Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 3
Lembranças do passado. Parte 1.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807436/chapter/3

 Quando Draco Malfoy recebeu a chamada em seu celular e entendeu o que Albus queria, tinha apenas uma questão:— Você está dizendo que Príncipe Harry realmente me chamou?

    — Não, não — respondeu Albus do outro lado da linha. — Você foi recomendado pelo Professor Snape. Eu sugiro que venha até aqui e dê uma olhada no lugar.

    Draco ficou em silêncio, atormentado pela tentação. Certamente não lhe faria mal algum ver Harry de novo depois de 12 anos. Não era mais um rapazinho, abalado por sentimentos que não podia controlar. Talvez até lhe fizesse bem vê-lo de novo. Como Draco, ele estaria mais velho, diferente, e a imagem que persistia em seu coração, desafiando todas as tentativas de removê-lo, seria suplantada pela realidade. E finalmente seria livre.

     — Eu estava planejando passar o verão de férias com meu filho de dez anos — disse Draco.

      — Traga-o com você. Sua Excelência tem uma filha aproximadamente da mesma idade. Quando devo esperá-lo?

     — Eu não sei — replicou Draco.

     Scorpius, que estivera escutando o final da conversa, perguntou:— Potter?

     Draco assentiu.

     — Diga-lhe que iremos.

     — Scorp!  

   — Pai, você quer tanto esse trabalho que pode saboreá-lo. E sabe que sim. — Ele pegou o telefone e murmurou: — Ele está a caminho.

     Notando o olhar indignado do pai.

      — Só estou tentando impedir que você perca tempo.   

    Secretamente, Draco estava feliz que ele lhe tirara a decisão das mãos. Então disse a Albus que estaria lá em poucos dias e desligou o telefone.

     — Scorp, pensei que você quisesse se divertir nas férias.

      Ele lhe deu um sorriso hilário.

      — Mas, pai, nós detestamos nos divertir. E tão tedioso.

      Draco teve de rir.Na manhã seguinte, eles empilharam tudo no carro e partiram para uma viagem de oitocentos quilômetros através da Itália, para as margens de Roma. Conforme se aproximavam do destino, Draco pegou-se diminuindo a velocidade, encontrando desculpas para um atraso.

      — Nós vamos passar a noite aqui — anunciou ele quando chegaram à pequena cidade de Tivoli.

      — Mas só faltam 25 quilômetros para Roma — protestou Scorp.

      — Estou cansado — murmurou ele rapidamente. — E prefiro chegar amanhã cedo, depois de uma boa noite de sono.

     Mais tarde naquela noite, depois que Scorpius tinha ido dormir, Draco sentou-se diante da janela,olhando na direção que conduzia a Roma, e chamou-se de covarde. Por que tinha concordado em fazer aquilo? Algumas coisas deviam ser deixadas no passado.Entretanto, uma parte sua ainda estava no Draco de 18 anos, que havia concordado em conhecer Príncipe Harry como um marido em potencial, porque sua tia Andrômeda, quem planejara tudo. Ela está doida para comentar em seu círculo social que tinha um sobrinho da mais alta realeza.

     — Eu não estou realmente interessado — ele tinha dito à tia na noite antes de Harry chegar. —Unir nós dois porque ele precisa do meu dinheiro e porque você quer que eu seja príncipe não faz sentido.

     Tia Andrômeda recuou, enrubescendo levemente.

      — Este é um jeito muito vulgar de colocar isso. Em nosso mundo, as pessoas certas devem conhecer as pessoas certas.

    Por "nosso mundo", ela queria dizer riqueza e títulos. Draco tinha um conde entre seus parentes e uma enorme fortuna, portanto, era incluído no círculo encantado, o qual, mesmo numa era supostamente moderna e democrática, permanecia fechado para os estranhos.

    Ele considerara tudo aquilo hilário. Como tinha sido jovem, cheia de idéias modernas! Quanta certeza tinha de que sabia de tudo! Quanta ignorância!Algumas vezes, contos de fadas se tornavam realidade. Às vezes o sol brilhava, os pássaros cantavam e a lua rimava com cacatua. Aquele verão tinha sido mágico, quando a Boa Fada jogara seu feitiço, e tudo havia sido perfeito por um breve momento.

    Mesmo 12 anos depois, apenas fechando os olhos e deixando a mente vagar livremente, podia trazer de volta o calor e a sensação de doçura que a vida tivera um dia.

   Havia acontecido uma longa festa com duração de uma semana, oferecida por seu primo, o conde,lorde Lupin, em sua enorme mansão na Inglaterra.A primeira vez que Draco vira Harry, ele estava andando pelo gramado, indo em direção a casa. Parecia distraído, então ele teve diversos minutos para observá-lo bem.Com mais de um metro de oitenta, os cabelos eram escuros e o corpo magro movia-se com tanta graça que lhe chamou a atenção. Era um dia quente, e ele tinha enrolado as mangas da camisa e aberto o colarinho. E foi assim que ele viveu na mente de Draco depois disso, o Príncipe Encantado da história,bonito e elegante.

    Tudo era perfeito, perfeito demais para ser verdade, se ele apenas tivesse o bom senso de enxergar.Mas perdeu todo seu bom senso quando ele se aproximou, um dos primos dele os apresentou.

      — Bom dia, alteza. É um grande prazer conhecê-lo.

    Ninguém havia dito a Draco que era possível que o mundo virasse de ponta-cabeça em um instante por causa de um homem com olhos verdes e uma aparência bonita que lhe tocou direto no coração. Mas tinha acontecido, e depois disso não houve mais retorno.

   Naturalmente, ninguém mencionou a razão para o encontro. Oficialmente, Harry estava viajando para tratar de negócios, e foi convidado por velhos amigos do pai dele. Mas quando a família acomodou-se para o jantar, ele sentou-se ao lado de Draco. Ele conversou com todos e não tentou monopolizar Draco. Mas quando se virou para olhá-lo, Draco sentiu como se todos os outros da sala tivessem desaparecido.

    Não sabia sobre o que tinham conversado então, ou nos próximos dias. Eles foram cavalgar juntos. Houve risadas e conversas sobre diversos assuntos, e, às vezes, Draco o pegava olhando-o com uma expressão séria que fazia seu coração disparar.

   No meio da semana, Harry o convidou para ir a um restaurante. Era o anfitrião perfeito, charmoso, atencioso, mas, para o desapontamento de Draco, não flertava. Perguntou-lhe sobre a vida e ele contou-lhe como tinha vivido desde que seus pais haviam morrido e sua tia Andrômeda o criava.

     Harry contou-lhe sobre a própria vida na propriedade dos Potter, e o amor na voz dele informou-o por que estava disposto a colocar o lar antes de qualquer outra coisa na vida.

     — Por seiscentos anos, minha família vem morando na mesma casa, sempre a reformando e tomando-a mais bonita — disse ele com orgulho.

      — Parece maravilhoso — comentou Draco ansioso. — Eu adoro lugares antigos.

      — Eu gostaria que você conhecesse.

     Enquanto bebiam vinho, ele murmurou com um ar de tristeza.

    — Você sabe o que nossos amigos planejam para nós, não sabe?

      O coração de Draco começou a bater mais forte. Ele ia pedi-lo em casamento agora?Mas quando ele assentiu.

     — Não podemos deixar que eles compliquem algo que deve ser muito simples. Esta é uma decisão nossa, não deles. Não pode existir nada sem afeição e respeito.

    As palavras "afeição e respeito" o esfriaram levemente, por estarem um pouco distante do que queria. Mas por enquanto, era o bastante estar ali com ele, intoxicado por sua presença, sentindo-se mais profundamente apaixonado a cada segundo que se passava.

    Depois do jantar, eles foram para uma boate e dançaram juntos. Finalmente, após muito esperar e sonhar, estava no círculo dos braços amados, sentindo a mão firme em sua cintura, o calor do corpo másculo movendo-se contra o seu. A sensação era tão doce que chegava a ser quase insuportável. Estava perdidamente apaixonado. Sabia agora que todas as canções e histórias falavam a verdade,afinal. O mundo era banhado em uma luz dourada e logo o paraíso seria seu.

     No final da semana, Harry convidou-o, juntamente com tia Andrômeda, para visitar sua propriedade perto de Roma. Draco estava nas nuvens. É claro que ele queria mostrar-lhe sua casa antes de tomar qualquer decisão final.

      Ele tinha tanta certeza que o entendia que nem mesmo o jeito reservado de Harry o perturbava muito. Ele era naturalmente quieto e controlado. Mas aquilo era apenas na superfície. Atrás de defesas, Draco percebia outro homem, vibrante, repleto de emoções, esperando pela pessoa certa para libertar o coração.E sabia que podia ser esta pessoa, porque eles eram parecidos. 

    Draco também era quieto e reservado, e os dois teriam um encontro de mentes, o qual levaria, inevitavelmente, a um encontro de almas. Aquilo, de qualquer forma, era o que dizia a si mesmo.

   A propriedade Potter apenas aumentou a sensação de magia para Draco. Ficando a quatro quilômetros de Roma, cobria mil acres,culminando no grande palácio posicionado numa inclinação,dominando a bela paisagem ao redor.Para alguém tão apaixonado pelo passado como Draco, a casa era uma verdadeira maravilha.

    Ele vagou pelos longos corredores, encontrando ancestrais do século passado. Harry os descreveu de modo vibrante, fazendo-o vivê-los na mente, e estava claramente impressionado pelo interesse e conhecimento dele.

     — Você sabe bastante sobre história, e especialmente a do meu país — comentou ele, sorrindo.

     — Sempre fui fascinado pelo passado. Estive numa expedição arqueológica uma vez e adorei. Provavelmente iria para a faculdade e estudaria arqueologia se eu não...Bem a tempo, impediu-se de dizer: "Se eu não fosse me casar", e substituiu:— Se eu não fosse uma pessoa tão indeciso, a qual hesita antes de fazer as coisas. Mais quem sabe no futuro eu venha a realizar este sonho.

     Dia após dia, eles cavalgavam juntos, e Harry falava-lhe sobre a propriedade que amava numa voz gentil, quase emotiva. Um dia, quando estavam andando pelo gramado, perguntou:— Você gosta da minha casa, Draco?

      — Eu a amo — respondeu ele .

     — Você acha que poderia ser feliz morando aqui?

    Aquela era a proposta de casamento de Harry. Draco aceitou tão rapidamente que a lembrança o fez enrubescer mais tarde. Quando ele finalmente o beijou, Draco esqueceu-se de tudo o mais. Havia habilidade em tudo que Harry fazia, cobrindo-lhe a boca, provocando-lhe os lábios, acariciando-o, abraçando-o forte. O efeito era elétrico, pelo menos para ele. Entretanto, mesmo na época, foi cauteloso o bastante para conter-se, esperando até que pudesse sentir que a paixão de Harry era tão profunda quanto a sua.Pois em sua mente ainda martelava as palavras ditas por Harry: afeição e respeito ao invés de amor.

    O casamento deveria acontecer dois meses depois, na Inglaterra. Duas semanas antes da data, Harry e a família chegaram para ficar na mansão Malfoy e participar de uma série de festividades. Nas semanas em que ficaram separados, se corresponderam, mas quase sempre falando de assuntos práticos. Falavam sobre a propriedade de Harry e a vida que teriam ali. Ele se endereçava a ele como" Meu adorado futuro esposo" e assinava "Afetuosamente, Harry".Mas quando ele o viu de novo, nada mais importava, exceto que ele estava lá, e logo se casariam.Seu terno para o matrimônio era uma obra de arte na cor de marfim. Quando o vestiu e olhou-se no espelho, sabia que estava lindo. Agora, certamente, ele se apaixonaria. E então Ginevra chegou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do conto de fadas.
Mais lembrem-se todo conto que se presta tem a bruxa má ou o bruxo malévolo.
Depois do flashback estarei curiosa para saber quem para vocês foi o vilão do conto de fadas ou se não teve nenhum,foi somente o destino o vilão da historia do passado de Drarry.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nunca é tarde demais.- Drarry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.