rápido, então as crianças, já sem mais aulas, buscavam aproveitar como podiam seu lar e a companhia umas das outras e dos Pokemons. No caso de Satoru, Mei e Hideki, isso significava se reunirem pela última vez em seu canto preferido, debaixo da maior árvore do quintal.

Satoru, o menino de cabelos escuros e azulados, tinha se levantado e apontado o dedo indicador na direção do céu para sua declaração triunfante. Aos seus pés o seu pequeno Gible saltava e grunhia com animação, como se estivesse acompanhando o dono na decisão.

— Do nada isso? - Riu Hideki. Ele era mais baixo que Satoru, e o cabelo encaracolado que cobria seus olhos e os joelhos encolhidos junto ao corpo contribuíam em fazê-lo parecer mais discreto perto do amigo.

— Eu vou ser o melhor da minha região... - Satoru continuou. - E depois, do mundo inteiro!

A garota do trio, Mei, sorriu com a declaração do menino. Desde pequena ela tinha um sorriso poderoso, do tipo que era o suficiente para expressar todo o seu sentimento, e daquele exalava orgulho do amigo. Embalando seu Togepi dorminhoco no colo, falou:

— Boa sorte, Satoru.

— Valeu, Mei! E você! - Satoru apontou para Hideki de tal forma que assustou tanto o menino quanto o Seedot sentado em sua cabeça, que chegou a cair para trás. - Quando voltarmos aqui, vamos batalhar, nós dois!

— E-eu?

— É! Quero provar que ficarei mais forte até do que você!

— Vamos fazer assim então! - Mei se levantou, e o movimento despertou o Togepi. - Quando voltarmos, vamos nos reunir bem aqui, vocês dois vão batalhar e eu vou arrumar um grande prêmio pro vencedor!

— Por mim, fechou! Que tal?

Hideki olhou um pouco atônito para os amigos - eles estavam de pé bem diante dele, de forma que a luz do sol batia em suas costas e os iluminava -, e então sorriu e se levantou também. Seedot continuou aos seus pés brincando com Gible.

— Fechado!

Naquela noite, na festa de despedida, os três registravam essa promessa e seus próprios sonhos em cartões coloridos. Seus desejos e os das outras crianças do Jardim Jirachi foram presos a balões festivos e soltos no céu de Kalos.

— Hão de se realizar, todos eles - jurou a coordenadora do Jardim, a poderosa Diantha, ex-Campeã da região. - Agora, chegou o momento de descobrirmos para qual lado os ventos da aventura vão levar cada um de vocês!

As sete crianças de treze anos vestiam seus kimonos cerimoniais preparados especialmente para aquela noite e uma enorme empolgação. Os Pokémons iniciais de cada um acompanhava o momento junto de seus agora donos. Por sua vez, um pouco afastados e com sorrisos calorosos, o Professor Sycamore e o segundo maior treinador da região, Calem, observavam a cena.

Foi Serena, a atual Campeã de Kalos, quem trouxe a caixa que continha nomes de sete regiões do Mundo Pokémon para serem sorteadas pelas crianças. Elas vibraram só com a chegada da moça.

Um de cada vez, elas pegaram aleatoriamente cartões dobrados de dentro da caixa e, depois de todas terem pego o seu, Diantha pediu que os abrissem.

— Ah, não!!! - Uma menina loira que segurava um Ralts curioso nos braços gritou imediatamente. - Eu peguei justamente Kalos! Que azar!

— Que azar, nada... Você não vai precisar viajar - resmungou a garota mais baixa do grupo, acompanhada por um Shinx alegre por saber que iriam para Sinnoh.

— Mas eu queria viajar, Sheena! Qual a graça de ficar aqui mesmo?

— Ei, calma! Não é tão ruim assim. - Serena se abaixou diante da menina, a qual a esse ponto já estava chorando e recebia consolo de Ralts. - Nada é por acaso, Alissa, se você tirou Kalos, com certeza tem coisas grandiosas a serem feitas aqui. É uma região enorme! Você terá uma aventura incrível! E sabe que não é porque estamos aqui que vai ter uma rota de fuga, não sabe?

— Claro! - Alissa respondeu fungando, meio brava, meio determinada. - E se vocês vão estar por perto, vão ver que vou ser a maior daqui!

— Kanto! - Enquanto isso, um menino de cabelos castanhos e pintas debaixo dos olhos olhava admirado para o seu papel, e sua alegria era compartilhada com um doce Pichu sobre seu ombro. - Eu vou pra Kanto!!

— O que tem de tão legal em Kanto? - Perguntou Satoru.

— Tem uma lenda por lá... Um treinador super forte que começou sua jornada em Pallet Town e hoje é visto viajando por vários lugares, sempre em silêncio e acompanhado dos Pokémons mais fortes de todos. Dizem que às vezes ele é visto em silêncio em uma montanha de gelo aguardando por um próximo adversário! Eu quero conhecê-lo! - O garoto, Kenji, olhou para seu Pichu. - Sabia que o inicial dele foi um Pikachu?!

— Eu vou estar bem perto de você, vou para Johto! - Mei anunciou sacudindo seu papel no ar. - Vamos nos visitar de vez em quando!

— Vamos, sim!

— Vamos para Hoenn - Hideki comentou mais para si mesmo e para Seedot do que para os outros.

— Você vai conhecer todos os Pokémons de lá, né? - A menina de olhos roxos brilhantes perguntou suavemente. Ela era a mais calada do grupo, até mais do que Hideki, mas tinha mais facilidade em falar com o garoto.

— Sim! E vou ser amigo de todos eles! Você vai para onde, Akemi?

O Darumaka dançando de alegria em volta da dona já denunciava:

— Unova. Daru está tão feliz por estarmos indo a região natural dele... Vai poder conhecer vários Darumakas.

Só um ainda não tinha contado seu destino. Mei olhou para o amigo de cabelo azulado, que ainda encarava seu papel com uma expressão estranha, acompanhado do Gible em sua cabeça. Um parecia ser a extensão do sentimento do outro.

— Satoru, então você vai pra...

— Alola. - Enfim ele disse em voz alta. Olhou para cima, para Gible, e repetiu: - Alola. - Então olhou para Mei e finalmente deixou o sorriso escanrar: - Alola, Mei! Vou pra ALOLA!

— Ficou feliz, né?

— Alola é INCRÍVEL! Até pouco tempo atrás não tinham Liga Pokémon, e agora tem treinadores super fortes por lá... E a relação deles com os Pokémon... E as ilhas... Ah! Vai ser demais, Gible!

Mei sorriu e deixou o amigo celebrando com seu parceiro, enquanto voltava a comemorar baixinnho com Togepi a ida dos dois para Johto, uma região que sempre admirara.

— Crianças - Diantha as chamou. - Boa sorte em suas viagens. Aproveitem cada momento, não deixem nada passar. Daqui a alguns anos, vamos nos reunir aqui de novo, e poderão contar sobre as aventuras que viveram. Lembrem-se de que vocês nasceram para coisas grandiosas, sejam qual forem os postos que almejem dentro deste mundo. E...

Ela já começava a chorar, então Calem, que ajudara muito nos estudos e treinamentos das crianças ao longo daqueles treze anos, tomou a palavra:

— Não se esqueçam do que aprenderam e aprendam muito mais! Lá fora tem desafios muito grandes... Vai ser difícil às vezes, mas façam sempre ser divertido! Se alimentem bem! Estudem, e... E...

— Sejam felizes - Serena concluiu. - Nós estaremos aqui.

Uma foto em grupo encerrou a última noite das sete crianças de ouro no Jardim Jirachi. Na manhã seguinte, todas já estavam de pé cedo, de malas prontas, equipadas com Pokébolas, itens, Pokédex, aparelhos eletrônicos úteis, comida para viagem, dinheiro, lembranças, amor e a saudade triplicada entre cada abraço de despedida durante todo o caminho de Shalour City até Coumarine City, e em cada aceno a bordo dos navios.

— O Mundo Pokémon - disse Diantha, chorosa, observando o último navio partir ao lado de Calem e Serena - pertence à juventude.


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