No fundo dos sonhos - Eddie Munson escrita por CherryBombIllusions


Capítulo 26
Eu o amo




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Abraçada a Eddie sentada ao seu lado no sofá enquanto assistíamos um programa qualquer na televisão. Na realidade conversávamos e a televisão fazia um som de fundo para nós. Minhas pernas estavam em cima das suas, deixando com que metade do meu corpo ficasse em seu colo, enquanto ele fazia um carinho leve na minha coxa.

— Você só pode estar brincando. - Meu choque era nítido em minha voz. - Você escreveu essa carta na sétima série? - Consigo ver suas bochechas corarem. - Isso é... Fofo. E muito tempo também.

— Coloca tempo nisso Hazel... - Vira os olhos e solta uma risada frouxa. - São seis anos completamente apaixonado e você nem aí. Sabe quantas vezes você me rejeitou? - Balança a cabeça, seu carinho em minha coxa congela e agora deixa apenas sua mão, cheia de anéis, pousada ali. - Quantas vezes tentei falar a verdade e você fez piada? Ou apenas ignorou... - Quero discordar dele, mas sei que é verdade.

— Desculpa Eddie... - Acaricio sua bochecha. - Eu achava que você estava brincando, não era minha intenção. - Deposito um selinho leve em seus lábios, sinto ele sorrir.

— Fiz esse cartão de Dia dos Namorados para você, na sétima série. Eu ia te contar como me sentia, ali era o começo de tudo. Mas então você soltou algum comentário de que erámos como irmãos para a professora, que sempre tentava nos juntar, e então desisti. Guardei o cartão por todos essas anos, até finalmente criar coragem. 

— Mas agora estou aqui e eu te amo mais do que pizza. - Sorrio ajeitando-me melhor em seu colo, suas mão pousam em minha bunda e ficam muito bem acomodadas ali. - Demorou seis anos, mas eu sou finalmente sua. - Encosto minha testa a sua e sorrio.

— É e eu te amo mais do que pizza também. Sempre amei.

— Jesus Cristo. - Escutamos uma terceira voz, rapidamente viramos em direção a porta de entrada encontrando Wayne Munson nos encarando boquiaberto. - Por quanto tempo eu dormi? - Esfrega a mão no rosto, como se estivesse tentando acordar.

— Por tempo suficiente meu querido tio. - Eddie sorri abertamente para ele, e o mais velho retribuí o sorriso.

— Não me diga que vocês estão finalmente namorando? Eu esperei isso por anos, não aguentava mais Eddie choramingando pelos cantos.

— Sim.

— Não.

Eddie e eu respondemos respectivamente. Imediatamente o cabeludo me encara confuso.

— Como não criatura? Acabei de declarar aos sete ventos que te amo e você diz não?! - Ele estava indignado.

— Bem... Não oficialmente, não teve nenhum pedido, nem alguma menção sobre um namoro... Sou uma moça de respeito Edward. - Empino o nariz teatralmente, como se fizesse muito caso do título e do pedido oficial.

Rapidamente Eddie levanta-se do sofá, ajoelhando-se a minha frente, retira seu único anel da mão direita. Aquele que era o símbolo do Clube Hellfire, um dos seus anéis preferidos, mas que eu bem sei que ele roubou de uma venda de garagem a anos atrás. Ainda ajoelhado ele levanta o anel para mim e sorri. Meu rosto deveria estar brilhando de felicidade.

— Hazel Williams a única garota que esteve ao meu lado durante todos esses anos, minha melhor amiga, minha melhor companhia e também a pessoa mais importante da minha vida. - Wayne pigarreia chamando atenção. - Uma das mais importantes, ficando atrás apenas do meu amado tio. - Rimos. - Aceita ser minha por toda a eternidade, como minha companheira para a vida?

Meu sorriso deveria estar tão grande que cobria todo meu rosto. Agarro seu rosto com as duas mãos depositando um beijo em seus lábios macios, ao fundo consigo escutar gritos e palmas vindo do seu tio. Sorrimos em meio ao beijo.

— É claro que eu aceito Edward. - Falo seu nome sabendo que iria irritá-lo. Fazendo uma careta a contragosto ele coloca o anel em meu dedo anelar direito. Obviamente ele ficou bem maior que meu dedo, mas eu gosto.

— Finalmente! - Senhor Wayne grita ainda batendo palmas. - Adoraria ficar crianças, mas infelizmente preciso ir trabalhar. - Fala indo até seu quarto, encaro o relógio na cozinha e vejo que são 18h.

— Minha mãe vai acabar comigo. - Assustada levanto do sofá. - Com certeza ela já recebeu a ligação do colégio avisando sobre a minha suspensão, ela deve estar irada.

— Vamos, eu te levo até em casa. - Pega as chaves da van e seguimos em direção ao veículo. Não sem antes eu dar um grito de despedida ao senhor Wayne.

— Tchau minha querida nora! - Ele grita de dentro do quarto, fazendo que eu e Eddie caíssemos na gargalhada.

— Acha que ela vai me matar? - Pergunto apreensiva dentro da van. Eddie coloca a mão em minha coxa, tentando me acalmar, quando na realidade ascende um fogo dentro de mim.

— Você sempre foi uma ótima aluna. Espero que ela entenda, só observar minha situação e vai ter um ponto para você. - Concordo com a cabeça, mas ainda sim estava apreensiva. Eddie liga o rádio tentando me acalmar, deixando tocar I was made for loving you do Kiss e durante todo o percurso ficou cantando a música para mim, me junto a ele na cantoria mandando pequenos corações em sua direção.

Assim que a van estaciona na frente da garagem sinto minha barriga gelar. Seria algo inútil, já tenho dezoito anos e não deveria me preocupar com isso, mamãe me entenderia e ficaria tudo bem. Certo?

Respirando fundo começo a ir em direção a porta de entrada, Eddie rapidamente entrelaça nossas mãos, deixando que um arrepio tome conta do meu corpo. Beija o topo da minha cabeça e sussurra que esta tudo bem, sorrio tentando controlar as batidas do meu coração.

Eu amo essa garoto.

— Onde você estava? - É a primeira coisa que escuto assim que abro a porta, meu sorriso some e da lugar a uma feição assustada. Sinto a mão de Eddie apertar a minha.

— No trailer mãe, com Eddie. Eu e o pessoal fomos visitá-lo, para ver se ele estava bem. 

— Oi tia Tania. - Ele acena sorridente para minha mãe, como se ela não o encarasse brava. Mas imediatamente sua feição muda ao perceber os machucados e hematomas no rosto dele.

— Por Deus garoto, o que houve com você?! - Preocupada aproxima-se avaliando o rosto dele, Eddie acaba soltando minha mão.

— Foi só uma briguinha de colégio, agora estou bem. Ainda sinto alguma dor aqui e ali, mas estou bem tia. - Dá de ombros e volta a segurar minha mão. Mamãe observa o ato desconfiada.

— Ok, já vou lhe dar um remédio para dor meu querido. E quanto a você... - Aponta em minha direção. - Pode começar a se explicar. - Cruza os braços sobre o peito, seu olhar era devorador em minha direção. Nervosa como eu estava, imediatamente começo a tagarelar.

— É que assim mãe... Lembra do Liam? Aquele que eu saí em um encontro a alguns dias? - Afirma com a cabeça pensativa, tentando recordar do garoto. - Bem, o que houve foi que eu terminei com ele no dia seguinte que a gente saiu, por que ele era penas um grande babaca. Mas o idiota não aceitou o término e o que ele fez?! Se juntou com os amigos ainda mais idiotas e bateram no Eddie, por que o mauricinho acreditava que eu terminei com ele por conta do meu amigo idiota. - Eddie arqueia a sobrancelha chocado. Ignoro-o e continuo a tagarelar. - O que não era verdade. Mas enfim, eles bateram muito no Eddie, olha a situação do coitado. - Estico minha mão em sua direção, ao meu lado, agora sua feição era confusa. - E eu não pude fazer nada para ajudar por que, enfim, esse é o ponto principal da história. Então hoje no colégio, Eddie não foi para ficar de repouso, depois que cuidei dos ferimentos. E Liam e os dois amigos deles, inclusive um deles é nosso vizinho. - Mamãe apenas mexia a cabeça lentamente, tentando acompanhar minha fala. Eddie segurava a risada. - Vieram durante o intervalo e ficaram falando idiotice e perguntando onde estava Eddie e apenas sendo babacas. Fiquei tão possessa de raiva que peguei a bandeja de alumínio e bati no rosto do Liam, acertando o seu nariz. Mas juro por Deus mãe que foi tudo por legitima defesa! - Respiro fundo depois de contar tudo em, praticamente, um único fôlego. Não demora muito para escutar a risada escandalosa de Eddie. O garoto ria tanto que seu corpo chegou a ficar mole e cair de joelhos no chão.

— Ai desculpa tia Tania, mas o pior que é tudo verdade. - Levanta-se depois de recuperar o fôlego, limpa uma lágrima que escorria e olha sério para mamãe, entrelaçando nossas mãos novamente.

— Para ser sincera eu já sabia a história, conversei com o Diretor Jones e ele me explicou a situação. - Sorri marota, minha boca abre-se em protesto. - Não vou dizer que foi certo o que você fez minha filha, mas estou orgulhosa de você. - Abraça-me desajeitadamente.

— Ah e a gente esta namorando. - Eddie fala tranquilamente. Mamãe afasta-se do abraço rapidamente.

— Vocês o quê?! - Sorri animada. - Desde quando?

— Já tem uns quarento minutos, aproximadamente. - O cabeludo diz olhando o relógio em seu pulso.

— Eu não acredito! - Engloba nós dois em um abraço triplo. - Eu disse Edward, era penas você tomar a frente. Minha filha sempre gostou de você.

— Espera ai... O quê? Você conversou com a minha mãe?

— Lembra do dia que você foi no encontro com o Liam? - Afirmo desconfiada. - Então, quando você saiu com ele naquela moto, sua mãe veio conversar comigo e aí eu confessei que gostava de você.

— Não era como se eu já não soubesse. - Mamãe da um sorriso aberto em nossa direção. - Vamos, vou pegar um remédio para você Edward. - Ela nunca conseguiu o chamar de Eddie. - E fazer um jantar de comemoração! Seu tio tem folga aos finais de semana? 

— Sim, esse sábado ele esta em casa. - Senta-se na cadeira ao redor da ilha, sento-me ao seu lado unindo nossas mãos. Eu gostava dessa sensação.

— Maravilha, avise-o que farei um almoço em comemoração a vocês dois! Podem chamar seus amigos, por que vamos comemorar! - Dá um grito animado, deixando eu e Eddie com as bochechas coradas, mas contagiados com sua animação. Entrega um remédio para dor e Eddie toma-o rapidamente. - Realmente, você cuidou muito bem do meu genro. - Ela avalia mais de perto os cortes e os hematomas no rosto. Fico vermelha coma sua fala.

— É por que a senhora não viu minha barriga ainda, o rosto é o menor dos meus problemas. - Ele diz e levanta minimamente a camisa preta, revelando alguns dos hematomas ali. Mamãe observa bem.

— Eles já estão ficando verdes, significa que estão melhorando. Imagino que em uma semana já não vão mais estar ai. - Ela sorri e acaricia o topo da cabeça dele, deixando ele com um sorriso carinhoso no rosto. - Ainda bem que você está bem, ou poderia ir eu mesma lá e arrebentar esses garotos na porrada. 

— Meu tio disse a mesma coisa quando contei o que houve. - Ele ri e mamãe faz uma pose de boxe imitando Rocky Balboa.

— Vou começar a fazer a janta comemorativa, o que vocês acham de um arroz de forno bem caprichado? - Abre a geladeira observando o que tinha por ali.

— Mãe o que você acha de hoje comermos uma pizza de comemoração e no sábado fazemos um almoço bem caprichado, como todo mundo?

— Ótima ideia filha, fiquei com preguiça de fazer alguma coisa. - Pega o telefone e começa a discar o número da pizzaria, faz o pedido de sempre e então aguardamos pela comida na sala. - Estou tão feliz por isso. - Mamãe estava radiante.

— Poderia dizer que a senhora está mais feliz do que nós dois juntos. - Eddie sorri animado para ela, enquanto abraçava-me de lado deixando eu em acomodar em seu ombro. 

— Óbvio que estou, aguardei isso por tanto tempo! - Bate palmas animada e respira fundo, tentando controlar a alegria.

E assim foi nossa noite: mamãe estava tão animada que poderia se transformar em um fogo de artificio a qualquer minuto, a pizza estava maravilhosa, Eddie me tocava a todo instante deixando meu corpo em pura combustão interna e as borboletas no meu estomago completamente vivas.

Depois de algumas horas de muita conversa, mamãe decide ir descansar, prometemos silêncio, ou fazer o mínimo barulho possível para não incomoda-la.

— Não acredito que você realmente é uma encrenqueira agora. - Eddie fala pegando um pepperoni da sua fatia e coloca na boca. Rio, inclinando-o para beijá-lo.

— Acho que o amor nos impele a fazer coisas loucas.

Ao ouvir a palavra amor, o sorriso de Eddie fica ainda mais largo e vejo suas bochechas avermelharem. Ainda não parece verdade. A gente se ama. Eu o amo. Ele é meu e eu sou dele. Isso vale mais que tudo.


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