Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 9
Sangue, sombra e sacrifício




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O grupo está em um quarto. Luna está rolando na cama, brincando. Cirius está sentado na cama. Mira está sentada no chão. Èris está sentada em uma cadeira. E Kaito está apoiado em uma janela.

Stella entra no quarto. "Estou de volta."

"Alguma informação ?" - Èris pergunta.

Stella nega com sua cabeça. "Infelizmente, nenhuma. Checaram os lugares que disse para checarem ?"

"Eu fui no açougue. Também nada." - Mira diz. "O açougueiro não sentiu cheiro de nada, não viu nada e muito menos ouviu nada. E nenhuma das carnes dele desapareceu."

"Também não achei nada de errado no mercado." - Cirius diz. "Fora o preço. Isso é um roubo !"

"Estamos no fim do mundo. É óbvio que as coisas vão estar mais caras." - Kaito diz.

"Compreensível. Retiro minha reclamação." - Cirius diz.

"Você achou alguma coisa ?" - Mira pergunta.

"Achei: um belíssimo e enorme monte de nada." - Kaito diz. "Só tinha poeira, musgo e lixo nos becos. Tinha umas poças de água também, mas isso era por causa de uma caixa d'água quebrada que eu tive de concertar pra uma mulher."

Èris sorrateiramente põe a mão em uma das bainhas, em sua cintura, e olha para Kaito. "Ela era bonita ?"

Kaito engole seco. "M-Mais do que você ? Nem em um milhão de anos !"

Èris sorri e tira a mão da bainha. "Que fofo, amor~♥"

Luna para de brincar, deitando de cabeça para baixo. "Luna bateu no máximo de casas que conseguiu. Ninguém sabia de nenhum bicho feio."

"Teve alguma sorte com seus poderes de paladino, cavaleira ?" - Cirius pergunta.

"Fiquei horas me concentrando, mas não consegui achar nada." - Èris diz. "Mas meus poderes de paladino não estão muito bons, graças aquela bola de fogo no céu."

"Você fez seu melhor, e é isso que importa." - Mira diz.

Stella solta um suspiro, cabisbaixa. "Então voltamos à estaca zero..."

"Seria legal se tivéssemos mais um par de mãos-- Ou patas, né ! --mas ALGUÉM não quis ajudar." - Mira diz, brava.

"Marco ainda não saiu daquele quarto ?" - Èris pergunta.

"Não. Eu bati na porta, mas ele abriu e disse 'Eu não quero caminhar na mesma cidade que vocês, humanos podres ! E parem de gritar, estão atrapalhando meu sono !' e fechou a porta na minha cara." - Mira diz.

"Mas nem gritamos…" - Luna diz.

"Viu só ? Eu disse que esse cara é suspeito !" - Kaito diz. "Deve estar planejando alguma coisa, com certeza !"

"Deixa ele, Kaito." - Èris diz. "Marco tem um bom motivo para estar viajando com a gente. Cedo ou tarde, vamos descobrir."

"Eu espero que você esteja errada. Mal vejo a hora de quebrar a cara dele." - Kaito diz. "Aquele cara me irrita."

"Bom, já que não temos nada pra fazer, querem que eu leia seu destino ?" - Stella pergunta.

"O que é isso ?" - Luna pergunta.

Stella estende sua mão. Um baralho de carta mágicas se materializam nela. "Você escolhe três cartas, e eu uso elas para prever algumas coisas que vão acontecer no seu futuro."

"Mais palhaçada de Astrólogo." - Kaito diz.

"Eu posso ser uma iniciante, mas fique sabendo que minha astrologia é QUASE muito boa ! Claro, eu erro muito mais do que acerto, mas mesmo assim, ainda é boa !" - Sella diz.

"Uh… Isso não muda meu ponto…" - Kaito diz.

"Está duvidando ? Então…" - Stella diz. Ela embaralha as cartas. "…escolha três cartas."

Kaito pega três cartas. "Ótimo. E agora, vidente mística ?"

"Hmm… Cartas bem específicas." - Stella diz. "Você... Hmm… No futuro, você terá uma criança. E ela vai ser como você."

Kaito faz uma expressão de nojo. "Os Dez que me livrem ! Odeio crianças !"

"Quem é a mãe ? Quem ?" - Èris pergunta, desesperada.

"Uh… Quer tentar a sorte e ver se é você ?" - Stella pergunta.

Èris pega três cartas rapidamente. "A criança tem os olhos da mãe ? Os três vivem juntos e felizes ? A mãe vai ter mais dois bebês lindos ? Eles vão ter as mesmas habilidades de paladino que ela ?"

"Uh… Cavaleira… ? Você tá me assustando…" - Kaito diz.

"Você vai conseguir se casar e ser feliz com seu marido." - Stella diz.

"Só isso ?" - Èris pergunta. "Eu quero mais !"

"É só isso que eu consigo ver." - Stella diz.

Èris se entristece. "Tudo bem…"

"Você quer também ?" - Stella pergunta.

Mira dá de ombros. "Por que não, né ?" - Ela pega três cartas.

"Vejamos… Seu comércio vai ter um bom sucesso." - Stella diz.

"Eu nem tenho um comércio." - Mira diz.

"Mas vai ter, no futuro. E ele vai ser um dos bons." - Stella diz.

"Heh, legal." - Mira diz.

"Eu ! Eu ! Luna quer também !" - Luna diz, animada. Ela pega três cartas.

"Uh… Seu futuro é bem normal. Você vai continuar sendo você." - Stella diz.

"Bom, é da Luna que estamos falando." - Kaito diz.

"Ainda bem. Prefiro a Luna do jeito que ela é." - Mira diz.

"Luna quer alguma coisa melhor ! Luna quer saber sobre casamento ! Luna quer saber sobre a vida com o marido !" - Luna diz.

"Desculpa. Meus dons só vêem isso." - Stella diz. "Agora você, Cirius."

"Valeu, mas eu passo." - Cirius diz. "Não é que eu não acredite em você, eu acredito. É só que eu não acredito em destino, eu FAÇO ele."

"Tuso bem. Eu meio que tô cansada também, e não ia conseguir fazer uma boa previsão. Ehehehe." - Stella diz.

"Se bem que…" - Cirius diz, pensativo. Ele pega três cartas rapidamente. "Eu vou me livrar da Luna, algum dia ?"

"Ei ! Isso não é legal !" - Luna diz, brava.

"Vejamos…" - Stella diz.

"E aí ? Finalmente vou ter paz ?" - Cirius pergunta, animado.

"Heh, estranho…" - Stella diz, confusa. "Deixa eu fazer isso melhor." - Ela fecha seus olhos e começa a se concentrar.

"O que foi ?" - Cirius pergunta.

"Eu não consigo ver seu futuro. Pra ser honesta, não consigo ver nada. Está vazio." - Stella diz.

"Aw, que droga…" - Cirius diz, triste. "Você tinha de esgotar seu poder justo agora… ?"

"Eh... ? Isso…" - Stella diz, confusa.

"O quê ? Stella viu Luna ? Luna e marido estão felizes ?" - Luna pergunta.

"Seu futuro não está vazio. Muito pelo contrário, é o mais cheio que eu já vi !" - Stella diz. "Mas é só… escuridão. Eu achei que não tinha nada, mas, na verdade, estava cheio de escuridão. É uma escuridão tão... calma e acolhedora. Só que, ao mesmo tempo, tão solitária e vazia…"

"Isso, uh… Isso significa que eu vou morrer ?" - Cirius pergunta, confuso.

"Não necessariamente." - Stella diz. "Pode significar que você finalmente vai ter paz. Pode significar que você não vai ter mais nada. Pode significar os dois de uma vez. Depende da situação. Isso é uma das ocasiões que só o tempo vai dizer."

"Claro, também tem a opção C: tudo isso é mentira." - Kaito diz.

"Bom, tem essa opção. Eu posso ter errado a de todos." - Stella diz.

"Isso foi meio ruim. Você tá legal, maninho ?" - Mira pergunta.

"Nah. Isso não é nada. Como eu já disse, não acredito em futuro, eu FAÇO o meu futuro." - Cirius diz.

Stella olha pela janela. "Começou…"

"O que começou ?" - Luna pergunta.

"Olhem." - Stella diz, apontando para fora.

Há uma nuvem negra cobrindo o vilarejo.

"Nessa mesma hora, todos os dias, essa nuvem cobre o vilarejo." - Stella diz. "É nessa hora que a criatura ataca."

"Heh, o que significa que é nessa hora que começamos a agir." - Cirius diz.

Alguém bate na porta. Stella atende.

Quem bateu foi Sofia. "Como estão ?"

"Tudo bem por aqui, vovó." - Stella diz.

"Eu vim avisar que todos estão indo dormir, então, se quiserem alguma coisa, vão ter de esperar até amanhã." - Sofia diz.

"Valeu, mas não precisamos de nada, vovó." - Cirius diz.

Sofia sorri. "Certo. Até amanhã, jovens." - Ela vai embora.

"Hmm… Tive uma ideia." - Mira diz.

"O que foi ?" - Luna pergunta.

"E se formos caçar essa coisa ?" - Mira pergunta.

"É muito perigoso !" - Stella diz. "Não sabemos o que é, nem o quão forte é !"

"Quer saber ? Eu tô com a maninha nessa." - Cirius diz.

"Temos de treinar de algum jeito. Não vamos derrotar Demiurges se ficarmos parados." - Kaito diz. "E olha que sou EU falando isso, hein."

"Luna concorda." - Luna diz.

"Então vamos ! Eu não vou deixar meus amigos lutarem sem mim !" - Stella diz, confiante.

"Isso aí ! Esse é o espírito da coisa !" - Mira diz.

"Vamos nos dividir e virar cada pedra nesse vilarejo." - Èris diz. "Caso não encontremos nada, vamos voltar para cá. Caso alguém se encontre com a besta, grite o mais alto que conseguir. Lutar contra um inimigo desconhecido é idiotice."

Todos concordam e vão embora. Algum tempo depois.

Mira está caminhando em um beco, com suas bestas em mãos. "É melhor sair de onde estiver, sua coisa esquisita. Nunca fui fã de esconde-esconde." - Ela ouve passos atrás de si. Mira se vira e atira rapidamente.

A bala acerta o chão, perto de um gato, que se assusta e vai embora.

Mira solta um suspiro, aliviada. "Viu só, Mira ? Não tem nada aqui-"

De repente, algo puxa Mira para as sombras rapidamente.

Luna está caminhando por uma rua. "Hmm… Nada aqui também." - O estômago dela ronca. "Luna está com fome… Bem que Luna podia voltar para a pousada e comer mais… Vovó cozinha tão bem..." - Luna começa a babar. Ela balança sua cabeça, saindo de um transe. "Não ! Luna não pode comer até acharmos bicho estranho !" - O estômago dela ronca mais uma vez. "Mas Luna ainda tá com fome…" - Luna começa a sentir o cheiro de algo. "Hmm~ Cheiro bom…" - Ela começa a seguir o cheiro. Luna chega até uma janela com uma torta. "Luna não pode… Mas Luna tá com tanta fome…" - Ela olha para os lados. "Não tem ninguém por perto~" - Luna pega a torta e come um pouco. "Que delícia ! Luna adora esse sabor ! E tão bom que…" - Ela solta um bocejo. "…Engraçado… Por que... Por que é que Luna está se sentindo tão…" - Luna começa a ficar sonolenta, até que cai no chão inconsciente.

Algo pega Luna pela perna e a arrasta para a escuridão.

Èris está em um beco, se concentrando. "Hmm… Ainda nada. Meu poderes de paladino precisam surtir efeito alguma hora. Só preciso continuar tentando !" - Ela volta a se concentrar. "Hmm... Espera… Eu sinto alguma coisa !" - Èris começa a correr. Ela chega em outro beco. "É por aqui." - Èris rapidamente pega suas espadas e as põe nas costas. Algo acerta as lâminas e volta para a escuridão do local. "Finalmente decidiu dar as caras !"

Passos rápidos podem ser ouvidos.

"Eu não consigo mais sentir a presença. Droga ! Tenho de me concentrar, ou acabou." - Èris diz. Ela põe as espadas na frente do corpo e se defende de outro ataque. De repente, sangue é jogado nos olhos de dela. "Ugh ! Não consigo ver !" - Èris começa se limpar.

Algo aproveita a oportunidade, pega Èris pela perna e bate em uma parede. Èris cospe sangue e é puxada para a escuridão.

Stella está em cima de um telhado, olhando para todos os lados. "Nada… Não sei se isso é bom ou ruim. Bom, é melhor eu voltar para a pousada, ver se a vovó está bem e se o pessoal já voltou." - Ela desce pulando pelas paredes, chegando em um beco. Stella sai do beco. "Talvez algum deles tenha alguma informação nova." - Ela ouve alguns barulhos. Stella pega suas cartas. "Quem está aí ?!"

Do beco, sai Sofia. Há sangue espalhado por todo seu corpo. "Stella…"

"Essa não ! Vovó !" - Stella diz, preocupada. Ela corre na direção da senhora.

"Pare com suas brincadeiras, criatura horrenda !" - Uma voz familiar diz. De repente, Marco entra na frente de Stella e a abraça.

Sofia ataca as costas de Marco, fazendo um corte que sangra bastante. O tigre joga a senhora para trás. Marco cai o chão.

"O-O que tá acontecendo aqui !?" - Stella pergunta, assustada e surpresa.

"Tch. Sempre tem um que estraga a diversão." - Sofia diz.

"Aquilo... nunca foi um humano… Aquela coisa… é uma criatura…" - Marco diz.

"I-Isso não é verdade ! Aquela é a vovó !" - Stella diz.

"Você é cega, pirralha ? Quando é que um idoso vai conseguir fazer isso com alguém ?" - Sofia pergunta. "Chega dessa farsa ! Essa aparência já começou a me irritar !" - Ela começa forçar. O corpo de Sofia começa a se expandir, rasgando a pele.

Stella cai para trás, com medo. Onde estava uma doce senhora, agora reside uma criatura parecida com um macaco corcunda, sem pelo, nem pele, apenas músculos, com um murcho rosto humanoide e presas.

"Chega de me disfarçar com aquela aparência nojenta !" - A criatura diz. "Não sou nenhuma Sofia ! Meu nome é Vrykolakas !"

"O-O que você fez com a vovó, sua besta ?!" - Stella pergunta.

Marco aguenta a dor e se levanta, com dificuldade. "Esta criatura… jamais foi humana…"

"Ainda consegue se levantar ?" - Vrykolakas pergunta. A criatura corre na direção de Marco e o soca.

Marco põe os braços na frente para se defender, mas recebe o golpe e é jogado contra uma parede. Ele cospe sangue e acaba caindo no chão.

"Marco-" - Stella grita, sendo interrompida por Vrykolakas, que a pega pela garganta com força.

"Shh ! Não queremos acordar os vizinhos, não é ?" - Vrykolakas diz.

Stella tenta se soltar, mas não consegue. "…Me... solta… !"

"Com todo prazer~" - Vrykolakas diz. A criatura arrasta Stella para fora da cidade. Vrykolakas joga Stella contra a muralha.

Stella cospe sangue. "Gah !"

"Prontinho. Agora pode gritar o quanto quiser." - Vrykolakas diz.

"…Devolva… a vovó... !" - Stella diz.

"Vovó ?" - Vrykolakas pergunta. A criatura se enfurece. "O quanto eu vou ter de te bater para você entender que nunca existiu nenhuma 'Sofia' ?!" - Vrykolakas joga Stella no chão. "Aquele era apenas meu disfarce ! E vocês, humanos estúpidos, foram facilmente ludibriados !" - A criatura pega Stella pela pelo rosto e começa a bater a cabeça dela na muralha. "Nunca existiu uma pessoa que conseguisse te aturar ! Nunca existiu alguém que te considerasse um familiar ! E nunca vai existir ! Sabe quantas vezes eu tive de aturar você falando ?! Sua existência é tão inútil, que não vale nem a pena consumir seu sangue ! Qualquer lugar que você está é um lugar onde as pessoas não querem passar !" - Vrykolakas solta Stella.

Stella abaixa sua cabeça e começa a chorar.

"Seus parentes estavam certos, você é uma falha ! Uma falha fraca e patética !" - Vrykolakas diz. "Consumir seu sangue seria um desperdício de espaço no meu estômago. Eu vou fazer uma coisa que seus pais deveriam ter feito desde o começo." - A criatura abre sua boca e ataca.

De repente, Marco entra na frente do ataque novamente. Vrykolakas acaba mordendo seu braço. O tigre pega a criatura e a joga para trás. "…Pare… de chorar…"

"…Me deixa morrer logo de uma vez… É como aquela coisa disse… Eu não valho o esforço…" - Stella diz.

"…Essas… não são... palavras que nós… cidadãos de Fiore... conhecemos… !" - Marco diz.

Stella levanta sua cabeça e para de chorar. "…Como… você sabe… ?"

"…Somos… um povo dedicado… Nos preocupamos… uns com os outros… ! Não deixamos… ninguém manchar… nossa honra e… orgulho... !" - Marco diz. "…E enquanto... nossa cidade... permanecer em pé... teremos um local… para chamarmos de lar-" - Ele é interrompido por Vrykolakas, que morde seu pescoço. O corpo de Marco começa a murchar. Ele consegue se soltar da criatura e a jogar para trás, mas acaba caindo no chão.

Stella se aproxima do corpo de Marco e o balança. "Marco !"

"…Seus amigos… foram capturados… mas ainda estão... vivos… Eles estão… contando com você…" - Marco diz. Os olhos dele fecham.

"Marco ! Marco !" - Stella diz, enquanto balança o corpo de Marco.

Nenhuma resposta.

"Para alguém com um corpo desses, ele não tinha tanto sangue assim. E não era nem um pouco saboroso." - Vrykolakas diz. "Que seja. Pego mais sangue daquele povo idiota, quando terminar com você." - A criatura corre na direção de Stella. Vrykolakas bate em algo. A criatura acaba sendo jogada para trás. "Ugh ! Mas que droga é essa ?"

Há quatro cartas flutuando, fazendo um escudo quase invisível entre elas.

Stella se levanta. As cartas voltam para ela. "Você têm razão em uma coisa, eu sou uma falha. Falhei esse tempo todo em perceber que nunca estive sozinha. Luna… O príncipe Claude… Minhas estrelas... Eu sempre tive companhia, só nunca havia percebido. Agora, meus amigos e o povo da cidade precisam de mim." - As cartas mágicas aparecem entre os dedos dela. "E eu não vou deixar eles na mão."

"Você pretende ME desafiar ?! Eu vou arrancar cada membro do seu corpo !" - Vrykolakas diz.

Stella corre na direção de Vrykolakas, que faz o mesmo. A criatura ataca. Stella pula, desviando do ataque. Ainda no ar, ela se vira para Vrykolakas e joga uma carta nas costas da criatura.

A carta explode, jogando Vrykolakas para a frente. "Eu também tenho meus truques !"

Há um fio de sangue saindo de um machucado na perna de Stella. Vrykolakas dá um soco nesse fio.

Stella começa a agonizar. "Gah !"

"Dói, não dói ? É um fio grudado diretamente no seu nervo." - Vrykolakas diz. "Um mistério toque, e uma dor agonizante corre por todo seu corpo." - A criatura cutuca o fio.

Stella agoniza mais. Ela consegue se recuperar e corta o fio. Vrykolakas dá um sorriso confiante. Uma forte dor corre pelo corpo de Stella, que cai no chão.

"Não foi sua decisão mais inteligente. Ahahaha !" - Vrykolakas diz.

Stella tenta se levantar. Outro fio aparece, saindo de um machucado no braço dela.

"Não tão rápido !" - Vrykolakas diz.

"Eu digo o mesmo !" - Stella diz.

Quando Vrykolakas tenta puxar o fio, outra explosão acontece, jogando a criatura para a frente. "Ugh ! Quando foi que você-" - Vrykolakas é interrompida por Stella.

"Eu usei a fumaça da primeira explosão para grudar outra carta em você sem que percebesse." - Stella diz.

"Confesso, nunca pensei que pudesse usar seu cérebro. Mas só isso não é o suficiente para me parar !" - Vrykolakas diz. A criatura corre na direção de Stella.

Stella joga algumas cartas em Vrykolakas, mas a criatura consegue desviar. Vrykolakas chega perto dela e a soca.

Stella rapidamente pula, desviando do soco, se apóia no braço da criatura com suas mãos e chuta a cabeça de Vrykolakas, jogando a criatura para trás. "Se você só consegue fazer aquilo se me machucar, então eu só preciso desviar !"

"Vamos ver por quanto tempo consegue fugir !" - Vrykolakas diz. A criatura se aproxima de Stella e a soca novamente.

Stella desvia do soco se abaixando e revida com uma rasteira. Antes de cair no chão, Vrykolakas dá uma joelhada na cabeça dela, fazendo Stella também cair no chão. A criatura se levanta com um ataque, mas Stella consegue desviar, se levantando com um pulo para trás. Ela corre na direção de Vrykolakas. A criatura tenta agarrar Stella, que rapidamente pula por cima de Vrykolakas, joga uma carta no chão e bate na cabeça da criatura, fazendo Vrykolakas cair com seu rosto na carta. Quando isso acontece, a criatura é rapidamente eletrocutada.

Vrykolakas se levanta e se enfurece. "Ugh ! Eu vou mastigar cada osso do seu corpo, enquanto ainda está viva !" - A criatura corre na direção de Stella.

Stella faz outra barreira, mas Vrykolakas consegue passar por ela, antes que terminasse de se formar.

Vrykolakas rapidamente corre para trás de Stella, que se vira, a pega pelo pescoço e bate ela em sua própria barreira. "Reze para um daqueles miseráveis dos Dez, porque está indo se encontrar com eles !"

Stella joga algumas cartas para trás.

"Boa tentativa !" - Vrykolakas diz. A criatura enfia seus dedos nos braços de Stella.

"Ugh- Gah !" - Stella diz, em agonia.

"Você vai pagar por ter me irritado ! Eu vou esmagar seus olhos ! Torturar cada membro em seu corpo ! Roer cada osso !" - Vrykolakas diz. "Farei você implorar por perdão ! Mas eu não vou parar só aí ! Só quando toda a esperança tiver saído de você, te darei o fim que merece !"

Stella dá um leve sorriso confiante.

"Está sorrindo ?! Ousa tirar sarro de mim ?! Ora, sua desgraçada !" - Vrykolakas diz. A criatura levanta sua mão. "Últimas palavras ?!"

"…Que horas são… ?" - Stella pergunta.

"Como é-" - Vrykolakas diz, se interrompida quando vê algo em sua frente. A criatura solta Stella e tenta correr, mas bate em algo. "O-O que é isso !?"

Há barreiras por todos os lados, formando uma caixa.

"Boa noite. Ou, devo dizer…" - Stella diz.

A nuvem em cima do vilarejo vai embora. Fumaça começa a sair do corpo de Vrykolakas, que começa a agonizar.

Stella termina sua frase. "…bom dia ?"

"M-Me tire daqui !" - Vrykolakas diz.

"Eu percebi que você só caçava quando a nuvem cobria o vilarejo, então, juntando os pontos, é meio óbvio qual é sua fraqueza." - Stella diz.

"E-Eu vou sair daqui ! EU VOU MATAR VOCÊ !" - Vrykolakas grita.

Stella pula para trás e cria mais uma barreira em sua frente. Vrykolakas bate nessa barreira e cai no chão. O corpo da criatura começa a derreter.

"Nunca mais mexa com os meus amigos." - Stella diz.

"…NÃO… !" - Vrykolakas grita. Rapidamente os gritos são silenciados, quando a criatura derrete completamente.

Stella cai para trás. "Hah… Hah… Eu consegui…" - A visão dela começa a ficar turva. Sangue começa a sair da boca de Stella. "…Eu…" - Ela começa a fechar os olhos, até que os fecha por completo.

Marco começa a abrir seus olhos. Seu peito e um de seus braços está enfaixado. Ele olha ao seu redor e vê que está em um quarto, na pousada. "Uh… Onde estou… ?"

Stella está ao lado de Marco, também com faixas em seu corpo. Ela nota ele acordando e fica aliviada. "Ainda bem…"

"O que aconteceu ?" - Marco pergunta, confuso.

"Você me protegeu de Vrykolakas e acabou desmaiando. Eu também fiquei inconsciente, depois que derrotei aquela coisa." - Stella diz. "Quando acordei, o povo da cidade tinha resgatado a gente e feito curativos."

"Eu fui ajudado por… humanos ?" - Marco pergunta.

"Eles colocaram esses curativos na gente." - Stella diz. "Como sabia que eles estavam bem ?"

"Ouvi alguns gritos e segui eles. Havia uma passagem secreta no meu quarto que levava à uma sala secreta, onde aquela criatura guardava as próximas vítimas." - Marco diz.

"Whoa ! Isso é muito inteligente !" - Stella diz, impressionada. Ela se lembra de algo. "É mesmo !" - Stella se levanta, corre até a porta e a abre. "Ele acordou, pessoal !"

O grupo entra no local. Todos parecem aliviados.

Kaito solta um suspiro. "Já tava na hora."

Mira dá um sorriso presunçoso. "Mas não era você que queria matar ele ?~"

"SE ele fizesse alguma coisa de errado !" - Kaito diz, bravo.

"Cara, que bom que você tá inteiro." - Cirius diz.

"Estávamos todos preocupados com você. É um alívio saber que está bem." - Èris diz.

"Luna está muito agradecida por você ter salvado a amiga de Luna !" - Luna diz, sorrindo. "Como agradecimento, Luna vai cozinhar a comida especial dela para amigos !"

"Não !" - Todos dizem.

Luna se encolhe, triste. "Tá bem…"

"A Luna tem razão." - Stella diz. "Se não fosse por você, eu… não sei se teria coragem o suficiente…"

Marco olha para o grupo. Ele segura o lençol de sua cama com força.

"Ainda dói ? Desculpa ! Eu não sou muito boa em curar feridas grandes !" - Èris diz.

"Eu…" - Marco diz. "Eu peço perdão a todos vocês !"

"Uh… Cavaleira, faz mais curativos na cabeça dele." - Kaito diz. "Tem alguma coisa errada."

"Não há nada de errado com a minha cabeça !" - Marco diz, bravo.

"T-Tá legal !" - Kaito diz, assustado.

"Eu peço perdão pela forma como venho os tratando, desde que nos conhecemos." - Marco diz. "Desde aquele dia, vocês vêm me ajudando e ajudando outras pessoas. Provaram que não são a parte ruim da humanidade. E eu peço perdão por julgá-los de maneira errada."

"Nah. Não é a primeira vez." - Cirius diz.

"Mas uma coisa deixou a Luna curiosa." - Luna diz. "Por que Marco odeia tanto assim pessoas ?"

"É por causa do que vocês- Do que humanos fizeram com meu lar." - Marco diz. "Eu sou originário de Fiore, assim como sua amiga." - Ele aponta para Stella.

"Stella é de Fiore ?" - Luna pergunta.

"A única coisa que ainda não me abandonou: minha cidadania." - Stella diz.

"Já ouvi falar." - Kaito diz. "Dizem que o lugar tem esse nome por causa da gigantesca diversidade de flores, e uma flor em especial, que só cresce lá."

"Signora Della Speranza." - Stella diz. "Conhecida como a espécie de flor mais bonita de todas. Dizem que só de olhar para ela, todos os seus problemas e preocupações desaparecem, e você se sente em uma paz eterna."

"Realmente é uma bela flor. O presente que nossa deusa, Hausos, nos deixou." - Marco diz. "Uma pena sua beleza não ser mais apreciada."

"Já se cansaram de olhar para as flores ?" - Luna pergunta.

"Muito pelo contrário, amamos nossas flores. O problema é que não podemos mais olhar porque ninguém mais se importa com isso." - Marco diz.

"Por quê ? Flores até que são legais." - Cirius diz.

"É porque a cidade foi consumida pela malevolência daquela horrível mulher." - Marco diz. "Há alguns anos atrás, Fiore era um paraíso para humanos e Korgen viverem em comunhão. Todos adoravam nosso incrível 'L'abbraccio Della Fanciulla', um festival que acontece uma vez por ano. Quando bolhas saem dos rios que correm pela cidade, elas absorvem as pétalas das flores, flutuam por algum tempo pelos céus e estouram, causando uma chuva de pétalas de diversas cores que perfuma e decora toda a cidade. É como se Hausos nos abraçasse, com toda sua gentileza e elegância."

"Whoa ! Parece ser legal pra caramba !" - Cirius diz.

"E era. Até aquele fatídico dia…" - Marco diz, triste.

"O que aconteceu ?" - Mira pergunta.

"Fiore era reinada pelo nosso querido Pantalone, Enzo, até o fatídico e terrível dia de sua morte." - Marco diz. "Desde então, Milena, sua filha, tomou posse do título de Pantalone, e vem comandando a cidade. Enzo sempre adorou Fiore como se não houvesse local mais belo em toda Bastion Spei, e a maior alegria de sua vida era ouvir elogios sobre a beleza e boa recepção que a cidade sempre teve."

"Parece ser uma pessoa legal." - Stella diz.

"E ele era." - Marco diz. "É uma pena Milena não ter herdado isto de seu pai. Milena nunca quis que o povo fosse à Fiore para ver flores, queria que fossem para ver ela. Ela sempre quis ser o centro das atenções, queria receber todos os olhares, e ser o assunto de que todos falam. Sua ganância foi tanta a ponto de envenenar seu próprio pai para que pudesse ter controle sobre o local."

"Envenenar o próprio pai !?" - Kaito pergunta, surpreso. "Huh, acho que eu não devia estar surpreso. Infelizmente, existe gente assim…"

"Para Milena, a vida não passa de uma peça de teatro. E ela quer ser o personagem principal na vida de todos. Mas tudo estaria relativa bem, se ela tivesse parado só depois disso." - Marco diz. "Mesmo com Milena tendo controle sobre a cidade, ainda não olhávamos para ela. Então ela decidiu tomar medidas drásticas. O que antes era um belo reino de maravilhas e deleites, rapidamente se transformou em um pesadelo arquitetado por uma tirana. Milena conjurou uma névoa mística no chão, fazendo com que as flores perdessem sua bela aparência, e as deixando com uma triste e vazia coloração cinza. Não só isso, como a névoa também faz aqueles que ficarem expostos à ela por muito tempo mais suscetíveis aos comandos dela."

"Isso aí é passar do limite !" - Èris diz. "Tirar a liberdade das pessoas é uma coisa que nunca deve ser feita !"

"Depois disso, Milena construiu um coliseu que serve como palco para as terríveis 'peças' dela." - Marco diz. "Ela joga pessoas umas contra as outras. Faz elas lutarem contra animais. E até faz as pessoas lutarem contra uma criatura terrível e impiedosa, que Milena domesticou e deu o nome de Goliath. Tudo isso, enquanto obriga os cidadãos de Fiore a assistir as cenas de carnificina desnecessária."

"É, dá pra entender o porquê de você odiar pessoas. Eu não te culpo." - Kaito diz.

"Eu vi a força que vocês têm, e imploro que ajudem Fiore !" - Marco diz. "Sei que estou pedindo demais para vocês, mas são minha única esperança ! A única esperança de Fiore poder voltar a ser feliz ! Não tenho nenhuma recompensa agora, mas prometo que, de hoje em diante, lhes darei cada moeda que receber em minha vida !"

Kaito solta um suspiro. "Relaxa, cara. A gente faz isso tranquilo. E sem a recompensa."

"Como !? Fariam mesmo isso por Fiore ?" - Marco pergunta.

"Honestamente, salvar cidades já virou uma rotina." - Mira diz.

"Já fizemos isso o que, umas cinco vezes ?" - Cirius pergunta.

"Bom, Ignis não conta. A gente não salvou a cidade, já que Demiurges está lá." - Èris diz.

"Amigos ajudam Marco a salvar cidade cheirosa !" - Luna diz, animada. "Luna adora ajudar !"

"Eu vou também." - Stella diz.

"Tem certeza disso ? A carga pode ser mais pesada do que você aguenta." - Kaito diz.

"Fiore foi a cidade em que nasci. Eu não posso simplesmente fechar meus olhos e ignorar os pedidos de ajuda dos meus conterrâneos." - Stella diz. Ela sorri. "Além disso, quanto menos pessoas más existirem, mais minha amigas vão brilhar."

"É assim que se fala !" - Cirius diz. "Simbora, galera ! Vamos salvar mais uma cidade !"


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