A Chave Para Minha Vida escrita por Leidiani Almeida


Capítulo 4
Capítulo 4 - Quero olhar em seus olhos




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O elevador mostrou em sua tela digital que estava no ultimo andar, ligeiramente abrindo sua porta. Andrew a essa altura estava entregando sua sorte ao destino já que ele nunca teria visto o assassino de seus pais pessoalmente, muito menos cogitaria essa ideia estando sozinho como naquele momento. O vento o qual agitava os fios de seu cabelo por estar a 14 andares de altura, fez com que ele pudesse sentir um frio percorrer em sua espinha, sua garganta estava seca e engolia a saliva com dificuldade, seus olhos percorriam atentos por todo o perímetro já que não tinha uma boa iluminação por ali. Levou um susto quando sentiu vibração do seu celular estampando aquele número não identificado na tela. 

— Alô? — respondeu com a voz falha. — Já estou aqui, cade você? 

— Tenha calma, preciso me certificar que realmente não avisou ninguém. 

— Não tenho tempo para isso, só apareça de uma vez, quero me certificar que você desativou todas as bombas as quais colocou. 

— Já estão desativas. 

— E o que está esperando? — ele parou no centro do terraço além da sua voz que ecoava naquele espaço silencioso o som do vento forte que soprava tornava o clima ainda mais tenso. 

— Só queria dizer algumas coisas antes.

— Pensei que queria conversar pessoalmente? 

— E estamos. — afirmou o assassino do outro lado da linha, como se realmente fosse um fantasma emergido nas sombras. — Quero apenas relembrar aquele fatídico dia o qual tirei a vida de sua família, me lembro exatamente a expressão de cada um deles todos tão distraídos nem se quer imaginavam que suas vidas terminariam daquela forma. 

— Não ouse falar deles. — reforçou o jovem rapaz, com seus olhos já carregados por lágrimas. 

— Seu pai foi o grande causador disso tudo

—  Se você tinha um problema com ele, porquê não conversou? Por que tirar a vida da minha mãe e dos meus irmãos? — o garoto estava já alterado. 

— Conversar nunca foi o meu forte, não tinha mais tempo para conversas que não levariam a lugar algum. Seu pai não era o homem perfeito o qual você tanto pintou para si mesmo e colocou sobre uma moldura. Sua família veio de grandes pecados, sua existência veio de um grande pecado. 

— E o que eu tenho haver com isso agora? Não seja um covarde que fica se escondendo chantageando pelo telefone, usando um rastreador anônimo para não ser encontrado. Se o meu pai era o homem ruim como quer colocar, você se tornou um pior matando toda a minha família. O que te faria diferente dele agora? 

— O gosto pela vingança é algo que você nunca poderá compreender. — a voz do assassino parecia como um sussurro assustador, sorrateiro do outro lado da linha. 

— E o que quer de mim agora? Se não teve medo de vir até aqui mesmo sabendo que eu poderia dar um jeito de fazer você ser pego, significa que não tem nada a perder. 

— Eu não tenho! — afirmou. — Mas, me parece que você sempre tem algo a perder. Construiu um belo império aqui com pessoas as quais se importa, seria muito ruim se alguém estivesse morto essa noite. 

— Se ousar encostar em qualquer um deles, eu juro que te mato. — Andrew não estava negociando naquele momento, estava falando muito sério. 

— Suzy está muito elegante está noite, organizou este evento com muita dedicação, como seria poder ouvir os gritos dela pedindo por socorro? — ele parecia querer provoca-lo. — Ou aquele seu segurança, o tolo o qual te considera com um irmão. Ele não faria falta a ninguém já que é um órfã. 

— Já chega! — ele gritou. — Se quer realmente me dizer algo apareça de uma vez não creio que me veio vir aqui para continuar com ameaças. 

— Está certo, eu não vim. — a voz agora parecia ser mais alta, até podia ser alinhada por uma distância não muito considerável do ponto o qual o rapaz estava. — Essa noite o único que realmente irá morrer é você! 

Andrew não conseguiu nem se quer assimilar direito a situação, apenas sentiu algo lhe atravessa alguma parte de seu corpo, algo afiado o qual lhe fez sentir uma dor horrível. Ele se virou e lá estava o assassino, vestido em um traje todo de preto e com um capuz longo o qual não permitia que seu rosto fosse identificado. Em sua mão direita estava com uma faca afiada, a qual agora continha o sangue do rapaz escorrendo lentamente por sua lâmina. Andrew tentou empurra-lo, para que conseguisse correr até o elevador, mas, fora impedido pelo assassino que lhe puxou pela perna com uma rasteira fazendo com que caísse drasticamente de cara no chão.  O mesmo se aproximou agora o virando com o pés, apoiando seu coturno preto sobre o peito do garoto, aquilo fazia com que ele tivesse dificuldades para respirar já que tinha levado a primeira facada pelas costas. 

— Olhe para mim. — disse o homem com a voz forte e assustadora. — Quero olhar em seus olhos enquanto te mato. 

Andrew ainda tentou golpeá-lo uma última vez apenas tentando avançar com um soco, o qual o assassino desviou com facilidade já que estava fraco demais para um golpe forte. O homem ergueu sua faca em direção ao peito do jovem em poucos milímetros de seu coração, quando estava perto o suficiente de terminar com tudo um grito repentino o fez errar a direção. 

— Não! — gritou Katy do outro lado do terraço completamente assustada com a cena a qual estava bem diante de seus olhos. 

O homem levantou o mais depressa possível e sumiu no meio da escuridão do terraço. A repórter apenas correu na direção do corpo de Andrew ,o qual estava completamente ensanguentado naquele instante. 

— Não, não, não, por favor, não morra! — ela não sabia o que fazer, olhava o sangue escorrendo pela sua camisa branca, seu rosto perdendo a cor e parecia suplicar por algo que ela não podia ouvir. — Calma, eu não vou te deixar morrer ok? Eu vou pedir ajuda! 

Ela correu o mais depressa possível não conseguia nem mesmo controlar sua respiração, seu rosto atormentado pela cena que acabaria de ver estava em completo choque. Desceu no andar da cozinha, tinha apertado qualquer botão aleatório no elevador e quando chegou apenas gritou desesperada para os milhares de funcionários que ali estavam. Todos ficaram perplexos pelo estado com o qual ela chegou, Katy tremia tanto que parecia que teria um ataque cardíaco. 

— Por favor, eu preciso de ajuda! — ela chorava, soluçava, encostava em um por um dos que passava ao seu lado. — Preciso de uma ambulância no terraço agora, por favor, é o senhor Evans, ele acabou de ser esfaqueado, ajudem! — ela caiu sobre os braços de um dos seguranças que tentou controla-la . 

Imediatamente um grande alvoroço se espalhou por todo o prédio da W, o evento já tinha chegado ao seu fim com essa catástrofe. Uma equipe medica de prontidão subiu o mais de pressa possível até o terraço e confirmaram que o jovem estava realmente lá morrendo lentamente. 

 Andrew recebeu os cuidados necessários pela equipe médica que  em poucos minutos,  o levaram  até o pronto socorro mais próximo. Os convidados estavam aterrorizados, funcionários e amigos não conseguiam acreditar que aquilo realmente estava acontecendo, a policia cercou todo o prédio e ninguém mais conseguia sair ou entrar. 

Aquela noite terminou assim a mais longa a qual meses e meses em tranquilidade, os cidadãos não esperavam, o que mais poderia dar errado hoje, na verdade tudo deu errado dali em diante. 



 


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