Touches You escrita por lamericana


Capítulo 11
Capítulo 10




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Hogsmeade, 12:00 PM, 23/10/2010

O sol estava a pino no vilarejo inteiramente bruxo. Vários adolescentes andavam de um lado a outro e com aquele quarteto não seria diferente. Eles acotovelavam o caminho entre o mar de gente até o bar Three Broomsticks.

— Lily, é sério, fale com o menino. — insistiu Astrid — Ele não vai te azarar.

— Astrid, não! Eu não vou falar com o James. Pelo menos não agora.

— Lily, eu vou te dizer isso só mais essa vez. Daqui a pouco eu vou me encontrar com o meu pai e o Miko vai comigo. Você vai ter que ficar com o James por um tempo. E você mesma me prometeu que daria uma chance pra ele.

— Não tenho como voltar atrás, tenho? Prometo que vou tentar ser civilizada, mas não garanto que eu e ele vamos nos tornar um casal como você e o Miko.

— E quem disse que vocês precisam virar um casal hoje? Temos dois anos pela frente ainda, cara Lily. Eu acabei de chegar em Hogwarts e já estou de saco cheio de ver você berrando com o menino. Se você parar de gritar com ele e for capaz de viver de conviver pacificamente com ele, pra mim já é uma maravilha.

Os quatro jovens entraram no bar e pegaram uma mesa qualquer.

— Biene, acho melhor deixar os pombinhos na mesa e procurar o seu pai. — Miko falou — Tchau, crianças. Se comportem. E sem escândalos, por favor.

Miko puxou Astrid pela mão. A menina acenou para os amigos com a mão livre e foi com o namorado à procura do pai. Quando acharam Klaus, Astrid abraçou o pai. Lágrimas silenciosas escorreram pelo rosto da menina. Miko ficou olhando a cena calmamente. Quando Astrid e Klaus se soltaram, a menina abriu um sorriso.

— Pai, esse é Miko. Miko, esse é o meu pai, Klaus.

— Prazer em conhece-lo, senhor. — Miko falou apertando a mão do sogro.

— Menino, não precisa me chamar de senhor. Não tenho nem sessenta anos nem netos, então não precisa me chamar de senhor.

Miko olhou espantado pra namorada. De todas as situações que o menino tinha imaginado, não imaginava que o sogro fosse tão espontâneo e tivesse tanta liberdade pra falar com o primeiro namorado da filha. Sempre imaginou que Klaus fosse mais rigoroso e fosse fazer, de imediato, um monte de perguntas com a varinha apontada no rosto do menino.

Astrid deu de ombros e sentou na mesa ao lado do pai. Miko puxou a cadeira vaga e sentou.

— Então. Como andam as aulas extras? — perguntou Klaus

— Indo. Conseguimos terminar o patrono ontem de tarde. Acho que segunda a gente começa com o processo de animagus. — Astrid falou

— Decidiram qual animal?

— Não sei ele, mas eu já. Vou manter a minha decisão em relação ao melro.

— Não decidi ainda. Tava querendo a ajuda da Astrid pra decidir. — Miko falou em voz baixa.

— Que tal o dromedário? — Astrid falou antes de cair no riso

— Não tem graça, Astrid. — Miko falou irritado, sob o olhar curioso de Klaus. — E aquilo não é um dromedário.

— É que o patrono dele é um camelo. — Astrid explicou pro pai enquanto tentava recuperar o fôlego — Mas às vezes eu esqueço a diferença entre um camelo e um dromedário e troco os nomes. Ele odeia isso.

— Biene, tun Sie es nicht mit dem Jungen. Das ist nicht das, was ich dir beigebracht. (Tradução: Biene, não faça isso com o menino. Não foi isso que eu te ensinei.)

— Sorry, Papa. Die Versuchung war groß. (Tradução: Desculpa, pai. A tentação foi grande.)

— Não sei qual foi o conteúdo da conversa, nem quero saber, mas tem um barraco acontecendo por ali e, por algum acaso, envolve nossos amigos. — Miko falou

Nesse momento, Astrid prestou atenção ao redor. Lily estava gritando com James qualquer coisa sobre ele ser insensível e mal-educado. James não retrucava, o que era raro. Ele puxou ar e segurou a mão de Lily quando ela levantou pra bater nele. Por um momento, todos que encaravam a briga no bar prenderam o ar, inclusive Lily. James puxou a menina mais pra perto e a beijou.

— Chega, Lily. Não quero mais brigar com você. Se você quiser ficar com o seu amiguinho Snivellus, problema o seu. Eu só não quero mais ter que ficar tentando te convencer que eu não sou o babaca que você pensa que eu sou. — James falou

O menino saiu do bar pisando duro, sendo seguido por uma Lily desesperada, que nem percebeu a expressão de choque nos dois amigos. Já na rua, ela chamou por James.

— Desculpa. — ela falou, com a voz cortada pelo choro que iria começar — Eu gosto de você, James. Muito. Mas eu tenho medo de que você me trate como mais uma pra sua lista.

— Você só está falando isso pra me agradar, Evans. — James falou com desprezo na voz, enquanto continuava andando sem olhar pra trás.

— Eu não briguei com o Severus pra te agradar. — essa frase fez James parar.

— Como é? Você brigou com o Snape?

— Briguei. — as lágrimas escorriam no rosto da ruiva — Por sua causa. Praticamente perdi um amigo por sua causa. Você acha realmente que eu quis dizer tudo o que eu disse lá dentro?

James olhou pro chão.

— Você realmente pareceu acreditar no que dizia.

— Você acha mesmo que eu estaria aqui, chorando na sua frente, se eu realmente acreditasse naquilo que eu disse? Sério mesmo?

James abraçou a ruiva de uma maneira protetora. Limpou as lágrimas da menina e deixou bem claro que estava sorrindo. Dentro do bar, Astrid e Miko observavam a cena meio espantados. Quando viram que o casal tinha se acertado, voltaram pra mesa.

— Pai, era assim com você e a mamãe, não? — Astrid perguntou

— Só no dia que a sua mãe decidiu que não me queria mais em casa. Você e a Leslie estavam dormindo no quarto de vocês e a gente tava no porão. Não dava pra vocês terem ouvido os quase gritos da mãe de vocês.

— Vou ali pedir uma cerveja amanteigada pra gente. — Miko falou enquanto se levantava. Sabia que aquela conversa tinha que ser somente entre Astrid e Klaus.

Michael entendia o quanto Astrid tentava entender o que tinha acontecido entre os pais naquele dia. Sabia que aquilo era uma pendência pra ela. Significava toda uma vida que ela poderia ter tido ao lado da família. Tentou se demorar o máximo que podia, para dar tempo pra que Astrid e o pai conversassem com calma.

Pela primeira vez em anos, Michael sentiu uma falta genuína dos pais. Sabia que eles estavam bem em Londres. Sabia pela carta que eles mandavam com frequência. Mas sentia falta de quando era menor e fazia as besteiras dentro e fora de casa e sempre teria uma bronca enorme da mãe quando a visse. Também sentia falta de, escondido, pegar os biscoitos que a sua mãe fazia antes do jantar e depois sair pela casa gargalhando e ouvindo a gargalhada dos pais.

Pegou as três garrafas de cerveja amanteigada e voltou pra mesa. Achou que tinha dado um tempo para que Astrid e Klaus tivessem um pequeno papo pai e filha. Chegando na mesa, Miko encontra Astrid e o pai rindo de uma piada qualquer.

— Miko, que tal você passar o Natal lá em casa? — Klaus perguntou — Acho que seu pai não faria nenhuma objeção.

— Vou conversar com meus pais. Não sei se a família pelo lado da minha mãe vem da Arábia. Se eles vierem eu não vou poder ir. Mas não acho que eles venham esse ano.

O garçom do bar deixou um prato de peixe com batatas fritas em cima da mesa e saiu. Astrid fez menção de pegar um pedaço do peixe, mas Miko tirou o prato da frente dela antes de qualquer coisa.

— Eu não quero ter que te levar pra madame Pomfrey de novo. Fiquei preocupado com você anteontem. — Miko falou, enfrentando o olhar furioso de Astrid.

— Me. Dá. O. Peixe. Agora. — Astrid pediu raivosa entredentes

— Não.

— Astrid, você pode me explicar como você foi parar na ala hospitalar? — perguntou Klaus

— Não foi nada, pai. Eu só comi o que não devia e passei mal. Já estou ótima.

— Astrid. — Klaus olhou pra filha com tom de repreensão.

— Tá bom. Foi o peixe que eu comi no jantar. Comecei a passar mal na manhã seguinte. Mas eu já estou bem. Posso comer de novo sem problema nenhum.

— Pode de jeito nenhum. Não venha de gracinhas pra cima de mim. Miko, me passa o prato. — o menino prontamente obedeceu — Você, dona Astrid, vai pedir outra coisa, porque peixe está fora de cogitação. — Astrid abriu a boca pra retrucar — Nem pense em dizer que está tudo bem. Eu te conheço melhor e há mais tempo do que você imagina.

Astrid fez um muxoxo e ficou com a cara amarrada. Miko, em solidariedade à namorada, pediu um prato sem peixe pro garçom. Poucos minutos depois, madame Rosmerta apareceu para falar com Klaus.

— Você por aqui, Hansi? — perguntou Rosmerta um tanto surpresa — Não esperava que viesse tão cedo.

— Sabe como é, família. — Klaus falou apontando pra filha.

— Devo dizer que ela é muito parecida com você, Hans. Não tem nada da Sarah.

— A outra é mais parecida com a Sarah.

— Qual o nome das duas?

— Essa é Astrid Sabine e a outra é Leslie Amy.

— Seja bem vinda, Sabine. — disse Rosmerta pra Astrid — E o seu amigo também.

— Obrigada. — Astrid falou

— Agora são duas pessoas, Biene. — Miko sussurrou no ouvido da menina

Manchester, 03:30 PM, 23/10/2010

— Leslie Amy Hoff! Eu não te tirei do internato por nada. Saia desse quarto agora e vá pra sala de estudos. — Sarah gritou através da porta

— Já estou indo, mãe. — Leslie gritou de volta — Só mais um segundinho.

Leslie releu a carta que escreveu. O amigo com quem se correspondia parecia entender tudo o que ela passava. A irmã tomar decisões que ela não aprovava, as brigas e a cumplicidade com a irmã, tudo. Inclusive a escola. Ele parecia ser uma pessoa legal, e, mesmo só tendo o visto uma única vez, Leslie sentia que o conhecia de verdade, diferente do que sentia em relação aos colegas da escola, incluindo os do internato.

A menina entregou a carta pra coruja que estava empoleirada na prateleira e a viu partir antes de abrir a porta pra enfrentar a mãe. Apesar de saber que a mãe estava raivosa, Leslie estava feliz. Soube, através de seu amigo correspondente, que Astrid estava namorando e que estava muito feliz em Hogwarts e que estava se correspondendo com o irmão gêmeo do cunhado.

Chegando na sala de estudos, encontrou a sua mãe segurando uma das cartas de Max, o correspondente de Leslie. Sarah estava furiosa.

— O que é isso aqui, Leslie? Você anda se correspondendo com um tal de Max e não me conta nada? — Sarah questiona

— Mãe, eu posso explicar. Ele é amigo da Astrid. Ela me apresentou a ele lá em Londres e a gente começou a se corresponder por carta.

— Porque não me contou antes?

— Não achei importante.

— Seu pai sabe quem é esse menino?

— Sabe. E sabe quem é o pai dele.

— Só espero uma coisa de você, Leslie. Não me decepcione. Quero as mesmas notas que você mantinha no internato, ou então eu boto você de volta pra lá. Estamos entendidas?

— Sim, sim.

Hogwarts, 06:00 PM, 23/10/2010

— Você não está com raiva de mim, está? — Miko perguntou

— Não é propriamente raiva, Dawud. É que você não deveria ter dito, daquele jeito, que eu fui pra ala hospitalar. Eu ia contar pro meu pai de outro jeito. — Astrid falou — Admito que fiquei chateada, mas meu pai ia acabar sabendo de um jeito ou de outro.

Os dois estavam a caminho do salão principal, prontos pro jantar. Assim que entraram no salão, encontraram James e Lily num canto da mesa da Gryffindor abraçados. Todos os amigos do casal que passavam olhavam espantados, pois ninguém esperava que aquela união fosse acontecer tão cedo.

— Miko! — Sirius gritou pelo salão — Você é um milagreiro, e a sua namorada também.

Astrid e Miko riram do comentário e foram para a mesa da Ravenclaw. Todos esperavam o anúncio do diretor em relação à festa de Halloween. A conversa reinava em todo o salão até que o diretor se levantou na mesa dos professores. O silêncio foi quase imediato.

— Como já é de conhecimento de todos, as celebrações de Halloween se aproximam. Daqui a exatamente a uma semana haverá um passeio extra à Hogsmeade, seguido de um jantar comemorativo para os alunos. — o diretor falou

Astrid olhou pra Miko, tentando entender a euforia em que estavam os alunos. O menino simplesmente acenou indicando que explicaria depois. O diretor pediu silêncio mais uma vez.

— Os alunos do primeiro e do segundo ano terão a festa um pouco mais cedo, já que não podem ir ao vilarejo. Alunos a partir do terceiro ano terão a festa um pouco mais tarde, e espero o melhor comportamento de vocês.

Miko pegou na mão de Astrid e deu um risinho. Eles sabiam exatamente de quem o diretor estava falando. Os dois olharam em direção à mesa Gryffindor e viram Lily mais vermelha que o próprio cabelo e James com um risinho meio sem graça no rosto. Astrid apoiou a cabeça no ombro do namorado.

— O que foi, Astrid? Você tá bem? — Miko perguntou preocupado

— Só quis apoiar a minha cabeça no seu ombro. Posso? — ela respondeu

— Pode. É que eu achei que você estivesse com alguma coisa.

— O senhor se preocupa demais comigo. Tente relaxar um pouco. Eu sei me cuidar.

— Sabe se cuidar a ponto de ir pra ala hospitalar. Sei muito bem que tipo de se cuidar é esse.

— Já entendi o recado. Você não vai largar do meu pé.

— Pelo menos não tão cedo, dona Astrid.

Os dois terminaram de jantar e caminharam em direção à sala comunal. No caminho, Sirius e James parearam a caminhada com o casal.

— Miko, você disse outro dia que queria a ajuda da gente. — Sirius falou — Mas a gente não entendeu muito bem no que.

— Aqui não é o melhor lugar pra falar sobre isso, Padfoot. Talvez na sala precisa seja melhor. — Miko falou

Os quatro jovens foram andando até a sala precisa. Passaram três vezes na frente de onde estaria a porta e entraram assim que surgiu uma. Cada um sentou num dos pufes espalhados pela sala.

— E então, menino do deserto? O que você quer? — perguntou Sirius

— Vocês repararam que ultimamente, eu e a Astrid passamos muito tempo juntos, não repararam? — Miko falou

— Claro que vocês passam muito tempo juntos. Vocês namoram.

— Não é isso que eu quis dizer, Sirius. E, se fosse assim, você e a Marlene não se desgrudariam.

— Ok, ok. Continue.

— A gente anda tendo aulas extras durante a tarde com Flitwick. Essa semana a gente teve patrono, um feitiço meio que anti-dementor. A partir de segunda, eu e a Astrid vamos ter aula pra nos tornar animagus.

— Muita coisa faz sentido agora. De verdade. Por isso que você sempre fica um pouco mais tarde na aula de Flitwick. Você passou esse tempo todinho e não nos disse nada?!

— A gente não podia falar nada, Sirius. — se intrometeu Astrid — Dumbledore fez a gente prometer.

— Dumbledore?! Então deve ser coisa séria.

— Ok, voltando ao assunto. Miko precisa da ajuda de vocês porque ele não consegue decidir que raios de animal ele quer virar. Eu já sugeri um dromedário, mas ele foi chato o suficiente pra ignorar a minha sugestão.

Sirius e James caíram na gargalhada. Miko afundou o rosto nas mãos.

— Você deveria aceitar a oferta de Astrid, Miko. — James falou rindo — Muito a ver com você.

— Acabou o circo? — Miko disse irritado — Eu preciso de ajuda, não de gargalhadas.

— Desculpa. Então, porque você não faz como o nosso Prongs aqui e vira um cervo também? — Sirius sugeriu

— Dois cervos não seria uma boa ideia. Não gosto de concorrência. — falou James — Mas tem, sei lá, um furão.

— Um furão não é uma má ideia. É até bonitinho. — Astrid falou

— Um furão? — Miko fez cara de dúvida

— Não vai ter muita diferença do seu tamanho de verdade com o tamanho do bicho, então é uma opção viável. — Sirius brincou

— Hilário, Sirius. Incrivelmente hilário. — Miko falou sem o menor sinal de humor na voz.

— Tá bom, mas acho que o furão é uma boa ideia. Mesmo tendo sido ideia do Prongs.

— Concordo com o Sirius, Dawud. O furão é uma boa ideia. — Astrid falou e depois sussurrou no ouvido de Miko — E eu não me importo que você seja baixinho. Até porque eu sou mais.

— Acho que vou aceitar a ideia de um furão.

— Está decidido. Miko vai virar um furão e a Astrid vai virar um... — James falou, fazendo um sinal com a mão.

— Melro. — Astrid falou

— Tá. Um melro e um furão. Até que é um casal simpático.

O casal revirou os olhos. Miko puxou a mão de Astrid e os dois foram pra sala comunal da Ravenclaw. Antes de subir as escadas que levavam pros dormitórios, Miko deu um beijo longo em Astrid.

— Eu te amo, Biene. — ele brincou com a franja dela que caía no olho — E eu tenho a impressão de que eu te vi em Londres muito antes dessa coisa toda.

— Pois eu tenho a impressão do contrário. De ter te visto lá em Manchester.

— Mas eu nunca fui pra Manchester.

— E eu só fui pra Londres em julho, quando eu te encontrei no Diagon Alley.

— Me lembrei de uma coisa. Espera aqui. Vou pegar no malão e já volto.

Miko subiu pro dormitório. Astrid ficou esperando o namorado na base da escada. Quando ele voltou, estava com um pequeno embrulho na mão.

— Alguns dias atrás eu tinha pedido pra minha mãe me mandar isso daqui. Eu tinha comprado pouco tempo antes da gente embarcar pra Hogwarts pra te dar, mas acabei esquecendo de trazer. — ele falou, entregando o pequeno embrulho pra namorada — Você tinha me dito que o seu aniversário já tinha passado quando eu te conheci, então eu decidi te dar isso de presente atrasado.

Astrid abriu o embrulho e viu uma correntinha com um pingente circular com um fecho. Assim que abriu o fecho, Astrid encontrou as suas iniciais gravadas no círculo. Também foi capaz de ouvir, bem baixinho, a música que tanto embalou a sua infância.

— Muito obrigada, Dawud. — Astrid falou, dando um abraço no namorado — Adorei. Mas fiquei sentindo que o presente que eu escolhi pra você é um lixo.

— Astrid, por favor. Eu não ligo exatamente pro que é que você comprou. O que eu ligo é se você realmente pensou em mim na hora de comprar.

— Apesar do seu aniversário ser só segunda, acho que vou antecipar o seu presente.

— Não vai não, dona Astrid. Eu atrasei o seu. A senhorita agora vai é dormir. E eu também.

— Você nem me conhecia quando eu fiz aniversário!

— E daí? Eu achava que te conhecia, lembra?

Astrid revirou os olhos.

— Se eu for seguir essa sua lógica distorcida, estou te devendo presente por todos os seus aniversários. Você vai me esperar aqui que eu venho entregar o seu presente.

Astrid subiu as escadas correndo e, em pouco tempo, já estava de volta com uma pequena caixa nas mãos.

— No trem você reclamou que os meninos conseguem afanar as suas coisas. Então, nada mais apropriado do que um cofre, ou quase isso. — Astrid falou

Miko pegou a caixa nas mãos e a observou. Parecia muito pequena pra guardar alguma coisa maior do que um Bludger. Abriu a tampa e confirmou o que via por fora, uma caixa pequena.

— Um dos motivos pelos quais eu amo a magia. As coisas podem parecer ser o que não são. — Astrid disse — Por exemplo, essa caixa parece não ter nada de mais. Mas se você colocar o dedo aqui — ela apertou um dos parafusos com o dedo — ela vira outra coisa.

A caixa pareceu expandir seu interior consideravelmente, mas mantendo seu exterior imutável.

— Como você conseguiu isso? — Miko parecia realmente impressionado

— Eu tenho os meus truques. Tem uma coisa. Se você não quiser que os meninos vejam o que você bota aí, é só apertar o parafuso de novo que ela volta ao tamanho normal e eles só vão ver o que tiver mais em cima.

Miko deu um abraço meio desajeitado em Astrid.

— O que te fez acreditar que esse presente era um lixo? É muito útil. Não terei a minha mesada jogada no lixo depois disso. — Miko comentou — Muito obrigado. De verdade.


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