Coletânea do Cotidiano em Devil May Cry escrita por CupcakeChoco


Capítulo 2
Teoria Capilar


Notas iniciais do capítulo

"Escovou as mechas e novamente viu a diferença de corte. Pensou se até o cabelo dele, pelo aspecto incomum, tinha algo demoníaco muito louco ou simplesmente era péssima pra servir a função de cabeleireira"

[Comédia | DMC5 Referências | Diva e Nero | Livre]



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Nero tentou se convencer de que não estava sendo observado enquanto lia uma matéria de um jornal local — ainda que sentisse o olhar fixo e interessado lhe perfurando. Repetiu mentalmente essa ideia inúmeras vezes para evitar o constrangimento da situação, embora fosse um esforço inútil. Não conseguia ser convincente nem para mentir para si mesmo. Incerto, começou a se questionar se havia algo em seu rosto pra atrair atenção ou se seu cabelo estava bagunçado, fazendo uma análise vaga até das roupas que vestia. Vendo que não teria outra alternativa, reuniu coragem e a expôs em uma única pergunta:

— Algo errado? — arqueou as sobrancelhas, desconfiado.

Diva piscou como se tivesse despertado de um profundos monólogo mental. Seu rosto ficou ligeiramente vermelho por ter sido pega no flagra.

— Não. É que eu estava pensando... — fez uma pausa avaliativa, tocando uma mecha de cabelo do jovem caçador. Nero permaneceu imóvel, surpreso e envergonhado pela aproximação. Sequer pôde controlar o rubor que tingiram suas maçãs do rosto com o afago inesperado. — Você não se incomoda com o cabelo assim? Não atrapalha seu trabalho ele tão longo?

Involuntariamente passou as mãos pelos cabelos claros, notando um pouco o excesso de volume e seu comprimento.

— Se quiser eu posso ajudar com isso — olhou para Diva que sorria com afeto e empolgação. Por mais estranha que fosse as circunstâncias, não teria coragem de negar considerando que aquela mera possibilidade poderia deixá-la magoada. E também não perderia nada permitindo que ela cuide de seus cabelos.

— Claro. Eu agradeço.

Diva indicou uma cadeira e pegou a escova e tesoura. Quando viu as primeiras pontas de cabelo cair ao seus pés, Nero optou por relaxar e confiar no senso estético da mulher.

Diva segurou o gemido de frustração; não importava o quanto cortasse, as pontas ficavam tortas e a obrigava a repetir esse processo na insistente vontade de consertar o erro. Escovou as mechas e novamente viu a diferença de corte. Pensou se até o cabelo dele, pelo aspecto incomum, tinha algo demoníaco muito louco ou simplesmente era péssima pra servir a função de cabeleireira. Acreditava mais na segunda opção, rindo internamente do quanto Nero ficaria bravo. Mordeu o lábio inferior ao visualizar o resultado final de sua empreitada: o cabelo dele estava curto até demais. Seu cérebro ativo no modo de emergência, começou maquinar as desculpas mais mirabolantes e esfarrapadas. Nesse intervalo de segundos até formulou um plano B: mudar de país e de identidade. Talvez essa época do ano a Checoslováquia seja um bom lugar.

— Terminou? — a voz de Nero rompeu seus devaneios sobre fuga, então com a expressão mais cínica e cara de pau possível, soltou:

— Ficou a última moda — ofereceu o espelho pra ele, dando seu melhor sorriso. Nero pareceu meio em choque, olhando para a obra prima malsucedida.

— Sério, ficou lindo — riu, totalmente sem graça. — Aah, desculpe, Nero!

Nero abriu um sorriso constrangido, ignorando o estranhamento do novo visual.

— Está tudo bem. Não ficou tão ruim.


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