10 coisas que eu odeio em você escrita por sameoldlove


Capítulo 6
Motivo 6: Você acha que eu sou egoísta.




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Eu estava parada na porta da casa de Sasuke aguardando alguém atender a campainha. Nós havíamos combinado de ir juntos para a festa e eu iria buscá-lo, pois precisava praticar direção à noite.

— Opa, boa noite. – Um cara muito lindo, quase tão lindo quanto Sasuke, abriu a porta. – Meu irmão vai mesmo sair com alguém? Eu realmente pensei que ele estava mentindo.

— Não se lembra de mim, Itachi? 

— Espera... – Ele estreitou os olhos pensando. – É a pirralha da Sakura?

Eu sorri.

— Quem está aí, filho?

— O senhor não vai acreditar.

Ele me deu passagem e eu entrei na casa. Sasuke não estava por perto, mas seu pai estava sentado assistindo televisão.

— Boa noite, sr. Fugaku.

— Moranguinho, não acredito. – Ele se levantou e me deu um abraço. Ele sempre me chamava assim quando eu era pequena. – Quanto tempo! Como estão seus pais?

— Eles estão bem, e o senhor?

O sr. Fugaku possuía um cargo importante na polícia, e disso eu me lembrava muito bem. Eu morria de medo dele me prender quando eu aprontava como o Sasuke quando criança.

— Estou bem... – Ele deu um sorriso fraco. – Quanto tempo, eim! Fico feliz em saber que vocês estão juntos agora, minha amada Mikoto sempre me falou que você e Sasuke iriam acabar namorando.

— Ah não, nós não estamos-

— Você já chegou! – Sasuke falou descendo as escadas enquanto tentava colocar o tênis e quase caindo no último degrau.

— Filho, porque você não me falou que a Sakura ia vir hoje? Eu teria preparado alguma coisa.

— Nós estamos saindo, pai.

— Ok, mas não se esqueça, sempre pague a conta quando for levar sua namorada pra jantar.

— Ela não é minha namorada. – Ele respondeu em uma velocidade impressionante.

— Eu tentei falar isso pra ele!

— Vamos logo, por favor. – Ele me puxou pelo braço e eu só consegui dar um tchauzinho com a mão.

— Se comportem, eim, sou muito novo pra ser tio. – Itachi falou pra irritar o irmão.

Entramos no carro e Sasuke já disparou em dizer:

— Itachi é um idiota e eu nunca dei a entender pro meu pai que nós estávamos namorando.

— Relaxa, eu sei. – Falei rindo de seu constrangimento. Tão fofo. – Esquece isso. Pronto pra festa?

— Eu realmente preciso responder? – Falou revirando os olhos. – Hey, James Bond, aqui nós dirigimos do lado direito da pista.

— Mas eu estou. Você que tente dirigir usando plataformas. – Falei indignada.

— Agora eu entendo o porquê de você ter dito que queria praticar direção, só não sei se fazer isso à noite é uma boa ideia.

— É à noite que as pessoas vão para os melhores lugares!

— Quer praticar estacionar o carro? – Ele falou se agarrando à porta.

— Há Há! Muito engraçado. De qualquer forma, todo lugar que se preze tem alguém pra estacionar o seu carro, então qual o sentindo em perder tempo com isso?

— Se você está dizendo...

Depois de um tempo um silêncio insuportável se instalou no carro e eu precisava acabar com isso.

— Ei, você vai gostar de saber que as líderes de torcida em conjunto com o time de futebol, começaram uma campanha de recolhimento de agasalhos para o natal. Pra você ver como os populares também são pessoas de bem.

— É mesmo, e você vai contribuir? ou suas roupas de marca são exceção à qualquer doação?

— Querido, eu já doei incontáveis peças italianas para minhas amigas e, obviamente, vou contribuir com a causa.

— Você fazendo alguma coisa sem pensar em seu próprio benefício?

— Pelo visto você não me conhece, pois assim que eu conseguir minha carteira de habilitação eu super pretendo participar de carreatas a favor dos animais, e eu contribuí muitas horas do meu dia em ajudar o jornal da escola a crescer.

— O que, na época, serviu mais para os seus interesses do que para o deles. Eu me lembro muito bem que as matérias que você escrevia te ajudaram a ganhar para presidente da turma.

— Não é minha culpa se meus conteúdos eram mais interessantes.

— Até comigo, você está me ajudando na escola porque eu estou te ajudando em química. Se um dia eu visse você fazer algo que não fosse 90% egoísta, eu morreria de choque.

— Hah, isso seria razão suficiente para mim.

Chegamos na festa de Neji, um cara esquisito da nossa escola que estudava na sala ao lado da minha e que era obcecado por tecnologia.

A família dele deveria ser a mais rica da cidade, porque a festa era fora do normal.

Encontrei minhas amigas e convenci Sasuke a conversar com algumas pessoas que estavam perto da estátua de gelo de golfinho.

Sim, havia uma estátua de gelo de golfinho no meio do jardim enorme da mansão.

— Tenten, aquele menino esquisito da escola não para de te encarar. – Falei apontando para Neji. – E ele é bem descarado.

— Aff, eu vou resolver essa história agora mesmo. – Ela falou e saiu bufando.

Fui procurar algo para beber quando avistei Sasori e Karin discutindo em um canto da festa, ela gesticulava com muita raiva e ele ficava revirando os olhos tentando ignorá-la. Precisei de muita força de vontade para não chegar mais perto para ouvir. Esses dois não estão merecendo que eu perca meu tempo.

Me virei e fui ver se Sasuke precisava de ajuda. Até que ele estava se saindo bem, parecia confortável conversando com um grupo de pessoas que ele nunca havia falado antes.

Eles crescem tão rápido...

Mas na verdade eu queria que ele estivesse sozinho para conversarmos mais. Por mais irritante que ele fosse, ele era irritantemente meu... meu amigo, claro.

Dei outra volta pela festa, Hinata estava dançando com Naruto, Tenten havia sumido.

Várias pessoas me cumprimentavam, tentando puxar assunto, mas eu não as conhecia direito e não estava com muita vontade de socializar. Até que para uma pessoa popular, eu possuía um círculo de amizades verdadeiras bem pequeno.

— Hey. Você está bem? – Sasuke perguntou aparecendo na minha frente e eu senti meu coração se alegrar.

— Olha o que tem na fesata. Vem comigo. – Falei puxando seu braço.

— Uma cabine de fotos? Sério mesmo?

— Qual é, seu celular nem tem câmera. É sua chance de ter uma foto comigo.

Ele riu e entrou na cabine comigo.

Eu estava fazendo várias caretas, pensando em qual ficaria melhor enquanto o tempo de aviso para que as fotos começassem terminava a contagem.

Sasuke estava olhando para mim com aquele olhar profundo e enigmático novamente.

— Hey, não é pra você ficar olhando para mim! – Falei rindo, me sentindo um pouco constrangida. – É pra você fazer uma pose.

— Desculpe. Acho que estou apenas hipnotizado vendo você tentar fazer uma careta. Deve ser muito difícil fazer você aparentar feia, quando você é tão... você sabe...

— O que? – Perguntei sentindo meu coração acelerando e minhas mãos tremerem um pouco.

— Linda... – Ele falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu descobri que gostava muito quando ele fazia isso.

Seu olhar foi intensificando e a distância entre nós diminuindo.

— Com licença, eu posso usar a cabine? – Uma loira maldita apareceu do nada, fazendo perguntas sem sentido em um momento extremamente inadequado.

— Sim. – Sasuke respondeu saindo apressadamente da cabine. – Desculpe, nós só estávamos... Quero dizer... Eu só... Eu... Eu tenho que ir, acho que estão me chamando.

Não tinha ninguém chamando ele e essa loira que eu nunca tinha visto antes, tinha acabado de se tornar minha inimiga nº 1.

— Oi eu sou a Ino Yamanaka, – Ela falou dando um sorriso estupidamente encantador. – eu fui transferida para a escola de vocês e começo segunda feira.

— Parabéns! – Falei, saindo de perto dela.

Minha garganta estava seca então fui em busca de uma garrafa de água.

O que quase aconteceu naquela cabine?

— Procurando alguma coisa? – Karin perguntou saindo de algum buraco negro.

— Uma garrafa de água. – Respondi respirando fundo.

 - Peguei a última. – Ela deu um sorriso cínico. – Acostume-se a perder.

Era isso, eu tinha total e plena certeza de que eu ia surtar.

Me virei e fui em direção ao primeiro banheiro que encontrei na casa. Estava lotado, ótimo.

Minha vontade de ir embora só aumentava.

— Sakura. – Sasori me parou no corredor. – Finalmente eu te achei. Eu queria mesmo falar com você.

— Falar o que?

— Qual é, gata, até quando você vai ficar brincando comigo?

— Do que você está falando?

— Qual é, você não pode ter me esquecido assim tão rápido.

— Mas você pode, né? – Respirei fundo novamente. – Olha, eu não estou de bom humor agora e-

— É por causa daquele nerd idiota que não desgruda de você?

— Não seja ridículo e não chame ele assim. Não se esqueça que foi você quem terminou comigo.

— Eu sei, e estou começando a perceber o erro que cometi... Eu e Karin... Nós não fazemos sentido juntos... Mas você e eu... Isso sim faz sentido. – Ele começou a chegar mais perto.

— Aposto que você falou a mesma coisa pra ela quando me deixou. – Coloquei a mão para impedi-lo de se aproximar. – Uma vez, uma pessoa me disse que eu não sabia para o que servia o meu coração ou qual o valor dele. Se você quer alguma coisa comigo, você vai ter que fazer mais do que me pedir desculpas bêbado em uma festa após brigar com a Karin. – Terminei de falar e me virei, deixando-o para trás.

Sasuke seu idiota, o que você estava fazendo com a minha cabeça? O cara mais popular da escola estava me pedindo desculpas, querendo voltar comigo e eu o dispensei porque você fica me dando lição de moral. Como isso é possível? Argh.

 

....

 

— Tenten, você acha que eu sou egoísta? – Perguntei me inclinando um pouco para frente para que ela escutasse sem que o professor de história percebesse.

Ele estava falando algo sobre o período pós-republicano da civilização romana antiga.

As provas seriam na próxima semana, mas eu só conseguia pensar em como minha vida estava se tornando um desastre maior do que Malibu.

— Isso é por causa da conversa de vocês no carro? – Ela perguntou se inclinando um pouco para trás. – Acho que o Sasuke só estava te implicando, você sabe que ele está naquela fase idealista adolescente onde ele odeia tudo remotamente popular ou tudo o que ele não considera altruísta. Não leve para o lado pessoal.

— Não sei, eu-

— Queridos alunos, temos uma aluna nova, ela foi transferida já no final do ano, mas vai fazer as provas finais com vocês. Sejam educados! – O professor falou e uma moça loira entrou na sala.

— Eu conheço ela, Tenten. – Sussurrei. – Ela estava na festa ontem.

Era a mesma loira de olhos azuis que me atrapalhou.... er... quer dizer, que apareceu na cabine de fotos.

Eu não me lembrava do nome dela, mas ela com certeza se lembrava de Sasuke, porque já foi se sentando ao seu lado, puxando conversa como se fossem amigos há anos.

Ele estava me evitando, mas eu não sabia o porquê.

— Acho que o Sasuke também conhece. – Tenten falou. – Eles formam um belo casal, porque você não faz sua ação altruísta e ajuda ele a chegar na menina? Ele até que parece interessado nela. – Ela deu uma risadinha.

— O que? De onde você tirou isso?

Ele estava todo sorridente falando com a loira oxigenada.

Aff.

Como se eu me importasse.

O sinal tocou e nós fomos em direção ao refeitório.

Eu estava com milhares de pensamentos rondando minha cabeça, mas no momento eu tinha uma prioridade.

— Uchiha, precisamos conversar! – Falei colocando meu almoço em cima da mesa em que ele estava. – Você me deve um pedido.

— Oi pra você também. – Ele respondeu sem me olhar.

— Devendo um pedido? Como assim? – A loira falou.

Ela estava sentada no meu lugar.

No. Meu. Lugar.

Respirei fundo. O que estava acontecendo aqui?

— Nós fizemos uma aposta, ele perdeu e agora precisa fazer qualquer coisa que eu pedir. E eu já sei o que vai ser.

— Saky. – Hinata falou se sentando. – Não olha agora, mas a Karin e o Sasori estão discutindo e eu realmente acho que ouvi ela falando o seu nome.

Sasori estava escorado na parede e Karin estava de costas para mim. Ele reparou que eu estava olhando e piscou para mim.

Na frente dela... enquanto eles discutiam o relacionamento... ele piscou para mim...

Ele sempre foi ridículo assim? Sem consideração e sem respeito? Ele era assim quando estava comigo?

É óbvio que sim! Todas os momentos em que ele me tratou mal estavam vindo à minha memória como uma bomba.

De repente ele não era mais tão atraente ou tão interessante. Na realidade ele era um nojento.

E eu era uma idiota. Mais uma garota que ele só usou. Ele me tinha rastejando por ele durante todo esse tempo e eu só percebi isso agora.

Meu coração podia estar partido, mas eu voltaria com mais força do que a moda dos anos 90.

— Sasuke Uchiha, você irá se candidatar à rei do baile. Esse é o meu pedido e você não pode recusar, esse era o acordo. – Falei sem desviar os olhos de Sasori.

Eu estava esmagando a ficha de inscrição na mão e pelo silêncio na mesa, todos perceberam que eu estava falando bem sério.

— O que? – Sasuke arregalou os olhos. – Você quer que eu me exponha na frete de centenas de adolescentes que não me conhecem e espere que eles decidam, sem qualquer fundamento, se eu sou bom o suficiente para usar um coroa falsa em uma festa feita para oprimir os solteiros e excluídos?

— Sakura, eu entendo que você está chateada com Sasori, – Naruto falou. – mas como que o Sasuke vai competir com ele? Ele é o queridinho da escola, e o Sasuke é só...

— Uma fonte que jorra a verdade dentro de um mundo de merda? - Sasuke respondeu indignado.

— O baile de formatura é uma festa tradicional, muito conhecida e muito importante. – Me sentei. – Porque você precisa odiar tudo o que é popular?

— Eu odeio coisas fúteis e sem sentido, se elas são populares ou não, isso já está fora do meu controle!

Eu não estava com paciência e ele reparou, pois assim que percebeu o meu olhar, Sasuke pegou a ficha de inscrição, desamassou e começou a preencher.

 

...

 

— Sakura Haruno. – Tsunade pausou a música do treino. – O professor Gai Maito está te chamando e informou ser urgente.

Algo ruim deve ter acontecido, primeiro porque ela nunca me chamava pelo nome completo, segundo porque o professor Gai nunca me chamava. Não depois que eu deixei o jornal da escola.

Passei minha toalha no rosto para limpar um pouco o suor. Ser a capitã das líderes de torcida não era nada fácil, principalmente perto do último jogo da temporada. Minha última apresentação. E Tsunade estava pegando mais pesado que o normal.

Segui para a sala do professor Gai e a aluna nova estava lá também.

— Senhorita Haruno. – O professor Maito falou. – Que bom que você veio. Me desculpe ter te tirado do treino, inclusive sei que Tsunade não gostou nada, mas preciso da sua ajuda urgentemente. – Ele falou e eu me sentei na cadeira ao lado da loira. – A senhorita Ino Yamanaka chegou hoje e precisa urgentemente de enviar um artigo para enviar à Universidade Brown, uma das melhores do país. O prazo de envio é até o final da semana. – Ele falava e eu só tentava entender o que eu tinha a ver com isso. – Como é a mesma Universidade que você escolheu e como você já até foi aceita, eu imaginei que você seria a pessoa ideal para ajudá-la.

— Eu? Professor, eu não-

— Senhorita Haruno, a sua contribuição para o jornal da escola foi memorável. Você é uma escritora excelente e sua colega precisa de você. As notas dela são ótimas, mas ela precisa de ajuda com a escrita, você sabe da importância que isso tem, não seja egoísta.

Lá estava aquel palavra de novo... Egoísta.

— Por favor, são só alguns dias. – Ino falou. – Eu realmente estou desesperada. Meus pais precisaram se mudar às pressas e eu não consegui escrever nada para enviar. Eu sei que a gente mal se conhece, mas o Sasuke me disse que você é gente boa e que iria me ajudar.

O que? Eles estavam pedindo para que eu arranjasse tempo na minha agenda lotada para ajudar uma desconhecida, no final do ano, com o baile se aproximando, o último jogo da temporada chegando, as provas vindo uma atrás da outra e...

— O Sasuke disse que eu sou gente boa?

— Sim. – Ela me olhou esperançosa. – Você vai poder me ajudar?

Essa era a minha chance de mostrar para ele que eu não era a egoísta que ele pensava.

— Me encontre depois do meu treino.

 

...

 

— Qualquer um pode se inscrever para rainha do baile? – Ino perguntou abrindo o laptop.

— Porque? Você está interessada? – Sasuke falou dando um meio sorriso.

Estávamos na biblioteca da escola. Como prometido, eu estava tentando ajudar Ino a escrever o artigo da faculdade, o que seria bem mais fácil se Sasuke não tivesse vindo.

Ino o convidou, acreditando que ele poderia lhe dar um pouco de inspiração. Tsc. Eles estavam super amiguinhos, cheio de brincadeirinhas e piadinhas um com o outro.

Eu me importava? Claro que não!

Nem um pouco.

— Argh. Jamais! Odeio bailes de formatura. – Ela disse. – Todo mundo fica doido tentando criar momentos de recordações perfeitos para postar no instagram, para provar o quanto é irado as experiências do colégio. Mas o que os populares não sabem é que a maioria das suas experiências do colégio são às custas dos sentimentos dos impopulares.

— Isso é exatamente o que eu sempre tento dizer. – Sasuke falou com os olhos brilhando.

— Sério mesmo? Eu já vi diversos cartazes com o seu nome pedindo votos para rei do baile. – Ela sorriu. – Você é mais popular do que pensa.

— Que horror! Te garanto que não foi eu quem fez isso. Sempre tive aversão à populares. Na realidade, eu sempre faço questão de deixar bem claro às pessoas, como o Sasori, de que eles são completos imbecis.

— É o seu lugar no ecossistema.

— Pode apostar. – Eles riram juntos.

Eu estava sentada no meio dos dois e já estava cansada desse papo e principalmente deles conversarem com se eu não estivesse lá.

— Ino, talvez você devesse pegar alguns livros que te interessem para ver se você acha inspiração para escrever o seu artigo. – Falei forçando um sorriso.

— Boa ideia! – Ela se levantou e sumiu nas prateleiras na biblioteca.

— Então... – Olhei para Sasuke. – Você deveria se concentrar em ajudar a garota com o artigo em vez de flertar.

— O que? Eu não... – Ele ficou vermelho. – Do que você está falando?

— Porque não a convida para sair?

— O que? Ela mal chegou na escola e eu só estava sendo legal... Quer dizer... Ela é bonita e tal... Mas... – Ele estava envergonhado e aquilo me deixou com muita raiva.

— Bonita? Ela é no máximo um Monet.

— Um Monet? – Ele arqueou uma sobrancelha.

— É como a pintura, de longe ela é OK, mas de perto é uma bagunça.

— Quanta maldade, não seja ciumenta. Você é bem mais bonita.

Ele respondeu retirando alguns livros da mochila sem sequer perceber direito o que havia dito.

 

Já você, Sasuke, você era como a pintura “Caminhante sobre o mar de névoa”, de 1817, feita pelo pintor Caspar David Friedrich. Uma obra exótica, complexa, solitária e cheia de sentimentos.

Eu sei que errei e que não há nada que eu possa dizer para você mudar de ideia, mas eu fui corajosa e escrevi essas palavras pra você, para que você me desculpe. Afinal, eu nunca saberei se não tentar.

Eu sempre irei lhe guardar comigo, você sempre estará em minha mente.

Mas agora você decidiu ir embora e eu fiquei sozinha nessa multidão.

Você merece o mundo inteiro lá fora.

Me desculpe por ter te envolvido na minha confusão.

 

 


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Notas finais do capítulo

Essa história é curtinha, só dez capítulos.

Estou pensando em fazer a versão do Sasuke, tem muita coisa que pode ser explorada do lado dele. Mas ainda não tenho certeza...



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