Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 16
Black Lambs




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Cirius sai de seu quarto. Ele solta um bocejo e começa a se espreguiçar, enquanto anda. "Ugh… ! Hah... Não precisar andar é uma maravilha." - Cirius chega até a cozinha.

Mira e Galadriell estão no local, se alimentando. Elas notam Cirius e o cumprimentam com um sorriso.

"Bom dia, maninho." - Mira diz.

"Uma bela manhã para você, Cirius." - Galadriell diz.

"E aí, gente." - Cirius diz. Ele se senta junto às duas. "Descansaram bem ?"

"Feito uma pedra. Você não faz ideia do quanto eu precisava disso." - Mira diz.

"Eu também. Toda aquela caminhada já tava começando a transformar minhas pernas em macarrão." - Cirius diz.

"Esse descanso foi realmente muito bom. É revigorante deitar em uma cama depois de tanto tempo dormindo no chão." - Galadriell diz.

"Eu que o diga…" - Cirius diz.

"P-Perdão ! Não queria trazer más memórias !" - Galadriell diz, preocupada.

"Nah, eu tô tranquilo." - Cirius diz. "Tô bem mais tranquilo agora que você tá aqui."

"Eu também fico mais aliviada por estar junto a todos novamente." - Galadriell diz.

"Falando em todos, alguém viu os pombinhos ?" - Cirius pergunta.

"Èris acordou cedo e preparou café para todos e depois disse que foi treinar um pouco." - Mira diz.

"Kaito a seguiu, dizendo que ia atormentá-la." - Galadriell diz.

"Por que é que isso não me surpreende ?" - Cirius se pergunta.

"E a Luna ? Como é que ela tá ?" - Mira pergunta.

"E como é que EU vou saber !?" - Cirius pergunta, envergonhado.

"Pensamos que estaria tomando conta dela. Afinal, foi o único que já passou pela experiência de vê-la daquele jeito antes." - Galadriell diz.

"Eu não falei com ela ainda." - Cirius diz.

Mira dá um olhar ameaçador para Cirius. "Eu falei com ela, agora a pouco. A Luna tá bem, por incrível que pareça. Só, ainda um pouco abalada por causa da Stella." - Ela solta um suspiro, desapontada. "Pelo menos EU penso nos nossos amigos."

"Não é minha culpa, ok !" - Cirius diz, bravo. "Eu tinha coisas mais importantes para fazer !"

"Mais importantes do que seus companheiros ?" - Galadriell pergunta.

"Claro ! Tirar um ronco maneirasso é mais importante do que se preocupar com meus amigos." - Cirius diz.

Mira respira fundo. Ela solta o ar. "Eu dou cinco segundos pra você sair da minha frente."

"E-Eh !? Mas eu tava cansado !" - Cirius diz.

"...Três..." - Mira diz.

"D-Droga !" - Cirius diz, desesperado. Ele se levanta rapidamente e vai embora, correndo. "Só pra que fique claro, eu sou inocente !"

Galadriell vira sua cabeça para Mira, assustada. "Você é uma mulher amedrontadora…"

"Não." - Mira diz. Ela pega uma xícara elegantemente, bebe um pouco e dá um leve sorriso. "Hah… Eu sou uma mulher de classe."

Galadriell continua encarando Mira, assustada. "…Certo…"

Algum tempo depois. Cirius vai até convés do navio. Èris está balançando suas espadas, treinando, enquanto Kaito está sentado, a observando.

Cirius se aproxima de Kaito. "Yo !"

"Yo, carinha ! Tudo tranquilo ?" - Kaito pergunta.

"Tranquilo." - Cirius diz. "Tá fazendo o quê ?"

"Vendo a cavaleira balançar a espada pra lá e pra cá." - Kaito diz.

Èris para. Ela se vira para Kaito, brava. "Eu já disse que estou treinando ! Pedi a ajuda de alguém, mas tudo que essa certa pessoa faz é ficar parado, falando na minha cabeça !"

"São palavras de encorajamento !" - Kaito diz, bravo. "Eu tô te dando apoio emocional !"

"Mas apoio emocional não é o suficiente ! Nesse momento, preciso de apoio físico !" - Èris diz.

"Agora não, tô cansado." - Kaito diz. "Eu dou todo o 'apoio físico' que você quiser de noite."

Èris se envergonha. "E-Eu não-" - Ela se interrompe e volta a treinar.

Kaito dá um sorriso presunçoso. "Funciona toda vez~"

"…Você é um otário…" - Cirius diz.

Kaito põe as mãos em sua nuca e se deita, sorrindo. "E com muito orgulho. Agora, vê se vai azucrinar outra pessoa, que eu tenho que descansar mais. Ainda não tive meu segundo sono da beleza."

Cirius tenta dizer algo, mas desiste e vai embora. Algum tempo depois. Ele está andando por um corredor. Cirius para em frente à uma porta. Ele levanta sua mão, mas a abaixa e vai embora.

A voz de Luna pode ser ouvida por trás da porta. "Marido pode entrar."

Cirius se assusta. "E-Eh !? Como é que você sabe dessas coisas !?"

"Luna tem um bom olfato." - Luna diz. "Luna precisa da ajuda de marido."

"Ok..." - Cirius diz, apreensivo. Ele abre a porta e entra no quarto.

Há livros espalhados por todos os cantos. Luna está sentada em sua cama, lendo um livro. Ela está usando óculos.

"P-Pra que todos esses livros ?" - Cirius pergunta, surpreso.

"Luna precisa melhorar o jeito de Luna falar, então Luna decidiu ler mais. Mas tem alguma coisa errada. Luna não consegue ler direito." - Luna diz.

"Uh… Luna… Por que você tá com essa coisa na sua cara ?" - Cirius pergunta, apontando para os óculos.

"Kaito disse que isso ajuda a ler melhor. Além disso, Luna acha que isso fica fofo em Luna." - Luna diz.

Cirius solta um suspiro, desapontado. "Luna… Você enxerga melhor do que todo mundo, não precisa de óculos."

"Ah." - Luna diz. Ela pega os óculos e os joga fora. "Whoa ! Luna enxerga bem melhor, agora !"

Cirius dá um tapa em seu próprio rosto, inconformado. "Só pode ser brincadeira…"

"Obrigada, marido !" - Luna diz.

"Ótimo. Problema resolvido." - Cirius diz. Ele se vira e vai embora.

"Espera !" - Luna diz.

Cirius para. "O que foi agora, hein ?"

"Luna ainda precisa da ajuda de marido." - Luna diz. "Esses livros são cheios de palavras que Luna não sabe o que significa e não consegue ler."

"E você quer que eu te ajude ?" - Cirius pergunta.

Luna concorda com sua cabeça.

"Luna, POR QUE você quer aprender a falar melhor ? A gente já entende o que você diz." - Cirius diz. "…Na maioria das vezes."

Luna fecha seus punhos e abaixa sua cabeça. "…Stella tinha razão, Luna precisa amadurecer mais... E, agora que Luna tem de governar Suldania, Luna quer ser igual a mamãe. Mamãe sabia mandar e falava bem. Além disso, amigos devem estar ficando irritados com o jeito que Luna fala."

Cirius tenta dizer alguma coisa, mas se interrompe. Ele caminha até a cama e se senta ao lado de Luna. Cirius dá um leve sorriso e começa a fazer carinho na cabeça dela. "Luna, amadurecer faz bem, mas você ainda é você, por dentro. Não pode simplesmente mudar quem é e achar que isso vai resolver todos os problemas."

"Mas Luna não quer ser um incômodo…" - Luna diz, triste.

"Você não é um incômodo, Luna." - Cirius diz. "…Na maioria das vezes."

"Então o que Luna faz ? Luna não sabe… Luna só quer uma resposta…" - Luna diz.

"Infelizmente, eu não vou poder te ajudar nessa." - Cirius diz. "O que você faz da vida é sua escolha."

"…Certo…" - Luna diz.

"Mas…" - Cirius diz.

Luna levanta sua cabeça.

Cirius pega um livro. "Se é isso mesmo que você quer, eu posso te ajudar."

Luna se anima. "Marido está falando sério ?"

"Eu ia pegar um livro, se não tivesse ?" - Cirius pergunta, sorrindo.

"Marido é o melhor marido do mundo !" - Luna diz. Ela aponta para uma palavra no livro. "Luna quer saber como ler isso e o que significa."

"Parcimônia ?" - Cirius pergunta.

Luna concorda com sua cabeça.

"Isso é fácil." - Cirius diz, confiante. "Parcimônia é… Parcimônia é quando… Parcimônia é uma… Uh…"

"Marido não faz ideia do que essa palavra significa, não é ?" - Luna pergunta.

"Escuta, eu sou um idiota, ok !" - Cirius diz, bravo.

"Tudo bem. Luna gosta de marido, mesmo marido sendo idiota." - Luna diz, sorrindo.

"Não concorda comigo !" - Cirius diz, bravo. Ele solta um suspiro. "No que eu fui me meter… ?"

Algum tempo depois.

Cirius está andando em um corredor. Ele solta um bocejo. "Finalmente terminou… O problema é que todo mundo já foi dormir…" - Cirius se espreguiça. Ele sente uma dor em suas cotas "Ugh ! Eu preciso descansar mais…" - Cirius chega até a porta de seu quarto.

De repente, uma doce voz feminina pode ser ouvida, cantarolando uma canção.

"Eh… ? Eu achei que todo mundo tinha ido dormir…" - Cirius diz, confuso. Ele começa a andar pelo local, seguindo a voz. Cirius chega no deck principal e se espanta com o que vê.

Quem está cantarolando é Demiurges. Ela está olhando para o horizonte. Demiurges termina de cantarolar e se vira. Ela nota Cirius e se espanta um pouco. "Oh ! Há quanto tempo está aí ?"

"Não adianta de nada espionar a gente ! Nós vamos derrotar você !" - Cirius diz, bravo.

"Estou surpresa que ainda não tentou cortar minha garganta." - Demiurges diz.

"Eu não sou um monstro, que nem você." - Cirius diz. "Prefiro resolver as coisas na conversa."

"Já fez sua decisão ?" - Demiurges pergunta. "Vai se juntar a mim e ser venerado como uma das novas divindades deste mundo, ou andará o mesmo caminho que os seres desta terra ?"

Cirius pega Yaldabaoth e corre na direção de Demiurges.

"Então é assim que as coisas serão..." - Demiurges diz. "Joyeuse." - Ela pega uma espada de cabo preto, com uma lâmina vermelha com vários segmentos. Demiurges põe essa lâmina na frente de seu corpo.

Cirius passa por Demiurges. Os dois ficam de costas um para o outro. De repente, sangue começa a escorrer pelo rosto de Cirius. Há um corte em sua testa.

"Que isso sirva como um lembrete-" - Demiurges diz, se interrompendo quando vê que há um pequeno corte em sua mão. Ela se afasta de Cirius e olha para seu machucado, surpresa. "Como… ?"

"Nem humano, nem divindade. Eu vou andar no caminho feito pelas minhas próprias mãos." - Cirius diz. "E, que fique bem claro que…" - Cirius se vira e aponta Yaldabaoth para Demiurges. "…nós vamos andar por esse caminho juntos, mãe !"

Demiurges segura o cabo de Joyeuse com mais força. Ela dá um leve sorriso. Demiurges abre um portal e entra nele. O portal rapidamente se fecha. A voz dela pode ser ouvida, ecoando pelo local. "Estarei esperando por você e seus amigos no centro de toda a criação. Até lá, viva, sofra e brilhe, meu filho."

Cirius fraqueja e deixa Yaldabaoth cair. Ele põe a mão na ferida em sua testa. "Tch. Já sei de quem eu puxei essa minha teimosia."

O mar começa a ficar mais agitado. As ondas batem no navio, fazendo ele começar a se mexer. Um grito alto e estridente pode ser ouvido.

Cirius pega Yaldabaoth novamente. "Mas que droga tá acontecendo agora ?!" - Ele corre até a borda do navio.

Há um enorme redemoinho na água, puxando o navio. Tentáculos pretos, com espinhos, estão saindo do meio desse redemoinho.

"Era só o que me faltava !" - Cirius diz, bravo.

O grupo chega.

"Luna sabia que intuição estava certa !" - Luna diz.

"Eu também senti, Luna." - Èris diz. "É uma presença muito forte para não sentir."

"O que está acontecendo ?" - Galadriell pergunta.

"Aquela coisa tá tentando matar a gente !" - Cirius diz.

"Ótimo ! O que você fez pra irritar aquilo ?! E por que tua cara tá cheia de sangue ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Eu lá tenho cara de quem mexe com a vida marítima ?!" - Cirius pergunta, bravo.

"Vocês vão ter muito tempo pra se matarem quando sairmos daqui !" - Mira diz. Ela pega suas bestas e começa a atirar.

"E o que você quer que EU faça ?! É a única com uma arma aqui !" - Cirius diz.

"Se vira ! Você consegue copiar habilidades, copia alguma coisa que ataca de longe !" - Mira diz.

"É mais fácil falar do que fazer !" - Cirius diz.

Alguns tentáculos seguram o navio.

"Oh." - Cirius diz.

O grupo começa a atacar os tentáculos que agarraram o navio. Eles percebem que esses tentáculos têm escamas.

"Eh !? Desde quando polvo tem isso ?" - Kaito pergunta.

Luna entra na frente de Kaito e segura um tentáculo que ia atacá-lo. Ela força, até que consegue jogar esse tentáculo para a frente. "Não é um polvo. Isso é um Kraken !"

"Saúde." - Kaito diz.

"Luna não espirrou." - Luna diz.

"Kraken é uma criatura mitológica, Kaito." - Èris diz. "Dizem as lendas que essa criatura afunda qualquer embarcação que chega perto do seu ninho e come os tripulantes um por um. E não para só aí ! Dizem também que as almas das pessoas que são comidas por essa criatura são torturadas pelo resto da eternidade !"

"Ótimo ! Quantas vezes vamos ter que bater em uma coisa grande que vive na água ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Você não vai precisar mais reclamar, se eu te jogar na água !" - Mira diz.

Os tentáculos seguram o navio com mais força. Algumas rachaduras começam a aparecer.

"Rápido ! Segurem-se em algo que flutue !" - Galadriell diz.

O navio se quebra. Kaito rapidamente põe algumas pedras em suas luvas e cria um pedaço de gelo, que segura todos.

"Pensou rápido." - Cirius diz.

"O que eu posso dizer ? Sou um homem de ação." - Kaito diz, confiante.

"Aja mais. Ainda não terminou." - Èris diz.

Os tentáculos estão circulando o pedaço de gelo.

"Luna, isso tem alguma fraqueza ?" - Cirius pergunta.

"Não que Luna saiba." - Luna diz.

"Mas que maravilha…" - Mira diz.

"E agora ? O que vamos fazer ?" - Cirius pergunta.

"Porrada, carinha. Vamos resolver isso na boa e velha porrada." - Kaito diz.

Um barulho de explosão é ouvido. De repente, algo acerta um dos tentáculos perto do grupo e explode. Mais coisas acertam os tentáculos, também explodindo. O grupo se vira e vê três navios negros, com bandeiras vermelhas e canhões entrando no redemoinho.

"Piratas ? Aqui ?" - Mira pergunta.

"Qual a surpresa ? São piratas. Tão em todos os lugares." - Kaito diz.

"Piratas !" - Cirius diz, animado.

"Marido ama piratas, não é ?" - Luna pergunta.

"Quem em sã consciência, nesse enorme mundo, não ama piratas ?" - Cirius pergunta.

"Quem é atacado por piratas ?" - Èris pergunta.

"Pergunta retórica." - Cirius diz.

"Pergunta o quê ?" - Luna pergunta, confusa.

"Te ensino depois." - Cirius diz.

As embarcações começam a atirar nos tentáculos, que voltam para dentro da água.

"Uhu ! Piratas são demais !" - Cirius diz, animado.

"EI ! VOCÊS ESTÃO BEM ?" - Uma voz feminina distante grita.

Um navio negro ainda maior, com mais canhões, três bandeiras vermelhas e com um grande crânio de bode feito de ferro na frente começa a se aproximar do grupo. Uma escada de corda é jogada.

"SUBAM !" - A voz feminina grita.

Um a um, o grupo sobe na escada. Eles estão em um grande convés, cheio de piratas.

Um dos piratas se aproxima deles. "Se safaram por pouco, huh ?"

"Pode apostar ! Se não fosse por vocês, a gente já tinha ido por água abaixo." - Cirius diz.

"Muito obrigada pela sua ajuda, nobre senhor." - Galadriell diz.

"Que nada. Nesses tempos de hoje, o mar não tá pra peixe. Nós, irmãos de água salgada, temos que nos manter unidos contra o que der e vier." - O pirata diz. "Além disso, agradeça a capitã Mary por ter visto vocês."

"Capitã ? Maneiro ! Onde ela tá ?" - Cirius pergunta, animado.

"Assim que toda essa bagunça terminar, ela vai aparecer aqui." - O pirata diz.

"Homens ! Virem as velas ! Vamos dar o fora daqui !" - A voz feminina diz.

"Certo, capitã !" - Os piratas dizem. Eles começam a correr e virar as velas.

"Espera aí ! Vão abandonar seus colegas ?" - Mira pergunta.

"Essa tá longe de ser a nossa primeira vez aqui !" - O pirata diz.

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Luna não entendeu…"

Os navios começam a ir contra o fluxo do redemoinho. Pouco a pouco, eles começam a sair da armadilha de água, até que finalmente conseguem. Os navios vão embora. As coisas se acalmam e todos voltam aos seus postos.

"Navios que conseguem ir contra as forças da natureza ? Mas que embarcações curiosas." - Èris diz, pensativa.

"Sai de baixo !" - A voz feminina grita.

"Eh-" - Cirius diz, sendo interrompido quando algo cai em cima dele.

O que caiu em Cirius foi uma Korgen carneira de lã preta, olhos amarelos, vestindo um colete de couro, uma camisa vermelho escuro, um sobretudo azul escuro aberto, calças pretas, botas com salto marrons, usando um chapéu de pirata também preto, com uma pena vermelha nele, e com uma pistola de pólvora prata e uma espada em sua cintura.

"Deixa eu adivinhar, você é a capitã." - Kaito diz.

"O que entregou ?" - A capitã pergunta, ironicamente.

"Ficamos muito agradecidos por ter nos salvo." - Galadriell diz.

"Pfftt ! Que nada ! Nós, irmãos de água salgada, temos que nos unir nesses tempos difíceis." - A capitã diz. "Prazer, meu nome é Mary Ann Lamb, capitã dos piratas Black Lambs, e do navio mais poderoso de toda Bastion Spei, Little Lamb."

"Lamb demais, pra capitã de menos..." - Kaito diz.

Cirius se levanta, passando a mão em sua cabeça. "Ugh… Eu tô bem… Obrigado pela consideração, gente…"

"Meu nome é lindo e vou usar ele quantas vezes eu quiser." - Mary diz. "Agora, o que vieram fazer no 'Poço do Pecado' ?"

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Poço... ?"

Mary encara todos, por alguns segundos, e também inclina sua cabeça. "Eh ?"

"Como assim 'eh' ?! Você quem falou esse nome idiota !" - Kaito diz, bravo.

"Todo pirata conhece o Poço do Pecado." - Mary diz. "Vocês não são piratas ?"

"Luna e amigos não são piratas. Luna e amigos estão viajando." - Luna diz.

"Eu sou um pirata ! Por dentro…" - Cirius diz.

Mary solta um suspiro, desapontada. "E eu achando que ganhamos mais ajuda…"

"Ajuda ?" - Luna pergunta.

"Não somos piratas, mas podemos ajudar." - Èris diz.

"Deixa quieto. Isso é assunto de pirata pra pirata. Amantes de terra não tem nenhum envolvimento nisso." - Mary diz.

"Essa não é a melhor coisa que alguém que precisa de ajuda pode dizer." - Mira diz.

"Não, ela tem toda razão, maninha. Piratas têm de defender sua honra com unhas e dentes. Espadas e armas, no caso. Se a gente interferisse, ia ser uma desonra." - Cirius diz.

"Hmm… Pode não ser um pirata, mas tem o espírito de um. Gostei de você, garoto." - Mary diz. "Beleza, podem ajudar."

Cirius se anima. "Jura ? Valeu !"

Kaito dá um tapa em seu rosto, inconformado. "Só pode ser brincadeira… Eu quero um dia de paz, droga !"

Èris puxa a orelha de Kaito. "Não negue ajuda pra alguém que precisa !"

"Ugh ! F-Foi mal, cavaleira ! Não tá mais aqui quem disse !" - Kaito diz.

"Só espera todo mundo se juntar, que eu conto tudo. E vocês conhecem o resto da tripulação." - Mary diz.

"Honestamente, eu não esperava menos daquelas lesmas. E elas ainda têm coragem de se chamar de piratas." - Uma voz jovem masculina diz.

O grupo olha para o lado e vê um jovem de cabelo bagunçado preto, com uma mecha verde, olhos vermelhos, com a pele dos braços e pescoço com algumas escamas, um chifre no meio da testa e uma cauda fina, todos pretos, vestindo uma camiseta verde, um colete de couro, calças bege e sapatos marrons.

"Compreensível como sempre, Fulgur." - Mary diz, revirando seus olhos.

Fulgur pula para perto do grupo. "Heh, gente nova ? Se forem espertos, já sabem qual capitão vão escolher." - Ele limpa sua garganta. "O que não é o mais lento, é claro."

"Que Korgen esquisito…" - Cirius diz.

"Isso não é um Korgen, marido." - Luna diz. "Na verdade, moço estanho é um Quetzal."

"Que… Quetz… Como é que é ?" - Kaito pergunta, confuso.

"Quetzal são como Luna, mas especiais." - Luna diz.

"Huh, uma Mamori. Já vi alguns de vocês antes, no meu vilarejo." - Fulgur diz, olhando Luna de cima à baixo. "É isso mesmo, não somos nem um pouco iguais. Ela é uma criatura. Eu sou um ser evoluído."

"Ei !" - Luna diz, brava.

"Qual é seu problema, hein ?!" - Cirius pergunta, bravo.

Mary soca a cabeça de Fulgur. "Vai pro seu canto !"

"Ugh ! Foi mal, chefia !" - Fulgur diz, em dor. Ele vai para um canto.

"Luna, o que exatamente é um Quetzal ?" - Mira pergunta.

"Luna não sabe explicar direito." - Luna diz. "É como Luna, mas não é."

"Sua amiga aí é o resultado do que acontece quando um humano e um Korgen se amam mais do que deveriam. Os Quetzal são quase assim. São basicamente o resultado de uma noite bem romântica entre um humano e um dragão puro, ou só dois Quetzal mesmo." - Mary diz.

O grupo se espanta. "U-Um dragão puro !?"

Mary concorda com sua cabeça. "Um dragão puro."

"Mas dragões puros não são criaturas anciãs, que estão em Bastion Spei desde a sua criação ?" - Galadriell pergunta.

"Eu não sei muita coisa sobre o carinha. Nem perguntei, pra ser sincera." - Mary diz.

"E como é que você chama alguém que nem conhece pra sua tripulação ?!" - Kaito pergunta.

"Simples. Ele merece." - Mary diz.

"Ah, sim. Claro. Isso explicou muuuita coisa." - Kaito diz, revirando seus olhos.

"Todos aqui são vítimas do Imperador dos Oceanos." - Mary diz.

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Vítimas de… quem ?"

"Imperador dos Oceanos. É o nome do ser mais perverso que esses mares já encontrou." - Mary diz. "Ele é um sádico desgraçado que teve a sorte de ganhar poder."

"Não é a primeira vez que eu me encontro com um desses." - Kaito diz.

"Explique melhor, por favor." - Èris diz.

"O Imperador dos Oceanos é um pirata que conseguiu colocar as mãos em um artefato que garante poder para qualquer um." - Mary diz. "Desde então, ele usa esse artefato para atrair piratas idiotas o suficiente de cair nos contos dele."

"Então ele engana as pessoas, huh." - Mira diz.

"Não é enganação, você realmente fica mais forte. O problema é que ele só não diz que você precisa continuar usando o poder do artefato para continuar forte." - Mary diz.

"Deixa eu adivinhar, ele te vicia e faz você jurar lealdade, pra te dar mais." - Kaito diz.

Mary concorda com sua cabeça. "E se você não quiser, ele te tranca, até a hora que decide te matar."

"Tch. Esse tipo de pessoa me dá nos nervos." - Cirius diz.

Os três navios começam a se aproximar ao de Mary.

"Já era hora." - Mary diz. "Assim que todos estivermos juntos, vamos discutir melhor as coisas."

Cirius se anima. "Huuu ! Eu mal posso esperar !"

"Você, uh…" - Mira diz, não conseguindo achar palavras para continuar. "Quer saber ? Tato faz."

"Desculpe a demora, capitã. As ondas não estão afim de colaborar hoje." - Uma mulher de voz forte diz.

"Sim. Quase não conseguimos, mas a senhorita Vipera realmente nos salvou." - Uma jovial, delicada e gentil voz feminina diz.

O grupo olha para trás e vê uma mulher de cabelo longo preto, com uma mecha cobrindo seu olho direito, olho esquerdo amarelo, vestindo um sobretudo laranja, com detalhes pretos, uma calça vermelha, botas marrons e com duas adagas de lâmina curvada em sua cintura. Ao lado dela, há uma mulher jovem vestindo uma camiseta de couro preta sem mangas, mostrando sua barriga, uma calça também preta, botas marrons, usando luvas também de couro e um manto preto, com vários desenhos de olhos vermelhos perturbadores nele, cobrindo completamente seu rosto.

"O pessoal que a gente resgatou tá bem, capitã ?" - Vipera, a mulher de voz forte, pergunta.

"Tá todo mundo inteirinho." - Mary diz. "Além disso, eles tão afim de ajudar a gente."

"Aí sim !" - Vipera diz, animada. Ela dá um tapa nas costas da garota coberta pelo manto, quase derrubando ela, e abre um sorriso. "Você não vai mais ser a novata, huh."

A garota está parada, olhando para o grupo. Ela fecha seus punhos e corre na direção deles.

"E-Epa ! O que foi !?" - Mary pergunta, surpresa.

A garota passa por Mary, em silêncio. Ela prepara seu punho e ataca Cirius, mas Luna rapidamente entra na frente e defende ele. Ela força, jogando a garota para trás.

"Qual o problema de moça estranha-" - Luna diz, se interrompendo, quando sente o cheiro de algo. "…Sangue…"

"Sangue ?" - Cirius pergunta.

A jovem descobre seu rosto. É Rosaria. Ela dá um sorriso caloroso para o grupo. "Olá~"

"Rosaria !" - O grupo diz.

"Mar pequeno, huh. Então vocês já se conhecem ?" - Vipera pergunta.

"Tá de brincadeira ? Essa aí é minha irmã mais velha !" - Cirius diz.

Galadriell limpa sua garganta. "Eu também."

"E eu." - Mira diz.

"Detalhes." - Cirius diz.

"Ótimo. Já que se conhecem, isso me ajuda a não ter que explicar nada." - Mary diz. "Já mandaram os navios pra 'aquele lugar' ?"

"Yup." - Vipera diz.

"Sim." - Rosaria diz.

"Onde, exatamente, é 'aquele lugar' ?" - Mira pergunta.

"Eu gostaria de dizer que posso fazer uma piada previsível, mas, como estou tentando criar mais maturidade, não vou." - Kaito diz. Ele permanece em silêncio, por alguns segundos. "…Pfftt ! Nah, claro que não." - Kaito respira fundo. "No seu-" - Ele é rapidamente interrompido por Èris, que tapa a boca dele.

"Eu e você precisamos ter uma conversinha..." - Èris diz, tentando esconder sua raiva. "Capitã Mary, onde são os aposentos ?"

Mary aponta para uma direção.

"Muito obrigada." - Èris diz. Ela começa a puxar Kaito pela orelha.

"Eu sou um homem inocente ! EU SOU UM HOMEM INOCENTE-" - Kaito diz, sendo interrompido quando Èris o arrasta para dentro de uma porta e a fecha.

"Ok…" - Vipera diz, confusa.

"…Graças aos dez, eu sou solteiro..." - Cirius diz.

"Por enquanto~" - Luna diz, piscando para Cirius.

"Nem começa." - Cirius diz.

"Espera um segundo aí. Você não era muda, Rosaria ?" - Mira pergunta.

"Infelizmente, eu era…" - Rosaria diz.

"Vamos discutir isso com uma boa bebida. Que tal ?" - Mary pergunta.

"Pra mim, não tem problema." - Cirius diz.

"Há um bom tempo que não bebo. Seria bom relembrar o gosto do álcool." - Galadriell diz.

"Então tá certo." - Mary diz. "Marujos ! Redirecionem as velas para Thousand Stars Cove !"

"Certo, capitã !" - Os piratas dizem.

Todos começam a correr para algum lado.

"Thousand Stars Cove ?" - Mira pergunta.

"Nosso esconderijo." - Vipera diz.

"Vamos. Espero que não encham a cara fácil, porque eu tenho mais bebida do que existe água nesse oceano." - Mary diz, indo embora.

O grupo segue Mary. Algum tempo depois. Eles estão sentados à mesa, conversando. Kaito, Èris e os capitães também estão juntos.

Kaito morde um pedaço de carne, toma um grande gole de sua bebida e bate a caneca na mesa. "Hah… É disso que eu tô falando ! Se eu soubesse que podia fazer isso a hora que eu quisesse, tinha virado pirata há muuuito tempo atrás."

"Gostei desse cara." - Mary diz.

"Idem, capitã. Idem." - Kaito diz.

"E então, Rosaria. Como foi que conseguiu voltar a falar ?" - Mira pergunta.

"Você era muda ?" - Fulgur pergunta.

"Vocês não sabiam !?" - Galadriell pergunta, surpresa.

"Foi antes de eu me juntar a tripulação." - Rosaria diz. "Bem antes, na verdade. Em Jyūshima."

"Jyūshima, huh ? Então você sabe alguma coisa sobre os outros." - Èris diz.

"Sim…" - Rosaria diz, triste.

"Pela sua cara, não são notícias boas." - Kaito diz.

"Temo que você esteja certo." - Rosaria diz. "Claude recebeu uma carta de uma conhecida em Jyūshima dizendo que a situação lá estava extremamente caótica, e que os Wrath haviam tomado conta do lugar. Então, ele, eu, Decker e Vega fomos para lá."

"E as coisas estavam ruins ?" - Luna pergunta.

"Piores." - Rosaria diz. "Não conseguíamos dar um passo sequer sem nos depararmos com o cadáver de uma pobre vítima..."

"Mas isso é muito estranho…" - Èris diz, pensativa. "Tudo bem, todos sabemos que Jyūshima tem uma grande concentração de Wrath. Mas o que causou esse repentino aumento na população ?"

"Foi um emissário 'Dela'." - Rosaria diz.

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Emissário... ?"

"Tch. Droga, mãe. Dá um tempo." - Cirius diz, bravo.

"NÃO !" - Rosaria diz. Seu tom de voz elevado assusta a todos.

"E-Eh !?" - Kaito diz.

Rosaria se acalma. "Perdão, não quis elevar minha voz…"

"O que foi ?" - Mira pergunta.

"Cirius, isso não é obra da mamãe ! Ela não faria uma coisa dessas !" - Rosaria diz.

"…Eu também não queria acreditar. Mas olha só no que aconteceu." - Cirius diz. "Acha mesmo que isso é obra de alguém inocente ?"

"Mas a mamãe nunca destruiria Jyūshima. Ela tem amigos lá." - Rosaria diz.

"Huh, isso é uma surpresa." - Kaito diz.

"Demiurges tem amigos ?" - Galadriell pergunta.

Rosaria concorda com sua cabeça. "Vários. Uma delas é a tia Huli Jing. Foi ela quem me fez essas roupas, usando pele de Wrath. Tem a Goeng, que é uma fofura, e também é muito boa com pinturas. A irmãzona Momotarou também gosta da mamãe. Tinha… Ele…"

"Ele quem ?" - Cirius pergunta.

Rosaria olha para Cirius. Ela ignora ele. "Tem várias pessoas que gostam da mamãe lá."

"Tá, a gente entendeu. Cada doido com sua mania." - Kaito diz. "Mas como é que você votou a falar ?"

"Eu ia chegar nessa parte." - Rosaria diz. "Quando chegamos no local, a situação estava bem pior do que imaginávamos. Nem sequer os Bainhas Carmesim conseguiam conter a enorme onda de criaturas. Claude não perdeu um segundo e logo se juntou para eliminar as criaturas. E foi quando… AQUILO aconteceu…"

"Aquilo sendo… ?" - Mira pergunta.

"O momento está cravado em minha memória, assim como cravaram Muramasa no peito de Claude." - Rosaria diz.

"Muramasa !?" - Èris pergunta, surpresa.

"Èris conhece ?" - Luna pergunta.

"Já vi brevemente em um livro." - Èris diz. "Muramasa, a lendária espada forjada pelo ódio de um ferreiro. Graças a isso, ela ganhou uma maldição que fazia todos que a usassem serem possuídos por uma sede de sangue insaciável."

"…Oh…" - Kaito diz.

"Tal lâmina jamais deveria ter sido criada." - Galadriell diz.

"Eu pensei que era apenas uma lenda." - Èris diz.

Rosaria nega com sua cabeça. "Muramasa existe. Eu vi a lâmina em ação diversas vezes. Mas isso não importa agora." - Ela limpa sua garganta. "De alguma forma, um Wrath conseguiu obter a espada, e a criatura a usou para desferir um golpe certeiro no coração de Claude."

Todos ficam em choque, ao ouvirem o que Rosaria disse.

"Meu irmão... O que aconteceu com ele… ?" - Cirius pergunta.

"Não fiquem tão preocupados, Claude ainda está vivo." - Rosaria diz. "O problema é que a ferida não quer se fechar."

Cirius solta um suspiro, aliviado. "Muito melhor ter um irmão com um machucado do que um irmão morto."

"Eu vi tudo acontecer diante dos meus próprios olhos." - Rosaria diz. "No momento que o corpo de Claude caiu, não consegui pensar em mais nada. Era como se meu corpo não me respondesse. Tudo que eu queria fazer era chamar o nome dele o mais alto possível, até meus pulmões explodirem. E… só aconteceu. Quando me deparei, a voz havia voltado à minha boca."

"Talvez essa tenha sido a 'faísca' que a Vega me disse..." - Cirius diz, pensativo.

"Faísca ?" - Mira pergunta.

"Eu cheguei a conversar com a Vega, uma vez, pra ver se ela sabia alguma coisa sobre a Rosaria. Ela me disse sobre a doença dela e que ela era como um barril cheio de pólvora, só esperando uma faísca pra explodir." - Cirius diz.

"A doutora chegou a mencionar isso para mim também, uma vez." - Rosaria diz. "Uma pena ter sido assim..."

"Pensa pelo lado bom, você tem uma voz fofinha, até." - Mira diz.

"Obrigada." - Rosaria diz. "Oh, irmãozinho. Não faz ideia da quantidade de coisas que tenho para te contar. As experiências e histórias que quero compartilhar."

"Vamos ter bastante tempo pra isso, depois que ajudarmos o Claude." - Cirius diz.

"Falando em ajudar, como é que você veio parar aqui ?" - Kaito pergunta.

"É. Luna nunca imaginou que cunhada gostava do mar." - Luna diz.

"Isso também tem haver com Jyūshima." - Rosaria diz. "Com Claude ferido, Vega precisou se afastar do campo de batalha para cuidar dele. Isso diminuiu de forma significante a força de combate. Como os Bainhas Carmesim estavam ficando sem recursos, eu e Decker tivemos a ideia de viajarmos por todos os cantos, procurando ajuda e recursos. Foi quando fomos atacados pelo Kraken e acabamos nas mãos do Imperador dos Oceanos."

"O capitão tá aqui !?" - Cirius pergunta, surpreso. Ele se anima. "Cadê ele ? Cara, que saudade !"

"Conhecem o Decker ?" - Mary pergunta.

"E como conhecemos." - Kaito diz.

"Decker é um de nossos amigos, e um dos melhores capitães que Bastion Spei já teve." - Galadriell diz.

"VOCÊ conhece o Decker ?" - Mira pergunta.

Vipera solta um suspiro. "Lá vamos nós…"

Mary solta um suspiro amoroso. "Ahn~♥ Se eu conheço meu fofinho ? Mas é claro que conheço~♥"

"Uh… Tá de brincadeira, né ?" - Kaito pergunta, confuso. "Cara, eu sabia que o capitão era malandro, mas nem tanto."

"Não tem nada rolando entre o amigo de vocês e a capitã." - Fulgur diz. "Bom, depende pra qual dos dois você perguntar."

"Ele é a bolinha de pelo mais fofinha de todos os mares~♥" - Mary diz.

"Coitado do Decker…" - Cirius diz.

"Meu homem não consegue ter um dia de descanso..." - Kaito diz.

"Ei !" - Èris e Luna dizem, bravas.

"Infelizmente, eu temo que a resposta da sua pergunta seja não." - Rosaria diz.

Mary se recompõe. "Daí pra frente, a gente sabe o que aconteceu."

"O amigo de vocês é um idiota." - Fulgur diz. "Mas ele é o idiota mais corajoso que eu conheço. Isso eu admito."

"A capitã Mary tinha um plano para libertar todos os presos, e executou ele. O problema é que o Imperador já sabia disso e conseguiu se prevenir." - Rosaria diz. "Fomos encurralados e não tínhamos mais para onde fugir. Foi quando…"

"Decker se sacrificou por todo mundo. Ele fez um contrato com o Imperador dos Oceanos: nós sairíamos livres, mas a alma dele pertenceria aquele desgraçado." - Vipera diz. Ela bate sua mão na mesa com força, levantando os copos e pratos de todos. "Falamos pra aquele filho da mãe caolho que ninguém ia ficar pra trás, e, mesmo assim, ele faz isso…"

"Esse é o capitão. Não é o mais experto, mas duvido que você vai achar um cara mais honesto que ele." - Kaito diz.

"Que bom que já conhecem o Decker, porque era sobre isso mesmo que queríamos falar." - Mary diz.

"Toda essa operação é para salvarmos ele." - Fulgur diz.

"Estamos esperando o quê ? Vamos logo !" - Cirius diz.

"Ainda não. Descansem primeiro." - Mary diz.

"Não adianta de nada lutarmos agora, com os corpos moles desse jeito." - Vipera diz. "Precisamos descansar, se quisermos ter uma chance de vencer."

"Além disso, vão precisar dos seus próprios navios, se quiserem fazer alguma coisa." - Mary diz.

O navio treme rapidamente, e para em segundos.

"Heh, bem na hora." - Vipera diz.

"Essa é a habilidade da capitã. Sempre chegar na hora." - Fulgur diz.

"Me acompanhem." - Mary diz, se levantando e indo embora.

O grupo levanta e acompanha Mary. Eles saem da sala e olham em volta, maravilhados. Estão em uma caverna enorme iluminada por tochas, com o teto completamente escuro, cheio de pequenos pontos brancos brilhantes, e com alguns navios espalhados pelo local.

"Whoa... É como se fossem estrelas…" - Èris diz, olhando para todos os lados.

"Bem-vindos ao esconderijo dos piratas Black Lamb: Thousand Stars Cove." - Mary diz.


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