Foi um vôo bem rápido e até que eu estava tranquila e um pouco ansiosa. Quando chegamos, já havia um carro nos esperando e outro que levaria nossas bagagens pra casa depois.
No caminho do aeroporto pra casa, não dava pra deixar de notar o quanto a cidade era bonita, pequena, mas muito bonita, muito verde, casas com quintais abertos, algumas simplesmente com cercas baixas, a paisagem do rio no horizonte, uma brisa gelada soprava, tudo muito bom.
Quando chegamos na casa quase não acreditei, a mamãe disse que não queria extravagancias mas a casa era simplesmente perfeita.
Fui com a minha irmã dar uma espiada no primeiro andar, sala muito aconchegante, grande, com janelas enormes, móveis claros, tv enorme, cozinha em estilo americano, com uma ilha enorme, geladeira gigante e muitos armários, piscina e área gourmet nos fundos, com um paisagismo incrível, voltei pra dentro depois de ver a piscina e já ia subir.
— Filha, já viu seu quarto? Eu pedi pra não decorarem tanto, deixei mais neutro pra você deixar ele do seu jeitinho com o tempo, mas tem seu próprio banheiro, e closet.
Sorri.
— Obrigada mãe, por tudo. – a abracei e subi correndo.
Cara, minha mãe é perfeita, já estava do meu jeito, clean, aconchegante, uma cama king, uma tv só minha... Eu não poderia querer mais nada. Peguei meu celular e mandei foto do máximo de coisas possíveis pras Ana e Jenni, elas ficaram enlouquecidas, e disseram que já sentiam minha falta. Suspirei... Eu também estava, mas precisava fazer valer.
Guardei os meus pertences que já estavam comigo, algumas roupas, sapatos, perfumes e produtos de beleza e higiene. No closet já tinha roupas de cama novas e toalhas.
—Maya! Vem aqui! – minha mãe gritou do andar de baixo.
—To indo! – dei uma ultima olhada no quarto, peguei meu celular e desci.
Minha mãe não estava na sala, então fui pra cozinha.
— Filha, eu e sua irmã vamos no mercado, por que é maravilhosa a cozinha, mas esses armários todos e a geladeira estão todos vazios. – a Manu riu no colo dela – Você acha graça né boneca, mas não tem nada pra você comer.
Ri e peguei a Manu no colo.
— Entendi, quer minha ajuda com a Manu ou com as compras?
— Eu vou junto tata! – a Manu indignada com a minha pergunta.
— É, ela vai, queria saber se quer ir com a gente, vou comprar tudo que quiserem hoje. – minha mãe sorriu maliciosa.
— Então é obvio que eu vou. – ri.
Fomos pra garagem, e o carro novo da minha mãe já tinha chegado na casa antes de nós, era um T-cross branco, ela não queria extravagancias, como eu disse. Coloquei a cadeirinha e a Manu, e entrei no carro com a minha mãe.
Foi divertido, fomos ao mercado, comprei tudo que tinha direito, um carrinho inteiro foi só de besteira, ia dar um trabalhão arrumar tudo isso quando chegasse em casa, mas valia a pena. Comprei umas guloseimas que deixaria no meu quarto, uns finis, gominhas, chocolates, pipoqueira etc... Minha mãe se jogou no vício em produtos de limpeza, e coisas pra casa. Além da comida do dia-a-dia, compramos coisas pra fazer um churrasco assim que possível e de preferencia quando minhas amigas e/ou as amigas da minha mãe viessem. Demoramos um bocado por lá. Comemos na lanchonete do supermercado mesmo antes de ir pra casa.
Chegamos em casa por volta das 16hrs, ajudei minha mãe a guardar tudo, enquanto a Manu brincava no quarto que mais parecia um playground. Mas até que acabamos rápido.
— Mãe, se estiver tudo bem, eu vou tomar um banho agora, e conversar um pouco com as meninas, precisa de ajuda com mais alguma coisa?
— Não filha, eu vou tomar um banho com a Manu agora também, só vou mexer com o restante amanhã, tem muita coisa pra decidir ainda, o Cláudio vem no fim de semana pra me ajudar, então até lá não tem muito o que fazer mesmo...
Ela parecida cansada, mas feliz, e provavelmente ficaria mais feliz ainda quando o tio Claudio chegasse. Olhei maliciosa.
—Hm... o tio Cláudio vem? – sorri.
—Não começa Maya, já disse, somos só amigos e ele me ajuda muito, só isso.
— Não ta mais aqui quem falou... Beijo. – corri pro meu quarto.
Minha mãe ainda é jovem, e bonita, espero que não esteja evitando namorar por causa de mim de da Manu, o papai não faz parte das nossas vidas já tem muito tempo, e ela merece ser feliz. E o Cláudio é bonito, legal, prestativo, e tenho quase certeza que é louco por ela, mas enfim... Isso está fora da minha alçada.
Tirei esses pensamentos da cabeça, peguei uma toalha e fui tomar uma ducha no meu banheiro maravilhoso, foi aí que percebi o quanto estava cansada.
Coloquei um pijama confortável, me joguei na cama, coloquei One Piece na Netflix, e devorei um pacote de Ruffles. Acabei caindo no sono, obvio.
Acordei com a minha mãe mexendo no meu ombro tentando me acordar, olhei no relógio digital/despertador na cabeceira da cama, 22h.
— Maya, filha... Acorda, pedi lanche pra janta, vamos comer. – sentei na cama esfregando os olhos.
— Meu Deus, que cama boa... – minha mãe riu – Ah mãe, eu comi batatinha mais cedo, to sem fome, guarda o meu que eu como amanhã no almoço.
— Ah, ta bom então... Mas sabe que amanhã já tem aula né? – olhei pra ela e revirei os olhos.
— Não podia ter me dado uma semaninha de boa mãe?
— Não, você ficaria muito atrasada com a matéria, sabe como essas escolas são exigentes.
— Ok, mais um motivo pra eu voltar a dormir... Vai me levar amanhã? – perguntei já me deitando de novo.
— Vou sim, saímos de casa 6:40h, ok? Boa noite, dorme bem filha. – ela me beijou a testa e foi saindo do quarto.
— Boa noite mãe... – falei enquanto colocava o celular pra despertar 5:40h. E já apaguei logo em seguida.