CN Beyond: Geração Y escrita por Primus 7


Capítulo 3
Os Meninos chegam à cidade


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores. Hoje não terá histórias novas, apenas atualizações. Neste cap terá interações das meninas com os meninos. Não tive tempo de arranjar uma capa para este capitulo, mas quando tiver eu acrecento. Espero que gostem.

Ouça a trilha sonora da fanfic:
https://open.spotify.com/playlist/7MrY6IDy9kVqxtc5z8Bls5?si=334b0ed1891242a4

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(Trilha sonora: - Star Spangled Man - Henry Jackman )

Mais de 80.000 pessoas de todos os gêneros e idades haviam se reunido no famoso estádio de futebol americano, TownsLife Stadium, que era conhecido por ocorrer apenas eventos muito importantes, finais de temporada e grandes shows de celebridades de peso. No entanto, a ocasião era ainda mais grandiosa. Pela primeira vez, o estádio recebia não atletas ou celebridades, mas sim Super-Heróis. Todos ali pagaram ingressos caros para ver em primeira mão a primeira aparição pública de um até então anônimo time de jovens super-heróis. 

O evento começou com o som de vários instrumentos de sopros, saxofones, trombetas e tambores que eram tocados em ritmo muito bem ensaiado por um banda que usava as cores da bandeira estadunidense. As notas tocadas marcavam o início de uma música épica que aumentou ainda mais as expectativas do público. Logo, acompanhando o ritmo da farra, veio uma dúzia de dançarinas sorridentes vestidas como líderes de torcidas, agrupadas em trios, cada uma usando as cores verde, azul e vermelho para combinar com as estrelas da noite. Elas chegaram até ao palco principal realizando piruetas e acrobacias combinados a uma dança discretamente sensual. As dançarinas ficaram e voltas do palco principal e canhões de confetes foram disparados anunciando uma entrada surpresa. No centro do palco, havia uma pequena escotilha que se abriu e de lá de dentro saiu um rapaz loiro de olhos azuis que decolou aos céus como um foguete deixando uma aura azul para trás. Ele voou por cima do estádio enquanto realizavam manobras que encantavam a multidão que começou a gritar seu nome que apareceu em todos os outdoors.

“Explosão” “Explosão” “Explosão”

No final, o garoto loiro posou em cima do palco de metal, notando-se agora que ele segurava uma guitarra em suas mãos e logo começou a tocá-la e pelo que parecia, ele tocava muito bem, pois o público vibrou ainda mais. Em seguida, aparece voando entres os fogos de artifícios, uma segunda figura que pousou epicamente no gramado do estádio. Era uma rapaz de cabelos pretos espetados que possuía um olhar destemido. Ele correu até um submarino que estava largado no gramado do estádio e ergueu todas aquelas 18 mil toneladas fácil com suas próprias mãos o deixou o público tão maravilhado que começou a gritar seu nome:

“Fortão” “Fortão” “Fortão”

Depois o rapaz colocou de volta o submarino militar no gramado e saltou até pousar no palco central, onde gritou ou berrou enquanto flexiona o bíceps exaltando a sua força e poder. 

Para finalizar, uma horda de drones militares controlados remotamente apareceu por cima do estádio e foram gradualmente, um por um, destruídos por misteriosos feixes de luz que fritavam seus circuitos. Após todos serem completamente destruídos, um terceiro e último rapaz ruivo, vestindo preto e vermelho, desceu dos céus em meio às chamas e aterrissou com uma pose épica de super-heróis que fez o público já eufórico gritar mais ainda. Ele olhou para a plateia com seus olhos vermelhos e flamejantes e viu todos ali começarem a gritar seu nome.

“Durão” “Durão” “Durão”

Os outros dois aspirantes a heróis se juntaram ao de vermelho, reconhecendo-o como o líder, formando assim uma trindade poderosa. 

Então, surgiram outras figuras que caminhavam no gramado, recebidos por mais uma dança das líderes de torcida. Um deles era o próprio Dick Hardly, dono das indústrias Hardly, que vestia uma camisa social azul, uma gravata vermelha e um terno verde camuflado, que simbolizava tanto as cores dos jovens heróis da noite quanto as cores da bandeira e as forças armadas americanas. E a  outra figura ao seu lado era um famoso apresentador da TV, Chris McLean, que usava suas tradicionais roupas do programa de sucesso que apresentava, Ilha dos Desafios.

Assim que os dois subiram no palco, aquele trio de jovens heróis assumiu posto de “sentido militar” demonstrando um respeito forte pela figura que era Hardly. Após acenarem para a imensa plateia ao redor deles, o bilionário e o apresentador de TV sentaram-se um de frente para o outro enquanto uma equipe de televisão começou a filmar e transmitir ao vivo para milhões de pessoas em todo globo. 

— Então, você criou a Geração Y com o objetivo de criar uma nova era de heróis. E quem são esses jovens? Poderia nos apresentar? — Pediu o entrevistador. 

— Claro. Meninos, sentido! — Ordenou Dick Hardly ao seu grupo.

Os três fincaram os pés no chão e sem questionar assumiram a posição de continência militar. 

— Verde, dê um passo à frente! — Ordenou Hardly e o rapaz de cabelo preto espetado usando traje verde e preto o fez sem exitar. 

— Apresente-se! Diga o seu nome, idade, função e uma habilidade especial. 

— Sim, Senhor! — Gritou o rapaz em tom de soldado. — Meu nome é Fortão. Idade, 18 anos, sou o especialista em combate do grupo. Sou especialista em mais 40 técnicas de luta, Senhor! 

O grupo se surpreendeu ao ouvir as afirmações do jovem Fortão. 

— O Fortão é o nosso membro mais forte. — Afirmou Hardly. — Ele recentemente bateu o recorde de erguer mais de 300 mil toneladas. 

— Ual! Isso é um feito e tanto. — Elogiou Chris. — Ele é o herói mais forte do mundo. 

— Possivelmente. Agora, Azul, dê um passo à frente e apresente-se.

E o garoto loiro usando azul obedeceu fazendo o mesmo que seu colega anterior:

— Explosão, Senhor! Tenho 18 anos. Sou agente de operações secretas, especiais e de reconhecimento. Eu sei tocar guitarra como ninguém, Senhor! 

— Explosão é o coração desse time. Ele tem seu próprio jeito de ser. Toda família tem caçula atrevido e o Explosão é o nosso. — Explicou Hardly

De forma inesperada e arrogante, o garoto loiro de olhos azuis tomou de seu chefe, o microfone e soltou os verbos!

— As garotas podem chamar só de Zaum! E eu já vou avisando, tô solteiro e disponível. — Afirmou para o público que imediatamente elevou seu nome aos céus com seus berros.

— Muito engraçado, Explosão. Muito engraçado. — Afirmou Dick em tom de ironia. — Bom, agora Vermelho. Apresente-se.

Então, o rapaz ruivo de olhos vermelhos e cabelos ruivos deu um passo à frente. Ficando cara a cara com seu chefe. Ele mantinha sempre uma expressão que não era apenas séria, mas parecia estar zangada e mal-humorada. 

— Sou o Durão. Tenho 18 anos e sou o líder e o capitão desse time. Meu talento espacial é estratégia e minha… lealdade. — Disse o rapaz, estranhamente demorando um tempo para dizer a última palavra. 

— Muito bem, Durão. — Elogiou Dick que logo completou. — Toda equipe precisa de um líder, um homem forte para tomar as decisões difíceis. Esse alguém é o Durão. Não se enganem, ele não é só inteligente. Ele é mais que estrategista nato. Quando está em batalha, ele é guiado por um instinto selvagem, como um lobo quando caça a sua presa. 

— Impressionante mesmo, Professor Dick. — Elogiou Chris. 

— Agora, os três me digam qual é a missão de vocês. — Ordenou Hardly

E os três jovens obedeceram e com uma só voz gritaram juntos:

— Lutar pela paz, proteger o mundo e os ideais da América! 

— Isso ai! — Gritou Hardly e a imensa plateia gritou junto balançando suas bandeiras americanas. 

Repentinamente, a animação do lugar foi interrompida por um barulho vindo do céu, semelhante a um estrondo supersônico que chamou a atenção de todos por ali. Logo, três raios de luzes de cores verde, rosa e azul, respectivamente, desceram do céu, indo direto para o gramado do estádio. Assim, que reconheceram as três figuras que pousaram ali, o público voltou a gritar de empolgação. Eram elas, As Meninas Superpoderosas, e elas não estavam nada contentes. 

As três andaram iradas e com expressões  franzidas até o centro do gramado do estádio. Apesar dos gritos eufóricos dos fãs por todo o lugar, as meninas sentiram uma forte aversão à presença delas na atmosfera. Ao passar pelas líderes de torcidas mal vestidas, Florzinha reparou que as garotas tinham o mesmo padrão de penteados que ela e suas irmãs costumavam usar, com algumas até, usando um laço na cabeça, claro, com as cores variadas para disfarçar a ofensa. Estava no subtexto, mas Florzinha entendeu. Era assim que Dick Hardly via ela e suas irmãs.  Ao entender isso, ela bufou e cerrou os punhos sentindo aquela mesma vontade que Docinho costuma ter de socar alguém. Com essa ofensa ridícula, a rosada percebe que esse evento todo não era apenas para promover a tal Geração Y, mas também era uma provocação. 

Quando as três irmãs subiram no palco, puderam finalmente ficar cara a cara com seus respectivos rivais da Geração Y, iniciando-se assim uma curiosa batalha de troca de olhares entre os adolescentes. Docinho entregou um olhar franzido e agressivo para Fortão, que sagazmente reparou e retribuiu de imediato com um meio sorriso e uma discreta risadinha que esnobava a garota com uma gigantesca arrogância que só a deixou ainda mais furiosa. Já Lindinha, sendo de natureza gentil, amigável e sem hábito nenhum de intimidar pessoas, tentou olhar para o Explosão de forma séria e ameaçadora, com os lábios fechados e contraídos e os olhos semicerrados, se parecendo mais com uma criança fofa fazendo birra do que uma ameaça. No entanto, para a decepção de Lindinha, o rapaz loiro ignorou tudo isso e retribuiu seu olhar com um olhar falsamente amigável e estranhamente malicioso para ela, finalizando com uma rápida piscadinha com o olho direito, inesperadamente enviando um flerte nada discreto para a loira. Não esperando por isso, Lindinha mudou imediatamente para uma expressão de nojo e repulsa, sentindo até ânsia de vômito. Por fim, os dois líderes de ambos os trios trocam olhares, igualmente demonstrando repúdio mútuo um pelo outro. Florzinha, pode olhar bem no fundo dos olhos vermelhos de Durão, que olhou de volta nos olhos rosados dela. Florzinha tinha total certeza agora que eram os exatos olhos assassinos e loucos que a perturbaram na noite anterior. Dois anos de experiência como super-heroína a ajudaram a perder a ingenuidade e a reconhecer  esse tipo de olhar. Não era um olhar de um herói coisa nenhuma, era de um sociopata maluco, lembrando muito o olhar de um certo macaco.

— Nossa, parece que pintou um climão ou é impressão minha? — Brincou Chris McLean ao interromper a troca de olhares entre os trios. 

McLean entrega um microfone para Florzinha, que rapidamente desfaz sua expressão de ódio e entrega uma nova mais amigável ao apresentador. 

— Florzinha, Lindinha e Docinho. Eu sou um grande fã. É uma honra estar na presença de vocês. — Apresentou-se McLean. 

— A honra é toda minha, Chris. — Retribuiu a ruiva. — Somos grandes fãs do seu programa. Nossa temporada favorita é aquela que Owen venceu. 

— Acredita que é a minha também? Enfim, devo imaginar que vieram aqui para dar Boas-vindas aos novos heróis de Townsville, não é?

— Eu até daria, Chris. Se tivesse algum aqui. — Soltou sagazmente a ruiva Utonium e o público reagiu com “Uuuuuu” percebendo que uma discussão havia começado.  

— Ui! — Zombou Explosão. —  A ruivinha é afiada, já chegou chegando, não é pessoal? 

— Ora, o que vocês acham que faz vocês se qualificarem como heróis? — Questionou Florzinha.

— É isso é aí! — Concordou Docinho. —  Vocês são um trio de zé manés, nem escondem que são cópias nossas do paraguai! — 

— Pelo menos nossos uniformes são bons! — Fortão Rebateu. 

— Pelo menos, nós não somos um bando neandertais que agem como se fossem os reis da cocada preta. — Ofendeu Lindinha, finalizando a ofensa mostrando a língua. 

— Ai, eu não sou um nian…nei… nair.— Explosão tentou se defender, mas não acertou a palavra. 

— Neandertal — completou Fortão. 

— Isso! Sabe o que vamos fazer? Vamos fazer vocês engolirem essas palavras, cuspirem e engolirem de novo! — Ameaçou o rapaz loiro ofendido.

— Isso nem fez sentido, o Zé Mané! — Zombou Docinho.

— Meninas! Rapazes! — Disse Chris Intervindo entre os trios. — Estamos aqui por iguais. Estamos do mesmo lado, lembra? 

— Será que estamos, Chris? — Questionou Florzinha. 

— Não se preocupe, Chris. Eu entendo elas. — Surgiu Dick Hardly metendo-se na conversa com um tom arrogante. — Elas só estão inseguras, nós invadimos o território delas e por isso elas se sentem ameaçadas. 

— Ameaçadas? — Riu Florzinha em tom irônico. — Esse evento todo aqui é uma jogada de marketing tão grande que fica implícito que quer compensar alguma coisa. Qual o propósito disso tudo, aliás? 

Dick Hardly apenas sorriu e pegou o microfone e soltou suas justificativas. 

— Meninas, esses garotos se inspiram em vocês assim como eu. Eles tiveram uma oportunidade e abraçaram isso. Quando vocês apareceram, meninas, o mundo mudou para sempre. As pessoas querem heróis para elas acreditarem e nós estamos dando isso a elas. 

— Ok, então. — Aceitou a ruiva Utonium que em seguida pegou um microfone, sentou-se na cadeira de Chris e soltou as palavras. — Se não se importa, Chris, eu vou assumir a entrevista de agora em diante. Acho que alguém precisa fazer as perguntas certas.

— Tá legal. — Falou o apresentador meio constrangido por isso. 

— Em primeiro lugar, o mais importante: Como estes meninos têm os mesmos poderes que nós e da mesma fonte? Isso não infringe a lei Townsville? — Soltou a ruiva. 

Dick sentou-se em seu lugar e sorriu discretamente antes responder: 

— Enquanto seu pai brincava de Deus com o meu dinheiro e a minha tecnologia, eu usava o Elemento X para o seu propósito original: curar doenças. Com o baixo estoque, eu desenvolvi em meus laboratórios uma variação sintética e alterada dele que chamei de Elemento XTreme. No geral, faz as mesmas coisas, mas em ritmo mais rápido e mais estável e com dosagem menor. Eu encontrei esses três garotos órfãos que sofriam de uma doença sem cura, eu os acolhi e usei o XTreme neles. O resultado foi esse. Isso tudo foi antes da lei Townsville entrar em vigor, então ela não se aplica aqui.

— Você tem provas disso que você afirma? — Indagou a Florzinha. 

— Eu tenho os registros de adoção, os registros médicos, pesquisas, fotografias e testemunhas… o que você precisar para saciar sua curiosidade, meus advogados lhe entregarão com a maior alegria. — Respondeu o empresário. 

— Próxima pergunta. — Seguiu Florzinha. —  Você sabia que seus heróis matam pessoas? Eu vi o Durão matando gente a sangue-frio com os meus próprios olhos. 

— Eles estavam fazendo o trabalho deles. — Argumentou Hardly.

— Matando pessoas?! — enfatizou a ruiva. 

— Bandidos… Criminosos… Vilões. —  Ele Corrigiu. 

— Alguns que ele matou tinham a idade dele! — Insistiu Florzinha. — Alguns tinham família para sustentar e estavam só a pouco tempo. Havia informantes importantes dentro da gangue. Poderiam interrogá-los para obter mais informações. Esse massacre não serviu para nada a não ser derramar sangue de gente miserável e atrapalhar as verdadeiras investigações. 

— Isso é a justiça. 47% da população da América concorda com essa conduta. — Argumentou o empresário

— Não é uma questão de números. Ser um herói não é derramar sangue. Não somos juízes e nem carrascos. 

— Tem razão, heróis são soldados, pessoas que fazem o que for preciso. — Falaciou ele.

 — Isso soa como um discurso de um vilão. Achar que pode corrigir os problemas do mundo de formas radicais e desumanas era a mentalidade do Macaco Louco. — Ela apontou. 

— O monstro que seu pai criou, não é mesmo? — Falaciou ele novamente tentando desmoralizar a garota. Tão baixo foi a provocação dele que fez tanto Lindinha e Docinho fecharem os punhos enquanto caladas. — Olhe, garotas, vocês mudaram o mundo. O que vocês fizeram até agora jamais será esquecido. No entanto, o mundo precisa de mais. Ele não quer apenas ser salvo, ele quer segurança e soberania.  Vocês não veem? Estão ultrapassadas. Os meus garotos podem ir muito mais além. 

— Vai achando “O 4 olhos”! — Gritou Docinho que não conseguiu mais não intervir na discussão. — O que eles fazem a gente faz melhor. 

— Prove então… — Disse Fortão enquanto encarava maliciosamente a morena olho a olho, o que deixou a diferença de altura de ambos clara. — … baixinha. 

— Opa! Opa! — Gritou Chris, interrompendo antes que virasse uma briga. Em seguida, tomou o microfone de volta de Florzinha e soltou uma ideia ótima que ele teve. — Eu tive uma ideia. Vamos decidir quem são os melhores heróis em uma competição, o que me diz meu povo?! — Ele gritou ao público. 

E o público respondeu com um longo e sonoro “sim” 

— Então está decidido! Vamos fazer três desafios: um de velocidade; um de combate e um de heroísmo e transmitir tudo na internet no canal do Drama Total. Os vencedores se tornam os heróis definitivos de Townsville e os perdedores ficam na reserva. — Meninos, vocês aceitam?

Os três trocaram olhares malignos um para o outro e gritaram juntos: — TOPAMOS!

— Enquanto vocês, meninas, aceitam participar desse desafio? — Perguntou Chris

Florzinha, apesar de ter dúvidas, olhou para trás e viu os olhares nervosos e confiantes de cada uma de suas irmãs e soube exatamente o que responder ao McLean 

— Nós topamos! 

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— Você não pode fazer isso, prefeito! — Alertou a Srta. Bellum ao seu chefe em tom discretamente enfurecido.

— Já fiz, Srta. Bellum. — Disse o Prefeito de Townsville ao sentar-se na cadeira do seu escritório onde pegou de uma das gavetas da mesa um suculento pote de picles. 

— Hardly está manipulando você! — Disse a agente federal alta e de terno vermelho. 

— Acha que eu não sei disso? — Indagou o Prefeito enquanto tentava fazer força para abrir o pote de picles. — Você e eu sabíamos que esse dia chegaria, Srta. Bellum, assim que aquelas meninas saíram da prisão e salvaram essa cidade. Vivemos em uma potência capitalista, era só uma questão de tempo até outras tentativas doidas de fazer outras iguais a elas surgirem, e olha só, Hardly conseguiu… — Argumentou ele enquanto usava todas as forças para abrir o pote em vão. — Eu desisto, pode abrir para mim? 

A moça ruiva revirou os olhos enquanto suspirava e atendeu forçadamente o pedido do prefeito abrindo o tal pote de picles. Ela abriu tão fácil quanto girar uma maçaneta. 

— Obrigado. — Agradeceu o Prefeito ao abocanhar um picles. 

— E as meninas? Isso não é justo com elas… — Apontou Bellum. 

— Sim, não é justo. Mas, eu como prefeito, tenho que pensar no que é melhor para essa cidade. — Ele explicou.

— Como aqueles garotos assassinos podem ser o melhor para essa cidade? — Ela perguntou ao chefe. 

— Entenda, Sarah, eu amo as meninas, mas Hardly me jogou em uma sinuca de bico. — desabafou ele. — As Indústrias Hardly foram um dos principais contribuidores para a reconstrução de Townsville após o Evento X. Ele não só pagou 40% das despesas como investiu pesado nessa cidade. Esses tempos que estamos vivendo em prosperidade e crescimento nos últimos anos foi em parte por causa dele. Ele disse que se eu não assinasse um contrato com as Indústrias Hardly que garantisse a Geração Y como os heróis principais de Townsville ele não só cortaria os investimentos, como retiraria todas as empresas subsidiárias da cidade o que causaria mais de 1 milhão de demissões que abalaria totalmente a nossa cidade economicamente. 

— Desgraçado do Hardly — Ofendeu Bellum já furiosa. — E no final das contas, você acabou aceitando o acordo.

— Não exatamente. — Disse o Prefeito. — Digamos que fiz uma aposta com ele. Os três desafios do Chris McLean, se os meninos superpoderosos do Hardly ganharem, eu assino o contrato com ele. Mas, se as meninas ganharem, elas se mantêm como heroínas de Townsville e ele paga uma boa indenização para aqueles que forem demitidos. 

— Com todo respeito, Prefeito, mas você foi um idiota por ter feito isso. — Soltou Bellum ao ser honesta. 

— Eu sei que fui um idiota, mas foi minha única forma de revidar — Ele argumentou. — Agora, o destino dessa cidade está nas mãos delas. 

— Aqueles garotos não são dignos de serem heróis. Você não viu o que fizeram, Prefeito? Se eles virarem os nossos heróis será um massacre atrás do outro.

— Não exatamente, Senhorita Bellum. Aquelas mortes foram pura estratégia de marketing e propaganda. Um jeito de conquistar o público se aproveitando da parcela de pessoas que não aprova as ações das meninas e acredita em ações violentas contra criminosos. — Explicou o Prefeito. — Hardly me garantiu que assim que eles se tornassem os heróis teríamos total controle sobre os seus métodos de agir. Mas, você está certa em uma coisa, Sarah. Aqueles garotos não são dignos de serem heróis

O Prefeito levantou-se e foi até a enorme janela de seu escritório, onde observou a bela vista da cidade enquanto devora o último picles do pote. 

— Já se perguntou o que faz as meninas tão especiais, Srta. Bellum? — Questionou ele. — Dois anos atrás você me convenceu de que elas eram pessoas boas que apenas cometeram erros. O que você viu nelas? 

— Eu vi três garotinhas inocentes, mas perdidas. — Respondeu Bellum. —  Apesar dos poderes, elas eram apenas crianças que cresceram com uma vida normal com amigos e uma família amorosa e um bom homem como pai.

— Exatamente. Agora, tente imaginar essas crianças sem essas coisas e tendo como tutor um homem corrupto, ganancioso e megalomaníaco como Dick Hardly. Um homem capaz de fazer de quaisquer males por dinheiro, como assassinar pessoas apenas para fins publicitários. — Esclareceu o Prefeito. 

— Entendi. Então, se as meninas não ganharem, a cidade vai ficar à mercê de Hardly e seu grupinho de falsos heróis. Poderíamos expor ele, talvez, levar tudo isso ao público? — Sugeriu Bellum

— Por ser um dos maiores fabricantes de armas dos Estados Unidos, Hardly tem o governo em uma mão e impressa na outra. Como acha que ele escapou ileso depois da crise do Evento X, mesmo sendo detentor legal do Elemento X? Como um dos homens mais ricos desse país, ele tem tudo para usar contra nós.  Se o processarmos, ele tem advogados do calibre de Harvey Birdman. Se eu o expor, ele faz o resto do país ficar contra mim. Ele é um gigante maior até que eu, o Prefeito.

— É como você disse, é uma sinuca de bico. — Admitiu ela.

— Sim. E nossa única jogada é acreditarmos nas meninas.  

Após entender toda essa situação, ela desabafou frustrada não acreditando no que estava por vir. Contudo, a mulher recuperou-se ao erguer a cabeça e dizer com toda a devida convicção: 

— Vou prepará-las para o que está por vir. Se alguém pode salvar essa cidade mais uma vez, são elas. 


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de referências, easter-eggs e curiosidades ]

1) O título deste capítulo é uma referência ao episódio “Os Meninos Voltam a Cidade” (T5 episódio 7) trocando o “voltam” por “chegam” já que essa é primeira aparição deles.
2) O estádio TownsLife Stadium é inspirado em um estádio real, o MetLife Stadium que fica em Nova York.
3) Neste universo, Explosão (Boomer) é um fã de rock e metal. Ele adora tocar guitarra.
4) Chris McLean é uma dos principais personagens da série Drama Total. A franquia Drama Total existe como um reality show de verdade que tem várias temporadas e participantes todo ano sendo Chris seu apresentador. Quando Florzinha diz a Chris que a temporada dela favorita é a “aquela que o Owen ganha” ela se refere a primeira, Ilha dos desafios, que é a minha favorita.
5) “Vamos fazer vocês engolirem essas palavras, cuspirem e engolirem de novo!” é uma frase que o Explosão diz em “Os Meninos Voltam à Cidade" quando ameaça as meninas. Muitos fãs tomaram ela como meme e até fazer releituras dela como a artista “leecheedoodles” https://i.pinimg.com/originals/49/13/ef/4913ef07de69380eaa7016df291749cb.jpg
6) “Elemento XTreme” é a "CÓPIA" do elemento x criado pelo Hardly. Dei esse nome pq Hardly no desenho ele tinha criado as “Powerpuff Girlz Xtreme” que eram cópias das meninas. Achei legal colocar pela referência.
7) Prefeito é obcecado por pickles assim como no desenho, e assim como no desenho ele nunca consegue abrir o bendito pote.



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