Kháos escrita por Alice


Capítulo 7
Metanóia


Notas iniciais do capítulo

Exp.

Do grego: 1. pensar de maneira diferente. 2. reconsiderar. 3. arrepender-se.



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Ramona sentiu seu celular vibrando quando voltava do trabalho. Desviando de algumas pessoas em sua caminhada para casa, parou ao lado da entrada de um restaurante pouco movimentado na rua de seu prédio. O nome de Max brilhava quando retirou o celular da bolsa, franziu a testa em preocupação, o Fuller do meio mal ligava, ele era mais propenso a chamadas de vídeo e desde que Jackson se mudou elas eram feitas em conjunto.

— O que aconteceu?

— Nada de "Oi, Max, quanto tempo! Como você está"? - a voz veio em um tom fino de insatisfação. - Ah, estou bem, Ramona, e você? O que aconteceu com as boas maneiras, senhorita Gibbler?

Revirou os olhos carinhosamente para o drama do Fuller mais novo.

— Você mal me liga, o que quer que eu fale? - riu do resmungo indecifrável que soou do outro lado.

— Só para constar, nada aconteceu, eu liguei apenas para avisar que vou passar por aí no próximo mês antes de ir para casa.

— Hum, bom saber que vamos ter mão de obra de graça. - comemorou animada, logo tendo que se explicar ao escutar um som de confusão. - Estamos nos mudando no início do mês, finalmente conseguimos um apartamento que seja em um bom local e por um bom preço.

Dizer que estava aliviada era o mínimo. A saga do apartamento durou mais do que o necessário e ter Jackson a assustando sempre que entravam em um local com alto potencial de morte era horrível.

— Mamãe não tinha me falado que vocês estavam pensando em se mudar. - falou desconfiado.

— Não? - indagou confusa, mas a realização logo se fez presente como um balde de água fria. - Ah, caramba, sabia que estava esquecendo de algo.

A risada divertida de Max ressoou em seu ouvido. Subiu os degraus de entrada do prédio, logo destrancando a porta de entrada para o hall.

— Você esqueceu de contar para a sua família que está se mudando com o Jackson?

Revirou o olhos para a provocação, zombando ao começar a subir os degraus. Max a provocava desde sua segunda ligação de vídeo após a mudança de seu irmão. Segundo ele, os dois pareciam carinhosos de mais em comparação à seus antigos eu's. E Jackson não ajudou em nada quando a abraçou por trás assim que chegou das compras bem no momento em que Ramona atendeu a ligação.

— Você sabe que não é dessa maneira. - resmungou.

— Sei? - indagou em clara descrença. - Ramona, é preciso apenas um minuto ao lado de vocês para pensar que estão casados há um século.

— Não comece, Max. - pediu firme. - Seu monólogo da semana passada foi o suficiente.

— Só estou expondo minha opinião baseada em fatos. - se defendeu risonho.

— Uma opinião que ninguém pediu. - resmungou, franzindo a testa para os degraus da escada. - E se comentar com alguém de casa, eu queimo todos os seus sueteres.

— Sem ameaças, cunhadinha...

Max.

— Tudo bem, eu vou ajudar vocês com a mudança. - declarou, a provocação ainda óbvia sua voz.- Mas me diga, o segundo quarto é meu, certo? Já que vocês vão dividir o principal.

— Boa noite e vá se...

— Tchau, tchau!

Olhou irritada para o celular após a chamada ser desligada. Era só o que faltava para ocupar a sua mente, deixar que as provocações de Max a afetassem. Bufou resignada, o pior seria se ele começasse a comentar suas suposições para a sua família. Fernando iria pegar o voo mais próximo para Nova Iorque e muito provavelmente iria arrastar Jackson pelo pescoço. Estremeu em pensamento, seria uma guerra de família desnecessária, até porque os dois não estavam juntos juntos, apenas compartilhavam um imóvel, não uma vida. Sua rotina com Jackson Tanner-Fuller se encontrava a mesma de anos atrás, nada mudou e com toda a certeza não mudaria. Certo, eles transaram uma vez, dormiram abraçados e acordaram para um caos, porém, chegaram a conclusão conjunta de que esquecer seria o melhor e foi o que fizeram. Nada de sentimentos conflitantes, mudanças de comportamento ou gestos confusos. Tudo estava normal.

— Cheguei!

Informou assim que abriu a porta, vendo algumas caixas quase lotadas perto da entrada, a mudança acontecia aos poucos. Finalmente haviam encontrado um local que agradava aos dois, um apartamento de dois quartos, sala com cozinha em espaço aberto, um banheiro e uma pequena sacada que proporcionava uma vista para a rua calma a partir do segundo andar. Edson se mostrou mais tolerável no último encontro, levando mais a sério as opiniões de Ramona, bom, parecia que ele a estava levando a sério. Fez questão de agradecer a Daisy no mesmo dia, apesar de sua amiga dizer que não tinha alguma coisa a ver com a mudança de seu tio, a Gibbler sabia que ela possuía uma pontinha de participação.

— Como foi o dia? - Jackson perguntou do sofá.

— Normal.

Fora a presença constante da nuvem da demissão que pairava acima da cabeça de todos, o dia havia sido normal. Ramona agradecia imensamente, estava tão exausta e sentia que precisava procurar um outro local de trabalho o quanto antes.

— Apenas normal? - Jackson quis confirmar, sua expressão provava que ela não tinha escondido muito bem sua preocupação. - Você quer conversar?

— Não, está tudo bem. Realmente. - reiterou, apertando o ombro dele ao passar pelo sofá, mas foi parada quando sentiu uma mão envolver seu pulso. - Jackson. - praticamente gemeu seu nome, só queria ir deitar.

Ramona.

Imitou seu tom, em uma voz mais grave e arrastada, o que provocou um leve arrepio em sua coluna, principalmente pelo fato do polegar dele estar acariciando a parte interna de seu pulso. Soltou o ar pesadamente, mal percebendo que havia prendido a respiração. O Fuller a observou atento à procura de uma pista ou confissão. Ramona sustentou o olhar tentando ao máximo aparentar indiferença, o que se tornavam difícil e quase impossível quando ele se levantou sem soltar o seu pulso. Em um segundo Jackson já estava à sua frente, retirando a mochila de seu ombro e a colocando no sofá. Enquanto ele a depositava cuidadosamente, Ramona notou as olheiras que começavam a se formar abaixo de seus olhos, levou uma mão ao rosto dele, passando o polegar pela coloração arroxeada.

— Você não está bem. - declarou séria. Mais um motivo para não contar naquele momento sobre seu risco de perder o emprego.

Jackson segurou sua mão, a puxando para longe de seu rosto ao abrir um sorriso despreocupado.

— Estou bem, apenas cansado. - garantiu, soltando uma de suas mãos para rodear sua cintura com um braço, aproximando seus corpos mais alguns centímetros. - É sobre você que estamos falando.

— Também estou bem, apenas cansada. - repetiu sua reposta, sorrindo ironicamente quando o viu franzir o nariz em desagrado. - Dois podem jogar esse jogo.

— Ah, então você admite que tem algo a esconder.

— Você acabou de fazer o mesmo. - retrucou, sorrindo vitoriosa quando o viu arregalar levemente os olhos. - Xeque-mate, senhor Fuller. - praticamente sussurrou, o sorriso ainda colado em seu rosto quando o viu tentar prender uma risada.

— Como se você tivesse escapado dessa conversa, amor. - decretou, dando um beijo em sua testa antes de se afastar. - Vamos pedir algo para o jantar? Não tive tempo de cozinhar nada.

Abriu a boca para perguntar o motivo, mas percebeu que seria um tanto egoísta. Jackson sempre cozinhava para eles, todas as noites sem falta, se ele estava pedindo um dia de folga não era um problema. Mas era um grande sinal de que algo realmente estava errado com ele. Talvez fosse apenas o cansaço, não sabia muito bem como funcionava seu emprego, mas deveria deixar qualquer um exausto assim como a maioria dos empregos no mundo. Ou, poderia ser. De repente parou seus pensamentos, sentindo sua coluna gelar enquanto piscava atuardida. Ele havia acabado de chamá-la de amor, sem sarcasmo ou brincadeira?

— Ramona?

O encarou novamente, sentia que não era a primeira vez que ele a estava chamando. Engoliu em seco, abrindo um sorriso sem jeito antes de falar.

— Vou só tomar um banho antes. - avisou, praticamente correndo para longe dele.

Hum, ok?

O escutou ao longe, correndo para dentro de seu quarto e fechando a porta em seguida. Apoiou as mãos contra a madeira fria, de costas para a porta tentava controlar sua respiração enquanto repassava o que tinha acabado de acontecer. Deveria ser a rotina, a crescente nova familiaridade desenvolvida entre os dois que provocou aquela reação de Jackson. Riu de si mesma, como se apenas ele estivesse desempenhando um papel diferente nos últimos tempos. A questão era que se tornou tão fácil apenas ser com ele, deixar seu corpo agir por vontade própria e seus sentimentos... deslizarem por seus dedos em direção à ele. Bateu o pé no chão, choramingando quando se permitiu confessar que estava sim, a ponto de se apaixonar por seu melhor amigo.

Aquilo era uma catástrofe. Jackson veio para a cidade com a intenção de se reconstruir, se encontrar e viver só. Ramona era sua família ali, um lugar familiar que não mudaria, ela era uma constante em sua vida e sentir algo por ele iria bagunçar tudo. Ela também só queria uma constante, um norte para onde olhar e ter certeza de que tudo ficaria bem. Ter um melhor amigo ao seu lado era só o que ela precisava. Sem paixão para destruir um dos únicos relacionamentos estáveis que ela possuía. Deveria fazer algo para evitar o eminente rompimento de sua amizade, não queria perder Jackson e não iria.

<♡♡♡>

Ramona abriu a porta do apartamento da maneira mais silenciosa que conseguia. Espiou pela fenda, respirando aliviada quando viu que a sala estava vazia. Com cuidado, entrou na ponta dos pés com o intuito de chegar ao seu antes que Jackson desse as caras. Sabia que estava sendo um pouquinho exagerada, mas havia conseguido despistar seu amigo por dois dias inteiros e isso era uma tremenda vitória. Chegava do trabalho e se trancava em seu quarto, estava vivendo novamente à base de comida para viagem no jantar, mas aquilo a permitia poder dizer que não estava com fome quando ele batia em sua porta a chamando para comer algo. Respondia suas mensagens de forma curta e direta, desviando de sua preocupação. Não sabia como iniciar a conversa sobre seus possíveis sentimentos e evitá-lo estava sendo sua melhor saída.

— Precisamos conversar.

Soltou um grito alto quando o viu praticamente se materializar à sua frente. Notou que ele queria sorrir, mas a tempestade em seus olhos a fez engolir em seco. Com a mão no coração, forçou as palavras a saírem de sua boca.

— Você não pode assustar as pessoas dessa maneira! E se eu possuir um coração fraco? - tentou soar indignada.

— Seu coração é um dos mais fortes que eu conheço, Gibbler. - declarou, não se deixando enrolar quando prosseguiu. - Por isso deveria ser fácil falarmos sobre isso.

Hum, falar sobre o quê?

Prendeu a respiração quando ele caminhou até ela, se posicionando perto, extremamente perto. Podia sentir a respiração de Jackson em seu rosto, seu olhar desviando momentaneamente para seus lábios antes de voltar a encará-la nos olhos. Deu um passo para trás, tentando colocar uma distância que logo foi notada por ele.

— Sobre isso. - gesticulou entre os dois. - Você está me evitando descaradamente, Ramona.

— É pelo nosso bem, eu prometo. - declarou, dando outro passo para longe quando ele fez menção de se aproximar.

Seu coração doeu ao ver que o havia magoado. Mas logo a sensação passou quando sentiu a mão dele envolver seu cotovelo.

Quando ele chegou tão perto?!

Encarou seu melhor amigo, o homem alto, de barba por fazer e olhos escuros que pareciam sugar sua alma. Massageou o peito com o intuito de se acalmar, mas sabia que era inútil. 

— E o que aconteceria se ficássemos juntos no mesmo ambiente por mais de cinco minutos? Por acaso você vai pular em cima de mim e...

— Ei, ei, ei! - interrompeu verdadeiramente indignada. Tanto por sua declaração quanto por ele ter descoberto o motivo dela o estar evitando. Deveria começar a dar mais crédito ao homem. - Não é para tanto.

— E essa etapa já foi riscada da nossa lista.

— Viu! - apontou irritada na direção dele. - É por isso que não podemos mais ser...

— Nós mesmos?

Resmungou inaudível quando ele a interrompeu. Jackson suspirou alto, era óbvio que ele lutava entre argumentar com ela ou rir de descrença pela situação quando ela sussurrou um pouco mais alto:

Essa versão de nós, caramba.

— E qual seria, querida? - Ramona se impediu de piscar atuardida com o apelido. Parecia tão natural saindo da boca do Fuller. Jackson sorriu minimamente quando percebeu a falta de reação dela. -  A versão que se dá bem e que conversa sobre seus problemas apesar das discussões? Aquela que apoia o outro e se preocupa? A versão madura?

Respirou fundo quando a cada pergunta o via dar um passo em sua direção, parecia que seu corpo estava entrando em ebulição e bastaria apenas um toque dele e ela sabia, oh, como sabia, que iria derrubar todas as suas defesas.

— A versão carinhosa! - exclamou agitada, caminhando para longe a fim de colocar o sofá entre os dois. - Aquela que está mobiliando uma casa juntos, que está constantemente se abraçando e falando um com o outro com apelidos carinhosos. - contava entre os dois, tentando não amolecer com o olhar tão amoroso que estava recebendo. - Essa versão.

— A versão apaixonada. - falou com calma, como se há tempos tivesse aceitado aquela sentença.

— Na-Não?! - arranhou a garganta quando gaguejou, sentando-se no chão quando suas pernas quase cederam. - Estamos apenas confundindo conforto e afeto com paixão. - explicou calmamente, não se detendo pela expressão incrédula de Jackson. - Olha, esse é um novo arranjo de vida para nós dois. Faz muito tempo que você não divide uma casa com uma única mulher e eu nunca vivi algo assim. Apenas nos perdemos em algum lugar do caminho, acontece, é normal.

Jackson soltou uma mistura de suspiro e risada, saindo do sofá para sentar ao seu lado no chão. O sorriso confiante de Ramona se desmanchou, seus olhos arregalados e vidrados em cada movimento do Fuller. Prendeu a respiração quando o homem sentou ao seu lado, pegou sua mão e levou aos lábios para um beijo delicado no nó de seus dedos. O tempo parecia se mover em câmera lenta. Cada ação sendo captada minuciosamente por seu olhos e relatadas a um coração cambaleante. Uma seleção surpreendente de palavrões povoou sua mente antes que uma estática se fizesse presente. Não conseguia mais pensar em nada enquanto ele segurava seu queixo, trazendo seu rosto para perto do dele e deixando um espaço ínfimo entre eles.

— Não caí em uma rotina, Ramona, e não estou confundindo meus sentimentos por você.

Franziu a testa para a declaração, abrindo a boca para falar algo, porém, parecia que os seus pensamentos se encontravam em um acidente de proporções épicas em sua mente. Nada saía, era frustrante.

— Não precisa falar nada, eu sei que você também está sentindo algo por mim.

Parecia quase um suplício, como se ele não estivesse mais conseguindo segurar algo. Jackson queria que ela também admitisse, não sabia o que, mas não era simplesmente uma pequena atração. Ramona balançou a cabeça para afastar aquela sensação, ele não poderia estar falando sério.

— Ah, seu Don Juan fajuto! - exclamou indignada, afastando-se dele antes que fizesse algo irresponsável. - Não aja como se me tivesse na palma da sua mão.

— Eu não estou agindo dessa maneira. - se defendeu, um olhar sério em seu rosto que quase a convenceu.

— Claro que não. - ironizou, percebendo a pontinha de impaciência em seu amigo assim que ele tombou a cabeça para trás. - Toda essa pose é só porque você é quem quer disfarçar que está incomodado.

— Você é quem está em negação. - disse, franzindo a testa em concentração. - É só admitir que se sente tão atraída por mim quanto eu estou por você.

— Puff, Eu não estou atraída por você. - quis tanto se convencer daquilo. - É a rotina.

— O que quer que você queira acreditar, Ramona.

Abriu a boca indignada quando o viu se levantar, ele agia como se estivesse falando com uma criança que teimava para entender uma regra básica. Eles não estavam falando sobre colocar o dedo na tomada, mas sim sobre algo que poderia queimar todo o seu relacionamento.

— Não senhor, não venha com esse ar condescendente para cima de mim. - falou, levantando-se também. - Da próxima vez que você falar assim comigo eu te coloco para dormir junto com o Kevin.

Jackson riu e o som reverberou pelo corpo da Gibbler. Kevin era um homem estranho que gostava de dormir no ponto de ônibus em frente ao prédio deles, mesmo que ele possuísse a própria casa. O Fuller às vezes conversava sobre teorias da conspiração com ele e Ramona ainda não compreendia como eles conseguiam se entender.

— Deus, você é tão teimosa. - mas a reclamação foi dita com o mesmo carinho de sempre. - O que fazemos então?

A pergunta a pegou desprevenida. Piscou rapidamente enquanto pensava em algo, a solução saindo por seus lábios antes de ser processada por sua mente.

— Precisamos de um tempo.

— Um tempo? - indagou confuso.

— Um tempo. - reafirmou, batendo palmas e abrindo um sorriso como se precisasse também se convencer de que aquela era a melhor ideia do mundo.

— Para? - Jackson gesticulou para que ela elaborasse, uma expressão cautelosa adornando seu rosto.

— Para saber se isso é rotina, como eu estou falando, ou algo mais, como você insiste em dizer.

Apertando a ponte do nariz, ele soltou outra risadinha incrédula enquanto sentava no sofá.

— Mas como vamos ter um tempo morando aqui? - gesticulou para o pequeno apartamento, cruzando os braços quando a viu piscar perdida.

— Há! Eu posso passar uns dias com a Dayse. - declarou, abrindo um sorriso vitorioso.

Jackson prontamente negou, levantando-se novamente para ficar de frente para ela.

Todo esse exercício vai fazer bem para os glúteos dele. 

Balançou a cabeça para se livrar do pensamento, tentando empurrar o calor que ameaçava tomar suas bochechas.

— Não, não vou expulsar você de sua própria casa. - continuou antes que ela abrisse a boca. - Vou ficar um tempo com o John, ele está sozinho agora porque seu colega de apartamento teve que viajar a trabalho.

Concordou, era lógico. Mas algo no fundo de sua mente ainda dizia que isso tudo seria para nada. Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos, tinha que se manter positiva.

— Certo, nos encontramos novamente no dia da mudança.

— Daqui a duas semanas?

Não era para se sentir tão bem quanto se sentiu ao escutar o tom descrente na voz de seu amigo. Tentando amenizar o clima, a tensão era quase palpável entre os dois, deu leves tapinhas no ombro de Jackson em consolação.

— Você vai sobreviver sem mim por alguns dias, não se preocupe.

Rindo, o Fuller inclinou o corpo em direção à ela, nivelando seus olhares enquanto Ramona tentava não se perder em meio ao perfume amadeirado e a presença magnética que a envolvia.

Que grandessíssima merda!

— E você, vai conseguir viver sem mim?

O empurrou para longe, suspirando discretamente antes de revirar os olhos para ele.

— Pode baixar um pouco a bola, Jackson, você não é tudo isso.

— Não estou falando disso, a sua mente é realmente suja. - recebeu um tapa na mão quando começou a cutucar a testa dela, rindo divertido.

— Urgh, você é tão irritante. - franziu o nariz, sentindo seu rosto esquentar. Girando os ombros para trás, estendeu a mão em direção à ele. - Preparado, Jackson Tanner-Fuller?

— Como nunca estive, Ramona Beatrice Hernandez-Guerrero-Fernandez-Guerrero-Gibbler.

Bufou ao escutar seu nome completo, mas logo prendeu um grito quando foi puxada em direção à ele, colidindo suavemente contra seu peito enquanto suspirava irritada ao receber um beijo na testa.

— Para dar sorte.

— Seu idiota. - o socou com força no ombro, sorrindo quando viu sua careta de dor.

— Você é inacreditável.

O resmungo amargurado a fez gargalhar alto. Viu um sorriso crescer no rosto de Jackson a medida que suas risadas ecoavam pelas paredes do apartamento. Esperava que o brilho nos olhos de seu amigo não fosse tão intenso da próxima vez em que se encontrassem.


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