O diário de um pocionista- Dramione escrita por Aline Lupin


Capítulo 1
A poção amortentia




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França, Normandia, século XIX

Um pesquisador da área de história da magia encontra um castelo e um diário misterioso.

Notas do diário de poções de Draco Malfoy:

O diário está escrito em francês. Contudo, ao abri-lo, demorei em perceber isso, acreditando ser uma nova língua, quando me deparei com o fato de que o autor apenas escrevia de trás para frente, como se não desejasse que ninguém lesse o diário.

O diário fora encontrado em um castelo na Normandia, atrás de uma parede de pedras. Nós encontramos dentro de uma sala com instrumentos de um pocionista. Como caldeirões, vidros para preparo de poção, uma prateleira com potes de vários tipos de erva. Além de outros com coisas peculiares, como olhos humanos, olhos de salamandra, dedos humanos, potes com fetos e até mesmo uma cabeça dentro de um pote de vidro, mergulhada em um líquido viscoso. Reparei que o local estava intacto, a não ser por teias de aranha, muito pó acumulado e o cheiro de mofo que rescendia. Nenhum trouxa conseguiu encontrar o esconderijo, nem romper os feitiços de proteção. Minha equipe é a primeira a chegar aqui, depois de trezentos anos.

Não se sabe ainda muito sobre esse personagem histórico, apenas que ele lutou ao lado do Lorde das Trevas, em uma das guerras bruxas travadas há mais de trezentos anos, pela tomada do trono inglês. Nesse diário, notei o preparo e o cuidado que ele tem com suas poções, principalmente na que transcrevi abaixo, em nosso idioma:

Amortentia: Poção que produz uma paixonite, um falso amor. Não há possibilidade de recriar um amor verdadeiro com o uso da magia. Aquele que usar da poção, irá apenas mascarar a realidade e conseguir apenas a atenção do amado através de um artificio que não irá durar muito tempo.

Observações quanto à duração da amortentia: A duração da amortentia depende do preparo do posicionista e de quanto tempo ele a deixa descansar. Por isso, novas doses da poção devem ser ministradas, para que efeito da poção continue.

Os ingredientes para se obter uma poção do amor são: O pocionista deve ter a mão, ovos congelados de Cinzácaro, torta de melaço, madeira de cabo de vassoura, algo floral (usou folhas de laranjeira), grama recém-cortada, pergaminho novo e acrescentou um fio do seu cabelo, caso queira que a pessoa se apaixone por você. Ou pode não por e deixar uma pintura sua, ou de preferência, esteja por perto para que a pessoa que tomou a poção olhe diretamente para você.

—-

Além disso, encontramos uma penseira e um frasco de memórias no laboratório. Foram coletados e serão analisados.

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Entre Terras Altas, Grã-Bretanha e França -  Século XVI

Não era tão simples assim. Ou algo fácil de fazer. Mas, ele conseguiu. Finalmente havia produzido a poção. Mesmo que ele soubesse que era errado produzir um amor falso, nada iria para-lo. Afinal, os fins justificam os meios. Era uma frase que ele se deparou e acreditou ser algo que validaria seus pensamentos e tudo que fez durante sua vida. Infelizmente, ele precisou cumprir seus deveres, apenas para salvar sua mãe. Fazia parte de estar naquela família, fazer coisas das quais ele não gostava. Mas, então, ele não deveria pensar muito bem antes de dar de beber aquela poção? Afinal, fez tantas coisas que não gostava, apenas para proteger uma pessoa que amava. Mas, ele também amava aquela mulher de cabelos castanhos. Não conseguia, não podia parar de pensar nela!

Lamentavelmente, ele seguiu pelo caminho mais fácil. E que se tornaria mais doloroso conforme ele percorresse. Pois, afinal, uma amortentia nunca iria produzir um amor real. Algo que de fato ele ainda não entendia o que era devido ao fato de acreditar que o amor era na posse que se tinha das pessoas e não de desejar a felicidade dessa pessoa.

Draco reuniu todos os ingredientes necessários para a poção em seu laboratório. Fazia anos que morava naquele castelo e seu lugar preferido era aquele cômodo. Ele testava poções que já aprendeu com seu mestre, Severo Snape e criava novas. Eram poções tanto para a cura de uma pessoa, quanto o envenenamento para um inimigo. E as pessoas lhe procuravam para isso, afinal, ele era o único bruxo na região que tinha aquele conhecimento.

Ele se passava por curandeiro, apenas alguém que sabia lidar com ervas e mais nada. Quando chegou a região, sem nada nos bolsos, nem um pedaço de pão seco para comer, ele ainda tinha sua maleta com suas ervas e ampolas, além do seu caldeirão. Viera de um lugar distante, então ninguém sabia que ele havia causado grandes estragos em outro reino, devido a ganância do seu pai. Se ele tivesse se contentado em apenas ser conde e não tentar matar o rei, na disso teria acontecido. No final, quem dominou o reino era o homem em que eles confiavam. Aquele que não deve ser nomeado, aquele que se tornou o Lorde das Trevas, tão cruel e sanguinário, muito pior que o pai de Draco. Lucius Malfoy não era nada comparado ao homem que comandava aquele reino. Então, fugir para Draco era a única saída, afinal, seus pais estavam mortos. Seu mestre, Snape, também estava. O que mais restava para ele naquele lugar?

Ele simplesmente fez o caminho até as terras altas e depois dali, pegou uma carroça com viajante. Ele seguia para um lugar estranho. Dizia ser a Prússia. Ora, então, era para lá que Draco iria. Eles percorreram por tanto tempo, pararam em tantas estalagens. E como o dinheiro que Draco conseguia por vender sua cura, ele foi fazendo sua fama de curandeiro pela estrada. Até mesmo veneno foi pedido pelos trouxas. E Draco deu, sem ao menos pensar sobre o assunto. Afinal, era questão de sobrevivência. Seu amigo viajante, de nome Bryan. Ele estava gostando do dinheiro que estavam gerando e passou a cobrar caro por estar transportando Draco. Então, um dia eles fizeram muito dinheiro, com um show de mágica, pois Draco sabia muito sobre magia e havia estudo com seu mestre sobre as artes das trevas e a magia em si. Com isso, ele arrecadou muito mais do que esperava.

Ao que parecia, o destino era tortuoso para Draco, pois Bryan tentou mata-lo durante a noite. E Draco que tinha sono leve e sempre dormia com sua varinha em punho, acordou, com uma faca no pescoço. O maldito queria o ouro que Draco ganhara aquela noite. Draco disse que daria a ele, mas o homem disse que infelizmente, não teria lugar para ele naquela carroça. Draco de fato, não precisaria estar viajando com aquele homem, mas infelizmente, ele não sabia transfigurar objetos em algo útil. Podia comprar um cavalo e ir o mais distante possível, mas acreditou que Bryan iria mostrar a Prússia para ele, afinal, ele não falava à língua que por lá os habitantes falavam. E era algo difícil de admitir, ele criaria afeição por aquele homem.

Draco usou o feitiço estuporante contra Bryan, apagando o rapaz. Depois disso, seguiu a viagem, sozinho. Foi montado a cavalo, não sem antes deixar o dinheiro para Bryan, pois levara o cavalo dele. Então, durante a viagem, ele perguntou para qual lado era Prússia. Ele descobriu que estava de volta as ruas escuras e fétidas da Inglaterra. Fizera uma volta enorme durante duas semanas, para descobrir que podia fazer o caminho em uma semana e meia, dependendo da balsa que iria atravessa-lo até a Prússia. Enquanto pagava pela informação a um estalajadeiro, ele descobriu que ir para Prússia não seria a melhor decisão, afinal, eles estavam grande conflito religioso. Contudo, Draco não podia ficar na Inglaterra. Não agora que havia um novo rei e ele seria procurado pela coroa.

— Pode ir para França - o estalajadeiro disse - Ali, há conflitos, mas a maioria é católico, diferente de nós protestantes. Mas, logo aviso, a inquisição ali também é tão forte quanto na Espanha. Uma pessoa pode ser acusada de heresia ou bruxaria facilmente e ser queimada.

Draco sabia disso, afinal, sua família era bem informada do que acontecia ao redor da Inglaterra. Para França, ele conseguiu entrar em um navio para chegar à França e passou mais alguns dias no mar. Alguns morreram pela varíola, outros por doenças que Draco de fato não sabia o que eram. Se ao menos ele tivesse ido para França, saberia aparatar no lugar certo, mas nunca pisou seus pés naquele reino.

Quando chegou, todos os olhavam estranhamente, devido a Draco ser imune as doenças dos trouxas, pelo sangue mágico que corria em suas veias. Ele simplesmente desapareceu entre os habitantes de Paris e rumou para o interior, devido às informações que conseguira. Ao chegar à primeira cidade que a população vivia em volta de um castelo, com suas casas simples e simplórias, Draco se perguntou se suportaria mais miséria em sua vida. Sempre fora criado em luxo e pompa, em um corte. Nunca teve que viver no meio do povo. Mas, estava tão cansado de viajar a cavalo, que simplesmente não podia mais esperar para encontrar abrigo. Ali não havia estalagem alguma, então bateu nas portas dos moradores. Foi assim que encontrou ela, a mulher que nunca mais iria sair do seu coração, da sua mente e do seu espírito.

Ela era a única que o ajudou naquele momento de necessidade, lhe dando de comer, de beber, além de deixa-lo dormir em sua casa. Ela era uma simples camponesa, de cabelos castanhos e olhos do mesmo tom, terrosos. Tinha um olhar afiado e curioso. Era viúva e seu nome era Hermione Granger. Abriu sua maleta sem sua permissão e ali encontrou os objetos que permitiam Draco fazer suas poções. Como era uma maleta com feitiço de extensão, ela acabou entrando dentro. Lá, havia seu laboratório particular. Quando ele percebeu que ela fizera isso e estava dentro da maleta, ele a tirou, brigando com ela. A jovem o acusou de ser um bruxo e que deveria ser queimado na fogueira. Draco teve medo, mas, poderia sair dali e recomeçar de novo. Contudo, a raiva dela dissipou. Prometeu guardar o segredo dele, desde que ele a ensinasse sobre magia. Ele riu do pedido dela, afinal, como poderia ensinar uma trouxa a ter magia, se ela não tinha? Hermione ficou ofendida e decidiu simplesmente falar com ele.

Esses foram os dois dias que conviveu com aquela mulher, os melhores de sua vida. Depois disso, ela precisou deixa-lo aos cuidados de outros moradores, pois por ser viúva, sem um homem em casa, ela não poderia abriga-lo. Logo ele fez fama com seu lado curandeiro, ajudando muitos da região. Isso chamou atenção do lorde que vivia no castelo. O conde queria saber mais sobre o homem misterioso. A sorte sorria para Draco, não havia mais má estrela, pois ele havia conseguido a simpatia daquele homem e não seria acusado por usar suas ervas para cuidar do povo, mas o conde ordenou que ele usasse suas masmorras. Foi onde Draco montou seu laboratório.

Por estar no castelo, para o entretenimento do conde, ele não pode sair para ver Hermione, aquela que habitava seus sonhos e que não saia da sua mente. Por ela ser uma simples camponesa, ele não deveria pensar nela em nenhum termo, jamais deveria pensar naquela mulher como sua igual também, devido a não ter sangue mágico. Mas, ele não se importava mais com isso. Ele a queria, ele a teria.

Draco veio a se declarar, mas ela o recusou veemente, dizendo que jamais estaria com ele, devido ao seu amor pelo falecido marido. Draco sentiu a ira tomar conta dele, por ser negado a ele aquilo que queria. E ele a queria. Não podia mais simplesmente vê-la distância, sem poder toca-la.

Ao criar amortentia, uma poção que jamais fez em toda sua vida, que obteve informações do seu antigo mestre, ele temia que algo pudesse dar errado. Por isso, deu a poção a uma criada, que veio a morrer depois de ingeri-la. Algo estava errado. Ele fizera tudo conforme as instruções. Então, notou que colocou um ingrediente que poderia mesmo matar uma pessoa, se ela ingerisse a poção. Ele havia confundido os fracos e colocou cicuta junto. Para não ter problemas, ele enterrou a criada, o mais longe possível, com auxilio da sua varinha. Ninguém notou que ela havia desaparecido.

Com calma, ele preparou novamente. Usou os ingredientes que ainda tinha em estoque, dentro na maleta. Deveria incluir na poção ovos congelados de Cinzácaro, torta de melaço, madeira de cabo de vassoura, algo floral (usou folhas de laranjeira), grama recém-cortada, pergaminho novo e acrescentou um fio do seu cabelo, para que ela se apaixonasse por ele.

Antes de pensar em dar a ela, dessa vez, dando a um gato, que não pareceu ter nenhuma reação à poção. Por dias ele observou o animal e não notou nada de diferente, nem erupções na pele, pela reação alérgica do líquido, apenas que produziu uma forte paixonite. O gato ronronava e tentava se aproximar dele em todos os instantes. Mas, durou poucos horas. Nem 24 horas, infelizmente. No seu diário de poções, havia escrito uma anotação que deveria deixar mais tempo para a poção descansar, para que ela fosse mais potente e foi o que fez. Logo, duas semanas se passaram, até que ele resolveu que seria tempo suficiente para dá-la a Hermione. Ela seria sua, finalmente.

A poção estava com a aparência perolada, como Snape havia dito que teria. Ele nem ao menos testou no gato que o acompanhava, como se fosse seu espírito animal.

Draco saiu do castelo para visitar Hermione, que caminhava pela estrada, com um cesto com lavanda no braço. Ele havia ensinado a ela sobre as propriedades medicinais da planta e não imaginava que ela fosse realmente se lembrar disso. Ela realmente estava interessada em aprender, o que o orgulhava muito.

— Senhora Granger - ele a saudou.

Falava um pouco de francês, o que o ajudou muito e melhorou durante os meses que ali estava.

— Senhor Malfoy - ela disse, um pouco surpresa por vê-lo - Não esperava vê-lo hoje.

— Eu estava indo para a aldeia e gostaria de saber se precisava de algum remédio para resfriado e ver se está bem - ele disse, inocentemente.

— Ó, não preciso. Está tudo bem - ela disse, começando a caminhar de volta - Se me der licença, preciso voltar para casa.

— Espere - ele pediu, se adiantando na estrada, para ficar ao lado dela - Me deixa leva-la, senhora.

— Ó, muito bem então - ela aceitou, parecendo contrariada.

Os dois seguiram a estrada de terra em silêncio, até avistarem a pequena choupana dela, rodeada por algumas árvores. Ali havia cabras, uma vaca, um cachorro e uma granja de galinha.

Draco a deixou na entrada, mas não sabia como dar a ela a poção. Então, teve uma ideia. Ele sabia que ela sofria de dores de cabeça constante. E já havia dado poções para ela.

— Senhora Granger, ainda sofre de dores de cabeça? - ele perguntou.

— Às vezes, por quê? - ela perguntou.

— Eu tenho aqui um novo remédio. Eu mesmo fiz. Queria saber se gostaria de testa-lo.

Ele tirou o frasco do bolso da calça, mostrando para ela a poção perolada. Ela olhou para o frasco e tomou da mão dele, quando ele ofereceu.

— Não precisava se preocupar comigo - ela disse, sorrindo levemente - Será ótimo tomar isso quando tiver alguma dor de cabeça.

— É claro - ele disse, se sentindo idiota. Ela tomaria apenas quando sofresse de alguma dor - Eu...faz tempo que não conversamos, senhora. Seria muito impróprio pedir para estar em sua companhia?

Ele teria que dar um jeito de pingar a poção dela em sua bebida, se ela servisse algo para tomarem. E se ela tomasse. Aquilo se mostrava cada vez mais difícil. Não parecia ser algo fácil.

Ela o olhou com os olhos estreitos.

— Meu senhor, parece que não me escutou quando disse que não queria suas atenções. Quero que saia agora.

Ele respirou profundamente, tentando controlar a ansiedade. Não esperava que ela fosse tão dura, mas era natural que fosse, afinal, era uma mulher viúva. E ela não parecia inclinada a ter amantes.

— Eu sei que me pediu isso, mas eu a amo - ele tentou agarrar as mãos dela, mas Hermion se afastou para trás, com um olhar irado - Me perdoe por isso. Mas, não consigo mais sufocar meus sentimentos. Eu a desejo, senhora. Eu a amo profundamente.

Ela balançou a cabeça, com um olhar atônito.

— O senhor não sabe o que está dizendo. Apenas vá embora.

Ele apertou os punhos ao redor do quadril, tentando controlar a frustração. E tomou uma decisão da qual iria se arrepender por longos anos. Ele sacou a varinha das vestes e usou o feitiço Imperius. Fez com que ela bebesse a poção, desejando, ansiando que ela lhe devolvesse o amor que ele professava a ela.

Os olhos dela se tornaram apaixonados. Ela simplesmente jogou o frasco no chão e se atirou nos braços dele, procurando sua boca com sofreguidão. Ele foi tomado pela paixão, sem pensar muito. Apenas a levou para dentro da casa dela e fez amor com ela a noite toda.

Dois dias depois, a histeria veio. Ele não tinha preparado uma nova poção para ela beber. Ela tentou bater nele, por ele estar em sua casa. Tentou acerta-lo com a louça que tinha na cozinha, com o facão e Draco fez o que poderia, desaparatou no ar, sumindo como fumaça. Ela acreditou que ele fosse um demonio. Em sua mente não passava amor, mas raiva por ter sido usada e por ter sido lubridiada por aquele homem, que parecia um incubus.

Draco, frustrado, ficou no seu laboratório e quebrou tudo que tinha pela frente, extravasando sua raiva. Depois, com um toque da varinha, tudo estava de volta em seu perfeito estado. Ele tinha sua magia, tudo que queria e segurança. Não teria que lutar em uma guerra tão cedo, nem lutar por interesses políticos. Talvez, apenas dar tônicos ao conde, que vivia reclamando de dores e de doenças trouxas. Nada que ele não pudesse fazer. Mas, isso não o satisfazia. Ele apenas queria Hermione. Os dois dias que passou aolado dela foram tudo que nunca teve em sua vida. Teve outras mulheres, teve outros casos, mas nunca amou nenhuma delas. Nunca quis alguém de forma tão forte, tão febril e tão apaixonada. Estava sofrendo. Sufocando por dentro. Queimando. Ele precisava dela.

Quando apareceu de novo na aldeia, depois de dias pensando em suas ações, que ele sabia terem sido extremadas, ele foi até a casa dela, para encontrar vazia. Foi até o vizinho, para ser acusado por ele de ter entrado na casa de Hermione e ficado por dois dias inteiros. O vizinho o fitou maliciosamente, dizendo que ela não era vem vista por isso, por ter contato com Draco. Ela havia partido para outro lugar, às pressas, de fato. E ninguém sabia o motivo para a mudança.

Draco enlouqueceu pela dor. Infelizmente, precisou partir, pois um novo padre chegou à região, para estabelecer o tribunal de inquisição naquela região, sabendo que ali havia acusações de bruxaria. Todos os dedos apontavam para Draco, pois ele nunca ia a igreja e sempre dava remédios aos moradores da aldeia.

Ele saiu daquela região, partindo de aldeia em aldeia. Cidade e cidade, procurando por Hermione. Ela estava em seu coração e não importava o que ele fizesse, ela o assombrava de dia e de noite. Meses se passaram, anos também. Draco estava mais velho. Havia se tornado um boticário importante para o rei da França e escondia quem ele era. Em uma de suas viagens, ele a encontrou de novo. Dessa vez, em outra aldeia. Ali ele estava procurando suas ervas e ingredientes para fazer uma nova poção. Quando viu a comoção vinda da praça. Uma mulher atada com corda, em volta de uma pilastra de madeira. O fogo estava subindo rapidamente, atiçado pelos seus executores. A multidão gritava alto:

— Queimam a bruxa! Queimem a bruxa!

Draco ficou estarrecido. Ele olhou bem para a acusada. Era ela. Sua Hermione. A única mulher que tocou seu coração. O que ele faria naquele instante? Então, usando a touca da sua capa sobre a cabeça, avançou por entre a multidão e quando chegou perto da pira de fogo, ele apagou com um feitiço que produz água (aguamenti). Ninguém sabia dizer o que estava acontecendo. O grito de indignação pelo espetáculo ter sido interrompido eram ensurdecedores. Draco apenas cortou as cordas que ela estava presa, com o uso da varinha e sumiu, para a perplexidade daqueles que estavam presentes na execução de Hermione.

Draco estava com ela em seus braços, quando ele conseguiu aparatar em frente a sua casa, em Paris. Ele desfez os sigilos, entrando com ela. Podia ver seus pés com feridas e bolhas. O cheiro de pele queimada era nauseante, mas ele pouco se importava.

— Senhor Malfoy, é o senhor? - ela perguntou de forma fraca, quando ele a deixou sobre a cama dele, em seu quarto.

— Sim - ele respondeu, acariciando seu rosto, com devoção. Ele olhava do rosto dela, coberto com fuligem para os seus pés queimados. Engoliu a seco, sufocando as lágrimas.

— Estou sonhando? - ela perguntou, em um sussurro - O senhor está aqui mesmo? Lembro-me de estar queimado. Meus pés doem tanto...

— Eu estou aqui - ele respondeu - Nunca vou deixa-la. Nunca mais.

Ele esperava cuidar dela. Com o tempo, poderia conseguir seu amor. Por enquanto, lhe ofereceu sua amizade.


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