Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 17
O casamento de Ted.




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O casamento aconteceu na grande igreja perto da cidade onde ficava localizada a mansão Lupin. A partir das dez horas da manhã, diversos carros começaram a deixar as torres, e Draco teve a sensação de que parte do passado estava se repetindo.

     Da última vez que estivera num casamento lá, tinha assistido aqueles mesmos carros partindo, sabendo que logo um deles pegaria Ginevra, gloriosa em seu vestido de noiva, a caminho de se tornar esposa de Harry.Não podia lembrar-se do clima na época, mas hoje o sol brilhava lindamente quando ele saiu do carro com Ted, ajudou-o a acertar o Fraque no corpo.

     Então era hora de entrar na igreja, onde, uma vez que o pai da noiva era falecido, coube a Draco a incumbência de conduzir a noiva pelo corredor. A marcha nupcial começou a tocar e eles seguiram o longo corredor. A todo momento, olhava para os lados, tentando localizar onde Harry estava sentado, mas não houve sinal dele até o último minuto.Lá estava ele, na segunda fileira, na ponta do banco, perto dele.

     Harry virou-se quando ele se aproximou, e Draco ficou espantado com o que viu no rosto dele. Harry parecia estupefato, como um homem atingido por um raio, tentando se recompor e fracassando. Draco sabia que aquele momento trazia lembranças a ele também.

     Doze anos atrás, estivera naquele altar, esperando a noiva se aproximar. Agora, os olhos estavam fixos em Draco, e ele pensou ter detectado uma pergunta neles. Mas não podia desperdiçar tempo agora, imaginando qual poderia ser. Pois o Padre começara o casamento.

      — Meus queridos, estamos reunidos aqui para...

     Harry ouviu as palavras, as mesmas que tinham sido entoadas quando se casara com Ginevra. Elas pareciam vir de muito longe. Estava apenas consciente de Draco, em pé, próxima dele, absolutamente glorioso em seu smoking negro.

     Ele parecia um noivo, pensou ele. E teria sido, não fosse pela sua própria estupidez. Draco tinha se sentido feliz naquele dia, mas não demorara muito para que a felicidade acabasse diante da realidade! Estaria Draco também se recordando e imaginando como as coisas poderiam ter sido diferentes?

     Harry manteve os olhos fixos nele, desejando que o olhasse, mas Draco parecia perdido em seu próprio sonho interior. Desejou ser capaz de segui-lo para lá, de implorar-lhe que compartilhasse os pensamentos com ele, e talvez também os sentimentos.

     Mas era tarde demais.Chocado pelo terrível momento de iluminação interior, escutou os votos de fidelidade, relembrando-se como tinham passado a soar como uma piada cruel.Houve uma trégua em seus pensamentos quando os noivos foram para a sacristia assinar os papéis,enquanto o organista tocava uma música alegre.

     A cabeça de Draco estava girando. Muita coisa tinha acontecido de uma só vez.Vira o lado engraçado do incidente daquela manhã, mas perguntava-se agora se estava tentando se esconder da realidade. Harry havia pensado que ele passara a noite comum homem, e isso o tinha abalado. Ele não o estava olhando, mas não tinha dúvida de que ele o olhava. Tamanho era o controle de Harry que Draco tinha certeza que a expressão maravilhada logo não estaria mais refletida no rosto dele, mas ainda estaria no coração.

   Sabia disso, e era o que importava.Subitamente, o órgão começou uma nova melodia. Os recém-casados retornaram da sacristia para começarem a jornada de volta pelo corredor e para o sol do lado de fora.Fotografias. Dúzias delas em diversas combinações. O casal feliz com a família do noivo, depois com a família da noiva. Lorde Lupin assumiu o controle daquela fotografia,certificando-se de chamar Harry para que pousasse atrás de Draco. Como todos estavam aglomerados, foi natural para ele colocar as mãos sobre os ombros dele.

   Foi apenas um toque leve, mas Draco ficou nervoso. O toque o fez pensar sobre todas as maneiras que queria que Harry o tocasse.Então, as fotos terminaram, e o novo marido e esposa entraram no carro e voltaram para as torres. Outros carros estavam partindo. Draco foi com mãe da noiva , enquanto Harry foi sozinho.Como Draco estava substituindo o pai da noiva , tinha de ficar na mesa principal. Harry estava dentro de seu campo de visão, mas não muito próximo, ele forçou-se a não olhá-lo.

   Não podia confiar em si mesmo para parecer indiferente.Discursos e brindes foram feitos, cumprimentos foram dados, tudo parecendo muito com um passado conhecido, então os noivos começaram a dançar.

     Draco dançou com o padrinho, amigo da noiva, e uma série de outros homens e mulheres cujos nomes não sabia e não se importava.Após um tempo, o casal feliz partiu para a lua-de-mel. Edward, cheio de travessuras, pediu a noiva que jogar-se o buquê em direção de Draco, mas ele estava preparado, e deu um rápido passo para o lado.

     — Você fez questão de esquivar-se do buquê — observou Harry quando estavam parados nos degraus, acenando para os recém-casados.

      Draco não imaginava que ele tinha notado.

      — Bem, é tolice, não é? — replicou Draco, sorrindo. — É apenas uma maneira rápida de fazer papel de tolo.

      — Isso é uma referência para Astória?

      — Por que seria?

      — Porque você pegou o buquê de Gina, eu me lembro. Parece que não lhe trouxe muita sorte. Talvez eu não deva culpá-lo por ser cauteloso agora.

     Draco pegou-lhe a mão quando eles se juntaram aos outros a fim de retornarem a casa.

     — Meu casamento me trouxe Scorp — disse ele. — Considero isso a melhor sorte do mundo. Quanto ao resto, há muito a ser dito sobre ser livre e feliz como um passarinho.

      Enquanto falava, Draco lançou-lhe um olhar desafiador que o desconcertou.

     — Isso foi dirigido a mim? — perguntou Harry, pegando duas taças altas de um garçom que passava, e entregando-lhe uma. — Eu já me desculpei.

     — E assim deveria ter feito — provocou Draco, olhando-o por sobre a borda da taça.— De qualquer forma, mesmo se eu estivesse fazendo o que você pensou... Bem, é um país livre.

     — Se está tentando me dizer que não é da minha conta o que você faz...

     — Bem, e é, por acaso?

     — Poderia ser — respondeu ele, olhando-o com seriedade, Draco bebeu um gole do champanhe.

     Isso lhe dava tempo para reunir seus pensamentos. Do lado de fora, a luz estava diminuindo. Do lado de dentro, luzes eram acesas e drinques eram servidos quando a festividade começou novamente.

     — Foi um dia estranho — comentou Harry, conduzindo-o para janela, onde podiam ter um pouco de privacidade.

     — Sim — concordou ele, sem fingir que não tinha entendido o que ele queria dizer.

      — O casamento tendo acontecido no mesmo lugar... bem, você sabe,lembranças... Até mesmo o pobre Simas...

      — Você quer dizer pelo fato de eu ter sido seu substituto?

     __Não, o fato de ele ter pegado gripe e perdido o casamento. Isso quase aconteceu com você. Lembra-se como tomou chuva na noite anterior ao meu casamento, e nós nos encontramos no corredor? Você estava tão molhado e parecia tão desgrenhado que fiquei preocupado.

       — Molhado e desgrenhado — repetiu Draco. — Era assim mesmo que eu estava. Por dentro e por fora.

      — O quê?

      — Nada. Eu me recordo, mas estou surpreso que você também se lembre.

      — Você não desapareceu da minha mente, Draco — disse ele.

      Draco deu uma risada nervosa.

      — Sua memória falha. Uma olhada para Ginevra e todo mundo desaparecia de sua mente.

      — Por um tempo. Foi uma loucura, mas acabou logo. E depois não restou nada, exceto lembranças. Hoje foi um dia cheio delas.

      — Isso o aborreceu? — perguntou Draco.

      — Não, eu não fiquei aborrecido. Está tudo acabado.

      — Espero que sim.

       — Espera? — perguntou Harry rapidamente.

      — Se o seu casamento o fez infeliz, é claro que fico satisfeito que tenha terminado. Há muita felicidade o esperando no futuro, tenho certeza disso.

    — Ótimo — murmurou ele calmamente. — Se você tem certeza disso, bem...vamos conversar mais tarde.A música começou novamente.— Estou querendo dançar com você há horas. Fui paciente e esperei a minha vez,mas agora não vou mais ser paciente.

       — Mas suponha que eu não queira dançar com você — provocou Draco.

       Harry tirou-lhe a taça da mão e a pôs de lado juntamente com a sua, pegando Draco nos braços.

        — Você não poderá fazer nada, exceto suportar esta dança até o fim.

     Eles foram para a pista de dança, e giraram cada vez mais rápido, até que Draco mal podia respirar. Os braços fortes estavam firmes ao seu redor, puxando-o mais para perto.O jovem retraído que conhecera jamais o teria segurado daquele jeito, pensou Draco. Mas aquele era um outro homem, com atitudes diferentes. Atitudes que ele estava começando a compreender.

      Eles pareciam ter nascido para dançar juntos, os corpos se fundindo fluidos, antecipando os movimentos um do outro. Draco sentiu uma excitação crescente, uma excitação que vinha tanto do coração quanto do corpo.Quando a música terminou, ele não o liberou, mas continuou dançando a próxima.

      — Estou sem fôlego. — Draco riu.

       — Eu também. Você se importa?

     — Não... não! — Draco sentia-se extremamente feliz, repleta de doces sensações,enquanto Harry pressionava o corpo contra o seu.A música mudou novamente e uma valsa lenta iniciou. Draco observou-lhe o rosto,próximo ao seu, e não podia tirar os olhos dos lábios de Harry, os quais estavam leve-mente entreabertos. O hálito quente roçou-lhe a face.

      — Draco...

       — Sim.

     Ele começou a se movimentar mais rápido, ainda dançando enquanto o levava em direção a uma porta aberta. Quando passaram pela porta, Harry apenas a encostou, deixando-a entreaberta. Então Draco estava em seus braços, e ele cobriu-lhe os lábios com os seus, num beijo apaixonante.

      E, em um momento, todas as perguntas foram respondidas. Draco o desejava. Tinha esperado anos por aquele momento, e agora iria saboreá-lo com todo seu corpo, coração e alma.Em sua mente, beijara-o milhões de vezes, mas a realidade era muito mais doce.

    Os lábios de Harry eram firmes e quentes nos seus, explorando, exigindo, e era essa exigência que mais o contentava, porque Draco desejava doar-se completamente. Daria tudo que ele pedisse... se ele apenas lhe pedisse.Ele segurou-lhe o rosto entre as mãos, fitando-o nos olhos com uma expressão tão amorosa que Draco gostaria de ver ali para sempre.

     Mas aquilo era apenas um sonho. Sabia disso porque ele tinha sonhado muitas vezes antes. A qualquer momento, acordaria, porque ninguém tinha permissão de sentir tamanha felicidade. Tal felicidade lhe seria retirada, mas enquanto durasse, iria saboreara alegria.

      — Acho que fiquei meio louco — murmurou ele.

      — Sim, acho que eu também, mas não me importo — disse Draco, sorrindo. — Não me importo de ser louco. Estou cansado de ser sensato.

      Harry sorriu lindamente.

      — Eu também. Draco... Draco...

      — Sim — sussurrou ele contra os lábios de Harry.

     Então fechou os olhos quando a boca sexy cobriu a sua novamente, e dessa vez, Draco entregou-se completamente, rendendo-se à alegria do momento como se nada de ruim pudesse acontecer dali para frente. Harry mordiscava o lábio inferior de Draco, levando esta a emitir um gemido de contentamento. Sua língua pede passagem para dentro da boca do outro, Draco cede de bom grado e logo a sua língua estava brigando por espaço com a de Harry. Draco puxa Harry mais para perto, tão perto que os dois podiam sentir o leve tremor que o beijo causava em seus corpos.

      — Olá? Tem alguém aí?

      Draco tentou bloquear a voz da mulher da mente, mas a voz era insistente.


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