10 coisas que eu odeio em você escrita por sameoldlove


Capítulo 7
Motivo 7: Você me deixa nervosa.




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— Chamem a polícia. Estão roubando o meu carro! – Falei desesperada vendo um senhor desconhecido retirar meu carro do local que estava estacionado com um guincho.

— Seis multas de estacionamento não pagas. – Um policial falou escrevendo alguma coisa em um caderninho. – Ops... Sete.

Ele me entregou o papel.

— Quando? – Perguntei sem entender nada. – Fala dos panfletos no para-brisa?

— Não são cartões de aniversário, moça. – Ele falou com ironia.

— Ai, não. O senhor não pode me ajudar? – Tentei jogar o meu charme. Se meus pais descobrissem eu estava ferrada. – Por favor? – Dei o meu melhor sorriso.

— Olha, eu vou ser legal e não vou pedir para ver sua habilitação. Agora some daqui antes que eu mude de ideia.

Sem nem pensar duas vezes dei meia volta e chamei um taxi.

Cheguei em casa e aconteceu o que eu temia. Meu pai me ligou e disse que confiscaria meu carro até que eu pagasse minhas multas e minha mãe fez o velho discurso sobre como estava decepcionada comigo.

Meus pais eram advogados, os dois, e dos bons, eles trabalhavam no mesmo escritório até o divórcio. Meu pai passou a trabalhar com Direito Internacional e minha mãe começou a trabalhar apenas para as grandes empresas.

Eles ganhavam muito bem para brigar com as pessoas e faziam isso comigo de graça.

— Mãe, eu prometo que vou prestar mais atenção e serei uma motorista melhor.

Ela estava com aquele olhar de cansada por sempre ter que me dar bronca. Minha mãe estudou na Universidade Brown e ela sempre me falou como foram os melhores anos de sua vida. Já meu pai queria que eu fosse estudar em alguma universidade da Itália, pois lá estavam os melhores professores. Então desde que eu nasci minha vida já estava decidida, por ambas as partes.

Ser a rainha do baile como ela foi, entrar em uma faculdade prestigiada como ambos fizeram, ser bem sucedida...

— Ótimo! E como está com o Sasori? – Ela falou voltando a prestar atenção em seus vários arquivos espalhados pelo escritório.

— Mãe, nós terminando, eu já tinha te contado isso.

— Ah, é mesmo, você está com o Sasuke agora! Convide-o para jantar. Sempre gostei dele. – Ela suspirou. – Sinto muita falta da Mikoto. Nem consigo imaginar como deve ter sido pra ele crescer sem ela.

— Nós não estamos juntos, mãe. E ele não gosta muito de falar sobre isso, na verdade ele não gosta muito de falar sobre si mesmo no geral. – Me levantei e dei um beijo em sua bochecha. – Estou atrasada para o treino. Te amo.

 

...

 

Cheguei na escola após pegar carona com Hinata e nós corremos para o ginásio antes que Tsunade surtasse com a nossa demora.

Karin não estava no treino e a fofoca que se espalhava era de que ela e Sasori haviam terminado algumas horas antes.

Isso realmente não me importava mais.

No intervalo do treino Naruto veio atrás de Hinata todo suado e nojento, pois os meninos também estavam jogando na quadra.

— Boa tarde, Sakura. Já fez alguém chorar hoje?

— Infelizmente não, Naruto, mas ainda são só 16h30.

— Olha, eu devo admitir. – Ele falou pegando uma garrafa de água do cooler que estava no chão. –  Apesar de você ser insuportável, você não é um completo monstro como eu pensava e está sendo legal com o Sasuke.

— Uh, obrigada... ?

— Mas aquele pé no saco é como um irmão pra mim, então, eu preciso pedir, por favor não o magoe de novo.

— De novo?

Alguém o chamou e ele voltou correndo para a quadra.

Eu não tinha ideia do que ele estava falando.

 

...

 

— Nós precisamos sair para escolher o vestido do baile de formatura. – Hinata falou animada, guardando seus livros.

— Sim, nós podíamos convidar a Ino, o que vocês acham?

— Pra quê, Tenten? Sempre foi só nós três nesses momentos importantes.

— Ela é bem legal, Sakura. – Hinata falou. – Sabia que ela é ativista dos direitos dos animais?

— E os pais são médicos, então ela já morou em uma aldeia indígena por alguns meses, enquanto os pais estavam trabalhando com médicos sem fronteira. – Tenten acrescentou sem ninguém ter perguntado.

— Mas vocês viram o sapato que ela estava usando ontem? Aquela edição é de séculos atrás.

— Não fica com ciúmes, nós amamos mais você. Ela jamais vai roubar sua coroa.

— Ela não conseguiria nem se tentasse. – Peguei meu livro e fechei o armário. – Minha avó foi a rainha do baile em 71, minha mãe foi em 94, minha prima foi a rainha do baile em 2005, eu venho de um legado. Está no meu sangue.

 Nós estávamos virando o corredor quando eu percebi um emaranhado de pessoas formando um círculo fazendo barulho como se estivesse acontecendo uma briga.

E estava!

Sasuke e Sasori estavam brigando no meio do corredor, Sasori estava machucado e tinha sangue escorrendo de sua boca.

— Isso é tudo o que você tem? – Sasori falou limpando o sangue da boca com a mão.

— Que tal você descobrir?

Sasuke avançou contra ele novamente e o único que conseguiu separá-los foi o diretor Jiraiya.

— Mas que palhaçada é essa? Já para a minha sala os dois! E vocês, - Ele olhou para os outros alunos. –  vão para a sala da aula agora, o show acabou!

— Sasuke, o que houve? – Perguntei.

Ele estava transtornado, eu nunca o tinha visto assim.

Ele seguiu o diretor sem me responder. Sasori foi atrás e a multidão começou a se dispersar.

— Naruto, o que aconteceu? Porque eles estavam brigando?

— Não sei ao certo, Sakura, mas o Sasori falou umas merdas e quando ele falou da mãe do Sasuke o cara perdeu o controle. Esse seu namorado ruivo é um retardado. Sorte dele que eu não cheguei antes, senão ele ia ver só. Mas o Sasuke deu uma bela de uma lição nele.

 

...

 

A aula já havia acabado e eu estava escorada no capô do carro de Sasuke esperando ele aparecer. Desde a briga ele não havia voltado para a sala de aula.

— Hey. – Fui em sua direção quando o vi se aproximando. – Como você está? Está machucado?

— O que você quer de mim, Sakura? – Ele parou perto do carro. – Quero dizer, porque depois de quase cinco anos você, do nada, começou a falar comigo de novo?

— Olha, eu não sei o que o Sasori te falou, mas eu-

— Não importa o que ele disse, não importa nada disso. Eu preciso ir pra casa.

— Espera. – Me coloquei entre ele e o carro. – Talvez... Talvez eu só queria te ajudar a se abrir mais e deixar que as pessoas vissem que tinha mais sobre você do que você permite que elas saibam.

— E se eu gostar de ser assim? Sem que ninguém me veja? – Ele falou com um olhar triste.

— Bem, então isso realmente parte o meu coração.

Ele me olhou por alguns segundos e depois deu um longo suspiro.

— Eu preciso ir.

Quando ele entrou no carro eu corri e me sentei no banco do passageiro.

— O que você está fazendo?

— Você está nitidamente chateado, não vou te deixar sozinho agora.

Ele fez um som de indignação e começou a dirigir.

Ele dirigia bem melhor do que eu, isso era um fato.

Ele nos levou até uma colina em um parque, na parte mais distante da cidade. O sol já estava começando a se por.

— Você vai me falar o que aconteceu ou não? – Perguntei me sentando no capô do carro ao seu lado.

— Não.

— Olha, eu te dei uma surra na terceira série, não me obrigue a fazer isso de novo. Me fala o que aconteceu, por favor.

— Primeiramente, eu estava doente aquele dia, você sabe disso. E em segundo lugar, não vale a pena.

— Eu sei que ele falou algo da sua mãe, isso não vai ficar assim, eu prometo. – Falei observando a paisagem linda que a colina nos proporcionava. – Ele super mereceu aquela surra.

— Minha mãe me trazia aqui quando eu era pequeno. Era o nosso lugar secreto.

— Você deve sentir muito a falta dela.

— Sabe qual é a parte mais estranha? – Ele falava olhando a cidade e a luz do sol deixava seus olhos dourados. – Eu não me lembro de ter chorado. Eu me lembro do funeral e me lembro que depois todos se reuniram na casa dos meus avós e eu me sentei no sofá verde ao lado de Itachi. E eu me lembro de saber que... que as coisas jamais seriam como eram antes.

— Então você se fechou para o mundo. – Eu fale e ele me olhou. – Sinto muito não ter estado lá por você.

— Isso é passado, nós nos distanciamos antes disso, você não me deve nada. Mas saiba que esse é um lugar muito especial pra mim e eu nunca tinha mostrado esse lugar para ninguém antes.

— Então porque você me trouxe aqui?

— Porque eu confio em você.

Ele falou e o fato de que nós só estávamos aqui porque eu tive a brilhante ideia de usar ele pra me vingar do Sasori, caiu no meu colo como uma bomba.

Eu não consegui responder nada, só fiquei olhando o horizonte me sentindo a pior das criaturas.

— Sabe... eu estava pensando. – Ele disse me tirando dos meus pensamentos. – Eu meio que estava pensando... você já tem um par para o baile?... Quero dizer, provavelmente sim, mas eu estava pensando... Talvez nós poderíamos ir juntos, como amigos, claro.

— Você pensa muito. – Eu sorri. – Eu gostaria sim, afinal, você é o meu cavalheiro juramentado.

— Eu deveria pedir com um cartaz e flores ou com uma coreografia tipo em High School Musical?

— Eu te obriguei a assistir High School Musical comigo, não foi? Eu ainda me lembro de você reclamando o filme todo. – Ele começou a rir. – Mas pra sua informação, assim está ótimo... – Falei admirando a paisagem. –  Olha esse pôr do sol. Parece cena de filme de romance.

— Parece mesmo. – Ele me olhou com aqueles olhos lindos e a luz do sol realçando a cor de seus cabelos negros. – Uma típica cena em que os protagonistas se beijam.

De repente ele não estava nem um pouco tímido enquanto que eu sentia minhas bochechas pegando fogo. Era como se os papéis tivessem se invertido.

— Se eu te beijasse, você ficaria aos meus pés. – Falei tentando disfarçar meu nervosismo, fazendo-o rir.

Eu conseguia fazer ele rir quando estava triste e eu gostava de saber disso.

O celular dele tocou bem na hora e quando ele foi atender o Nokia tijolão simplesmente desligou.

— Compre logo um celular que preste. Sua aversão à tecnologia está começando a se tornar uma falha de caráter.

— Era o meu irmão, acho melhor eu ir pra casa. Quer que eu te deixe em algum lugar?

Ele me levou para o shopping onde eu havia combinado de escolher o vestido de formatura com as meninas. Ino ficou extremamente decepcionada por ele não ter ficado. Tsc.

Passeamos por horas e entramos em quase todas as lojas até cada uma encontrar o vestido perfeito.

— Nunca imaginei que sairia pra comprar um vestido de baile com as patricinhas da escola exatamente como nos filmes. – Ino disse rindo.

— Opa, mais respeito. – Tenten interveio. – Patricinha é um termo extremamente pejorativo e só a Hinata e a Sakura são assim.

— Hey! – Eu e Hinata falamos ao mesmo tempo.

— De qualquer forma, Tenten, você não nos falou o que aconteceu com você e o esquisito do Neji, na festa de domingo.

— Como assim, Sakura? Não aconteceu nada. – Ela estava meio constrangida, ficando vermelha. – Ele é um esquisitão e eu pedi pra me deixar em paz, não houve nada... Até parece... nada aconteceu, ok? Porque nós estamos falando sobre isso ainda?

— Ok... – Falei sem entender o que havia acabado de acontecer ali.

— Sakura, eu gostaria de te perguntar uma coisa. – Ino falou enquanto eu provava um sapato incrível que eu havia visto em uma vitrine.

— Pode falar.

— Você acha que o Sasuke aceitaria sair comigo, eu realmente estou interessada nele.

Eu desequilibrei no instante em que ela falou essas palavras absurdas e Hinata me ajudou a não cair de cara no chão.

— Não gostei desses saltos. – Falei me recompondo. – Mas, Ino, você realmente acha que ficaria bem com o Sasuke? Quer dizer... Tipo, ele é o nerd da escola e tal...

— Eu sei, acho que foi isso o que me chamou atenção nele. Como pode alguém tão inteligente e bonito ser tão legal?

— Eu... Eu só acho que vocês mal se conhecem...

— É por isso que eu estava pensando em convidá-lo para fazer alguma coisa no final de semana.

— Final de semana agora é o jogo. – Tenten falou.

— Convide ele pra ir com você, se você quiser.

— Você acha mesmo? – Ela se sentou no puff cor de rosa da loja, entre Tenten e Hinata, de frente para mim. – Ele é um cara nota dez, é um milagre ele ainda estar solteiro, e eu não estou falando só pelo fato dele ser muito gato.

A voz dela já estava me irritando e estava ficando muito difícil não revirar os olhos.

— Saky, é oficial, Karin e Sasori não estão mais juntos. – Tente falou me mostrando o tweet que Sasori havia postado. Ele estava em uma festa com um monte de garotas ao seu redor e na postagem havia a hashtag #OpaiTáOn. Eca.

— Sinto muito por todas as meninas desiludidas que vão dar uma chance à ele para depois se arrependerem.

— Por que vocês terminaram? – A loira estava cheia de perguntas hoje.

— Ele terminou comigo porque eu disse que não estava pronta para dormir com ele. Tsc.

— Outch! Que imbecil. Ele te fez um favor então. Eu estou com muito nojo da cara dele agora.

— Nem fala. Você tem que esperar a pessoa certa, Saky, como foi meu caso com Naruto. – Hinata falou ficando super vermelha em seguida.

— Eu sei. Vocês sabem que eu sou super seletiva com os meus sapatos... e eles só vão nos meus pés.

— Vocês são tão engraçadas, amei ter conhecido vocês. Uma pena que foi tão perto do fim da escola. – Ino se levantou. – Eu preciso ir. Já está muito tarde. Obrigada pelas compras. Foi ótimo.

Ela saiu e eu fique com as meninas olhando algumas joias por mais algum tempo.

Elas foram embora e eu disse que iria de taxi depois.

Eu precisava de um tempo para pensar.

Algo estava me incomodando.

Não era como se eu odiasse a Ino, ela era legal, legal até demais. A garota perfeita para Sasuke. Defensora dos direitos humanos e dos animais, com um enorme coração nada egoísta e uma família perfeita e ainda detestava popularidade como ele.

Eles seriam um casal perfeito.

Argh. Pensar que Sasuke me via como uma pessoa totalmente contrária à ela estava me deixando nervosa. Ele com certeza pensava que eu era só uma patricinha mimada, obcecada por coisas fúteis.

De qualquer forma, porque eu deveria me importar com o que Sasuke pensa?

Porque eu estava deixando isso me incomodar?

Parece que tudo o que eu digo ou faço está errado.

Eu sei que estou diferente desde que voltamos a conversar.

Meu coração vive acelerando do nada e ultimamente eu só penso nele.

As cores parecem mais brilhantes e as estrelas mais bonitas. Meus pés se sentem tão leves e meu coração tão pesado.

Tudo se resumia a uma conclusão inevitável...

Qual era o meu problema? Ino era uma garota legal e eu jamais ficaria entre eles.

E... Oh. Que blusa linda que eles estavam colocando no manequim. Será se tinha do meu tamanho?

O que ela queria com Sasuke de qualquer forma?

Antes de mim, ele se vestia como se tivesse acabo de sair da cama, as músicas que ele escuta no carro sempre é algum rock com alguma reclamação na letra. Ele nem é tão educado, falando de um jeito convencional, sempre com uma resposta afiada na ponta da língua.

Quero dizer... Ele é só esse cara que gosta de coisas estranhas e de lições de moral.

Ele não gosta de socializar, como eu poderia levar ele comigo em qualquer festa?

Espera um segundo. Porque eu estava me estressando com isso?

Ino jamais poderia fazê-lo feliz.

Sasuke precisa de uma pessoa com imaginação para ir nas conveções nerds e feiras medievais com ele. Alguém que se importasse com ele, que o fizesse rir.

Ao pegar a sacola com a blusa que eu acabara de comprar, de repente, oh não, eu então percebi.

Eu estou completamente, totalmente e loucamente apaixonada por Sasuke Uchiha.

 

Uchiha Sasuke, como eu gostaria de conseguir descrever o quanto você significa para mim, você é como um raio de sol na chuva, quando ela está caindo. Eu acredito que eu já te amava desde muito tempo, mas estava muito distraída para perceber e você muito distante.

Quando nós estávamos naquela colina, quando o pôr do sol brilhava em seus olhos cor de ônix, eu havia falado que se parecia com uma cena de filme e, a verdade é que, se a vida é um filme, você é a melhor parte.

 

 


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