Quando desceu do trem, Vivienne se sentiu maravilhada pelo enorme castelo à sua frente, já havia anoitecido, então todas as luzes do local estavam acesas, fazendo-o parecer ainda mais mágico. Um homem extremamente grande, o maior que a menina já havia visto, pedia para os primeiranistas o seguirem, então ela o fez, pode ouvir o homem cumprimentando Harry, mas não se importou com isso, estava mais preocupada em ficar próxima de Hermione, não queria se perder da amiga.

         O gigante (pelo menos era o que Vivienne achava), pediu para eles entrarem nos barcos que estavam atracados nas margens de um lago, quatro por vez, as duas garotas se sentaram em um deles, porém, para a infelicidade de Vivienne, Rony e Harry se dirigiram para o mesmo barco que elas, Rony apenas deu um “oi” seco para elas, que Hermione respondeu com desinteresse, Harry sorriu para a garota, mas a mesma simplesmente desviou o rosto, procurando por Draco em meio a todos os outros alunos, o viu sentado com os meninos que ela tinha conhecido mais cedo, ela suspirou e engatou uma conversa com a nova amiga.

         As crianças entraram no castelo e foram recebidos por uma mulher chamada Minerva McGonagall, que fez um discurso sobre a seleção e as casas de Hogwarts, nesse momento, Vivienne encontrou o olhar de Draco, que piscou para ela, então voltou a prestar atenção na Profa. Minerva. A mulher pediu para eles aguardarem um instante e então saiu, logo depois, ouviu Harry dizendo:

         _ Mas como é que eles selecionam a gente para as casas?

         Rony respondeu:

         _ Não sei, acho que é um tipo de teste, Fred disse que dói, mas acho que estava brincando.

         A garota viu o nervosismo no rosto dos meninos, e Hermione começou a cochichar sobre todos os feitiços que faria, caso precisasse mostrar alguma coisa. Vivienne sabia como o processo de seleção funcionava, Draco havia lhe contado, então, falando baixinho para que só os quatro pudessem ouvir, falou:

         _ Não é nada disso, se acalmem, eles simplesmente vão colocar um chapéu falante na nossa cabeça e ele vai dizer para qual casa vamos.

         Rony, parecendo desconfiado, questionou:

         _ Como você sabe disso?

         _ O Draco me contou.

         Dessa vez, quem se manifestou foi Harry:

         _ E como sabe que é verdade? Aquele mimado poderia muito bem ter mentido para você.

         Com raiva e um pouco de desprezo na voz, Vivienne respondeu:

         _ Ele nunca mentiria para mim, é meu melhor amigo, posso confiar nele, você não deveria julgar as pessoas sem conhecê-las.

         Harry retrucou:

         _ Engraçado, pois é exatamente o que você está fazendo comigo.

         Um silêncio constrangedor pairou no ar, enquanto os dois se encaravam, Vivienne estava um pouco envergonhada e com raiva ao mesmo tempo, já Harry sabia que tinha razão, porém estava arrependido de ter falado, pois achava que tinha arruinado qualquer chance de amizade entre eles. Para quebrar o clima tenso, Hermione começou a tagarelar sobre qualquer coisa, e os outros respondiam quando se fazia necessário, até a professora Minerva voltar e os levar para o salão principal, para a escolha das casa.

         Quando entraram no local, todos ficaram admirados, o lugar era enorme, e o teto acima deles era aveludado e negro, salpicado de estrelas. Hermione ao ver aquilo, falou:

         _ É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts: uma história.

         Na frente deles, estavam todos os professores da escola, aos lados as mesas com os alunos de todas as casas. A professora McGonagall colocou um banquinho na frente dos alunos do primeiro ano, e em cima dele, um chapéu pontudo, de repente, o chapéu começou a cantar e, no final da música todos os alunos aplaudiram, então Vivienne seguiu seu exemplo, assim como os outros novatos. Quando isso acabou, a seleção de casas começou.

         A primeira garota a ser chamada foi para a lufa-lufa, e assim foi seguindo a seleção, com crianças indo para todas as casas, a mesa correspondente sempre explodindo em aplausos quando o nome da casa era anunciado. Vivienne já estava suando frio quando a primeira pessoa que conhecia foi chamada, e essa foi Hermione, que praticamente saiu correndo para o banquinho, depois de um tempo bastante longo, quatro minutos, pelos cálculos da menina, o Chapéu gritou “grifinória!”, e Vivienne ouviu Rony reclamar, com tristeza, a garota se deu conta de que se fosse para a sonserina ficaria longe da amiga, mas pelo menos teria Draco, disse para si mesma. Um tempo depois, Neville foi chamado ele também foi para a grifinória, e então a professora chamou Draco, o chapéu mal encostou na cabeça dele e anunciou “sonserina!” o garoto levantou, olhou diretamente para Vivienne, então deu um sorriso e foi para sua mesa. Depois foi Harry Potter, sua casa foi a grifinória, ele também lançou um olhar para a garota antes de ir para a sua mesa, mas a menina o ignorou. Depois foi Rony, outro grifinório.

         Os nomes estavam acabando, e nada de Vivienne ser chamada, estava ficando preocupada, até que, quando só faltava ela, finalmente ouviu a professora Minerva anunciar:

         _ Vivienne Parker.

         Ela andou até o banquinho apreensiva, sentou-se e colocou o chapéu na cabeça, Draco a olhava com expectativa, esperando ouvir o chapéu anunciar sonserina, Harry também a encarava, querendo-a na grifinória, para consertar sua relação com ela e se aproximar, Hermione também torcia para que a amiga fosse para sua casa.

         Porém, Vivienne não percebia nada disso, estava concentrada demais nas palavras do chapéu seletor, que dizia:

         _ Vejamos, você é um caso muito difícil, poderia ser sonserina, ou talvez grifinória seja melhor, mas se daria incrivelmente bem na corvinal, com certeza não é lufa-lufa, entretanto como decidir entre essas três?

         A garota entrou em pânico, estava ali há muito mais tempo do que os outros, até mesmo os professores pareciam intrigados. Seis minutos depois, o chapéu finalmente anunciou:

         _ Bom, acho que cheguei a uma conclusão, que seja Grifinória!

         A mesa dos grifinórios explodiu em aplausos, Vivienne soltou um suspiro aliviado, estava com um sorriso radiante no rosto, Harry estava exultante, Hermione aplaudia efusivamente, até Rony parecia feliz pelo resultado. Apenas Draco estava devastado, sua melhor amiga havia ido para a casa rival, a menina olhou para a mesa da sonserina e deu um sorriso para Draco, então foi para a mesa da grifinória e sentou-se ao lado de Hermione que a abraçou para comemorar.

         Draco olhava tudo aquilo, sem saber o que fazer, sentiu raiva de tudo, do chapéu seletor, da grifinória, da própria Hogwarts, mas no fim, o ódio deu lugar a tristeza, e o menino passou a noite toda lançando olhares para a amiga, que parecia feliz, o extremo oposto dele.