10 coisas que eu odeio em você escrita por sameoldlove


Capítulo 2
Motivo 2: Você gosta de coisas esquisitas.




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— Ele recusou e ainda falou que meus filhos não terão orgulho de mim. Tsc, babaca.

Me joguei na cama de Hinata e encarei o teto.

— Ele é durão, parece ser gente boa. - Olhei no mesmo momento para Tenten, às vezes as coisas que ela falava me fazia duvidar se ele era normal.

— Pois eu tenho certeza de que logo ele irá se tocar de que cometeu um engano e virá correndo me pedindo desculpas. - Eu estava concentrada em minhas unhas, mas pude ver Hinata e Tenten revirar os olhos.

— Saky. - Hinata suspirou. - Não me leve a mal, mas você já pensou em se esforçar um pouquinho mais para que isso dê certo?

— Como assim? - Me levantei um pouco e fiquei apoiada nos cotovelos.

— Descubra onde ele vai, do que ele gosta... Essas coisas. Talvez ele confie em você e veja que você não tem segundas intenções.

— Apesar de ter. - Tenten completou.

— Essa informação foi crucial, Tenten. - Ironizei. - Como eu poderia descobrir esse tipo de coisa? Aquele ser nem amigo tem pra eu poder perguntar.

— Oras, faremos isso do melhor jeito. Olhando na internet. Ela pegou o notebook que sempre carregava na mochila e começou a digitar freneticamente. Ela ficou assim por alguns minutos e eu já estava quase dormindo. 

— Ok, ele é realmente estranho. - Tenten falou e eu levantei da cama em um pulo e fiquei ao seu lado. - Eu procurei ele em todas as redes sócias existentes e não encontro nada! Isso é muito estranho.

— Você acha que ele pode ser um procurado pelo FBI e por isso ele se disfarça como Zé ninguém? - Minha boca estava levemente aberta pelo choque.

— Não seja dramática, Sakura, talvez ele simplesmente não goste de ter redes sociais. Ainda existem pessoas assim por aí.

— É verdade, Saky. Eu conheço uma menina que não tem facebook. - Hinata falou docemente e eu suspirei aliviada.

— Ainda bem, eu é que não queria ir ao baile com um assassino em série.

— Eu acredito que assassinos em série não costumam ir à exposições de coisas nerds. - Tenten virou a tela do notebook para mim e lá estava o nome Sasuke Uchiha na lista de voluntários da 55ª Feira do Fantástico Mundo dos Super Heróis e Vilões.

— Mais é nunca na vida que eu vou em um lugar desses. - Falei com toda a convicção que existia dentro de mim.

...

 

— Desculpa. - Tenten disse pela milésima vez esbarrando em mim. - Não consigo ver nada com esse capacete. - Ela retirou o capacete de Darth Vader e tentou desenrolar a capa da perna.

— Saky, eu não estou me sentindo muito confortável aqui. Essas pessoas me olham como se eu fosse de outro planeta. - Hinata desviou de um homem fantasiado de charada e se encolheu como se pudesse esconder a fantasia de Xena.

— Relaxa Hina, estamos aqui em missão, esqueceu? - Puxei o rabo da minha roupa de pantera cor de rosa e fui procurar por Sasuke no salão.

— Só uma pergunta. - Tenten falou mexendo no celular. - Qual é o violão ou o Super Herói que usa maiô rosa com rabo e orelhas?

— Oras a pantera cor-de-rosa! - Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Sem contar que todos os nerds desse lugar estão olhando para mim. Aposto que eu sou a única que pensou em uma fantasia decente por aqui.

— Não acho que seja por isso que eles estão olhando. - Hinata apontou para minha roupa.

— Melhor ainda, quero só ver se aquele Uchiha idiota não vai fazer o que eu quero, agora. - Sorri e voltei a caminhar chamando toda a atenção para mim. - Vamos nos separar agora, meninas.

— É o que? - Tenten perguntou desviando a atenção do celular.

— Tenten, você poderia, por favor, desfocar do mundo digital só hoje e me ajudar aqui! 

— Desculpa, é que tem um garoto idiota que fica bloqueando todas as coisas que eu posto na internet e eu ainda não estou conseguindo acessar nenhuma rede social. - Ela apertou o aparelho. - Se eu coloco as mão nesse hackerzinho de meia tigela...

— Talvez seja só alguém te implicando... - Hinata falou inocente.

— Ou esteja tentando chamar sua atenção.

— Argh, até parece. - Ela revirou os olhos e saiu pisando duro.

— Então tá, né. Hina, você vai pela direita e eu pela esquerda, quando você achar ele me liga. - Ela acenou e saiu andando.

Eu fui procurar por alguém fantasiado de Harry Potter com os óculos ou algo nerd do tipo até que um ser vestido de árvore esbarrou em mim e conseguiu a proeza de rasgar minha fantasia.

— Olha o que você fez! - Apontei para o imenso buraco na minha cintura. 

— Me desculpa, moça. - Ele me olhou com aquela cara esquisita pintada de marrom.

— Desculpa? Desculpa? Eu não trouxe outra roupa pra esse lugar esquisito, e de qualquer jeito, que tipo de pessoa anda fantasiado de árvore?

— Não é árvore, moça bonita. Eu estou fantasiado de Groot. - Ele sorriu. - Olha, eu tenho um kit de costura aqui comigo, espera só um segundo. - Ele colocou a mão dentro da fantasia e remexeu até retirar uma bolsinha. - Aqui tem linha e agulha. Vai dar pra quebrar o galho.

Eu me aproximei, de um jeito extremamente relutante, e peguei o pequeno estojo.

— O que eu não faço pelo meu baile.

— De nada, e meu nome é Juugo caso precise de mais alguma coisa.

Dei um sorriso amarelo e fui até o banheiro feminino do local. A fila dava quase uma volta toda no evento. Argh, ótimo. Olhei em volta e que não havia sequer uma pessoa no banheiro masculino. Andei disfarçadamente e quando ninguém estava olhando, eu entrei no cubículo que tinha o nome de banheiro. Não sei exatamente quanto tempo eu fiquei lá, mas não é fácil costurar uma roupa tão colada e se mexer naquele lugar ao mesmo tempo.

— Ei, qual é, vai ficar o dia todo aí? - Algum cara gritou do outro lado da porta.

— Camarada, espera a sua vez! - Gritei de volta.

Eu mal havia começado a costurar. Tsc.

— Para o fim da linha, amigo. - Uma outra voz gritou com alguém como se essa pessoa estivesse se aproximando do banheiro.

— Tudo bem, eu sou um dos responsáveis pela organização do evento. - Uma voz abafada por uma máscara falou e bateu na porta. - Se você não der uma boa explicação do porquê da demora, eu terei de chamar os seguranças.

— Olha eu tenho um bom motivo, ok? - Destranquei a porta. - E você, obviamente, não viu o tamanho da fila do banheiro feminino.

Eu encarei o ser que estava tentando me expulsar e pude perceber que todos na fila viraram o pescoço para me olhar.

— Sakura? - O gatinho na minha frente falou retirando a máscara que usava. - O que você está fazendo aqui? Que roupa é essa?

Se não fosse pela voz eu nunca teria reconhecido.

— Sasuke? - Meu queixo quase caiu. - O que houve com seus óculos? Que fantasia é essa?

— Eu estou de lente. - Ele me puxou pelo braço para um lugar mais vazio. - Como assim que fantasia é essa? É o Bane de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. - Ele retirou o sobretudo e colocou sobre mim. - Que roupa é essa que você tá usando? Coelhinha da playboy?

— É uma pantera! Não um coelho.

— O que você está fazendo aqui? - Ele me levou até um tipo de banca que vendia HQ's.

— Me deu vontade de ir a um encontro de pessoas esquisitas e eu vim.

— Aham...

— Sério, mas acabaram rasgando minha fantasia. - Mostrei pra ele o corte. - Eu estava tentando costurar lá no banheiro. 

— Me dá isso. - Ele pegou o estojo de minhas mãos. - Senta na mesa. Fiz o que ele disse e então ele afastou um pouco o sobretudo começando a costurar minha roupa.

— Você veio tentar me fazer mudar de ideia? - Ele perguntou sem me olhar.

— Não... - Ele provavelmente arqueou uma sobrancelha, mas seu cabelo grande não me deixou ver direito. - Talvez... Nem é como se o meu futuro dependesse disso.

— Ainda bem que você não ficou dramática.

— Não fiquei? Você está falando sobre quando éramos criança?

— Você se lembra dessa época? - Ele parou o que estava fazendo e me olhou.

Eu me senti estranhamente constrangida pelo modo que ele me olhou e então tratei de me recompor.

— Por que você gosta de lugares assim? - Mudei de assunto.

— Não sei, às vezes é bom uma fuga, algo mais mágico do que o que temos em nossas vidas cotidianas.

— Não vejo muita graça em me esconder por trás de uma fantasia! - Ri em deboche.

— Engraçado, eu sempre pensei que você fosse mestre nisso. - Ele terminou de fechar o rasgo em minha roupa e se levantou.

— Se me odeia porque está me ajudando? - Perguntei de uma vez, como eu odiava essas indiretas dele.

— Quem disse que eu odeio? E eu apenas impedi que você fosse linchada pela multidão enfurecida da fila. - Ele me entregou o kit de costura. - Não há de quê.

Eu ia abrir a boca para retrucar, mas um menino esquisito vestido de Spok me interrompeu.

— Grande Uchiha, você sabe se já chegou O Grito de Guerra do Anjo Guerreiro?

— Chegou sim, Lee. - Ele o entregou um revista em quadrinhos.

— Wow cara, eu quase posso sentir o poder. - Ele abraçou a revista como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. - Vou levar... Ah, oi Sakura, eu não sabia que você vinha em lugares assim.

— Err, eai?! - Cumprimentei o desconhecido.

— Eu sou da sua sala, caso você esteja tentando se lembrar.

— Como assim? É lógico que eu me lembro de você. Tsc, não diga besteiras.

Ele apoiou o queixo na mão e ficou me olhando e babando.

— Você é a garota mais bonita de Konoha High e minha fantasia de falar com você só não está realizada porque você não está vestida de princesa Léia.

Ok, aquela foi definitivamente a quinta coisa mais esquisita que alguém já havia me dito.

— Pare de me encarar e prospere. - Fiz o sinal com a mão que eu vi em algum filme do Star Trek, aquele de separar os dedos do meio, e Lee despertou do transe se retirando em seguida.

— Viu? Sua fantasia não serve apenas para que você se esconda, ela também fez algo inédito. Você conversou com dois nerd esquisitos no mesmo dia. Meus parabéns.

— Sabia que eu não preciso do seu sarcasmo? - Saí de cima da mesa e retirei o sobretudo. - Qualquer cara da nossa escola se mataria para conversar comigo por um minuto, e você está recusando a passar horas comigo estudando.

— Chegamos na conclusão de que eu não sou como os outros caras da nossa escola. - Ele deu um sorriso irônico e eu joguei o sobretudo nele antes de sair daquele lugar esquisito.

 

Nós voltamos a conversar e, naquele tempo eu não tinha ideia, mas você realmente não era como os outros, mas eu sim, e por isso o orgulho me cegava para ver o quão incrível você podia ser.

 

 

 

 


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