Frank & Carrie - O Normal da Vida Anormal escrita por L R Rodrigues


Capítulo 2
Um Picante Sequestro




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Houve um período em que Carrie precisou deixar o seu carro sob intensiva manutenção na oficina do Larry, o solícito mecânico de confiança de Frank. Lhe desconfortava a ideia de simplesmente sair na rua após o fim do expediente para pedir um táxi ou um motorista de aplicativo tendo em vista a irrisória ironia da área urbana onde localizava-se o prédio do Departamento Policial de Danverous City ser um palco de assaltos a mão armada diários à noite. 

A assistente de Frank atravessava para o outro lado da rua, atenta aos arredores e segurando firme sua bolsa de couro marrom pela alça. Procurou um táxi que pudesse estar disponível por ali, mas nada avistou naquela rua onde ela parecia a única alma viva caminhante. Cogitou ligar para Frank vir buscá-la, mas desconsiderou logo.

A sensação de estar sendo seguida muito bem sorrateiramente até que havia demorado a aparecer para atormenta-la. Levou sua mão direita para dentro da bolsa, mas pensou melhor e mais indiscretamente remexeu na bolsa fingindo estar procurando algo sem preocupação. O perseguidor saiu de onde a luz do poste não alcançava, munido de um revólver em punho apontado diretamente a ela. 

— Passa essa bolsa pra cá, coroa! Senão vai sair daqui engolindo bala!  

Carrie agilmente sacou seu frasco com spray de pimenta que sempre guardava na bolsa como arma secreta para situações como aquela. Borrifou com fúria nos olhos do assaltante que soltou um grito de dor recuando vários passos. Ele caíra no chão apertando os olhos pulverizados, ainda grunhindo e gemendo com a ardência excruciante. 

— Mas que menino mais sem educação você hein. — disse Carrie aproximando-se dele como quem havia acabado de vencer um duelo — Eu ainda não fiz cinquenta anos pra ser chamada de coroa. Mas você me parece ter idade pra ser chamado de... — pensou um pouco, revirando os olhos — Adolescente com cara de trinta.

— É com você, Mark! — disse ele, passando chamado para um cúmplice. Um outro homem veio por trás de Carrie que não teve tempo de reagir ao pano molhado de clorofórmio sendo fortemente pressionando contra seu nariz. A visão enturvou tão rápido quanto escureceu. Carrie decaía à inconsciência em segundos após ser pega em guarda baixa.

Acordou num sobressalto dentro de uma casa de paredes meio decrépitas, janelas quebradas, piso em madeira empoeirado. Como fonte de luz, apenas uma lâmpada velha pendurada no teto com duas pequenas mariposas voando em torno. 

— Então tá fechado, você fica de vigia, Mark. Não desgruda os olhos da milf enquanto a gente vai tirar a barriga da miséria. — disse um dos bandidos, um cara pardo de estatura mediana acompanhado de outros três prestes a sair da casa, confiando ao parceiro a missão de permanecer vigilante a cada movimento da refém — A gente volta logo. Falou.

— Falou. — disse Mark, um homem caucasiano de porte atlético, rosto bem harmonizado e cabelo social meio espetado. Voltou-se para Carrie após os comparsas enfim saírem. Pegou uma cadeira sem braços, tal qual a que Carrie estava sentada com os pulsos amarrados por cordas num nó firme, e sentou-se com uma arma na mão direita sobre a coxa. 

— Milf?! Isso é ainda mais desrespeitoso que coroa. — disse Carrie totalmente desperta — Qual é a de vocês? Não faz sentido deixar alguém de vigia quando o cativo está muito bem amarrado. 

— Não assiste filmes? Geralmente o refém tem um canivete escondido na manga. É clássico. E funciona. Bem, não com bandidos da nossa laia. 

— E que tipos de bandidos sequestradores tão extraordinários são vocês pra pegarem uma simples assistente de agente federal do D.P.D.C.? Eu sou aleatória demais pra ser alvo de caras que se acham os criminosos do mais alto gabarito. 

— Aleatória coisa nenhuma. Você foi escolhida a dedo. Hoje pode ser seu dia de sorte, mas apenas se for uma boa menina. — afirmou Mark olhando-a fixamente.

— Hoje é meu aniversário e estou correndo sério risco de vida. A pesquisa que eu li dia desses estava certa. 

— Meus parabéns. Quantos anos? Cinquenta?

— Não é da sua conta. Nunca te ensinaram que é deselegante perguntar a idade de uma mulher? Olha, vamos ser cooperativos um com o outro, tudo bem assim? Você me explica porque diabos eu sou tão especial pra ser sequestrada por um bando de marginais vestidos de preto e eu, dependendo do que for, aceito os termos de refém. 

— Não depende de nada, vai ter que acatar querendo ou não. Selecionamos você por ser vinculada ao agente prioritário. Aliás, obtivemos uma lista com nomes de agentes, assistentes, policiais, secretários, delegados... Enfim, maravilhas da tecnologia. Você foi a felizarda, devia se sentir grata por não estarmos te submetendo a tortura ou até por eu ter sido designado a ficar de olho, logo eu o mais bonzinho. 

— Fala logo o que vocês querem de mim. 

— De você não, do seu chefe. Nada mais que um montante de 20 milhões. 

— Eu valho isso tudo? Nossa, é bem lisonjeiro da parte do seu líder. Mas... Esqueçam. Meu chefe não negocia a liberdade de funcionários sob nenhum preço. 

— Então é o seu funeral. — ameaçou Mark destacando a arma que segurava. 

— É você quem vai me matar? Logo você o dito mais bonzinho do grupo. — disse Carrie em tom de deboche. 

— Escuta aqui, deixa eu te falar um negócio bem sério, papo reto: Não tô fazendo isso por mera satisfação própria de cometer crimes pra pagar de rebelde e transgressor como os panacas que você viu saindo daqui. Além disso, minha ambição não é a mesma que a deles, meu lance é mais pessoal. 

— Mark, não é? Eu conheci alguém com esse nome. Alguém que eu considerava a metade do meu ser. 

— O que tá tentando fazer? Tocar meu coração com sentimentalismo barato? Vai pro inferno. 

— Só tô tentando puxar conversa, não seja grosso. — rebateu Carrie com o cenho franzido — O Mark que eu conhecia... havia sido o homem que escolhi passar o resto da minha vida ao lado. Tivemos um único filho, o nome dele era Arthur. Um doce de criança, tudo que mais queria era deixar o pai orgulhoso mesmo não achando que fazia o suficiente. Mas o sonho do casamento perfeito desmoronou diante dos meus olhos... depois que o Mark se revelou um verdadeiro crápula. 

— Não precisa ir fundo nos detalhes se for uma lembrança dolorosa. — disse Mark, a cabeça meio baixa. Carrie assentiu, mas ficara curiosa.

— Tá apostando em traição, né? 

— Clichê demais. Ele cometeu algum crime?

— Matou o próprio filho. Por um bando de vermes com os quais ele se aliou pra formar dívidas que ele não conseguiria pagar nem com o emprego bem remunerado de transportador de mercadoria. 

Mark passara a modificar o jeito como encarava sua prisioneira, notando que estava semeando uma intimidade amistosa com ela. 

— Pelo que entendi, você está com aqueles caras por um objetivo próprio, apenas por obrigação. Arrisco dizer que... é mais que puro materialismo.

O sequestrador respirou fundo e deu uma expirada bastante longa, fitando o nada. 

— Eu sou pai de duas meninas. A mais velha tem doze anos e a mais nova tem oito. Tem sido uma jornada bem dura criá-las sozinho. Talvez eu seja o pior exemplo de pai solteiro. Elas jamais olhariam na minha cara se soubessem o grande filho da mãe que eu sou pelo que faço por elas, principalmente a menor, que tá gravemente doente. 

— O que ela tem? — indagou Carrie, sensibilizada.

— Lúpus. — respondeu Mark denotando tristeza na face — O desemprego me fez recorrer a essa vida que levo. Eu... Olha, eu nem sei porque tô contando isso pra você, falando da minha vida pra uma estranha. Os caras já voltam, melhor se preparar. 

— Mark, você fez muito bem em se abrir comigo. 

— O quê? Tá querendo me ludibriar, é isso? — perguntou, apontando para si mesmo com a arma — Não vou cair em papinho de empatia e amor. 

— É mais do que empatia. É solidariedade. — disse Carrie, a voz séria – Sei que o tratamento de lúpus é de um custo muito elevado e... Gostaria que me dissesse de quanto precisa para arcar com isso. 

— Tá falando sério? Quer me ajudar a pagar o tratamento desembolsando do seu salário?

— Só me diz quanto. — insistiu ela. 

— Doze mil. Ah, não... Agora você me deixou numa posição desconfortável.

Mark levantou-se para deixar a arma sobre uma cômoda e logo virou-se para Carrie sacando um canivete e tirando uma navalha.

— O que vai fazer? Não gostou do acordo? E-eu juro, eu juro que pago, faço um depósito... 

Ele veio para estar atrás dela, logo cortando a corda rapidamente com a afiada lâmina. Carrie se desvencilhou das amarras. No entanto, no momento em que a assistente levantou-se, Mark pousara a mão sobre o ombro dela e a sentou de volta na cadeira com certa rudeza. 

— Ei, não fizemos um trato? 

— O problema é que ainda não peguei confiança total em você. — disse Mark sentando-se novamente na sua cadeira — Os rapazes vão me mandar mensagem dizendo que estão voltando. Sugiro que seja rápida em cumprir sua parte.

— Pra isso eu preciso da minha bolsa... onde se encontra meu celular. Não posso depositar mais da metade do que eu ganho via telepatia. 

— Atrevida. — disse Mark levantando para ir pegar a bolsa que estava sobre uma mesinha atrás dela — Mas sabe que é exatamente esse tipo de mulher que conquista meu coração? — pegara, logo entregando à sua impaciente proprietária — Não é uma cantada.

— Eu sei que não. — disse Carrie tirando o celular da bolsa e acessando um aplicativo para transações bancárias — Porque se fosse, oh... é horrível. 

— Número da minha conta. — disse Mark dando um papelzinho com os dígitos de sua conta-corrente escritos. Em menos de um minuto, o depósito estava feito. 

— Prontinho. Sua filha está salva. 

— Quer uma bebida? — perguntou Mark mantendo-se de pé. 

— Ah, aprendeu a ser hospitaleiro agora? E eu pensando que você já iria me liberar. 

— Só depois que os idiotas mandarem mensagem. 

— Por via das dúvidas, deixa que eu vou. — disse Carrie levantando-se e andando até a parte mais opaca da casa — Onde é que está? 

— No frigobar em cima da pia. — orientou Mark voltando a sentar na sua cadeira. Carrie abriu a geladeira portátil e arquejou de surpresa.

— Hum... Champanhe de primeira. São os bandidos com o gosto mais refinado que já vi. — disse ela, pegando as taças e em seguida lavando-as na torneira. Por fim, encheu as taças com o champanhe e retornou para próximo de Mark que estava bem mais maleável do que de início — Aqui. — entregou a taça para ele, logo sentando na cadeira. 

— Eu até que gostaria de brindar. — disse Mark. 

— Pela minha liberdade ou... pela minha ação solidária? 

— Ambas. — disse Mark, erguendo a taça — Tim-tim?

Carrie, com um sorriso condescendente, levou a sua taça de encontro a dele num singelo brinde. Os dois tomaram o champanhe em goles vagarosos mantendo um contato visual que significava mais do que uma troca de olhares entre dois novos amigos.

Não tardou para que se entregassem aos seus impulsos entrando num quarto aos beijos e abraços. Caíram na cama risonhos em mais beijos de língua até rolarem e darem um fim nas preliminares.

Minutos depois, estavam deitados, quase nus, lado a lado olhando para o teto de telhas horrivelmente antigas de tão manchadas. Suspiravam de satisfação. 

— Você é... fogosa. — disse Mark recuperando o fôlego.

— Fica esperto que eu tô pensando em cobrar por esse favor. — disse Carrie que logo alterou a expressão para nojo — Ah não... Eu me sinto... uma vadia falando algo assim. Será que cometemos um erro? Você tem suas filhas e...

— De jeito nenhum. — disse Mark olhando-a — Foi a melhor noite de sexo que já tive em muitos anos, falo a verdade. Elas não se sentiriam mal caso... você sabe, a mãe delas fosse substituída. Uma substituta que fosse à altura. E olha que sorte a minha: encontrei uma boa candidata. Ahn... Você não se envolveu com mais ninguém depois do meu xará? 

— Depois que o Mark foi pra cadeia, eu quase morri por dentro no que se refere a dar uma nova chance ao amor. Fui me flexibilizando com o tempo, amolecendo a minha casca, mas... nunca mais vivencei nada tão profundo. Com a morte do Arthur, comecei uma temporada me afundando num vício em anti-concepcionais. Parei apenas depois que o médico pediu que eu fosse uma receptora de esperma durante um teste e, como resultado, comprovei minha esterilidade. 

— Aprendemos a viver com nossos vazios de afeto muito facilmente. — disse Mark. 

O celular de Mark vibrara indicando uma nova mensagem enviada. O sequestrador verificou, constatando o que já esperava. 

— Bem, acho que é aqui que acaba nossa lua de mel de solteiros. Eles estão vindo. Temos uns vinte minutos.

— Pelo menos foram precisos em dar um tempo. — disse Carrie recompondo-se com as suas roupas. Mark apressadamente vestia sua camisa e calças, sem esquecer também das botas. Carrier ainda abordava seu sobretudo feminino vermelho quando Mark veio voltando da sala com uma garrafa de champanhe. Foi ao banheiro e esvaziou-a no vaso sanitário até não restar uma gota. 

— O que você tá fazendo? Ah sim... Esqueci que você precisa forjar um álibi pra minha liberdade e se salvar. 

— Vem aqui. — disse Mark indo à sala.

— Qual é o plano? — indagou Carrie, mexendo nos cabelos para arruma-los — Para de suspense, eu realmente detesto isso, só pra você saber.

Mark parou diante dela encarando-a com seriedade. 

— Acerta com a garrafa o mais forte que puder na minha cabeça. — pediu ele ao que Carrie respondeu com um meneio de cabeça reprovando a ideia.

— Não... Tá maluco...

— Eu vou repetir se não tiver ficado claro o bastante: Acerta com a merda dessa garrafa o mais forte que puder na minha cabeça! — disse Mark entregando forçosamente a garrafa nas mãos de Carrie — Quando chegarem aqui, eles vão pensar que você usou o método da faca escondida na manga, se soltou, lutou comigo, me apagou com um golpe na cabeça e fugiu. Perfeito, não acha? 

— Aparentemente sim, mas... Eu só não sei se minha força nesse golpe será fatal ou não. Eu posso acabar te fazendo dormir pra sempre, sabia?

— Não, mais provável que eu durma que nem um bebê. Você consegue. Eu... agradeço de coração pelo que fez. Ela será eternamente grata pela mulher que poderia ter sido uma ótima madrasta. 

Ambos deram um último e rápido beijo como despedida. Carrie respirou fundo se preparando. Mark se posicionou tal qual um jogador de futebol americano.

— Manda ver. — disse ele — Adeus, Carrie. Foi bom conhecê-la. 

— Bom conhecer você também, Mark. — disse ela, um pouco temerosa com o que faria — Nunca pensei que diria isso uma segunda vez. — olhou para a garrafa, segurando firme o gargalo. Carrie fizera um movimento veloz na horizontal, atingido com toda a força a lateral esquerda da cabeça de Mark. A garrafa se estilhaçou inteira com o golpe preciso e violento Mark caiu para trás com um ferimento grave na têmpora do qual escorria bastante sangue e certamente requeriria uns pontos. 

Carrie chegou a verificar o pulso dele. Felizmente, correu conforme o esperado.

— Inconsciente. OK, hora de dar o fora desse muquifo. 

A assistente corria por uma calçada e uma ligação de Frank foi tudo que ela precisava para ver uma luz de esperança que tornasse aquela noite menos tensa. Acenou para um táxi que encostou para atendê-la. Entrou no veículo depressa e guiou o motorista até o subúrbio para chegar até o amigo.

Ao entrar na residência do detetive, foi tomada pela mais completa surpresa. Um súbito acender de luzes, um estouro de papel picado e várias vozes em uníssono foi o necessário para que um sorriso voltasse a se desenhar em seu suado rosto.

— Era de se esperar. — disse ela vendo Frank e Ernest a frente de um grupo de funcionários do D.P.D.C., todos amigos próximos da assistente — Trouxeram a comitiva inteira, estou impressionada. 

— Por que demorou tanto? — perguntou Frank. 

— A experiência bizarra. — disse Carrie em tom baixo e quase entortando a boca — Te conto em pormenores depois, tudo mesmo. 

— O diretor me convenceu a produzir a festinha aqui em casa, mas eu nem recusei tanto. Que melhor anfitrião pra receber a aniversariante senão o melhor amigo, né? — disse Frank com uma risadinha.

— É engraçado, rejeita festas-surpresas quando é com você, mas nos aniversários alheios fica todo soltinho. Mas enfim... Vocês são todos uns amores. Obrigada.

— Tá na hora dos presentinhos, eu começo. Toma aqui, Carrie. — disse Frank entregando seu presente que Carrie desembrulhou afoita — E aí, gostou? 

— Uma bolsa novinha. — disse Carrie olhando para a bolsa de couro preto — Bem, valeu. Mas... realmente eu devo dizer que não precisava.

— Ah, precisava sim. Aonde mais guardaria o meu presente? Pegue. — disse Ernest dando o seu presente. Carrie abriu-o meio desconfiada. Uma nova surpresa lhe veio, mas uma que a deixou com cara de quem foi vítima de uma pegadinha. Frank se segurava para não cair na risada.

— Um spray de pimenta... novinho. Espera um minuto aí. Isso foi combinado entre vocês, né?

— Não. — disse Frank olhando para Ernest.

— Por que seria? — indagou o diretor do D.P.D.C.

— Ai... Amo piadas internas. Acho que vou testar esse novo spray. E aí, quem vai ser o primeiro? Quem vai? — perguntou Carrie ameaçando borrifar nos dois que recuavam pedido para ela parar, levando os demais convidados aos risos. 

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