Bittersweet Love - Nova Versão escrita por Anandika


Capítulo 2
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807211/chapter/2

Sexta-feira, final de expediente, meus colegas animados para o final de semana e eu ainda com uma pilha de papéis em minha frente e um prazo a cumprir.

Exatamente às oito da manhã da segunda-feira eu teria que estar no Fórum do Brooklin com o processo do meu novo cliente todo organizado e como não estava disposta a trabalhar por todo o final de semana, resolvi que o melhor a fazer era ficar até mais tarde no escritório e terminar tudo de uma vez. Os últimos dois meses estavam sendo bem agitados para todos, com novos casos e muitas horas a mais no escritório.

Prendi meu cabelo com um dos lápis que estavam sobre a bagunçada mesa de reuniões da minha sala e suspirei alto totalmente frustrada.

O que mais eu queria era ir para casa, tomar um banho bem relaxante, depois ligar para a minha melhor amiga e convidá-la para assistir a um filme bem bobo, no aconchego do meu sofá da sala, comendo pipoca e enrolada em vários cobertores.

— Eu mereço... – murmurei frustrada para mim mesma, debruçando sobre a mesa – Morta de cansada e com este monte de papéis para organizar…

Estava precisando de umas férias urgente! 

Uns 10 dias, de pernas para o ar, na casa dos meus pais não seria nada mal...

— Tão tensa, Bella Mia...

Meu coração só faltou saltar pela boca ao ouvir a voz rouca de Edward em meu ouvido e sentir as suas mãos em meus ombros, apertando-os suavemente e fazendo uma pequena massagem.

— O que está te chateando tanto? – ele deu um beijinho no topo da minha cabeça.

Larguei a caneta na mesma hora e me virei para ele, controlando minha cara de boba.

Edward estava lindo com o seu paletó pendurado no braço, os botões da camisa um pouco abertos, a gravata folgada e sorrindo aquele sorriso que me fazia derreter como manteiga desde que me entendo por gente.

— Muito trabalho ainda por fazer, Eddie... – soltei mais um suspiro, chamando-o pelo apelido de infância tentando conter as batidas descompassadas do meu coração - Preciso terminar de revisar este processo ainda hoje se não quiser trabalhar no final de semana.

— Também estava revisando uns documentos junto com o Ben… Deus me livre trabalhar nos meus dias de descanso! – ele colocou seu paletó no encosto da cadeira e se sentou ao meu lado. - Quer ajuda?

— Se você não se importar… Assim termino mais rápido. – dividi os papéis em minha frente em duas pilhas e sorri para ele explicando rapidamente o que ele podia fazer por mim.

— Então mãos à obra, Srta. Swan! – ele pegou uma caneta e me acompanhou na conferência, com seus sorrisos tortos e olhares que quase faziam parar o meu coração, o que fazia minha mente viajar.

A minha amizade com Edward Cullen, começou a partir da minha mãe. Renée conheceu Esme, a mãe de Edward quando ambas cursavam o primeiro período da faculdade de Arquitetura na University of Califórnia e a partir daquele encontro se tornaram amigas inseparáveis. A amizade que começou quando tinham apenas 18 anos deu tão certo que hoje elas são sócias em um dos maiores escritórios de Arquitetura e Decoração de Los Angeles.

Elas conheceram os nossos pais, Charlie Swan e Carlisle Cullen quase na mesma época e até engravidaram juntas, tanto que a diferença de idade entre eu e Alice Cullen, a minha amiga inseparável e irmã de Edward é de apenas um mês.

Eu e Alice sempre fomos como uma só. Estudamos na mesma sala, nos vestíamos iguais, tínhamos os mesmos brinquedos, só andávamos grudadas e éramos bem parecidas fisicamente, pois somos meio baixinhas, bem brancas, de cabelos escuros e grandes olhos esverdeados. Nossa semelhança é tanta que muitas pessoas, quando éramos crianças, achavam que éramos irmãs gêmeas.

Apesar de ser quase quatro anos mais velho do que eu e Alice, Edward sempre foi muito ligado a nós duas, nos protegendo de todos e de tudo e algumas vezes sendo até motivo de brincadeira dos outros garotos por passar muito tempo conosco. Ele nos acompanhava em muitos momentos, fazia todas as nossas vontades, era o nosso companheiro de todas as horas e também foi meu grande confidente e defensor das maluquices da sua irmã, durante a nossa infância.

Devido ao nível de amizade entre nossas famílias, posso dizer que eu sempre fui um pouco Cullen, assim como Alice e Edward um pouco Swan.

Nossas férias sempre foram juntas, nossos passeios sempre foram os mesmos e moramos toda a nossa infância e adolescência em casas vizinhas localizadas em um charmoso condomínio em Bel Air, onde tínhamos uma vida feliz e cheia de aventuras, até que Edward, buscando cursar uma das melhores universidades de Direito do país, se mudou para Nova York, nos deixando com o coração partido.

As saudades do nosso Edward eram tantas que, mesmo sob protesto dos nossos pais que não achavam Nova York uma cidade segura para duas mocinhas morarem, quando terminamos a High School resolvemos nos mudar para um apartamento em West Village e fazer faculdade na cidade que nunca dorme. Eu, no curso de Direito e Alice cursando Design de moda.

Mesmo com meu pai sempre dizendo que queria que eu fizesse faculdade de Administração para que seguisse seus passos e me tornasse uma grande executiva como ele, optei pelo direito, parte por causa da minha paixão por leis, mas também por influência de Edward, que era encantado com o seu curso e sempre me ajudava a estudar, com um sorriso no rosto e tentando me manter calma, quando tinha eu as provas mais difíceis e os trabalhos quase impossíveis de se fazer.

Sempre tive uma conexão enorme com Edward. Conexão do tipo que eu começava a falar alguma coisa e ele imediatamente completava, de um se sentir quando o outro estava em apuros mesmo que tivessem a quilômetros de distância, de nos desentendemos e na mesma hora já estarmos fazendo as pazes e de não conseguirmos nos distanciar mesmo quando brigávamos feio, o que geralmente acontecia por causa do ciúme excessivo que Edward tinha de mim e que, de certa forma eu tinha dele.

Ele sempre falava em tom de brincadeira que, se dependesse dele eu e Alice nunca namoraríamos sério com ninguém, tanto que ele só faltou morrer quando Alice anunciou seu noivado com Jasper Whitlock e saiu do apartamento que nós duas dividíamos para morar com ele, a uns seis meses atrás.

Mesmo tendo sido criada como uma irmã dos Cullen, sempre tive uma paixãozinha não correspondida por Edward, o menino lindo de cabelos cor de cobre e olhos verdes esmeralda que fazia todas as garotas suspirarem na nossa adolescência.

Ele sempre foi o meu herói, o meu porto seguro. Nossa ligação e confiança era tão grande, que o escolhi para o meu primeiro beijo aos 15 anos em um jogo de 'verdade ou conseqüência', foi a ele que eu recorri quando bati meu carro novo e não queria que meus pais soubessem, aos 16 anos, e foi ele que me salvou de quase morrer afogada nas nossas férias de verão em Cancun, aos 18, quando teimei em nadar com os golfinhos mesmo sabendo que nadar não era o meu forte.

Nossa relação hoje em dia é um tanto engraçada. Edward ainda tem muitos ciúmes de mim e me quer sempre por perto, mas com o tempo tomei consciência de que nunca daríamos certo juntos e assim seguimos a nossas vidas, como os grandes amigos que somos, mas algumas vezes, ainda sinto como se eu fosse derreter apenas com a sua presença, como agora, que estou aqui, às sete da noite de uma sexta-feira, terminando mais um dia de trabalho juntinho à ele e quase babando só de olhá-lo tão concentrado e lindo.

Desde que me formei com honras, trabalhei em alguns bons escritórios de advocacia e no final das contas resolvi aceitar a proposta do Newton & Spencer advogados associados, que é um dos mais renomado escritório de advocacia da Ilha de Manhattan, onde Edward tinha começado a sua vida profissional e a seis meses estava de volta, chefiando uma das nossas divisões, após dois anos trabalhando no mais importante escritório de Boston.

Com um sorriso no lábio voltei ao presente e o vi organizando os papéis que estavam à sua frente, com uma expressão despreocupada.

O nosso trabalho em dupla rendeu bons frutos, pois em um pouco menos de uma hora conseguimos revisar todo o processo que eu só terminaria bem mais tarde, se estivesse sozinha.

— Pronto, acho que terminamos tudo e você me deve um favor... – ele sorriu torto – Então como hoje é noite de sexta-feira, um dia ótimo para nos divertirmos, o que você acha de me acompanhar naquele bar que fica aqui na esquina? Aí bebemos algumas cervejas, comemos aqueles petiscos que você adora e aproveitamos para conversar e desestressar um pouquinho da semana atribulada.

— O bar daqui da esquina? – olhei sério para ele – Só nós dois?

— Exatamente… Nós dois. Nada de Alice, nem Jasper, nem ninguém mais... Apenas eu e você como fazíamos quando éramos adolescentes em Los Angeles e queríamos fugir da tagarelice na minha irmã – ele riu, fazendo meu coração voltar a disparar – E aí, topa?

Edward estava me chamando para sairmos sozinhos? Só nós dois, sem mais nenhum dos nossos amigos inseparáveis?

Era difícil de acreditar pois temos uma turma grande e fiel de amigos no escritório e é praticamente impossível sair sem pelo menos mais alguém nos acompanhando.

Pisquei os olhos e balancei a cabeça, fazendo uma cara incrédula e ele riu alto.

— Por que essa cara, Bella? Vamos nos distrair um pouquinho sem ter que agüentar Alice o tempo inteiro falando do que ela está planejando fazer de inovador no casamento dela, Jasper concordando com tudo o que ela diz e também sem nossos amigos falando sobre trabalho... E além do mais amanhã é sábado e como já conseguimos terminar seus afazeres, você terá o dia livre para descansar – ele fez uma cara pidona. – Nada te impede de uma noite divertida com o seu amigo mais legal!

Revirei os olhos e soltei um suspiro longo.

Aquela cara dele era covardia... Eu tinha que aceitar.

— Ok... Eu aceito! – abri um sorriso, quase morrendo de emoção por ter a oportunidade de ficar sozinha com Edward depois de tanto tempo - Mas nada de ficar até muito tarde, ok? 

— Ok! - ele riu.

— E se a sua irmã descobrir que saímos juntos sem chamá-la, eu digo que você me sequestrou.

— Combinado! – ele estendeu a mão para mim e piscou o olho - Vamos minha pequena estressadinha e muito responsável, a noite é uma criança.

Meu coração, desta vez, pareceu perder uma batida com a sua piscadela matadora.

— Vamos grandão, estou precisando relaxar mesmo. – peguei minha bolsa e meu casaco, e segurando na mão dele com força, saímos rumo à noite de Nova York.

E foi nesta noite, que deveria ser muito feliz para mim, que todo o meu tormento começou...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Está aí o primeiro capítulo. Pra quem espera gritaria e confusão... Vai ter muito!