O diário de um pocionista- Dramione escrita por Aline Lupin


Capítulo 2
A poção para queimaduras




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Inglaterra, 1870

O diário era misterioso e peculiar, de fato. Andrew Lowell leu tantas vezes, procurando mais evidências sobre a época, reunindo informações sobre poções proibidas e outras que tinha se perdido no tempo. Draco Malfoy era um exímio pocionista, atuando nas artes das trevas e na cura. Eram tantas informações que ele não poderia negar que estava diante de uma grande descoberta. Procurava-se a evidência daquele bruxo há anos, pela família Malfoy, renomada e conhecida no mundo bruxo. Simon Septimus Malfoy havia solicitado pessoalmente a ajuda do professor de história da magia de Hogwarts para fazer aquele trabalho.

Então, Andrew Lowell reuniu sua equipe e partiu em busca dos vestígios do renomado bruxo, que atuou junto ao lorde das trevas, no período do século XVI, mas que depois, ajudou a derruba-lo do trono, com outros bruxos e trouxas da época, que queria a cabeça do rei da Inglaterra.

Ao que parecia, ele também estava na revolução francesa, junto dos revolucionários, mas não fazia sentido, pois ele seria muito velho para isso. A não ser que ele tivesse uma pedra filosofal nas mãos. Contudo, estava na posse de Nicolau Flameu há anos. Seria possível que Flameu tivesse fornecido a pedra para Malfoy? Ou ele tenha encontrado para ficar nas mãos de Flameu? Malfoy era pesquisador e havia inventado a poção para combater a varíola de dragão. Além de ajudar em pesquisas para combater a varíola no mundo trouxa. E ali, naquele diário, estava transcrito todas as suas experiências.

Andrew usou uma coruja, enviado uma carta detalhada das suas descobertas para Simon Septimus Malfoy. Fez isso logo que chegou à Inglaterra. Ele precisava dizer ao rapaz o que havia encontrado. Logo os dois se reuniram em Oxfordshire.

O rapaz que não devia ter mais de trinta anos parecia avido. Desejava mais informações sobre seu antepassado. Contudo, havia uma informação crucial ali. Ao que dizia no diário, Draco havia tido um filho com uma mulher trouxa. Não se sabe o que aconteceu com a criança. Ao que se sabia, ele havia se casado com uma bruxa, da família Nott e dali vieram os descendentes dele. Mas, seria realmente a verdade? Ou havia mais uma linhagem daquela família?

— Desenterre tudo sobre ele, Lowell. Faça o for preciso. Meu pai não está mais aqui para me impedir. E talvez uma mancha no orgulho dos Malfoy seja bom. Eu não me importo com isso, na verdade.

O jovem Malfoy era de um pensamento a frente do seu tempo. Vivia no mundo bruxo e no mundo trouxa, financiando inventores e o progresso do mundo trouxa. Atualmente, estava deslumbrado pela ferrovia nos Estados Unidos e tinha ações de uma empresa naquela área.

— O senhor tem certeza disso? - Andrew insistiu em perguntar.

— Toda certeza do mundo, Lowell. Vamos trazer a verdade a tona sobre minha família.

— E o quadro dele, senhor? Ele poderia nos responder algumas perguntas?

— Eu tentei fazer isso, mas ele se recusa a falar daquele tempo, enquanto eu não achasse o diário e a pintura da esposa. Mas, ao que parecia, ele teve o filho, mas não é da família Nott. Insiste em dizer que mentiram sobre as origens da família. Ele diz ser Hermione. Mas, não há nada sobre ela nos registros da família.

Andrew assentiu, pensativo.

— E o senhor me permite falar com ele na Mansão Malfoy?

— Se estiver preparado para discutir com um homem turrão e cabeça dura, boa sorte meu amigo.

No dia seguinte, Andrew iria para a mansão Malfoy. Por enquanto, ele analisava o diário. Deparou-se com a escrita ainda mais estranha do que poderia imaginar. Era uma escrita usada da Grécia. Era uma direção em que seguia o texto. Os textos sempre começam da escrita da esquerda para direita. De cima para baixo. Ou para os orientais, da direita para a esquerda. A escrita Bustrofédon, dos gregos, não seguia esse padrão. Era um sistema de escrita antigo que seguida em uma linha da esquerda, e na segunda linha se invertia a ordem do texto para a direita e assim sucessivamente.

Andrew percebeu que as receitas de poções seguiam esse padrão e algumas vezes a escrita de trás para frente. O que dificultava na leitura. Havia até pensamentos do pocionista, quanto ao que ele pensava sobre seu tempo, sobre a política, sobre sua vida no castelo, do conde Chartres. E principalmente sobre Hermione, a eleita. A sua amada. Ele falava com especial carinho sobre ela. Discorria poemas sobre a beleza dela e sobre seus próprios sentimentos.

Andrew no dia seguinte aparatou até a mansão Malfoy, parando em frente aos portões. Foi recebido por um lacaio e na porta de entrada pelo mordomo.

Guiado para o vestíbulo, ele aguardou em um divã se cor verde oliva, sentado e pegou sua caixa de rapé dentro do bolso, para sentir o cheiro do tabaco. Era um costume trouxa adquirido e incorporado.

Simon o recebeu, conversando avidamente com o professor Andrew e o guiou para a galeria de retratos da família. Ele passou por ilustres senhoras, senhoras, com olhar esnobe, a maioria com cabelos claríssimos. Até chegar a Draco Malfoy. Ele vestia um casaco acinturado, de gola alta. Era de veludo, no tom verde. A calça era colada a perna, com sapatos que pareciam extremamente desconfortáveis e pontudos na ponta. Ele estava sentado em uma poltrona, com um olhar distante, pensativo, com a mão no queixo. Seus cabelos eram loiros, como os do seu descendente. Se Andrew olhasse atentamente, poderia ver as semelhanças. Os dois eram muito parecidos.

— Avô, tem uma visita para o senhor – o entusiasmo na voz de Simon era contagiante.

Draco olhou para cima, observando os visitantes com renovado interesse.

— A que devo o obsequio dessa visita? – ele perguntou.

Andrew se aproximou da moldura, ficando de frente para o ocupante fez uma reverência, demonstrando seu profundo respeito.

— Eu sou o professor Andrew Lowell, de História da Magia, senhor. E vim lhe fazer algumas perguntas, se me permite.

Draco o fitou de forma analítica, pensativo.

— E que tipo de pergunta seria?

— De natureza pessoal – Andrew respondeu.

— Simon, já disse a você que somente respondo sobre minha vida se trazer Hermione para mim – ele disse, em tom cortante ao que deveria ser seu tataraneto.

Andrew percebeu que seria difícil lidar com aquele homem. Mas, não estava disposto a desistir.

— Ao que eu saiba, Hermione Granger era uma trouxa e sabe que seria impossível ter um quadro dela – ele argumentou – Ainda mais, um quadro mágico.

— É aí que se engana senhor Lowell – Draco argumentou, com perspicácia – Eu mesmo encomendei um quadro dela, uma pintura de um amigo muito querido. Ele era um bruxo exímio na arte de reproduzir quadros mágicos. Sua tinta a óleo era perfeita para esses fins, além de ter as propriedades que permitam o quadro ser mágico. Quando ela morresse, o quadro ganharia vida. Bom, teria impressa nossa personalidade, nossa memória, enfim o que nos fomos em vida. Infelizmente, minha família me traiu!

— Você é traidor do sangue. Traidor! – Andrew escutou vozes vindas dos outros quadros. Ao que parecia, eles tinham raiva do que Draco fez em seu tempo.

— Eu não sou traidor, não meus senhores! – Draco protestou, ficando de pé e saindo da sua moldura.

— Ah, não, de novo não – Simon murmurou, colocando uma mão no rosto, atordoado.

Andrew não precisou fazer perguntas. Draco estava em outra moldura, a de Septimus Malfoy e os dois duelavam com espadas.

— Retire o que disse! – Draco ordenou, dando golpes, acertando a espada de Septimus.

— Jamais! É um traidor do sangue. É isso que é. Tivemos que apagar tudo sobre seu passado. Acha mesmo que vou pedir desculpas por isso? – Septimus disse, recuando e avançando com a espada para cima, tentando acertar a cabeça de Draco – Maldito, morra agora!

— Ele sabe que não é possível matar dentro de um quadro, não sabe? – Simon perguntou a ninguém em particular.

— Senhores, por favor, parem com essa barbárie – Andrew pediu, mas foi ignorado.

Septimus havia errado o alvo e acertou um sofá com estofado de veludo vermelho. A espada afundou no tecido.

— Olha, olha o que me fez fazer! Essa peça é única – ele reclamou com Draco.

Draco estava se apoiando em sua própria espada, que estava fincada no chão. E riu.

— Isso é culpa sua, por me desafiar para um duelo. É um péssimo duelista. Imagino que com magia seja ainda pior.

— Ora, retire o que disse agora! – Septimus ordenou dessa vez, puxando a varinha de dentro do casaco preto e apontando para Draco.

— Se é assim – Draco fez o mesmo – Vamos duelar como bruxos.

 Então, os feitiços foram lançados. Era um show de pirotecnia. Pareciam fogos de artificio. E um defendia o golpe do outro com maestria. Andrew estava atordoado.

— Lowell, acredito que não seja hoje a sua conversa com ele – Simon disse ao lado dele.

— É, realmente não – ele concordou.

—*-*-

França, Paris, Século XVI

Diário de Draco Malfoy

Poção para queimaduras:

O pocionista deve ter as mãos os seguintes ingredientes: Bile de Tatu, Folhas de Hortelã, Pó de Espinha de Peixe-leão, Folhas de Alface, Azeite, Leite, Mel e Pétalas de Calêndula.

Modo de uso: Aplique uma cama espessa da pasta sobre a queimadura. Importante: não deixe na pele mais do que 20 minutos.

Modo de Preparo:

Primeiro passo: Preencha um caldeirão com 400 mililitros de água salgada e acenda a chama em fogo médio;

Segundo passo: Junte 11 folhas de menta e pique todas em pequenos pedaços. Observações: Quanto menor o pedaço, melhor é o efeito da poção;

Terceiro passo: Deposite as folhas de menta picotadas no interior do caldeirão e diminua o fogo assim que elas dissolverem, o que deve demorar em torno de dez minutos;

Quarto passo: Acrescente uma bile de tatu inteira no recipiente, mantendo movimentos firmes com a colher no sentido anti-horário, até que o líquido adquira uma coloração avermelhada e bem viva;

 

          Quinto passo: Aumente o fogo, de modo que a poção fique sobre fogo alto e não pare de movimentar a colher. A bile de tatu deverá ser inteiramente dissolvida, deixando a substância pastosa;

          Sexto passo: Com o auxílio do pilão, triture 5 cubos de gelo seco. Não demore muito durante esse processo, pois eles poderão derreter;

         Sétimo passo: Desligue o fogo e acrescente os cubos de gelo seco triturados no caldeirão, utilizando a colher para realizar movimentos horários e firmes, conforme a substância vá tornando-se concentrada e adquirindo uma cor vermelho clara;

 

         Oitavo passo: Deixe esfriando por alguns minutos até que fique em temperatura ambiente.

 

          Conteúdo Extra:

 

          Cor: Vermelho claro;

 

          Aptidão: Não;

 

          Criador: Desconhecido;

 

          Quantidade: 3 frascos;

         Tempo de Preparo: 20 minutos;

 

         Validade: Notei que dura 72 horas

 

         Duração do Efeito: Sem duração.

Observações: A pele ficara com aspecto avermelhado, depois a queimadura ira sumindo gradativamente.

—*-*-

Draco tratou dos ferimentos de Hermione o melhor que pode. Além dos pés estarem com queimadura com bolhas, ela havia sido açoitada nas costas, até ficar com a carne viva. Ele sentiu o coração se condoer por ela. Não imaginava os horrores que ela havia enfrentado nas mãos do tribunal inquisitorial. Ele odiava os trouxas por isso, por terem uma visão tão limitada do mundo. E de usar seus deuses para justificar seus crimes hediondos.

Ele ficou ao lado dela, sentado em uma cadeira, vigiando o sono dela, segurando sua mão. Ela estava febril e ele teve que ministrar outra poção, para baixar a febre. Estava desnutrida e abatida. Seus cabelos cacheados estavam desgranhados, a deixando com um aspecto selvagem. Mesmo assim, ele a amava e não era pela sua aparência maltrapilha que ele deixaria de ama-la. Beijou sua testa repetidas vezes, falando palavras doces em seu ouvido, esperando que ela sentisse seu amor.

No dia seguinte, Hermione acordou desorientada, olhando para os lados. Tentava saber onde estava, mas não reconhecia o cômodo ricamente mobiliado. Havia tapeçarias pela parede, quadros que pareciam ter vida própria, como se os habitantes estivessem vivos. Ela se assustou com isso, principalmente com a cama enorme em que estava deitada, com lençóis e cobertores limpos, cheirando a limpeza. Ela apenas se lembrava do catre frio da prisão. Do odor insuportável de urina e outras coisas mais, que ela não desejava se lembrar. Ainda podia ouvir os ecos dos gritos, das torturas sem fim e dos gritos dela mesma, sendo torturada. Ela somente queria ajudar com seu conhecimento adquirido com Draco, mas acabou sendo acusada de bruxaria. Fazia tantos anos que não o via. Acreditou que ele fosse um demônio, que veio para tenta-la. Mas, recordou-se da forma como ele a tratou nos dias que estava sobre efeito de algum tipo de beberagem estranha.  Ela sentiu tanto amor por ele naqueles dois dias. E se lembrava da forma como ele a olhava. Havia somente devoção em sua forma de trata-la. Infelizmente, ele havia agido errado com ela. Forçou-a ama-lo, sem ela realmente desejar aquele sentimento. Depois que partiu daquela aldeia, não esperava que viesse sentir a falta daquele homem, que era sem moral. Contudo, rezava a Deus para que pudesse se livrar do pecado de ter se relacionado com aquele homem. Nem ao menos casara com ele, para ter qualquer tipo de relação. Ela iria para o inferno por isso. Contudo, seus sentimentos não se alteravam. Na verdade, ela ainda pensava nele e em suas caricias improprias. Fez o sinal da cruz, pedindo perdão de novo por seus pecados e tentou sair da cama.

Lembrava-se nitidamente de estar queimando no inferno. E que seus pés haviam sido queimados, até ter uma dor excruciante. Mas, ao que parecia eles estavam curados. Era um milagre! Quem seria a pessoa que a acolheu? Não sabia dizer. Apenas se recordava vagamente de ter sido salva na fogueira por um alguém encapuzado. E então, tinha nítida sensação de estar ouvindo a voz de Draco. Aquela voz aveludada, que a acalmava por dentro. Ela devia estar alucinando, não poderia ser ele. Fazia dez anos que não o via.

Então, a porta do quarto se abriu. E ela pode vê-lo, diante dela, como se mal tivesse envelhecido. Ele tinha a aparência de um homem no auge dos seus trinta anos. Mas, seu rosto não tinha marcas. Era liso, perfeito. A barba era bem cuidada, loira. E seus cabelos igualmente no mesmo tom. E os olhos eram de um tom cinzento, como o mar em um dia nublado. Vestia uma túnica estranha, em tom esverdeado, que lhe cobria os pés.

Ela ficou surpresa por vê-lo e então percebeu que estava apenas com uma camisa simples, que ia até seus joelhos. Ficou envergonhada e puxou o cobertor de cima da cama e se cobriu.

— Vejo que esta bem melhor – ele disse, com um pequeno sorriso – Como está seus pés?

Ele olhou para baixo, analisando seu trabalho. Hermione fez o mesmo, percebendo que estavam em perfeito estado.

— Como me encontrou? O que faço em sua casa? – ela perguntou assustada. Temerosa. Será que ele iria transforma-la em sua escrava? Ela teria que obedecê-lo? Deus a livra-se disso. Mas, infelizmente, Ele não a livrou de ser condenada e ser acusada de bruxaria.

— Eu a encontrei por providência divina, acredito – ele respondeu, sem zombaria em sua voz – Eu estava passando por sua aldeia, procurando ervas para meu estoque e a encontrei em uma pira, prestes a ser queimada. Acusaram-na de bruxaria? Seria essa a acusação do tribunal?

— Sim – ela assentiu, estremecendo. Era para ela ter virado cinza, mas estava ali, viva, por causa daquele homem. Mesmo, assim ainda sentia medo dele – Eles me acusaram de forma injusta. Se fosse para alguém queimar, teria que ser o senhor.

Ele mordiscou os lábios, com um olhar divertido. O que realmente a surpreendeu.

— Eu deveria mesmo? Acaso também não sou filho de Deus e que deveria ser salvo? – ele perguntou, de forma estranha, como se estivesse zombando – Eu a salvei de uma morte terrível e é assim que me paga?

— Ora, não pedi que me salvasse – ela retrucou, apertando mais o cobertor em volta.

Foi então que se surpreendeu ele veio até ela, em passadas largas. Parecia maior diante dela. Ele ergueu seu queixo, encarando-a com intensidade. Ela fechou os olhos e pode sentir o hálito dele tocar seu rosto. Estava tremendo, com medo do que ele pudesse fazer com a magia demoníaca que carregava em suas veias.

— Eu a salvei porque a amo – ele disse, com um tom baixo, dolorido – Não mereço consideração por meu ato?

Ela abriu os olhos, lentamente, ainda sentindo o medo fazendo seus ossos tremerem, mas com aquela declaração, o tremor foi passando. Ele a amava tanto para salva-la? Para se arriscar? Se ele a amava, não faria mal a ela? Mas, se ele a amava, por que a forçou a tomar aquela beberagem estranha?

— O senhor pode me amar – ela afastou o queixo e se abraçou mais a coberta – Mas, agiu com desonra a me fazer tomar aquela bebida estranha. Fiz coisas das quais não desejava. Amei-te sem sentir, sem esse sentimento se apossar do meu coração. Fez-me cometer um pecado, ao me deitar com o senhor. Eu o agradeço por ter salvado a minha vida, mas não o perdoo por me usar de maneira tão vil.

Ele assentiu lentamente, se afastando alguns passos dela. O que a fez se sentir mais segura. Seu olhar a estremecia.

— Peço desculpas por ter agido daquela forma. Eu apenas desejei a senhora, sem pensar nas consequências. Perdi minha honra, eu bem sei. Mas, não posso olvidar de que a amo muito. E que a senhora é dona do meu coração. Da minha alma. Por isso, precisei salva-la de um destino tão terrível. Queimar até a morte deve ser um destino cruel para qualquer ser vivo.

— Aceito suas desculpas, meu senhor – ela disse, com sinceridade. Afinal, ele havia salvado ela. Mas, Hermione estaria de olhos atentos quanto às atitudes dele. E não iria beber ou comer nada que ele oferecesse. Não queria se apaixonar de novo por aquele homem.

Ele parecia ter soltado o ar que prendia.

— A senhora me aquece o coração, por aceitar meu perdão – ele tomou a palavra novamente - Está com fome, senhora? Gostaria que eu fizesse algo para comer? Tenho elfos que podem trazer o que desejar. É só estalar os dedos.

Ela o fitou, desconfiada.

— E minha comida não estará impregnada com a magia demoníaca? – ela inquiriu.

Ele deixou escapar uma gargalhada grave e suave. Ela sentiu o coração bater acelerado ao ouvir aquele som.

— Não. Eu juro pela minha vida que jamais farei isso novamente. Eu prefiro conquistar seu afeto. É mais eficaz.

— Ora, mas que ultrajante. Não pense que por me salvar, pode ter qualquer coisa de mim, senhor! E não serei sua escrava!

Sua voz se elevou. Ela tentava demonstrar força, a qual não sentia.

— Não preocupais sua mente, minha senhora – ele garantiu, sem se abalar pelo tom histérico dela – Eu a respeitarei. Apenas não irei desistir do seu coração.

Ela entreabriu a boca, surpresa. Por que aquele homem agia daquela maneira? Por que insistia tanto?

— Eu a deixarei por agora. Se precisar de algo para comer, ou mesmo se quisesse se banhar, estale os dedos que um elfo vira atender sua necessidade.

Draco se virou e saiu do cômodo, fechando a porta atrás de si. Hermione ainda estava atônita por todos os acontecimentos. Principalmente, pela declaração inflamada daquele homem, de que ele a amava.


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