Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 2
Problemas subterrâneos




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Mira está caminhando no meio de um deserto. "Nem é tão quente assim." - Ela para e olha para a esfera de chamas roxas. "Huh, acho que aquela coisa afetou até Nah'Bah." - Mira volta a caminhar.

Algum tempo se passa, e Mira continua caminhando. Não há nada no horizonte. Ela vê uma entrada. Mira vai até essa entrada e se abriga nela. "Hah… Hah… Ainda sim, continua quente pra caramba…" - Ela olha para a caverna, que desce para uma escuridão. "Parece fundo… Mas é melhor não explorar isso agora. Eu tenho que chegar em Suldania e ver se alguém passou por lá."

De repente, o chão começa a tremer muito forte. Mira perde o equilíbrio e acaba caindo dentro da caverna. "Gah ! Eu preciso fazer alguma coisa, ou já era !" - Ela respira fundo e começa a se concentrar. "Kekkai ! Me revele o caminho !" - Mesmo com o escuro, as coisas ficam mais visíveis. Mira olha para todos os lados. Ela vê uma estalactite. Mira pega uma de suas bestas e atira uma munição com corda nela. A munição se amarra na estalactite com sucesso, fazendo ela parar de cair. "Ufa…" - Mira nota um pequeno brilho azulado, na distância. Ela força mais sua visão e vê algumas conchas avermelhadas abertas grudadas em um pedaço de terra, com algumas casas em cima delas, na distância. Há uma água azul com um fraco brilho caindo dessas conchas. "Uh… Ok..." - Mira começa a se balançar. Ela se joga para frente e atira outra munição no teto, para se segurar. Mira vai fazendo isso, até chegar perto das conchas. Ela desce com sua corda e chega no local.

Algumas pessoas vestindo roupas coloridas começam a se juntar em volta de Mira e olhar para ela, confusas.

"O que essa jovem está fazendo aqui ?" - Um homem cochicha.

"Será que ela é mais uma ?" - Uma mulher pergunta.

"Qual o motivo de toda essa comoção ?" - Uma voz feminina diz.

As pessoas começam a abrir caminho. Uma mulher posturada de cabelo longo cinza, olhos azuis, com um olhar calmo, vestindo um vestido rosa, com uma calda, e sapatilhas azuis chega perto de Mira, que vai para trás.

"Eu não vim aqui causar nenhum mal." - Mira diz.

"Uma pessoa da superfície… Qual o motivo de sua visita ?" - A mulher pergunta.

"Eu estava viajando pelo deserto de Nah'Bah, quando um terremoto estranho me jogou aqui." - Mira diz.

"Hmm… Eu vejo…" - A mulher diz. "Eu lhe dou boas-vindas à Kawashima."

"Uh… O que é esse lugar ?" - Mira pergunta.

"Somos fugitivos de Jiyūshima." - A mulher diz. "Eu sou uma sacerdotisa e atual comandante deste lugar. Meu nome é Suisei Sakamoto."

"Fugitivos de Jiyūshima ? O que aconteceu lá ?" - Mira pergunta.

"Eu te conto sobre isso enquanto te mostro o local." - Suisei diz, indo embora.

Mira segue Suisei. As duas começam a andar por uma área com algumas casas feitas de madeira.

"Não somos exatamente fugitivos de Jiyūshima. Nossos antepassados eram." - Suisei diz. "Eles descobriram essas ilhas e decidiram construir suas casas aqui."

"Ilhas ? Tem mais do que só essa ?" - Mira pergunta.

"Existem mais ilhas. E nós temos acesso à elas." - Suisei diz. "No entanto, essa é a única habitada por pessoas."

As duas vão para uma colina. Há mais ilhas, no horizonte, todas conectadas por pontes.

"É dali que tiramos nosso sustento." - Suisei diz.

O chão treme novamente, mas rapidamente para. Um rugido pode ser ouvido. Suisei continua em sua postura.

"O-O que é isso !?" - Mira pergunta, assustada.

"Isso é uma criatura que chamamos de Mephisto." - Suisei diz. "Geralmente, esta besta horrenda está dormindo. Mas algo está o deixando bem acordado, ultimamente."

"Provavelmente deve ser a esfera de chamas roxas." - Mira diz. "Me conta mais sobre esse bicho."

"É uma terrível fera que devora tudo pelo seu caminho, enquanto abre buracos pela terra." - Suisei diz.

"Então é um verme bem grande." - Mira diz.

"Pode-se dizer que sim." - Suisei diz.

"Eu consigo me livrar dele." - Mira diz.

"Impossível !" - Suisei diz. "Mephisto é muito grande para um humano lutar contra !"

"Mas vocês vão me ajudar." - Mira diz.

"Eu não vou colocar o meu povo em risco porque uma estranha diz que consegue ganhar daquela criatura." - Suisei diz.

"Pode ficar tranquila. Vocês não vão precisar lutar contra qualquer que seja essa coisa. Eu faço toda a parte de bater." - Mira diz.

"O que está sugerindo ?" - Suisei pergunta.

"Eu fiquei em uma ilha- Agora não é hora disso. Olha, pode-se dizer que eu sou especialista em lidar com minhocas grandes. Ok, isso não soou muito bem..." - Mira diz.

"O quer dizer ?" - Suisei diz.

"Pra resumir bastante, eu consigo matar essa coisa. Mas vou precisar da ajuda de vocês." - Mira diz.

Suisei encara Mira, incerta. Ela chega à uma conclusão. "Certo, eu aceito sua ajuda."

"Muito obrigada por confiar em mim." - Mira diz, sorrindo. "Agora, pode me passar mais informações sobre esse bicho ?"

"Mephisto é uma criatura enorme, que cava túneis pelas paredes desta caverna. Nós já o vimos ir para baixo. O que significa que é resistente contra pressão." - Suisei diz.

Mira põe a mão em seu queixo, pensativa. "O que significa que a casca é grossa."

"A criatura também é imune a afogamento, pois também vimos ela emergir de um lago." - Suisei diz.

"Hmm… Tem algum lugar amplo aqui, ou são só essas ilhas ?" - Mira pergunta.

Suisei nega com sua cabeça. "Só as ilhas."

"Espera… Como é que vocês sobem para cima. Assumindo que vocês sobem para cima." - Mira pergunta.

"Nós temos um meio de subir para cima, na verdade. Usamos para obter informações." - Suisei diz. Ela aponta para cima.

Mira olha para cima, mas tudo que vê é escuridão. "Uh… O que tem ali ?"

"A mesma coisa que tem em todos os lugares, ar." - Suisei diz. "Essa caverna é repleta de correntes de ar, que levam para todos os lugares. Usamos mantos feitos com um tecido resistente e flexível para nos locomover por elas."

"Essa é nova…" - Mira diz, surpresa. "Pode me ensinar a fazer isso ?"

"É extremamente fácil, na verdade. Tudo que você precisa fazer é usar o manto e abrir seus braços." - Suisei diz. "Quanto mais aberto seus braços estiverem, mais alto ou rápido você vai."

"Isso me deu uma ideia." - Mira diz. "Pode me emprestar um desses ?"

"Com todo prazer." - Suisei diz. Ela vai embora.

Minutos depois. Suisei volta com um manto verde em mãos. Ela o entrega para Mira.

Mira tira seu sobretudo e o amarra na cintura. Ela põe o manto. "Como eu fiquei ?"

"Ficou bom em você." - Suisei diz.

"O que eu faço agora ?" - Mira pergunta.

"Pule e abra seus braços." - Suisei diz.

"Ok…" - Mira diz. Ela se aproxima da beirada da colina. Mira pula. Ela abre seus braços. Vento começa a elevá-la. "C-Caramba ! Isso funciona mesmo !" - Mira acaba caindo. Ela abre seus braços novamente. "M-Melhor agora !"

"Leva um pouco de tempo para se acostumar." - Suisei diz.

"Tempo que eu não tenho." - Mira diz. "A propósito, você checou as outras coisas que eu pedi ?"

"Sim. Mas não entendi o motivo daquilo. Aquelas coisas não têm força o suficiente para causar nenhum dano em Mephisto." - Suisei diz.

"E não é pra fazer isso mesmo." - Mira diz.

Suisei inclina sua cabeça, confusa. "Então qual o motivo de termos feito isso ?"

"Confia em mim, tudo vai fazer sentido." - Mira diz.

Um homem chega. "Senhorita Suisei. Colocamos todos os explosivos nos locais que a senhora pediu."

"E bem na hora. Eu acabei de aprender o truquezinho de voar." - Mira diz.

"Tem mesmo certeza de que quer fazer isso sozinha ?" - Suisei pergunta.

"Certeza, CERTEZA, eu não tenho." - Mira diz. "Mas confio nas minhas habilidades. Se eu não conseguir ganhar de uma coisa gigante capaz de destruir uma civilização inteira em um piscar de olhos, não vou servir para nada…"

O chão começa a tremer novamente.

"Opa ! Essa é minha deixa." - Mira diz. Ela vai embora, voando.

"Tome cuidado." - Suisei diz, vendo Mira ir embora.

Mira se aproxima de uma ilha um pouco maior que as outras. "Ok. Eu falei para eles colocarem barris explosivos em locais específicos, direcionando a criatura para cá. Agora, aquela coisa deve estar chegando aqui em…"

O chão começa a tremer mais. De repente, do teto, uma larva coberta por pedras, com várias patas afiadas e com um bico cheio de dentes serrilhados, parecidos com os de uma pessoa, cai na ilha.

"Na mosca. Olá, Mephisto~" - Mira diz, confiante.

Mephisto rapidamente se recupera e dá um grito, fazendo Mira se desestabilizar. Ela rapidamente recupera sua postura e volta a planar com segurança. A criatura enrola metade de seu corpo na ilha.

Mira plana até a ilha e pousa nela. Mephisto grita novamente. "Ugh ! Já deu pra entender ! Você tá bravo !" - Ela pega suas bestas. "Vamos ver se você ainda vai conseguir gritar desse jeito, quando eu furar sua garganta inteira."

Mephisto levanta uma de suas patas e ataca Mira, que rola para o lado. A criatura tenta atacá-la novamente, mas Mira também desvia desse ataque. Ela se levanta rapidamente e começa a atirar nas patas. Mephisto puxa elas de volta.

"Então isso dói, huh ? Bom saber~" - Mira diz, dando um leve sorriso confiante.

Mephisto ataca com suas patas novamente, e, novamente também, Mira desvia delas e as ataca. A criatura grita mais uma vez e abre seu bico cheio de dentes. Mephisto se joga para cima.

"Droga ! Eu sei onde isso vai dar !" - Mira diz, correndo. Ela pula da pequena ilha e começa a flutuar.

Mephisto cai, quebrando a ilha completamente. Mira plana até outra ilha. Ela olha para os escombros. De repente, Mephisto começa a escalar a ilha em que ela está. Rapidamente, a criatura chega ao topo e se prende em volta do local novamente.

"Tch. Você é mais chato do que parece." - Mira diz. Ela volta a atirar em Mephisto, correndo pelo local.

Mephisto começa a se chacoalhar. Algumas pedras começam a cair do corpo da criatura.

Mira começa a atirar nelas, as quebrando. "Ainda bem que eu tenho essas armas-" - Ela olha para trás. A parte de trás de Mephisto acaba acertando Mira, que é jogada em uma parede e cospe sangue. Ela se recupera um pouco e começa a flutuar. "Ugh… Nem eu vi essa chegando…"

Mephisto começa a gritar novamente.

"Essa coisa tem de ter um ponto fraco." - Mira diz, olhando Mephisto de cima à baixo. "O problema é que não tem nada… E esse corpo feito de pedra é extremamente resistente. Espera…" - Ela olha para a patas da criatura. "Se o corpo dele é feito de pedra, por que só as patas são diferentes ?"

Mephisto começa a se chacoalhar novamente. A criatura joga as pedras em Mira, que consegue desviar delas.

Mira flutua até a ilha em que Mephisto está e cai nela. "Pronto pra outra porrada ?"

Mephisto bate com uma de suas patas em Mira, que desvia e atira nela. Ela desvia de outra pata, se jogando para o lado e também atira nela. Mira pula para trás, desviando de mais uma pata e atirando nela. A criatura tenta bater sua parte traseira em Mira novamente, mas ela atira no chão, se impulsionando para cima, e desvia do ataque. Mephisto joga mais pedras nela, mas Mira começa a atirar nelas. Uma das pedras acaba a acertando, jogando ela para outra ilha.

Mira põe a mão em sua cabeça, enquanto se levanta. "Ugh… Isso tá virando um círculo vicioso…"

Mephisto quebra a ilha em que estava e vai para a ilha em que Mira está novamente. Mira começa a atirar na criatura novamente, mas as balas batem na pele de pedra e são ricocheteadas. Mephisto abre seu bico mais uma vez. A criatura se joga para cima. Mira da um leve sorriso. De repente, um domo de cristais coloridos, parecido com um vitral, se forma em volta da ilha. Mephisto bate nesse domo e acaba caindo.

"Truquezinho legal, né ? Eu chamo de Crystallum Testudine." - Mira diz. "Quer ver uma outra coisinha legal que ele consegue fazer ?" - Ela atira para cima. De repente, o tiro acerta a cabeça de Mephisto. Mira atira para trás, a bala bate em uma parede do domo e volta na criatura. "Divertido, né ? Então você vai amar o que eu vou fazer~" - Ela começa a atirar para todos os lados.

As balas de Mira começam a ricochetear nas paredes e voltar em Mephisto. Quando as balas acertam a criatura, também são ricocheteadas, mas batem nas paredes e voltam para Mephisto. As pedras começam a rachar, até que se quebram. O corpo de Mephisto é pálido, gosmento, pulsante e repleto de veias roxas.

"Heh, sabia~ Se suas patas não estão cobertas por pedra, é porque as pedras não fazem parte do seu corpo." - Mira diz, confiante.

Mephisto grita novamente. A criatura abre seu bico e avança na direção de Mira, que encaixa uma de suas bestas na frente da outra, formando uma arma maior. Ela fecha um olho e começa a se concentrar. Mephisto se aproxima dela. Mira atira, indo um pouco para trás com o tiro. A bala entra pelo bico da criatura e facilmente rasga seu interior, saindo pela parte traseira e acertando o domo, que se quebra. Mephisto cai no chão, morto.

"Hah… Hah… Acho que eu exagerei um pouco…" - Mira diz, ofegante.

De repente, o corpo de Mephisto começa a inchar. A criatura explode. Os restos acabam acertando Mira. Ela escuta alguns gritos. Mira olha para trás e vê Suisei e o povo de Kawashima. Eles voam para a ilha em que Mira está.

"Você realmente conseguiu !" - Uma garota diz, animada.

"A moça estranha matou o bicho gigante !" - Um garoto diz.

"Eu não sei o que dizer." - Suisei diz. "Não existem palavras que possam demonstrar nossa gratidão pelo que fez. Te daremos o que quiser. Pode pedir. Ouro, comida, uma casa. Qualquer coisa."

Mira respira fundo. Ela começa a vomitar.

"T-Tudo bem com você !?" - Suisei pergunta, preocupada.

"…Eu quero um banho…" - Mira diz. Ela volta a vomitar.

Algum tempo depois. Mira está na frente de um precipício. Suisei está com ela.

"Realmente não quer nada ?" - Suisei pergunta.

"Não, obrigada." - Mira diz, sorrindo. "O banho já foi o suficiente."

"Poderia ficar um pouco mais ?" - Suisei pergunta.

Mira nega com sua cabeça. "Sinto muito, mas tem uma coisa que preciso fazer. Mas definitivamente eu volto aqui. E eu vou trazer meus amigos comigo."

"Ficaremos felizes em recebê-los." - Suisei diz, sorrindo.

Mira pula e começa a voar para longe. "Tchau ! Se cuida !"

Suisei acena para Mira. "Estaremos te esperando !"

Mira desaparece, na escuridão da caverna.

"Oh ! Esqueci de perguntar o nome dela e avisá-la !" - Suisei diz. "Bom, acho que não há nenhum perigo. Aquela moça é forte. Pode se defender, caso Miranda tente atacá-la."


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