Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 21
A casa dos Fudge.




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O trio estava na escavação num dia que Gregório descobriu um estranho tijolo decorativo que fez todos ficarem excitados.

      — Isso nos localiza — disse Draco. — Eles usavam esse tipo de decoração no começo do quinto século, o que...

     Ele não tinha certeza do quanto as crianças entendiam, mas ouviram atentas. Nomeio da comoção, Draco olhou para cima e viu Harry parado num canto, observando-os, isolado, e seu coração doeu por ele. Naquela noite, ele não apareceu para jantar, mas quando Draco ia subir a escada, Harry abriu a porta da biblioteca e convidou-o a entrar.

     — Você se lembra de Cornélio Fudge e sua esposa?

     — Sim, eles vieram para um jantar quando estive aqui uma vez — disse Draco.  —Eles eram... muito elegantes.

      Na época,eram recém-casados, companhias agradáveis, porém, muito sofisticados e esnobes para o gosto de Draco. Certamente o casal o achara desalinhado.

      — Eles querem dar uma festa em sua honra — anunciou Harry.

      — Verdade? Por quê?

      — Você é uma celebridade. Aviso-lhe que a sra. Fudge coleciona celebridades e não me dará paz enquanto eu não o levá-lo lá.

      — Precisarei de roupas novas. Imagino que a tal festa será formal.

      — Extremamente — confirmou ele. — fraque ou meio fraque.

      Os olhos dele brilharam.

      — Eu não fico bem com estas roupas! Mais talvez possa abrir uma exceção, disse Draco sorrindo de ladinho.

       Harry fez uma cara de confuso e perguntou: __ Isto é um piada?

       __ Claro, que sim. Eu fico lindo com qualquer roupa.

       __Suponho que Gina estava certa.

       — Sobre o quê?

       — Ela sempre dizia que eu era muito chato para qual quer pessoa aguentar.

      — Ela não sabia o que estava falando — disse Draco de modo zangado.

      — Talvez. Lamento, mas minha capacidade para piadas e brincadeiras me abandonou recentemente.

       __Não dê atenção às bobagens de Ginevra. Ela não sabe de nada! Agora vamos esquecê-la. Quero me arrumar e divertir-me.

     Era bom ir a uma festa glamorosa novamente, ter uma desculpa para comprar uma roupa que o deixa-se estonteante.

     O fraque era composto de sobrecasaca cortada de botão único, em preto, colete com duas fileiras de botões de cor cinza-claro, calça cinza com riscas pretas, camisa branca com suspensórios, gravata cinza escuro com um alfinete com uma pérola, sapato preto . Como acessório: luvas de camurça e relógio de bolso.

     Draco tinha ido ao salão de beleza cortar os cabelos. O barbeiro tinha cortado seu cabelo estilo degradê. Corte caracterizado por fios mais volumosos e compridos na parte de cima onde o cabelo era num tom mais claro e que vão, pouco a pouco, perdendo o volume conforme chega a nuca. Seu cabelo lembrava um pouco Magnus Bane da série Shadowhunter.

     Voltou à propriedade com uma pilha de sacolas, sentindo-se como um pirata que acabara de voltar de uma incursão, e escondeu-se no quarto.

     Verdadeiro em sua palavra, Harry apareceu de meio fraque todo na coloração branca com a gravata em preto. Draco ficou surpreso em notar como o traje lhe caía bem. Com uma boa altura e ombros largos, parecia ter nascido para roupas formais. Ele o esperou na biblioteca, e Draco entrou casualmente, recusando-se a demonstrar que estava ansioso para ver-lhe a reação.

    Quando a reação veio, correspondeu a todas suas expectativas. Ele não disse nada, simplesmente o olhou em silêncio por um longo, longo tempo.

      Draco sorriu.

      — Eu estou bem?

    Ele assentiu, e Draco percebeu que ele estava procurando palavras para se expressar, mas tudo que conseguiu foi:— Sim, você está.

     Detectando algo estranho no comportamento de Harry, ele perguntou:— Há algo errado?

       — Não — replicou ele rápido demais. — Vamos.

    Draco não pressionou, mas percebeu que Harry rapidamente trancou um papel na gaveta da mesa antes de voltar-se para ele com um sorriso. A limusine com chofer os esperava do lado de fora.

    Durante o trajeto, ficou virado para ele, olhando-o com admiração o tempo todo. Não falou nada, mas não precisava. Os Fudge viviam num palacete na via Veneto. Quando a limusine os deixou na porta, eles subiram os três andares de elevador e foram recebidos amavelmente pelo casal. A Sra. Fudge cumprimentou Draco, depois deu um passo atrás para lhe ver o traje. Ela assentiu com óbvia satisfação.

      — Eu não teria reconhecido você.

      — Obrigado. — Draco sorriu.

     — Estou tão animada — confidenciou a sra. Fudge, conduzindo Draco para dentro. —Todos estão ansiosos para entretê-lo, mas eu juro que o peguei primeiro.

      Draco riu.

       — Verdade? Por quê?

     — Não seja modesto, meu caro. Você é o brilho da estação. Todos estão falando a seu respeito e sobre a descoberta do século, mas você se esconde como um homem misterioso. Meus amigos ficarão tão aborrecidos que eu o peguei primeiro.

     Draco gostou da companhia da sra. Fugde. Muito mais do que no passado. Ela era tão rude em seu jeito esnobe que chegava a ser divertido, e mostrou seu convidado de honra com um orgulho que estimulou o ego de Draco, por mais que tentasse resistir. Os Fugde viviam no topo da sociedade romana, e as pessoas que a sra. Fudge conseguiu reunir eram incríveis. Havia dois ministros do governo, e um astro de cinema, deixando Draco em dúvida se poderia realmente ser o convidado de honra.

    Mas ali era a Itália, um país com um interesse vibrante em seu próprio passado.Todos já tinham conhecido as outras celebridades antes. Havia até mesmo um jornalista bem-conectado que escrevia uma coluna perspicaz de fofocas para as páginas da sociedade.

    Quando ele sorriu com afetação e perguntou a Draco se a propriedade de Potter era realmente a descoberta do século, todos prenderam a respiração. Mas Draco não temeu o desafio.

     — Considerando que este século tem poucos anos de idade, acho que definitivamente posso dizer que sim. Se você tivesse me perguntado sobre o século passado, eu teria sido mais cauteloso.

     Todos riram e houve uma explosão de aplausos pelo modo hábil que ele evitou a armadilha.

    Mesmo o homem que tentara jogar-lhe a isca levantou seu copo em saudação, e alguns minutos depois, envolveu-o numa séria discussão que era uma variação de seu jeito anterior.

     Harry tentou ficar nas sombras. Observar Draco a distância causou-lhe uma estranha sensação. A sua perspectiva parecia mudar a cada minuto, tanto o confundindo como o encantando. Ele o vira em roupas velhas e gastas, trabalhando no meio da poeira, dando ordens para a equipe, rindo com eles, mas sempre com autoridade de chefe. Na Inglaterra, ele tinha confortado um amigo, oferecendo os braços para envolvê-lo e sua gentil sabedoria para ajudá-lo. Então, ele o vira como noivo novamente, quando apareceu no casamento de smoking, e aproximara-se de um terreno desconhecido que agora percebia que o vinha perseguindo há anos.

    Todavia, observando-o agora, à vontade naquele ambiente, dominando a multidão com sua beleza e inteligência, Harry enxergava um novo Draco. Casar-se com ele seria como casar com, no mínimo, quatro homens. Draco parecia com a lua, pois apresentava quatro fases distintas. Ele tentou deter os pensamentos perturbadores, mas eles persistiam em vagar no território proibido.

    Com uma súbita decisão, levantou-se da cadeira e aproximou-se de Draco. O "discurso" tinha acabado, e ele estava flertando com três homens ao mesmo tempo.

       — Se você está cansado, nós poderíamos ir para casa sugeriu ele gentilmente.

   Houve um burburinho de desaprovação e pessoas o chamaram de "estraga-prazeres". Draco o fitou, os olhos brilhando de divertimento.

       — Eu estou cansado? — provocou ele.

      Harry pegou-lhe o braço de maneira persuasiva.

      — Acho que você pode estar — murmurou.

       — Nesse caso...

     Draco parou, porque um homem atrás dele suspirou muito alto. Harry também tinha visto alguma coisa que o enchera de desprezo. Virando a cabeça, Draco viu Ginevra parada na soleira da porta, tão linda quanto uma fada na árvore. Naquele momento paralisante, apenas um pensamento passou pela cabeça de Draco. Que droga!

     Como Draco, Ginevra também havia ganhado com os anos. Estava mais linda do que nunca, os cabelos perfeitamente arrumados e levemente anelados, mas a experiência adicionara alguma sabedoria ao rosto de boneca. O vestido de Ginevra era muito justo e muito curto, revelando pernas admiráveis. Por um longo momento, ela ficou parada na porta, permitindo que o efeito de sua visão fosse absorvido por todos. Então sorriu e foi em direção a sra. Fudge, os braços abertos.

       — Querida, estou positivamente arrependida. É vergonhoso da minha parte, vir à sua festa sem ser convidada, não é?

     Uma vez que a única resposta possível para aquilo era uma negação, a sr. Fudge abraçou Ginevra com aparente carinho, embora os olhos se movessem nervosamente para Harry e Draco. Mas ambos tinham se recuperado o suficiente para parecerem imperturbáveis. Ginevra aproximou-se de Draco.

      — Dray, querido, que adorável vê-lo depois de todo esse tempo. E tão famoso agora!Sinto-me verdadeiramente honrada de estar na sua presença.

      Ela envolveu-o num abraço, o que deu a Draco a chance de sussurrar-lhe no ouvido.

      — Não seja hipócrita, Ginevra. É uma boa representação, mas você está exagerando. Na verdade, sempre exagerou.

    Ginevra afastou-se o bastante para sorrir-lhe e murmurar:— Eu sei, querido, mas quando o tempo é curto, exagerar pode ser muito útil.

      Então ela olhou para Draco dos pés à cabeça.

      — Meu Deus, como você melhorou! Tudo que eles dizem a seu respeito é verdade.

      Por nada no mundo Draco perguntaria o que "eles" diziam sobre ele. Meramente ergueu as sobrancelhas com sarcasmo e replicou.

       — Realmente, não é? Duvido que o mesmo possa ser dito sobre você.

    Draco viu, com satisfação, que Ginevra ficou incerta de como responder aquilo, enquanto virava-se e começava a andar pela sala, conseguindo chamar a atenção dos ministros e do astro de cinema ao mesmo tempo, parecendo não notar Harry, cuja face estava muito pálida.

      A festa, a qual tinha parado brevemente, recomeçou. Draco viu Harry virar-se e respirar fundo diversas vezes. A visão o consternou. Talvez estivesse errado sobre tudo, se Ginevra ainda podia afetá-lo daquela maneira.

      Harry foi para seu lado.

       — Que diabo ela está fazendo aqui? — reclamou. — Gina devia estar em Paris.

       — Você não recebeu nenhum aviso sobre isso?

       — Meu Deus, não! — exclamou ele quase com violência. — Você acha que eu o teria trazido aqui se soubesse?

       — Devemos ir embora?

       — Acho que é uma boa idéia. Vamos encontrar nossos anfitriões.

      Mas no momento seguinte, Ginevra pôs uma mão sobre o braço dele.

        — Harry, meu querido, você certamente não está me evitando, está?

        — Eu estava sendo diplomático,Gina. As pessoas estão nos observando com interesse.

        — Eu sei. Não é divertido? — disse ela com um sorriso.

        — Não acho nada divertido.

       — É claro que não — murmurou Gina. — Você nunca soube como se divertir.

       — Nossas idéias sobre divertimento sempre foram muito diferentes — retrucou ele.

      — Querido, nossas idéias sobre tudo eram diferentes. Mas não vamos voltar a esses velhos dramas. O fato é que preciso conversar com você em particular. Draco não vai se importar,tenho certeza. Vamos até o terraço.

     Harry virou-se para Draco, tenso com a cena que Gina tinha forçado.

       — Se você me der licença por um minuto.

       — É claro — disse ele, soando o mais alegre possível, tentando deixá-lo à vontade. — Vão conversar, vocês dois.

      — E você volte para seus admiradores — sugeriu Ginevra, fazendo Draco questionar-se há quanto tempo ela estava lá. — Nossa, que sucesso você fez! —acrescentou com ironia. — Amanhã, todos estarão falando sobre você, mais do que já estão.

     Ela foi direto para a porta de vidro que levava ao terraço.

       — Vá em frente — Draco o incentivou. — Obviamente vocês dois precisam conversar. Eu ficarei bem.

       — Com seus admiradores? — ecoou Harry.

        — É claro. Quanto mais, melhor. Vá conversar com Ginevra.

     Mas Harry continuou parado, olhando-o, uma expressão feroz nos olhos.

        — Se você pode aconchegar-se a Ginevra, eu posso me aconchegar com quem eu quiser.

       — Eu não estou me aconchegando a ela e você sabe disso — respondeu ele furioso.

       — E melhor você perguntar quais são os planos dela.

      Harry cerrou os dentes.

       — É você quem está me mandando segui-la para a varanda.

      — Sim. Então vá.

      — Draco...

      — Vá!


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