Chrome as... Cinderella? escrita por letícia grunvald


Capítulo 5
O príncipe encantado.




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Permaneci no chão, apenas observando aquilo tudo. Meus olhos estavam meio embaçados por causa das lágrimas, então resolvi disfarçar, olhando apenas para a mão dele. Engraçado, ele estava usando luvas pretas nas mãos, me eram familiares também. Aqueles longos cabelos azulados, caídos sobre o ombro direito...

Fui subindo um pouco o olhar, e novamente meus olhos encheram de lágrimas quando olhei para o rosto dele, aquele sorriso enigmático, mas ao mesmo tempo, gentil. As palavras ficaram engasgadas em minha garganta, mas consegui reunir forças e apenas gritar o nome dele.

- Mukuro-sama! - somente disse isso e mais que depressa, o abracei. O abracei o mais forte que pude, não me importei com todas aquelas pessoas me olhando, minha emoção em revê-lo havia tomado conta de mim. Concerteza ele também não se lembrava de mim, mas não me importei, poder abraçá-lo já estava sendo o suficiente pra mim.

- O que houve com você, está perdida? E por que está chorando? - ele parecia estar preocupado comigo, tanto que levou uma das mãos à minha cabeça e começou a alisar meus cabelos, gentilmente.

- N-não, eu... É que... Ahn... - senti meu rosto arder, de tão corada que fiquei. As palavras não saiam da minha boca, o que eu iria dizer? Ele não iria acreditar se eu dissesse tudo o que passei, desde manhã.

Cessei aquele abraço devagar e novamente olhei para o rosto dele. Ele também havia mudado um pouco, seus olhos estavam azuis e não possuía mais aquele olho vermelho, mas mesmo assim, seu perfume e o jeito de olhar para mim, continuavam os mesmos.

- Me desculpe de novo... Eu não estava olhando para onde eu ia, e não me machuquei. Espero não ter te machucado, também... - fiquei sem jeito, as pessoas em volta de nós ficaram cochichando, mas acho que isso não o encomodou, ele sorriu e se levantou, logo esticando novamente a mão para mim.

- Não se preocupe, eu não me machuquei. Mas... Como sabe meu nome? - como eu esperava, ele também não me conhecia. Segurei na mão dele e me levantei também, ajeitando a roupa.

- Como eu sei? Ah, é que...

- Ah sim, vivo esquecendo todo esse blá blá blá de que sou filho do prefeito. Tsc, andar por aí com toda essa gente em volta de mim, se tornou um problema... Sem falar dos seg... - ele parou de falar no momento em que gritos ecoaram do meio daquela multidão que nos cercava.

- Ei, ei! O que pensa que está fazendo, garota? É proibido chegar perto do filho do prefeito! Se afaste imediatamente! - disse o garoto de cabelos loiros, saindo do meio de toda aquela gente, seguido por outro garoto de óculos.

Reconheci eles de primeira, estavam todos juntos, ou melhor, estávamos todos juntos, como a gangue de antigamente.

- Ken, Chikusa! - meus olhos marejaram ao vê-los, eles também estavam diferentes, pareciam mais... Adultos.

- Hein!? Como sabe nossos nomes? Ah, quer saber, deixa pra lá. Temos que ir, Mukuro-sama, o senhor ainda têm muitos afazeres hoje. - disse Ken, já indo em direção a limusine que estava parada do outro lado da rua.

- Grandes afazeres... - Mukuro-sama revirou os olhos, então veio até mim, me dando um pequeno beijo na testa. - Espero vê-la novamente, querida. Ah é... Você não me disse seu nome... - novamente ele foi interrompido, mas desta vez, pelas buzinas da limusine, então, me deu um último sorriso e foi em direção ao automóvel. - Foi um prazer conhecê-la! - ele entrou na limusine, que logo foi embora.

Fiquei ali, parada na calçada, observando aquela limusine que logo sumia em meio aos prédios da cidade, e aquela multidão começou a se dispersar. Ouvi as badaladas do relógio da escola de Namimori, já eram 15:30 da tarde, e eu não havia ido comprar as coisas para o almoço. Saí correndo.

Depois de alguns minutos, eu já estava voltando para a casa, cheia de sacolas com enlatados e embutidos. Abri o pequeno portão e quando fui abrir a porta, a maçaneta havia virado sozinha. Para minha surpresa, Lal abriu a porta, com uma feição nada amigável.

- Sabe que horas são!? Esqueceu que eu sempre volto do trabalho, para almoçar!? - ela começou a gritar comigo, não esperou nem ao menos eu me explicar. - Quer saber, esquece! Entre agora mesmo, antes que minha paciência estoure. - eu não disse nada, apenas a obedeci, e entrei na casa.

Fui para a cozinha levar as compras, seguida por ela, que parou na porta.

- Hoje você acordou estranha. Bem estranha, aliás. Eu pedi comida pelo telefone, então, vou voltar para o trabalho. Espero que pelo menos, o jantar esteja feito quando eu voltar. - ela pegou a bolsa e saiu. Retirei todas as compras das sacolas e as guardei nos armários.

Logo após isso, corri para o quarto. A situação parece ter piorado ainda mais. Abri a porta e me joguei na cama, novamente chorando. Por um lado, eu estava triste, por ter levado uma bronca da Lal, mas por outro, feliz. Feliz por ter visto, pelo menos por alguns minutos, Mukuro-sama.


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Notas finais do capítulo

Então, ficou longo também. HUAHSUAHUSHAUHS @-@
Mas ok, rs. Ah sim, o Mukuro na história está em sua "versão do futuro", porque acho que ele fica mais sexy assim, digamos. re
Novamente, espero que agrade a todos. ♥