Valky, A Bruxa. escrita por Eduardo Gomes


Capítulo 1
Nascida para Morrer.


Notas iniciais do capítulo

Quando uma garota nasce bruxa na terra dos homens, ela nasce ardendo em chamas, pois seu destino está escrito com pedaços de carvão.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807506/chapter/1

Valky era a filha mais velha dos camponeses Don e Rula , nasceu no ano de 1121, na aldeia de Picksons. 

A vida na cidade medieval era tão difícil na época pois os camponeses passavam fome e escolhiam apenas uma refeição ao dia. 

Valky era conhecida como Bruxinha ruiva da cidade, pois era odiada e quando nasceu a parteira logo disse que as bruxas nasciam diferentes e não choravam ao nascer, que queimavam quando cresciam. 

As leis do Rei eram bastante eficientes e o povo obedecia por medo da morte, o decreto sobre bruxas dizia que se uma criança nasce bruxa a mãe e o pai devem ser escravos do rei até que a criança tenha dezessete anos de idade e possa ser queimada como exemplo. 

Valky sabia que morreria estava com o fardo e nem podia escolher se livrar disto. 

Certo dia o rei convocou a família de Valky, ela foi levada quando completara dezesseis anos de idade, a aldeia comentara que faltava apenas um ano até que a morte da garota chegasse, junto de Valky seriam mais duas queimadas. 

— Falta pouco tempo para a morte de sua filha mais velha que amaldiçoou sua família e desgraçou vocês, por causa disso as gerações saberão que na família teve uma bruxa, sua honra será manchada de carvão de lenha para toda eternidade e nada mais, sua filha não poderá se casar e ter filhos, seus filhos serão pretendentes mais distantes de sonhar com casamento, pois o sangue podre de bruxos está no sangue e descendentes não querem vir para morrerem, sorte sua não ter filhos lobisomens. 

O rei era cruel e adorava acender a fogueira diante dos camponeses e súditos. 

— Sua filha vai viver nas masmorras dos castelos, isso é o mais perto do céu que ela verá, desejo pra vocês felicidades e uma nova honra, a partir de hoje vocês não verão mais Valky, Bruxa de olhos de fogo, cabelos como o sangue, pele clara como neve. 

A família então se despediu, a mãe chorava e o pai com honra levou a família para casa com o coração despedaçado. 

Valky despedia-se com o olhar triste querendo voltar para casa, mas não havia nada a se fazer naquele momento, apenas servir ao rei e seus familiares. 

O Rei havia um filho cujo o nome era Stevan Rico II, herdeiro do trono que se encantou pela jovem Bruxa. 

Toda a noite ele a visitava nas masmorras com os mais belos frutos e poemas do reino. 

— Doce Valky, Garota de fogo e dos olhos flamejantes. 

— Stevan, não podemos ficar juntos você é herdeiro do Trono, meu futuro é o Fogo. 

E durante toda a noite eles se encontravam para se amar. 

Em uma noite quando Stevan saiu da masmorra, algo mágico apareceu para Valky. 

— Não se assuste, sou como você uma bruxa, vim te salvar bruxa do coração bom, seu coração está prestes a consumir o reino. 

Valky não queria ir, pois estava apaixonada por Stevan. 

— Não posso manchar a honra de meus pais, sou jovem eles devem viver suas vidas, estou pronta para a fogueira, meu destino. 

— Seu destino não é esse, vamos sou uma Bruxa conhecida entre todas as outras, seu poder é imenso, suas duas amigas aceitaram ir, mas venho busca-las um dia antes da fogueira para que dê tempo de mudar de ideia, aquele príncipe não ama nem ele mesmo, você não é a primeira Bruxa que ele usa. 

Valky sentiu seu coração desacelerar cada vez mais, mas havia aceitado o destino da fogueira. 

— Valky se mudar de ideia, te busco, sou Amalice Burten, nasci neste reino sei como as coisas são, tenho de partir, mas voltarei naquele dia. 

Amalice partiu com um feitiço que a fez desaparecer. 

Na Noite seguinte, após trabalhar muito no reino Valky esperou Stevan, que apareceu logo em seguida. 

— Valky, pensei em ti. 

Valky o nega. 

— Em mim e em todas as Bruxas que ficam presas nestas masmorras, pois você engana corações, honra deveria ser medida pelo caráter e não por herança, príncipe mesquinho. 

— Valky, Achou mesmo que um herdeiro de trono amaria você, pensei que soubesse das palavras vazias que te disse, pensei que fosse a bruxa mais esperta do reino, vi que acabou nossos prazeres, te alimentei com as melhores frutas, a partir de hoje só pão e água. 

Valky chorou naquela noite quando o príncipe saiu, olhou para a lua e desejou estar morta por um tempo. 

Havia se passado seis meses e Valky não viu o príncipe desde então, mas diziam nos corredores do castelo que viajou para caçar e retornava em um mês junto de seu pai, Valky sentiu-se mal e fui ajudada por uma de suas companheiras bruxas que estava presa no reino. 

— Você está grávida? 

Valky assustou-se e sentou no chão com um olhar vazio. 

— Vejo sua barriga, fui aprendiz de parteira para ajudar em casa, todos os dias levarei algo para seu parto quando for a hora. 

— Não posso ter esse bebê, Aurora eu vou ser queimada viva, ele vai matar ela se souber que ela é filha do príncipe com uma bruxa. 

— Valky, a lei do rei é que todas as crianças nascidas Bruxas só podem ser mortas quando completam dezesseis anos. 

Valky chorava todas as noites com sua mão na barriga, o Príncipe voltou da viagem e passou na masmorra apenas para informar de seu casamento com a filha de um rei de outro reino. 

— Bruxa, vou me casar, não me deseje o pior com suas pragas, o casamento é o primeiro e o último que você vai ver, pois faltam apenas três meses para sua condenação. 

O dia do casamento chegaria, Valky sentia dores do Parto e foi auxiliada por Aurora, Quando as Crianças nasceram Valky chamou de Régia e Hiponia, pois pareciam flores que brotaram em suas vidas. 

O Assunto se espalhou pelo reino, as aventuras do príncipe trariam consequências para o casamento, imediatamente o rei ordenou que Valky e a criança aparecessem em sua presença. 

Uma das crianças ficou escondida nas masmorras adormecida. 

— Criança mestiça, por pena o príncipe irá resolver, chamem-no, ordeno. 

As três Bruxas estavam juntas. 

— Mandou chamar a mim meu pai? 

— Chamei, como ousa deitar-se com uma bruxa, manchando o meu legado? Não vê que a criança se tornou bruxa e queimar uma princesa com dezesseis anos é imperdoável? 

— Meu Pai, sujei a honra e estou pronto para qualquer coisa, posso deixar a criança em outro reino ou floresta se quiseres. 

— Em outro reino ou floresta? Hahahaha.

— Vou criar ela pai? 

— Acendam a fogueira, você a queimará, todos os súditos que trabalham no castelo não poderão divulgar ou serão enforcados e queimados junto das bruxas. 

Valky sentiu como se fosse uma morte, logo não deu sua filha. 

— Matem-me no lugar dela, deixem que viva, não escolhemos nascer bruxas, queimem minha vida se necessário. 

A dor de Valky parecia tornar-se grande 

— Como ousar responder ao rei sem sua autorização. 

Valky foi repreendida por guardas do reino e foi convidada pelo rei de assistir seu bebê ser queimado pelo príncipe. 

Monstros, seus monstros, não, meu bebê, era só um bebê. 

A Criança estava queimada, pois antes de ser lançada ao fogo, foi dado veneno para matar lentamente sem que os berros de criança ecoassem pelas paredes. 

Valky encheu-se de uma áurea vermelho escarlate, lançando os guardas para longe, assustando até mesmo o rei, aproximou-se dizendo: 

— Neste Reino, neste maldito reino, no seu maldito legado, não nascerá herdeiro homem e toda criança mulher que sair da descendência de seu filho e netos será bruxa, tua morte será em minhas mãos, entreguei-me sem rebeldia e mataste sangue inocente, este reino acabará em chamas assim como profetizo eu venho cumprir, todos os reinos escondidos e fora de nossos limites serão liberados, não haverá mais portas trancadas para outros universos, teu reino será tomado por outro rei e tua cabeça estará na entrada da cidade, e o príncipe será morto junto seus três filhos homens antes que se tornem herdeiros. 

Ao Dizer as palavras vinha força de suas mãos e o reino sentiu o peso das palavras, as velas que iluminavam o castelo apagaram-se, o medo poderia ser sentido, as luzes na aldeia apagaram-se e a figura de uma quarta bruxa com um bebê nas mãos terrorizou o rei. 

— Sou Amalice, vim busca-la, senti uma grande presença maligna vinda de seu feitiço, você acaba de amaldiçoar o reino, seu poder sobre essa maldição é um poder jamais visto, sua segunda criança Régia está comigo, vamos embora meninas. 

Desde aquele dia ninguém ousou brigar com a família das bruxas que amaldiçoaram o rei. O casamento aconteceu e o príncipe casou e teve três filho homens que logo vieram falecer. O rei se arrependeu naquele dia de não ter antes matado a Bruxa e depois a criança, o rei sabia que o amor de uma mãe fizera aquela maldição para ele mesmo, mas o príncipe fazia equipes de buscas para capturar a bruxa Valky e nunca a encontrou para solicitar a retirada da maldição. 

Desde então o reino passou a ser visto com maus olhos e ninguém queria viver ali em saber que o rei matava as próprias crianças quando começou a queimar as filhas mulheres de seu filho na fogueira ainda bebê. 

Valky, pelo menos neste conto nunca mais foi vista, mas grandes eram seus feitos em outros mundos e reinos, pois havia aberto o portal para outros mundos e dimensões fazendo com que toda criatura mágica e não mágica se conhecesse e encontrasse, com inúmeras histórias de amor e ódio. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Somos responsáveis por nossos caminhos e por suas consequências.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Valky, A Bruxa." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.