Touches You escrita por lamericana


Capítulo 40
Bônus 1




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Michael tava brincando no quintal de casa enquanto o pai aparava a grama. Mesmo ouvindo os protesto e pedidos para que escolhesse algum outro lugar para as brincadeiras, o garoto continuou brincando.

— Pai, posso fazer uma pergunta? — Michael perguntou

— Diga, Mike

— Como é que funciona o cortador? Porque não tem nenhuma tesoura aí.

— É complicado, filho. Tem umas lâminas que cortam a grama.

— Posso ver?

— Depois que eu desligar.

O garoto ficou ao lado do pai e, antes que Ivan apertasse o botão de desligamento da máquina, Mike botou a mão dentro do cortador. Samira saiu correndo para o quintal assustada assim que ouviu o grito do filho.

— Ivan... O que aconteceu? — Samira perguntou, temendo a resposta

— Michael sendo curioso. Botou a mão no cortador. Eu acho que dá pra resolver o problema sem precisar ir no hospital. — Ivan tentou acalmar a esposa antes de ver o estrago na mão do filho — Eu levo ele no St. Mungus

— Não, St. Mungus, não, pai, por favor. — Michael choramingou

— Samira, vou levar o menino pro hospital. Fique com Max.

O homem pegou o filho no colo e aparatou numa viela próxima ao hospital. O menino ainda sangrava bastante, apesar de não chorar mais com a mesma intensidade. Assim que entraram no hospital, pai e filho foram recebidos por uma atendente.

— Bom dia, senhor. O que houve?

— Meu filho colocou a mão no cortador de grama antes de ser desligado.

— Qual seu nome? — a atendente se virou para o menino com uma voz carinhosa

— Michael Thompson. — garoto respondeu, com a voz ainda meio pastosa do choro

— Michael, posso ver a sua mão machucada?

O garoto mostrou a mão e a atendente encaminhou pai e filho para a enfermaria de ortopedia infantil. Trocou algumas palavras com a enfermeira-chefe, que os levou para um dos médicos que estava disponível.

— E então, rapazinho? O que aconteceu? — o médico perguntou, tentando ser simpático, enquanto preparava os materiais para a sutura e o curativo

— Meu pai tava desligando o cortador de grama e eu botei a mão pra ver como funciona.

— Seu nome é Michael, não é?

— É sim.

— Então, Michael, é o seguinte. Vou ter que limpar esse corte aí e depois vou ter que fechar o machucado com pontos, tá certo? Vai doer um pouquinho agora, mas depois você vai ficar bom.

— Pai? Pode ir contar pra mamãe. Eu fico bem aqui.

— Sua mãe sabe que você vai ficar bem, Mike. — Ivan respondeu

— Agora vovó Thompson não vai mais confundir eu e o Max. Vai ter o machucado pra ela ver!

— E aí, Michael, o que você quer ser quando crescer? — perguntou o médico, tentando distrair o menino

— Não sei. Acho que vou ser que nem o papai. Ou então um jogador de Quidditch.

— Como se joga Quidditch? Nunca ouvi falar desse jogo.

Ivan estremeceu um pouco. Sabia que o filho tinha uma língua um pouco comprida demais, mesmo pra idade. O médico percebeu a tensão de Ivan e deu uma piscadela, antes de formar com os lábios a frase silenciosa “eu sei o que é, deixe ele falar”.

— É meio complicado. Tem quatro bolas, mas duas são iguais, que doem muito quando batem em você. A mais legal é o Golden Snitch. É bem difícil de achar, mas quando se acha, o time ganha muito ponto e ganha!

— Parece ser legal. Em que posição você gosta de jogar?

— Goleiro. Mas só jogo quando to de férias na casa de vovó Thompson, porque lá tem mais gente pra jogar comigo.

— E futebol? Você gosta?

— Adoro! Só que é meio chato só jogar com o meu irmão.

— E quantos anos tem seu irmão?

— Também tem cinco. Ele é meu irmão gêmeo.

— E ele é curioso que nem você?

— Não muito. Ele gosta mais de coisas que ele pode mexer.

O médico terminou de limpar o machucado que estava aberto.

— Mike, vou precisar que você fique quietinho pra que eu possa fechar o corte, tá certo? Vai doer só um pouquinho nessa injeção aqui, mas depois não vai doer nada.

— Tá certo. O que tem na injeção?

— Um remédio pra você não sentir dor.

Michael se segurou bastante pra não pular na maca quando o médico aplicou a anestesia local.

— A injeção era pra doer tanto assim? — o menino reclamou — Agora tá melhor.

— Michael, tenho que avisar que você não vai poder usar essa mão por um tempo, tá certo? Se precisar, eu mando um recado pra sua professora, contando que você não vai poder escrever por uns dias.

— Eu escrevo com a outra mão.

— Não precisa fazer esse esforço, Mike.

— Ele realmente é canhoto, doutor. — interferiu Ivan — Apesar de cutucar as coisas erradas com a mão direita.

O médico terminou de fazer a sutura em silêncio e começou a fazer o curativo.

— Michael, posso te pedir uma coisa? — o menino concordou com a cabeça — Toma cuidado com essa mãozinha aqui. Seu dedo vai travar de vez em quando, mas vai ficar tudo bem. E limpe direitinho. E senhor Thompson, é interessante passar esse remédio aqui pra ajudar na cicatrização do corte. Não vai ficar com a pele lisa, mas vai ajudar bastante.

Ivan pegou a receita com a prescrição do remédio.

— Mais alguma recomendação? — ele perguntou

— Só manter as mãos dele limpas e refazer o curativo sempre que se desmanchar ou ficar sujo. E evitar comer crustáceos e carne de porco.

— Obrigado. Agradeça, filho. — Ivan disse, ao sair da sala

— Tchau e obrigado — se despediu Michael, acenando com a mão com o curativo

Ivan decidiu ir caminhando com o filho de volta para casa e se viu tendo que responder as inúmeras perguntas que o menino fazia.

—Mike, por favor, para de fazer tanta pergunta.

— Só mais uma, prometo. A gente pode levar uma flor pra mamãe?

— Se a gente encontrar alguma pelo caminho, a gente leva.

Quando os dois estavam quase chegando, encontraram uma senhora cuidando do jardim. O garoto soltou a mão do pai e se aproximou.

— Bom dia. Meu nome é Michael Thompson. A senhora deixa eu levar uma flor pra minha mãe? É que eu me machuquei e ela ficou com medo. — Mike mostrou a mão com o curativo

A senhora sorriu e entregou uma flor que estava abrindo.

— Boa sorte, Michael.

Michael voltou e segurou a mão do pai. Assim que os dois chegaram em casa, Samira praticamente pulou do sofá.

— Michael Dawud Thompson! Nunca mais faça uma coisa dessas! Eu quase morri de susto! — Samira gritou com o filho

— Mas mãe... — o menino murchou, arriando a mão com a flor que tinha colhido

Samira percebeu o que o menino segurava e lhe deu um abraço apertado.


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