Priscilla sentia orgulho, admiração e alegria por Lisa, ao vê-la completamente radiante e elegante, na sua beca de formatura, recebendo seu diploma. Todos esses momentos marcantes e inesquecíveis eram registrados pela câmera de sua mãe. Após muitos beijos e abraços dos colegas de turma, ela finalmente chegou até Priscilla, a envolvendo num abraço apertado.

—Eu consegui, mamãe! Nem imagino que finalmente acabou! - Lisa deu uma gargalhada sonora.

—Ah Lisa Marie, eu sei que foi difícil, mas aqui está você, engenheira Presley, prestes a remodelar o mundo - sua mãe acariciou o rosto dela, o brilho dos olhos ternos e bondosos se destacando na expressão visual.

—Não sei se o mundo, mas um lugar aqui e ali, fazer o melhor pra criar algo significativo, foi o meu lema até aqui, vai continuar sendo - ela deu de ombros, descontraída, mas esperançosa.

As duas foram até a festa de formatura durante a noite, comemorando mais um pouco. Enquanto isso, Elvis estava no seu quarto em Graceland, nos fundos da mansão, já que a frente estava sendo usada como museu, durante os últimos 10 anos e seria assim perpetuamente.

Ele se distraía um pouco da monotonia assistindo ao primeiro filme oficial de Jornada nas Estrelas. Poder rever novas aventuras da tripulação da Enterprise depois da série ter terminado era uma grata surpresa. Ainda assim, mesmo tentando se envolver com a história, se lembrava da despedida de Lisa pela manhã.

—Você pode alcançar o que quiser, meu amor - segurou as mãos da filha e a olhou com todo amor - eu estou muito orgulhoso de você, filha! Mesmo eu não podendo estar na sua formatura, lembre-se disso, e faça um favor por mim.

—Claro, o que é? - ela respondeu, curiosa, contente com as brincadeiras típicas dele.

—Imagine eu gritando e assobiando quando te entregarem seu diploma - Elvis disse animado - e sinta isso aqui de novo!

Ele a abraçou, tirando-a do chão, rodopiando umas cinco vezes, colocando-a de volta no chão com um floreio, Lisa ria durante tudo isso.

—Ah papai... - foi o comentário dela depois da comemoração exagerada.

—Elvis, vai deixar a menina tonta desse jeito - Priscilla chamou a atenção dele, mas também achando tudo divertido.

—Você quer um desse também, Cilla? - ele propôs, chegando a se curvar, com uma mão estendida na frente, e o outro braço dobrado às costas.

—Eu não disse isso, por mais que eu ame seu carinho e afeição, guarde toda essa empolgação para a Lisa, já que é o dia dela - sua esposa aconselhou.

—Ah é difícil não empolgar - Elvis limpou o nariz, sentindo lágrimas se formando - olha só pra ela, meu amor, nossa garotinha toda crescida, uma engenheira.

—Obrigada mesmo, pai - foi a vez de Lisa iniciar um abraço - vou me lembrar disso tudo na formatura, mas agora temos mesmo que ir.

—Claro, não quero te atrasar, de jeito nenhum - ele balançou a cabeça, enfatizando - nos vemos mais tarde, eu amo vocês, as duas.

—E nós te amamos, El, até mais! - Priscilla o beijou se despedindo e as duas se foram dentro dos próximos instantes.

E assim, as duas retornaram para casa, o encontrando relaxado, mas atento à chegada delas, Elvis deu um salto de uma vez, se levantando do sofá, dando mais um outro abraço nelas naquele dia.

—Oi, como foi tudo? - ele logo quis saber, espantando qualquer sono ou calmaria que estivesse sentindo até então, trocados por curiosidade e euforia.

—Foi tudo muito legal e animado, e emocionante claro - Lisa foi contando - você consegue quase que sentir um peso enorme saindo das suas costas, todo o trabalho duro e esforço ficaram pra trás, mas agora começa tudo de novo, mas de um jeito novo, quer dizer, ir procurar emprego e começar a projetar de verdade, é... promissor, empolgante, assustador, mas ainda não começou, então por enquanto fico com as lembranças da festa.

—É, tire o dia de hoje pra celebrar - o pai dela beijou sua testa - cada questão ao seu tempo.

—Claro, ótimo conselho - a jovem concordou.

Nos dias seguintes, eles conferiram as fotos de cada momento fotografadas por Priscilla, o que ajudou Elvis a se sentir um pouco na festa. Além de ter sua graduação, Lisa agora tinha outra responsabilidade colocada sobre ela, uma que ela mal tinha consciência ou noção direito do quanto significava enquanto crescia, mas agora que era adulta, sabia exatamente o que significava e o quanto era importante.

Vanessa Bibiani tinha sido a advogada das Presleys nos últimos dois anos e estava em Graceland para oficializar Lisa Marie como a proprietária do lugar. A advogada atualizou ela e sua mãe sobre todos os pormenores e detalhes dos documentos, com tudo acordado, Lisa assinou os papeis, sentindo um peso se acomodar por suas costas. Considerou imediatamente se isso era algo bom ou ruim. Ela respondia por Graceland agora, o lar de sua família por quase quarenta anos, e realmente como herdeira, era seu direito tê-la em suas posses. O que vinha com isso, sem sombra de dúvida, era a responsabilidade de zelar e cuidar dela, como sua mãe tinha feito, honrar aquele lugar, que tinha sido o abrigo e casa dos Presleys, seus parentes. 

Apesar da pressão externa e da curiosidade sobre ela vinda da mídia que nunca os tinha abandonado por completo, apesar de ser menor agora, Lisa Marie honraria o que estava sendo confiado a ela, com a mesma dignidade que sua mãe sempre ostentou, com o cuidado e carinho de seu pai sobre o lugar que acolheu a família dele. Continuariam fazendo Graceland prosperar, com o museu, os animais e tudo mais que a compunha, ainda mantendo firme o segredo que os uniu como família todo esse tempo.